quinta-feira, 28 de setembro de 2017

RELAÇÃO DE EXPOSTOS, PERTENCENTES À VILA RIO PARDO E SEU TERMO



Rita, exposta em casa de Mauricio José de Souza, da freguesia de Taquari, em 12 de Setembro de 1810.
Manuel, exposto em casa de Felippa Romeiro, em Rio Pardo, a vencer seu ordenado, desde 10 de março de 1816.
Esmeria, exposta em casa de José Jacintho de Oliveira, morador em Rio Pardo, em 27 de fevereiro de 1809, vai pagar, digo em 1809.
Manuel, exposto em casa da viúva Anna Duarte, da freguesia da caixoeira e existe, criando-se em casa de Joaquim Pereira de Barros, em 1º de maio de 1807, e principiou seu ordenado desde 14 de junho de 1809, em diante, recebeu o mesmo Joaquim Pereira de Barros salário de vestiário, vendido, até o 1º dia.
Joaquim, exposto em casa de Joaquim Antonio de Miranda,da freguesia de Taquari, em 24 de outubro de 1808, e pago de salário de sua criação, evistiaria, até 24 de setembro de 1809.
Maria, exposta em casa de Alexandre José Machado, morador em Rio Pardo, em 19 de junho de 1806, pago da criação, evestiario, até19 de janeiro de 1810.
Constancio, exposto em casa de Parchoal Rodrigues da Silva, morador em Rio Pardo, em 17 de janeiro de 1805; pago da criação, evestiario, até 17 de fevereiro em 1810.
David, exposto em casa de João Francisco de Campos em 5 de novembro de 1805, pago do salário de sua criação, até 16 de março de 1810, e da vestiaria, até 16 de fevereiro da mesma.
Jesuína, exposta em casa de João Rodrigues Ba, em 5 de novembro de 1805, pago até 30 de setembro de 1809
 Levam a competente barra no livro das matriculas, Porto alegre, 13 de agosto de 1811.

FONTE: CG - 0, página 24/25 - 1811, Lourenço Junior de Castro AHMRP









MAPA ESTATÍSTICO DA VILA DE RIO PARDO


MAPA ESTATÍSTICO da Vila de Rio Pardo contendo todas as povoações do seu termo e mais quesitos da Portaria da Intendência de Estado dos Negócios da Justiça de 18 de novembro  de 1825, exigido por oficio  do Desembargador  Ouvidor Geral da Comarca de 07 de abril deste corrente ano  de 1826.

NOME DAS POVOAÇÕES - VILA DO RIO PARDO
1-Povoações – Fogos (Casa ) Rio Pardo- 730, São Jose de Taquari – 320, De Santo Amaro -262, Capela da Sta. Barbara da Encruzilhada – 244, Capela de S. José de Camaquam -101, De Sta. Ana 53, Capela de S. Sebastião de Bagé-347, Os Sete Povos das Missões 485.

MODO DE VIDA – comércio,  criação de gado vacum....cavalar , muito pouco lanígero e lavoura.
QUALIDADE DE LAVOURA- milho, feijão, alguma mandioca e hoje pouco trigo em conseqüência das estações.
INDÚSTRIA- algum curtume de couros e tecidos ordinários de ........e algodão e engenhos d’água  de serrar.
USOS, COSTUMES E MODO  POLITICO DE PENSAR- adaptam o sistema atual  porque no geral são pouco obedientes as justiças, em conseqüência da Educação e preponderância  Militar.
DISTANCIAS – Esta Vila cujo clima é saudável, esta 21 léguas ao Poente da Cidade de Porto alegre, sobre a embocadura do Rio que lhe dá o nome e tem juiz de fora.
Neste documento  tem mais informações que se encontram no AHMRP.


