terça-feira, 23 de agosto de 2016

PONTE SOBRE O RIO PARDO






PONTE SOBRE O RIO PARDO 
Em outubro de 1813, reuniram-se na Casa do Conselho Autoridades da Vila, para pensar a construção da ponte. 
Por volta de 1824, foi construída.
A ponte foi um local de grande movimento no transporte das mercadorias, para o interior do RS.
Reinaugurada em 2014, após sua reforma.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

RIO PARDO E O JOVEM GETÚLIO

RIO PARDO E O JOVEM GETÚLIO
Um período pouco conhecido da biografia de Getúlio Vargas envolve a cidade de Rio Pardo. Foi ali, na Escola Militar, que ele se matriculou aos 18 anos, em 1900, e permaneceu até 1902,quando se mudou para Capital, onde no início do ano seguinte começaria seu curso na Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre. A importância da Escola Militar, também chamada Escola Tática de Rio Pardo, pode ser avaliada pela nominata de alguns de seus alunos. Eram colegas de Getúlio Vargas, por exemplo, Eurico Gaspar Dutra, Ildefonso Soares Pinto e Manoel Daltro Filho. Mascarenhas de Moraes, que viria a ser marechal e que comandaria a Força Expedicionária Brasileira na II Guerra, também foi aluno da instituição. O registro acadêmico mostra que Getúlio destacava-se em matérias como português, francês, geografia e álgebra, mas não era tão bom em inglês e desenho linear.
O prédio da antiga Escola Militar foi tombado Patrimônio Histórico do Estado em 1983 e se transformou, a partir de 2000, no Centro Regional de Cultura, abrangendo todo o Vale de Rio Pardo.

FONTE: Getúlio Vargas, Discursos, editado pela Assembléia Legislativa do RS e colaboração de Isidoro B. Guggiana, da Assessoria de Comunicação do Memorial do RS

Jornal Zero Hora 23/10/04   AHMRP

ANTIGO PRÉDIO DA ESCOLA MILITAR

  

ANTIGO PRÉDIO DA ESCOLA MILITAR
Apesar da riqueza da vila, no século XIX, Rio Pardo não tinha um hospital. Por isso, em 1848, a Irmandade dos Passos começou a construir o prédio da Casa de Caridade. João Martinho Buff, fez a planta, e a Irmandade se dedicou a conseguir os recursos necessários.
Porém, aqueles tempos também eram difíceis, e quando a construção ficou pronta, não havia dinheiro para equipar a Casa de Caridade. Então, a Irmandade emprestou o prédio ao  Exército  Imperial.  E foi assim que a Escola Militar  funcionou neste prédio, de 1885 a 1911.
Nesse período, os cadetes agitaram a vida da cidade. Vindos de todas as partes do país, eram  brincalhões  e cultos. Criaram um teatro ambulante – o” João Minhoca”.
Usando uma carroça, os cadetes desfilavam pelas ruas, fazendo brincadeiras com os moradores da cidade. Ás vezes os “artistas” eram tão  irreverentes.

Fonte: Texto de Ceres Kuhn / Silvia Barros (Memória Viva)
Gazeta do Sul - Social 20 e 21/05/2000 - AHMRP.


