quarta-feira, 29 de abril de 2020

ESTAÇÃO FÉRREA QUEIMA EM RIO PARDO RS


RIO PARDO AMANHECE CHORANDO.

No dia 08 de Abril de 2020, muitos rio-pardenses acordam assustados com a sirene dos bombeiros algo diferente estava acontecendo. Um ponto Turístico que conta grande parte da história de nossa Cidade se perdeu, as chamas tomam conta O povo sai pra rua ligam, conversam, preocupam-se em pedir socorro, mas nada mais adianta o fogo toma conta e destrói grande parte do prédio da Estação Férrea de Rio Pardo RS.


Estação antes do fogo



Árvores na Estação no outono
Fundos da Estação Férrea 

ESTAÇÃO FÉRREA EM CHAMAS...

FONTE: Neuza Quadros, abril, 2020.

199 ANOS DE UMA VISITA ILUSTRE: SAINT-HILAIRE NO RIO GRANDE DO SUL


Em 2001, quando já haviam se passado 180 anos da expedição científica de Auguste de Saint-Hilaire pelo Rio Grande do Sul, o jornal Zero Hora publicou uma extensa reportagem sobre os municípios por onde o francês passou. No dia 7 de julho daquele ano foi a vez de Rio Pardo, reportagem que reproduzimos a seguir, em homenagem aos 199 anos daquela expedição.

A redescoberta do Rio Grande (Saint-Hilaire – final)
HOSPITALIDADE SULINA
TEXTOS: Nilson Mariano
FOTOS: Genaro Joner

Ao final da viagem de estudos, o francês Auguste de Saint-Hilaire atestou a generosa hospitalidade da província do Rio Grande do Sul. O excesso de carne assada repugnou o estômago do naturalista, mas não faltaram erva-mate e solidariedade (...).
A dois meses da despedida, chegou à próspera vila de Rio Pardo[1], onde elogiou os sobrados de dois andares, com telhas, as sacadas de vidro expondo “certa riqueza”. Hospedou-se na casa da família de José Joaquim de Andrade Neves, então com 14 anos, que se notabilizaria como o Barão do Triumpho – o ph realçando a honraria. O barão teria seu fim na Guerra do Paraguai (1854-70), fulminado por uma gangrena que se irradiou do pé ferido a tiro.
Saint-Hilaire gabou a acolhida. Sentiu-se recompensado pelo aborrecimento de esperar uma embarcação para seguir até Porto Alegre.
- Recebi toda a sorte de gentilezas do sargento-mor José Joaquim de Figueiredo  Neves e de seu irmão Tomás Aquino de Figueiredo Neves, tendo jantado diariamente em casa de um ou de outro.
Passados 180 anos, Rio Pardo destaca-se, ao lado de Pelotas e Mostardas, como a cidade que mais conservou prédios e vestígios da expedição. Há situações que permanecem iguais. Quando descreveu a vila, em 1821, ele observara que havia um presídio aos fundos do prédio da Câmara. Os políticos trocaram de sede, o casarão de 1811 atualmente abriga o Museu Zoológico Municipal. A prisão continua no mesmo lugar, no coração da cidade, as sete celas trancafiando 32 apenados.

REFERÊNCIA: MARIANO, Nilson. A redescoberta do Rio Grande – o roteiro do viajante francês. Zero Hora, 1º a 07/07/2001. 





[1] Ao chegar à vila de Rio Pardo, encontrou a primeira ponte de toda a viagem pela Província. Tinha alicerces de pedra, mas estava em obras.

CASARÕES ANTIGOS RECUPERADOS EM RIO PARDO


"O AMOR PELA SUA CIDADE E O PATRIMÔNIO HISTÓRICO".

Estas casas antigas centenárias estão sendo recuperadas por Particulares ou Associações que se unem em uma causa maior. Cada uma destas casas tem uma ou várias histórias, não são apenas pedras amontoadas são vidas, amores, dores, alegrias, acontecimentos históricos, nascimentos, mortes, aprendizagens é um todo complexo e profundo. São longas histórias de vida de pessoas e fatos importantes e históricos acontecidos em nossa Cidade de Rio Pardo.









 Hoje - Fórum Restaurante - Prédio consertado no centro



Por muitos anos foi o Fórum de Rio Pardo, Andrade Neves, centro.