FONTE:TRANSCRIÇÃO  DO CÓDICE GERAL (CG) N º 16 - 1826  pg. 103/104, AHMRP

terça-feira, 26 de setembro de 2017

PROVISÃO DE AJUDANTE DE CORREIO EM RIO PARDO

Pesquisando no Arquivo Histórico Municipal encontrei muitos documentos importantes,  entre os quais um Edital de nomeação de um ajudante para o correio na Vila de Rio Pardo, na metade do século XIX.
 Rio Pardo teve sua origem no Tratado de Madri (1750). Foi uma das quatro primeiras  Vilas da Província de São Pedro.(1809). Em 1811 foi instalada a Câmara Municipal e em 1846 a Vila foi elevada a categoria de Cidade.
"Dom Pedro por graça de Deus e Unanime Aclamação dos Povos  Imperador
 Constitucional e Defensor  Perpétuo do Império do Brasil:  Faço saber aos que a presente virem, que sendo necessário nomear-se uma pessoa que sirva o lugar de ajudante do correio da Vila de Rio Pardo que se acha vago pela demissão que pediu João Pereira Monteiro que o exerçia, e atendendo a ? pedir  Venancio Jose Chaves lhe manda-se passar Provisão para servir gratuitamente em quanto eu o houver por bem, e não mandar o contrário: Pelo que mando ao Administrador do dito Correio e deixe servir dando-lhe posse e juramento de que se lavrará termo nas atas desta, registrando-se a Secretaria da Junta da Fazenda Pública e mais partes que tocar. O Imperador Constitucional o mandou por Joze Egidio Gordilho de Barbuda Presidente da Província, e da Junta da Fazenda Pública. Antonio Joze Pedroso a fez em 7 de abril de 1826. Porto Alegre, 6 de abril de 1826". 

FONTE: Coluna do Arquivo Histórico- Recordando o Passado- JRP- 2002
              LRGC- nº 308, pg. 09, ano:1826

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

SOCIEDADE DA BOA HARMONIA


Ilmos Vereadores da Câmara Municipal
Os abaixo assinados, autorizados pelos indivíduos que  compõem a Sociedade da Boa Harmonia participam a Vossa  Senhoria que a Companhia Estrangeira de dançarinos na Corda e de Equilíbrios, pediu à Sociedade que lhe concedesse  o Theatro para ali fazer suas funções, oferecendo á benefício do mesmo Theatro a quarta parte do produto de cada récita.
A Sociedade negou constantemente tal concessão por receio de que não fosse ludibriada a casa oferecendo-se nela espetáculos por dinheiro, e que por isso sofresse algum insulto. Constatando, porém a Sociedade a mendigues em que existem os desgraçados expostos, e desejando a muito exercitar para com estes infelizes, a sua filantropia, lançou mão desta ocasião, avisando-a Charini, diretor da Companhia de equilíbrios que recorressem a VV. SS que lhe franqueassem o Theatro com a mesma proposta que nos fez, e nos rogamos hajam de aceitar a oferta dele porque pomos a disposição de VV. SS. o Theatro com a Condição que a quarta parte das receitas que fizerem, reverta a benefício dos Expostos, dignando-se nomearem VV. SS. Hum Membro que vigie cautelosamente nas contas que deve prestar Charini, para que não desfrute ele da concepção do Theatro para tão pudozo fim, e fiquem iludidas os sentimentos benéficos da Sociedade da Boa Harmonia.
Pede  esta  a VV SS mandem  ao juiz de paz, e mesmo que essa Camara vigie que seja conservado respeito á casa  e o decoro até agora seguido nas funções particulares, evitando os abusos que se praticam nos Theatros Públicos, o que se  poderá conseguir por hum anúncio  posto na porta do Theatro. Pede mais que se faça público que a Sociedade  ofereceu o Theatro e para que fim. 
Deos Guarde a VV. SS. Rio Pardo 28 de junho de 1831.  O Coronel Felipe Neri...

FONTE:CÓDICE GERAL (CG)  Nº  21  pg. 150   Ano, 1831. AHMRP

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

TERRENO PRAÇA DOS QUARTÉIS


Registro de um título  de terreno passado a Manoel  Thomaz do Nascimento sito no canto da Praça dos Quartéis.