terça-feira, 16 de agosto de 2016

DE PORTO ALEGRE A CRUZ ALTA

                “Tenha paciência o leitor que só conhece esta era de progresso. Compartilhe e experimente conosco os sofrimentos e emoções na extensa peregrinação desde Capital rio-grandense até obter descanso definitivo, ou duradouro, numa povoação, numa estância da região serrana, ou abaixo desta, na extensa campanha até a fronteira com os países vizinhos.
                A viagem para qualquer desses rumos, fazia-se em alguns dias, suportando o trote duro do animal. Mais penosa era-o, durava um mês ou mais, esgotaria a paciência dum santo, quando feita com família, acompanhando as antiquadas carretas puxadas por quatro juntas de bois.
                E o que diremos dos pobres carreteiros, condutores dos fardos de mercadorias, quando eram remetidas de Rio Pardo para os comerciantes da campanha, com uma dúzia desses pesados veículos?
                Nos dias de chuva, eram obrigados a permanecer no lugar, onde houvessem passado a noite, esperar o tempo seco, porque de outro modo inutilizariam a boiada de trabalho. As cangas, os canzis tirar-lhes-iam todo o pelo molhado[1] quer do pescoço, quer da nuca, abrindo feridas de curativo difícil.
                Para evitar esse prejuízo, não pequeno, tinham os pobres carreteiros de passar três, quatro ou mais dias, lutando com dificuldades para acender com o seu isqueiro[2] a lenha molhada e formar uma pequena fogueira, aquecer a água, fazer e tomar o mate ou cozinhar a feijoada, alimento seu e do pessoal empregado nesse difícil e às vezes ingrato labor.
                Embora isento de sofrer os sustos, os perigos tais como os de um procela[3] desencadeada no oceano, nem por isso o carreteiro é menos dispensado que o nauta, de afrontá-la em terra de dia ou de noite. Enquanto aquele suporta-a no convés do navio, trabalhando e vigiando sempre, o carreteiro, bem como o tropeiro, tem que expor-se à chuva para trazer a boiada e animais em contínuo pastoreio. Mal dele se os deixa escapar.
                E tudo para fazer num mês a viagem, que a cavalo seria feita em uma semana ou em menos tempo.
                O recoveiro ou condutor de tropa arreada (assim chamada a dos muares carregados de fardos) tem uma lida mais afanosa, porém suas fadigas e cuidados são menos duradouros.
                Antigamente, era por meio das tropas arreadas que se fazia o transporte até os lugares para onde não havia estrada de rodagem.
                Esses lugares ainda são, em partes, dos municípios de Passo Fundo, de Soledade e para Nonoaí.
                Alguns fazendeiros, alguns comerciantes abastados, adquiririam mais tarde, para sua condução pessoal, carruagens, parelhas de animais adaptados e boleeiros[4], podendo fazer viagem mais breve, mas nem por isso isenta de incômodos. Posteriormente, mas só para determinadas cidades, estabeleceram-se carruagens de posta, vulgarmente denominadas diligências. Nestas o boleeiro chefe, tem o pomposo título de maioral. E, com efeito, assentado sobre a boléia chamada também o pescante[5], não só toca os animais e dá ordens aos boleeiros, mas também ordena e dispõe a viagem, designando a hora e o local do almoço ou o do pouso noturno.
                Entretanto, a vantagem de abreviar um pouco esse trajeto converte-se em uma prejuízo se sucede quebrar-se uma roda, um eixo ou mola principal do veículo.
                Se isso dá-se em lugar distanciado de artífices, que possam fazer logo um conserto, aí vão perdidos um ou mais dias de demora e o acréscimo de despesas para o viajante.
                Todos esses velhos modos de viajar na campanha ainda subsistem, bem que limitados aos distritos distantes das vias férreas.
                Assim será, até que o Rio Grande do Sul possa contar, como os Estados de São Paulo e Minas, com estradas de ferro para quase todas as direções.
                Naquele tempo não tínhamos, ao menos em parte, o transporte suave e cômodo do vagão, vencendo, na rápida velocidade de uma ou duas horas, a distância que, pelo velho e rotineiro sistema, importava em dias de vagarosa viagem.”

REFERÊNCIA
SILVEIRA, Hemetério José Velloso da. As Missões Orientais e seus antigos domínios. Porto Alegre: ERUS, 1979. Estante Rio-Grandense União de Seguros. (Primeira Edição: 1909) p. 149-150.