Novo Restaurante Forum

Escada dentro do prédio


Algumas peças do Solar dos Panatieri






Casarão que D. Pedro II se hospedou - Recuperação do telhado- Solar Panatieri

Restos de entulho





















Reconstrução do prédio
Azulejos antigos
Prédio centenário que teve várias utilidades moradia, Açougue encarnado flora... na rua Almirante Alexandrino

FONTE: Prof. Neuza Quadros, 2020

segunda-feira, 27 de abril de 2020

NATUREZA E VIDA

Antigo Frigorífico em Rio Pardo
Ponte do Couto 1848
Interior chácara
Porto das Mesas (Rua Velha) no rio Jacuí local para onde vieram os  primeiros açorianos 

PAISAGEM NO DISTRITO DO PASSO DA AREIA -PEDERNEIRAS


Propriedade Rural Pederneiras


Paisagem do um campo na época normal de chuva, no interior de Rio Pardo, Pederneira no Passo da Areia.
Campo em épocas normais no interior de chuvas. Pederneiras

A FALTA DE CHUVA EM RIO PARDO RS 2020

Ponte arrumada Rio Pardo
O rio Pardo quase  seco, apenas um risco de água .


Ponte Muito estragada, construída por volta de 1823

 Rio Pardo sofre com a ESTIAGEM, no ano de 2020.

 De janeiro a abril foram raríssimas as vezes que choveu  na região central do Estado.  O prejuízo foi intenso aos produtores rurais, lavouras foram arrasadas, os campos ficaram sem ou quase sem pastagens,  lagoas e rios secaram, animais sem água e sem pastos.  Os agricultores com gastos sem colher e dificuldades para pagar os bancos. Um ano atípico para a economia e para a Saúde Mundial o Coronavírus.
Rio Jacuí baixo - seca
Rio Jacuí na praia Ingazeiros

Pederneiras - Lagoa no interior quase seca
Flores sobrevivendo a seca
Pederneiras - Animais pescando na lagoa

A vida lutando pela sobrevivência, mesmos com dificuldades.

domingo, 26 de abril de 2020

CHÁCARA DOS LISBOAS - RIO PARDO RS


Parte do campo dos Lisboas na Boa Vista(Vila do Asseio). Um lugar onde era gostoso de passear por lá eramos acolhidos e que tinha muitas frutas, crianças adoravam sair e ir na D Florina, mas tinham medo dos cachorros que eram bravos, mas mesmo assim iam. Gritavam até alguém atender...






Casa onde morou D Florina Lisboa pessoa muito querida na comunidade do Asseio Público.
Pessoa que ajudava muito principalmente os mais necessitados, era educadora e que na época era uma fazia e ajudava em tudo as pessoas para termos um mundo melhor. (1968) Este lugar era de uma comunidade muito pobre.

FLORINA DE CASTRO LISBOA 


Rio-pardense, professora, Diretora Municipal da Educação por muitos anos, poetisa, criou aulas noturnas na Aldeia de São Nicolau e muitos Grupos Escolares. Foi uma pessoa especial na contribuição educacional em Rio Pardo. Escreveu um livro de poesias e em homenagem a pessoas importantes da nossa Cidade e do Rio Grande.

 FONTE: História Oral de Neuza Quadros, abril de 2020.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

FORTE JESUS MARIA JOSÉ DO RIO PARDO – “TRANQUEIRA INVICTA” (IV)


Erigido em 1754, no contexto da guerra guaranítica 1754-56, como base logística de apoio à marcha do Exército Demarcador do Tratado de Madrid 1750, no Sul. Exército sob o comando do general Gomes Freire, Governador de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
O Rio Grande do Sul é hoje brasileiro graças, em grande parte, à visão superior de estadista daquele general.
Seu Exército pretendeu atingir aos Sete Povos ao longo do rio Jacuí. Lá, junto com um Exército da Espanha tomaria pela força a região, dela evacuando os índios e jesuítas que reagiram ao tratado, para substituí-los por casais de açorianos, já na Vila de Rio Grande. O forte foi erigido pelo Cel Thomaz Luiz Osório e seu Regimento de Dragões, desde então para lá transferido de Rio Grande.
Em 24 de abril de 1756 o índio Sepé Tiarajú do povo de São Miguel comandou ataque frustrado ao forte. Após apresentou-se como amigo, para tomá-la de dentro para fora. Descoberto, foi preso com seus 53 índios. Sob promessa de devolver 70 cavalos que tomara ao forte, fugiu ao ludibriar a escolta, indiferente ao destino de seus liderados, retidos como reféns. A maioria deles morreu tragicamente na Lagoa dos Patos, em rebelião, quando transportados para o Rio Grande. De 1756-59, o forte foi edificado em terra e pedra, sob a direção de Gomes Freire e traço do Cel Alpoym.
Desempenhou importante papel dissuasório na invasão de 1774 pelo governador de Buenos Aires, general Vertiz y Salcedo. Mais do que por suas muralhas valia por sua posição dominante sobre o estratégico passo do Jacuí. Em 1775, o general Bohn comandante do Exército do Sul, constatou dele haver restado “o mastro, um velho armazém da época da construção e peças de ferro de alguma utilidade sem grande risco.”
Foi restaurado em grande parte com pedras. Prestou serviços, até 1812 quando com a expansão da fronteira até os rios Uruguai e Jaguarão, surgiram bases avançadas em Bagé e . Borja e a intermediária em Batovi (São Gabriel).
Em 1813, parte de suas muralhas serviram para calçar ladeira que ligava o forte à Vila, após haver cumprido papel relevante como base para o reconhecimento, exploração, conquista gradativa e defesa da campanha riograndense e Missões. E mais, como pólo irradiador pazra todas as regiões citadas sob sua influência, no dizer de Dante de Laytano, de uma civilização castrense ou militarizada, tendo como principais agentes, algumas gerações do legendário Dragões do Rio Pardo, a célula mater de toda a guarnição federal no Rio Grande do Sul.
Por jamais ter sido vencido ou ultrapassado na sua relevante missão, também de sentinela avançada destinada a proporcionar segurança a Porto Alegre contra possíveis ataques com origem na campanha riograndense e Missões, passou para história como “A Tranqueira Invicta”.