 Ilmo. Snr. Marechal Governador – Diz Manoel Thomas do Nascimento  Morador  na Fronteira do Rio Pardo, que ele quer construir uma morada de Casa  em um terreno que se acha devoluto na frente da Praça dos Quartéis fazendo canto na rua da Ponte cujo terreno tem oitenta palmos de frente norte , e oitenta ditas fazendo frente a Leste com os seus fundos competentes e como as quer possuir com seus legitimos, títulos, portanto para q. seja  servido conceder-lhos Ereceberá  Merce- Informe o Tenente  Coronel  Comandante  da Fronteira do Rio Pardo Porto Alegre , 17 de junho de 1794. Estava a Rubrica do Governador  Sebastião Xavier da Veiga de Saldanha declarando se o suplicante é do nº dos assinantes .Rio Pardo 28 de junho de 1794- Camara – Senhor  Tenente Coronel  Comandante= O chão que o Suplicante requer neste  requerimento está situado na Esquina que forma o lado do sul da Praça dos Quartéis com o seguimento da rua da Ponte a este  chão compete –lhe a frente de setenta palmos ao  Norte para a Praça, e cento e vinte de fundos  ao Sul que frentião a Leste  a dita rua da Ponte. Este chão é dos assinantes de maior quantia e como tal o não quiz Agostinho Pinto Ribeiro  que tão bem o pretendia; acha-se devoluto e o suplicante  tem posses para ser dos ditos assinantes . He o quanto posso informar a vossa mercê. Rio Pardo 23 de julho de 1794. José de Saldanha Capitão, Engenheiro Ilmo. Senr. Marechal Governador = O Terreno que o Suplicante requer se acha devoluto e nos ternos de V. S.  lhos conferir, sendo servido, Rio Pardo 2 de outubro de 1794. Patrício José Correa da Camara  Tenente Coronel  Comandante Concedo ao Suplicante sem prejuízo de 3ºs , o terreno mencionado neste requerimento. Porto Alegre 14 de outubro de 1794 Estava a Rubrica do Governador Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Camara = Rio Pardo 10 de julho de 1849.           Secretário Feliciano  José Coelho

TRANSCRIÇÃO DE DOCUMENTOS  DO AHMRP

FONTE:  LIVRO DE REGISTRO GERAL- RG  Nº 16, Nº antigo 308, pg. 113 v. e 114
 Ano 1829/78

A ERA ROMÂNTICA QUE FEZ A HISTÓRIA DE UMA COMUNIDADE II

Grêmio Ramiz Galvão- tinha sede na rua Manoel Correa da Câmara ( ao lado da casa do Sr. Noé Torres) . Era uma sociedade frequentada pelas pessoas de cor morena, sendo conhecido como" clube das Morenas", todo feito em madeira , parte do prédio está junto a sede do Couto F.C. O Clube foi fundado aproximadamente em 1938/40 e teve como presidentes os senhores: João Pedro da Rosa (que animava as reuniões dançantes e bailes, tocando clarinete, junto com outros músicos da época). Eram músicos Martino Teixeira- Clarinete- Olavo Santos e João Manoel - gaiteiros, seu Zequinha e Jardelino Camargo (irmãos) tocavam bandoneon e violino,respectivamente. O Clube possuía uma bateria, onde estava escrito"Jazz Ramiz Galvão".
Promoviam bailes pré e de carnaval. Teve como econômicos os Srs. Sílvio da Rosa e Ildo Brasil, os quais organizavam torneios de bocha e galinhadas. Encerrou suas atividades em 1970.


FONTE:Jornal de Rio Pardo, 2002, Valmir Cunha Lopes - AHMRP.

A ERA ROMÂNTICA QUE FEZ A HISTÓRIA DE UMA COMUNIDADE I

 Há 30 anos reúnem-se, no Grêmio Recreativo União de Ramiz Galvão, vários amigos para saborear um gostoso churrasco e conversar sobre assuntos gerais e relembrar sua infância, idade adulta e os momentos atuais, hoje a melhor idade. Acontece a Semana de Ramiz Galvão,desde década de 60 (SERAG), procura manter vivos os costumes e tradições da comunidade. Relata a grandeza deste centro Ferroviário e seus reflexos sócios - políticos - religiosos e econômicos, no município.
Resolvi escrever todas as experiências que vivenciei desde a infância, o que meu pai, conterrâneo do “Leão do Caverá”, Senhor Honório Lemos, no Distrito de São Leandro relatava e também os depoimentos e testemunhos dos parentes dos meus amigos, que pertenciam aos quadros da ferrovia.
A atual geração deverá, portanto, historiar e fazer memória dos fatos importantes desta época, pois se deixar de fazê-lo morrerão através do tempo.
Eram quatro sociedades, três desapareceram com o tempo. Foram tempos maravilhosos e riquíssimos, as sociedades tinham características próprias, interessantes. Muitas entrevistas raras e perdidas no tempo, que consegui copilar. Não há registro documental das sociedades que já fecharam as portas. Começarei a descrever a Sociedade José do Patrocínio (negros), Grêmio Ramiz Galvão (dos morenos), Associação Recreativa Ferroviária (classista) e Grêmio Recreativo União ( o único hoje existente).