[1] Em linguagem gaúcha diz-se lonquear a operação, pelo qual é tirado o pelo aderente ao couro do animal. Os bois nesse caso ficariam lonqueados ou, em termo clássico, pelados.
[2] É assim chamado um pequeno tubo de metal ou de chifre, contendo um pouco de algodão que recebendo as centelhas de uma pederneira, ferida com um ferrinho denominado fuzil, dá o fogo para todos os misteres. Alguns gaúchos ricos usão o isqueiro de prata.
[3] Forte tempestade no mar com vento intenso e grandes ondas; tormenta, borrasca, temporal.
[4] Aquele que dirigia a carruagem montado na besta de sela.
[5] Assento do cocheiro.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

PESQUISAS HISTÓRICAS DE PEDRO CASTELO SACCARELLO

5 – PONTE DO RIO PARDO (1ª parte)
               
  “Para melhor compreendermos a história da gloriosa Freguesia do Rio Pardo na guerra, e depois centro de organização de um povo, na paz, vamos transcrever na íntegra alguns dos últimos documentos encontrados no Livro Registro Geral da Câmara, e lançados no fim do ano de 1813 e primeiros dias de 1814.”

* "REGISTRO DE UM OFÍCIO DIRIGIDO A  JUNTA SOBRE A PONTE, COMO ABAIXO SE DECLARA.
                Senhor – Sendo o fabrico e reparo das Pontes um dos nossos imediatos deveres, e que muito nos é recomendado pela Ordenação do Livro primeiro Título sessenta e seis, parágrafo vinte e quatro, não podemos deixar de por na presença de V.A.R., a necessidade urgentíssima que há de restabelecer novamente a Ponte, que sempre houve sobre o rio Pardo, que borda recinto desta Vila; a qual se arruinou totalmente, se demoliu pelas impetuosas inundações do inverno, em tempo em que os Povos poderiam acudir ao reparo desta obra se achavam sobre as nossas fronteiras, ameaçadas pelos espanhóis vizinhos, por cujo motivo foi V.A.R. servido, como providência interina, mandar por uma arrematação o Passo do dito rio, a qual tem continuado até o presente, não com pouco detrimento do bem público e de cada um dos habitantes [...] e ulteriores do mesmo rio que tem tão [...] relações; cujas circunstâncias, sendo ponderadas logo na criação desta vila, exigiram do Corregedor da Comarca o Provimento que remetemos por cópia, em virtude do qual, e pelas reiteradas súplicas da maior parte destes povos, que a proporção das suas possibilidades se ofereciam voluntariamente a fornecerem a despesa para o fabrico da dita ponte sem intervenção nenhuma deste Conselho. Pomos portanto na presença de V.A.R. a precisão que há realmente desta obra confiados em que V.A.R. a precisão que há realmente desta obra confiados em que V.A.R. tomando na sua Real consideração a causa que tão justamente  nos move se digne anuir a ele permitindo que possamos sem perda de tempo dar princípio a reedificação da dita ponte, que nos propomos levantar sobre pilastras de pedra, da maneira que venha a ser ... a sua duração, objeto este sem dúvida digno a só capaz de facilitar o trânsito em geral que muito interessa toda esta Capitania ficando com a consumação desta grande obra cessando o motivo que houve para a arrematação do dito Passo. – Deus guarde a V.A.R. por muitos anos – Vila de Rio Pardo em Câmara de 18 de Novembro de 1812 – José Martins da Cruz – Antonio Gonçalves da Cunha – Antonio José Coelho Leal – Manoel Alves de Oliveira – Manoel Bento Ferreira da Gama e não se continha mais cousa alguma em dito ofício que aqui fielmente registrei do próprio e conferi eu escrivão da Câmara – Leocadio Máximo de Souza. -" 

PESQUISAS HISTÓRICAS DE PEDRO CASTELO SACCARELLO
Respostas aos quesitos formulados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para o fim do Serviço Nacional de Recenseamento.

Documento disponível (cópia carbono datilografada) no Arquivo Histórico Municipal de Rio Pardo