domingo, 29 de outubro de 2017

O MUSEU DE ARTE SACRA

           

As imagens doadas pelo vice- ministro da Ordem Terceira são as peças mais valiosas do acervo. Consistente de seu valor, o doador estabeleceu como cláusula a proibição de as “removerem para outra capela ou igreja, perdendo a Ordem o direito a elas, e passando ao poder de quem as pediu no momento em que foram emprestadas”(pg.14 do Livro Especial da Ordem).
O acervo inclui um Cristo Crucificado  e São Francisco de Assis no altar-mor;  o Santo do Pau Oco, Crucifixo de marfim na cruz de jacarandá; um missal impresso em Lisboa em 1784 e um porta missal articulado, feito de uma peça só.
Inaugurado em 1975 o Museu encontra-se em estado de abandono com risco de desabamento do telhado. Em abril de 1996 fundou-se a Associação dos Amigos do Museu de Arte Sacra(AMAS) com a finalidade de buscar recursos para sua restauração  e reabilitação. Com apoio dos Amigos em Rio pardo  e muitos outros espalhados em outras cidades, o Museu foi restaurado, recebeu iluminação nova e foi entregue a comunidade em abril de 2001. A Prefeitura Municipal cede dois funcionários e mantém o Museu aberto à visitação.
O Museu de Arte Sacra na Igreja São Francisco em Rio Pardo é um dos mais valiosos pela beleza e detalhes de suas peças em tamanho natural.


                       ARQUITETURA COLONIAL- RIO PARDO

A arquitetura feita no Rio Grande do Sul durante os séculos XVIII  e XIX, não teve a grandiosidade da arquitetura encontrada em Minas Gerais, Bahia ou Rio de Janeiro. A colonização foi feita por gente pobre e com dificuldades. O próprio fixar-se na terra era duvidoso devido às guerras contínuas, quase um estado de beligerância permanente. Por isso, realizaram uma arquitetura à maneira deles, uma arquitetura como a que traziam na memória de além-mar, com os elementos e os processos de construção consagrados pela tradição. O valor dela reside precisamente no fato de ter sido assim, sem recursos oficiais e sem a assistência de mestres e artesãos, o que era freqüente em Minas, na Bahia e no Rio Janeiro.

FONTE: MUSEU DE ARTE SACRA DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO – RIO PARDO - RS FOLHETO DA IGREJA - AHMRP



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

IGREJA SÃO FRANCISCO

A Igreja São Francisco de Assis é um dos mais antigos templos existentes no Rio Grande do Sul, construída em 1785 e tendo como encarregado de sua construção os açorianos Manuel de Macedo Brum e Matheus Simões Pires. A obra foi inaugurada em 1812, possuindo em seu interior as mais belas imagens do Rio Grande do Sul da estatuária barroca. Representam elas os cinco principais passos da Via-Crúcis, de perfeitas linhas anatômicas e beleza artística, admiradas por todos que as visitam. Encontra-se lá também imagem do seu Padroeiro ajoelhado diante do Crucificado com os braços abertos mostrando os estigmas nas mãos e nos pés, além de abrigar um dos três únicos conjuntos de Nossa Senhora da Boa Morte e Nossa Senhora da Glória, existentes no Brasil, e também a sepultura de Felisberto Pinto Bandeira, Ministro da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.


A Igreja é mantida pela Associação Zeladora da Igreja São Francisco de Assis, fundada em 14 de maio de 1947, pelos amigos da Ordem Terceira de São Francisco.
Foi tombada em 24 de maio de 2007, através do Decreto Municipal nº 26 da Prefeitura Municipal de Rio Pardo.

Os anos passaram, e a partir de 1947, a Associação Zeladora desenvolve ações para salvar o seu patrimônio histórico. Dentre as inúmeras ações desenvolvidas, registro especial deve-se dar o processo de usucapião que desenvolveram para que a posse do terreno passasse para a Mitra Diocesana de Santa Cruz do Sul, como forma de possibilitar o encaminhamento de projetos para a obtenção de recursos junto as leis de incentivo.