José do Patrocínio- na pequena rua Vicente de Leria, junto, hoje, à Praça Otavio da Silva Souza, existia uma sociedade de negros, com o nome de José do Patrocínio, fundada em maio de 1942, alicerçada no importante centro ferroviário que aqui existia.

Idealizadores e fundadores ferroviários: Floretino Ávila (maquinista) presidente, Estácio Soares Carvalho vice, Arquimedes, secretário.
 A Sociedade tinha como objetivo principal realizar festas a 13 de maio, junina, réveillon e carnaval. Os blocos carnavalescos tinham  flores na cabeça, predominando a cor azul. A roupa dos homens era calça azul, camisa branca com estrelas douradas com pó brilhante Buchavam o bloco Otacilo S. Carvalho e C Arlinda Maria Severo. Ajudava na copa o Sr. José Alves, morador em Ramiz Galvão.
Aos domingos á noite havia reunião dançante, sendo músicos, os próprios associados destacando-se o Sr. Batista ferroviário, musico e professores de violão.  
A diretoria era muito rígida e, para preservar a cultura da raça negra, não era permitida a entrada de pessoas que não se enquadrassem nas regras estabelecidas.
As atividades foram encerradas em 1965, quando deixou de existir o centro ferroviário.

FONTE: Jornal de Rio Pardo, 09/11/2002- Valmir da Cunha Lopes. Reportagem no AHMRP.

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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

HISTÓRIA DO COLÉGIO NOSSA SENHORA AUXILIADORA

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora há 80 anos vem participando da comunidade de Rio Pardo, contribuindo na formação e preparação de crianças e jovens. Nesses 80 anos de participação ativa, vem oferecendo aos rio-pardenses uma educação pautada nos valores religiosos deixados por sua fundadora Bárbara Maix. Preocupa-se com o processo de ensino-aprendizagem para que possa oferecer uma educação de qualidade, voltada para as exigências do mundo contemporâneo, ajudando a formar indivíduos culturalmente inseridos na sociedade e com uma forte vivência de valores religiosos, éticos e morais.
No ano de 1929 quatro religiosas da Congregação do Imaculado Coração de Maria chegaram a Rio Pardo a convite do Padre Thomaz Broggi, para que aqui fundassem um colégio que tivesse como prioridade uma educação de qualidade e, em especial, uma preocupação com a formação religiosa e cristã da juventude e da infância. O colégio iniciou suas atividades no dia 3 de março, com 52 alunas, entre elas 5 internas. Manteve o regime de internato até 1980, acolhendo meninas de todo o Estado.
Iniciaram-se as atividades no prédio onde hoje funciona o “Solar dos Panatieri”, localizado na esquina da rua da Ladeira com a rua Andrade Neves. No ano seguinte o espaço tornou-se pequeno para abrigar as atividades do colégio. Em 1930 a Congregação adquiriu o prédio da Irmandade dos Passos, onde funcionara a Escola Militar. Então, o prédio da antiga Escola e Guarnição Militar passa a proporcionar melhores acomodações para as necessidades do Colégio.
Em 1935 o Colégio se torna misto, fato pouco comum para as escolas religiosas da época. Em 1946 foi aberto o “Ginásio”, terminologia utilizada até a reforma de ensino de 1971.
No ano de 1962 inicia-se a construção do prédio onde o Colégio desenvolve suas atividades atualmente. O antigo prédio foi doado à municipalidade e, graças à UNEAMA, organização criada a partir de um movimento liderado por ex-alunos, que não suportavam ver a história do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora ruir no tempo. Hoje está totalmente restaurado e o Centro Regional de Cultura ali instalado está em pleno funcionamento.
Em 1963 iniciaram as atividades do Curso Normal Colegial, sob a denominação de Escola Normal Madre Amélia, que funcionou por 11 anos.
Em 1968 obteve autorização para o funcionamento do Curso Normal Experimental de Férias, buscando aprimorar a formação dos professores rurais que não tinham a oportunidade de freqüentar o curso regular.
De 1969 a 1971, o Colégio manteve o Curso Madureza de 1º Ciclo, constituindo-se em meio de promoção para jovens e adultos que, por diversas razões não puderam cursar o Ginásio Seriado.
Em 1976 o Curso Normal foi substituído pelo 2º Grau com habilitação de Tradutor Intérprete e, em 1977, também para Desenhista de Arquitetura. A partir de 1986 passou a ser intitulado Curso de Preparação para o Trabalho (PPT) e, em 1997, com a nova LDB, o 2º Grau passa a ser denominado Ensino Médio.