REFERÊNCIA: A História do Brasil através de seus Fortes, Coronel Claudio Moreira Bento, com ilustrações de Mário Neves. (provavelmente 1982, cfe. data ao lado assinatura planta Forte Jesus Maria José do Rio Pardo)

domingo, 5 de abril de 2020

RIO PARDO – UM DOCUMENTO DE 1762


- Instruções do Conde de Bobadela ao Comandante dos Dragões do Rio Pardo, cel. Thomaz Luiz Osório. Contribuição ao Almanaque do Correio do Povo, pelo Museu Histórico “Barão de Santo Ângelo”, de Rio Pardo.

Embora relacionado ou citado por eminentes historiadores patrícios, é o documento pouco conhecido em seu contexto.
Antecede e prevê os acontecimentos que se tornaram altamente históricos nas lutas e nos trabalhos da formação territorial do Rio Grande do Sul com a fixação das fronteiras Meridionais do País.
Ressalta, além de outros conceitos:
a) Os elevados conhecimentos da região pelo Conde de Bobadela, General Gomes Freire de Andrade;
b)A preocupação com a grande concentração dos índios aldeados no Quartel de Rio Pardo, ocasionando, em consequência, o seu parcelamento para novos aldeamentos na Cachoeira do Fandango e Aldeia dos Anjos, origens, respectivamente, dos municípios de Cachoeira do Sul e de Gravataí;
c) A importância da posição de Rio Pardo e de sua fortificação como Tranqueira (Fortaleza Jesus Maria José);
d) A preocupação pela defesa da Vila do Rio Grande;
e) As infrações do Tratado de Madrid (1750);
f) A criação das defesas e fortificações de Chuí, São Miguel e Santa Tereza.
A seguir o documento de 1762 em seu estilo original:[1]

