O teatro infantil de Rio
Pardo é um dos poucos no gênero, de que se tem notícias, no interior do Estado.
As apresentações se faziam
sobre um tablado, ao ar livre, na Praça Quinze de Novembro (chamada “bicuda”,
em terreno próximo à antiga Estação Rodoviária, na altura do entroncamento das
ruas Senhor dos Passos e João Pessoa).
Pelissier de Lima Costa dirigia
a gurizada de 1899 a 1900 e entre os pequenos atores se perfilavam os filhos do
intendente Francisco Ferreira. A professora Dona Aurora do Amaral Lisboa,
apesar de adversária política do intendente, assistia às representações, tendo
mesmo elogiado a atuação do filho dele, Francisco. Mas também dirigiu peças,
contando certa vez entre as crianças, Biágio Tarantino e Eva Silveira da Luz
que mais tarde viriam a consorciar-se.
Um segundo elenco infantil
foi constituído, por volta de 1903, por Nilo Correia, sobrinho da atriz
Assunção Viggiani, Francisco R. Ferreira Filho e Armando Nestor Cavalcanti,
mais tarde general. Apresentaram três comédias e em cada uma delas, um dos
rapazes, de doze a treze anos, devia travestir-se. O maquilador era o velho
escrivão José Correia Vasques, uma das esportivas vítimas da revista Rio Pardo
em Foco.
Rio Pardo, outrora rival de
Porto Alegre, ligada a ela por fácil via fluvial, também no terreno teatral
evidenciou levantados ideais artísticos, cuja concretização estão a requerer,
apesar de tudo o que já foi feito, um inventário mais completo, mais
diversificado.
REFERÊNCIA
HESSEL, Lothar. O
teatro no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1999. p.
153-154.
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