Referência:
Revista Especial Colégio Auxiliadora – Rio Pardo – RS 1929 – 2009 – 80 Anos. Santa Maria:Gráfica Editora Pallotti, 2009.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PRAÇA Nª Sª DO ROSÁRIO - PRAÇA DA MATRIZ

No jornal A EVOLUÇÃO  de 1917, lendo algumas reportagem da época, encontrei uma reportagem referente  a nossa Praça da Matriz.
Dizia o seguinte domingo último, com extraordinário movimento, inaugurou a "Praça da Matriz", fazendo-se ouvir a Banda de Música Municipal.
As árvores já regularmente copadas, os lindos canteiros e os cômodos bancos, fazendo dessa Praça um esplendido ponto de Recreio.
Ao iniciador do ajardinamento de nossas praças, coronel José Antonio Pereira Rego e seu modelar continuador, nossos aplausos.

FONTE: Jornal A Evolução de 1917. AHMRP

PRAÇA EM FRENTE DA IGREJA MATRIZ- BUSTO DR. PEDRO ALEXANDRINO DE BORBA






segunda-feira, 4 de setembro de 2017

CIDADE E INTERIOR

RIO PARDO CIDADE DE CASARÕES , LUGAR LINDO PRA SE VIVER.
TRABALHO NA CIDADE E DESCANSO NO INTERIOR DE RIO PARDO NAS PEDERNEIRAS...

RIO JACUÍ NA CHEIA DO ANO DE 2016

domingo, 3 de setembro de 2017

FESTA NA ALDEIA DE SÃO NICOLAU

A partir do dia 6 de dezembro, a aldeia São Nicolau, localizada a quatro quilômetros de Rio Pardo, estará comemorando, durante cinco dias, a tradicional festa em homenagem a São Nicolau. De acordo com a lenda brasileira, a imagem do santo, hoje reconhecido pela Igreja Católica, foi encontrada na aldeia pelo grupo de índios caboclos que ali vivia. Num primeiro momento, a imagem foi vestida com trajes muito rústicos, de acordo com os costumes da civilização indígena. Mais tarde, quando São Nicolau foi reconhecido como santo-bispo católico, a imagem recebeu trajes iguais ao dos bispos.
De acordo com a programação, elaborada este ano pelos festeiros Armindo Marhs e esposa, João Ozi Pereira de Barros e esposa e Jofre da Silva D’Avila e esposa, a missa das 20h no dia 6 marca definitivamente o início dos festejos. Para os dias 7, 8 e 9, estão programados diversos festejos, com missa diária às 20h na Igreja São Nicolau. Na praça em frente à igreja, mais de 40 barracas estarão vendendo bebidas, sorvetes, churrasco e diversos objetos típicos da aldeia e localidades ao redor. Se em 77 a festa de São Nicolau recebeu cerca de 16 mil pessoas, este ano, conforme os festeiros, o número de visitantes deverá sem dúvida aumentar, como já vem ocorrendo gradativamente a cada ano.
Todo o arrecadamento obtido durante os cinco dias de festa será destinado à preservação e reformas da Igreja São Nicolau. A data de construção do prédio é incerta, mas sua forma arquitetônica demonstra que deve ter com certeza bem mais de cem anos. Construída toda em blocos de granito irregulares, a igreja em si é bastante pequena, com cerca de 50 bancos divididos em dois grupos pelo corredor central. O altar, todo de madeira de lei, assim como os bancos, demonstram a antigüidade do ambiente. As imagens dos santos no interior da capela têm um estilo de escultura barroca.
Acredita-se, inclusive, que a igreja tenha sido construída pelos próprios índios, pela falta principalmente de qualquer preocupação de linhas retas e perfeitas na colocação das pedras. A renda da festa é, assim, dirigida à conservação da igreja, dentro de seu estilo original. Como ponto máximo da festa de São Nicolau, a procissão no dia 10 de dezembro tornou-se tradição nos festejos, marcando também o fim das comemorações, às 17h. Em uma caminhada de aproximadamente um quilômetro e meio, muita gente aproveita para agradecer promessas alcançadas, percorrendo o trajeto com os pés descalços e muitas vezes de joelhos.

Referência

Recorte de jornal, sem identificação. O ano é 1978.