“Instruções que deve seguir o sr. Coronel de Dragões Thomaz Luiz Ozorio.
Com a maior brevidade, e com a menos novidade que for possível, por se não alvorotarem os índios Tapes, que estão em esse Quartel, sairá V. S dele, deixando aí o seu Sargento Major com o número de cem Dragões, os mais Práticos desse País, com o capitão Francisco Pinto Bandeira, um Tenente, um Alferes e um Furriel, e com o resto marchará V. S{ para o Quartel do Rio Grande, por terra, a não ter embarcações prontas para o fazer pelo rio; e como em Tororutama há cavalaria gorda, e em estado de serviço, não tirará V. Sª sem grande necessidade, de cavalhada, que temos em esse Presídio, mais que a precisa para montar, na marcha se a fizer por terra.
Ao Sargento Major ordeno, o que deve obrar, tanto no reparo dessa fortaleza, como no mais, que respeita a defensa desse partido, e Barreira, e mudança dos índios.
O novo governador do Rio Grande, pelo último aviso, que me faz, sei o deplorável estado, em que se acha, pois os cirurgiões desconfiam possa vencer as moléstias, que o tem atacado no último fim. Se o dito governador houver falecido, ou falecer, V. Sª se encarregará do governo; e como a experiência nos tem dado a ver, que á o presente para a defensa, se faz mais precisa e útil a residência de V. Sª em São Miguel, ou Chuí, sendo o governador morto, V. Sª se encarregue do governo enquanto não dou outra providência, e continue com brevidade a sua marcha para a fronteira com todos os oficiais, e soldados de seu regimento, pois é certo, quanto maior número de cavalaria tivermos nela, tanto mais defendida, e segura se conservará a povoação do Rio Grande, donde a dificuldade da entrada por mar defende as muitas famílias estabelecidas. No terreno, que medeia daquela vila até Chuí; é o antemural a tropa, e a fortificação que fizermos no sítio da Angostura, só essa nos poderá livrar o golpe; e como na guarda de Chuí se não pode fazer defensa, que cubra o dito terreno, de nos fortificarmos na dita angostura tiraremos o bem da nossa conservação. E posto que o irmos ganhar aquele importante passo sem a certeza de estar rota a guerra entre as duas Coroas, é uma infração do Tratado, que ultimamente se nos tem mandado guardar com a observância, do que estava em prática antes do Tratado de limites. Contudo, ajustará V. Sª com o governador, ou com o capitão de infantaria, que ficar interinamente comandando no Rio Grande, e com o Provedor da Fazenda Real, a maior e breve remessa de cal e tijolo, que se puder adiantar, cuja remessa trabalhará V. Sª para que se acomode na parte que mais chegada possa ser a dita angostura, mas sempre reservada da vista da patrulha castelhana, que menezialmente vem correr aquela Campanha, como também é indispensável fazer faxinas o mais perto que ser possa, para nos cobrirmos de pronto. Logo que me chegue alguma notícia da nossa Corte, ou da nossa neutralidade, ou da guerra com Castela, e França, sem perder tempo expeço embarcação d ilha de Santa Catarina, e daquele governador, pelas paradas, chegaram a V. Sª as minhas cartas, e a certeza das reais determinações. Das pessas de campanha, de que nos servimos nas passadas, mando recolher a este cidade as quatro feitas no reinado de Sr. D. João V; das seis deixará V. Sª três para ajudarem a defensa das que há em essa Tranqueira, e as outras, que V. Sª achar mais a propósito as leve em sua companhia para as ter  na nova barreira, ou em São Miguel, como melhor lhe parecer, e do Rio Grande se podem tirar as mais que forem necessárias para aquela fronteira. Como no Rio Grande há carpinteiros do Trem, adiante V. Sª madeiras, não só para essa, mas para a mais artilharia, que se entender montar-se, tanto na parte de Chuí como na Tranqueira, que tenho mandado fazer no Rio Grande na parte, em que está o hospital.
Quando residi dessa parte, formei duas companhias de cavalaria dos moradores das  Estâncias até Chuí; não só em estas, mas havendo homens como há, cavalos, V. Sª formará mais as para que houver número, sendo o de sessenta cavalos cada uma companhia, pondo-lhe por oficiais as pessoas mais ativas, e podendo ser nobres, que houver no distrito das ditas companhias: a de que era capitão Felix José, mandei passar Patente ao tenente da mesma, Antonio José Pereira.
As Ordenanças de pé fará V. Sª  regular, para que se conserve em estado de defender as suas casas e famílias, e em tudo, o que toca a sua formatura entrará V. Sª, no caso de haver falecido o governador, que sendo ele vivo, lhe toca a economia, e regularidade do que lhe diz respeito, como da vila do Rio Grande, e suas dependências, o que não obstante no que for em defensa, ou fortificação da angostura da parte de Chuí, se V. Sª não concordar com o meu parecer, declaro V. Sª execute, tanto na trincheira, como na disposição da guarda da campanha, o que entender mais próprio, e conveniente, por ser certo, que a experiência de V. Sª, e o muito que há talado esta campanha, faz provável, que outras experiências lhe ditam os projetos que põe em prática.
Félix José fica a partir para a ilha de Santa Catarina, e leva todo o dinheiro, que me é possível remeter, tanto para esse, como para os mais presídios, e continuarei com quanto caiba na minha diligência. V. Sª nesta ocasião fará recolher ao Corpo todos os soldados que se acham pelas estâncias, guardas de cavalhadas e registros, mandando o Provedor por nestes, fiéis capazes, que devem ser pagos pela Provedoria da Fazenda Real, o que lhes for arbitrado, e nas demais partes supriram alguns peões com capatazes, os que forem da aprovação de V. Sª, e dos Provedores da Fazenda Real.
É preciso venham, para serem sem demora consertadas, as armas que estiverem inúteis, para se dar breve providência, como relação do estado do todo. Em esta ocasião me serve de grande alívio a certeza, de que V. Sª  conhece o gênio dos nossos inimigos, e as vantagens, com que em umas partes oprimem, e as em que a nossa disposição, atividade, valor, e fidelidade e os avantejamos.
Nas embarcações que se ficam expedindo, direito, o que convier e o que mais ocorrer. Rio de Janeiro a dez de maio de mil setecentos e sessenta e dois (1762). Conde de Bobadella. – (Documento doado ao Museu de Rio Pardo pelo sr. Tácito Osório de Azambuja)


REFERÊNCIA: Almanaque do Correio do Povo – 1971 – Companhia Jornalística Caldas Júnior
OBS: Almanaque Correio do Povo foi publicado de 1916 até 1984


[1] Nesta nossa cópia, em estilo atualizado.