FONTE: AHMRP

terça-feira, 17 de outubro de 2017

II - TRATAMENTO DO ESCRAVO NO ESTADO


Dados de historiadores revelam que ao longo dos tempos o escravo em território rio-grandense sofreu menos violência que os demais no resto do país, devido a liberdade que recebia nas lidas campeiras. O professor descobre que os escravos eram apegados as suas famílias. “Se passassem da fronteira seriam livres, já que o capitão do mato não poderia capturá-los. Então as pessoas se perguntam o porquê de não fugiram se tinham tanta liberdade nos campos? A explicação era o apego muito grande que tinham com a família”. Além deste estreitamento dos laços familiares, Petiz descobriu que os negros que por aqui eram escravizados, tinham muita liberdade tratando-se de mobilidade. Frequentavam outras senzalas, estâncias e até participam de festas religiosas. De modo geral a estratégia dos mesmos era amenizar a dor e sofrimento através da busca de garantias aos seus traços de ser humano. ”O escravo não era uma peça. Era um sujeito que pensava, agia e reagia”, explicou. Muitos deles faziam greve para a manutenção de pequenos ganhos cotidiana como comida, roupa etc.”Era uma vida dura, difícil, mas utilizava-se de estratégias para manterem sua existência”.
Pesquisa: Nestes anos de pesquisa, o historiador vem coletando dados nos arquivos históricos de Rio Pardo, Cachoeira do Sul e Porto Alegre, na Cúria Metropolitana e Arquivo Público na capital. Em muitas etapas o trabalho foi feito,  um trabalho meticuloso de pesquisa.

FONTE:  JORNAL RIO PARDO 27/28/07/2007 AHMRP


ESCRAVOS RIOPARDENSES I

Professor Silmei S Petiz, pesquisou 15 anos sobre a escravidão para escrever sua tese de Doutorado na área de história social com ênfase na família escrava... "As fugas de escravos da Província de São Pedro para além -fronteira(1815-1851)"... Petiz pesquisou verdadeiras relíquias como os inventários, quem habitava nas nas principais ruas de nossa cidade, quem foram os padres que por aqui passaram, dados sobre nossos templos religiosos, a Irmandade, as doenças que levavam a óbitos, hábitos religiosos, base econômicas e outros. "Rio Pardo é uma grande área de miscigenação. Devemos lembrar que não foram só os lusitanos que aqui chegaram, mas também existe grande influência indígena e negra neste município"..."Muito antes dos açorianos, já existiam por aqui negros escravizados que vieram junto com militares para a construção do Forte, acompanhado o exército demarcador de Gomes Freire de Andrade"... Para se ter uma ideia da importância do negro, sem menosprezar a presença do açoriano, em 1755 começaram os registros do Frei Faustino Santo Alberto que veio para cá para dar assistência aos filhos de açorianos, mas o primeiro registro que acabou fazendo na capela Jesus Maria José, inclusive sendo este o primeiro registro de nascimento de Rio Pardo, foi duas gêmeas escravas", disse. "Ao longo de toda a metade do século 18, Rio Pardo foi um dos maiores centros escravistas do Estado". cont.


FONTE: Entrevista com Historiador - Jornal Rio Pardo, 27/28 julho/2007- AHMRP

terça-feira, 10 de outubro de 2017

RIO PARDO 208 ANOS

Rio Pardo início do povoamento 1750.
Vila e sede de município: Provisão de 07 de Outubro de 1809.
Instalação do Município: 20 de maio de 1811.
Cidade: Lei nº 3 de 31 de março de 1846. 
O Forte foi construído por volta de 1752, se pensarmos a partir do Forte, Rio Pardo tem 265 ou 267 anos de existência, se pensarmos em certidão (Divisão Administrativa da Província de São Pedro- 1809) NOSSA CIDADE tem 208 anos.
FONTE: FEE, 1981- POA      AHMRP

POVOAÇÕES E NECESSIDADES DE CARGOS PARA GOVERNANÇA

Cont.  do mapa estatistico II

OBSERVAÇÃO GERAL

Nenhuma destas Povoações esta nas condições de ser Vila pela falta que ainda há de gente enormemente para cargos de Governança, nascida para educação que é geral, e por isto parece de absoluta necessidade a criação de escolas públicas. Nelas o roubo, o assassínio, e mais crimes são frequentes o que é devido primariamente a falta de civilização e religião secundariamente a certeza que tem os delinquentes de ficarem impunes, em consequência da longitude, grande obstáculo que se encontra para a boa administração da justiça e pela proteção que encontrão nas quatro comunidades o que se poderá remediar, primeiro com a missão de verdadeiros pastores da Igreja, quanto ao segundo com a criação de algumas Vilas, reduzindo a quatro os dois grandes termos de Rio Pardo, e Cachoeira anexando-se esta a quantia por não distarem Huma da outra mais que nove leguas, e criando-se uma em Cassapava, cuja População vai crescendo em consequência da Mineração, outra em Alegrete, e outra em São Francisco  de São Borja em lugar da de São Luiz da Leal Bragança mandada crear por Alvará de 13 de outubro de 1817 regulando-se o seo nº da enquirição que se acha regulado para esta, concedendo-se  para subsistencia de suas Camaras algumas sesmarias de campo, das que por alguém são possuidas  sem titulo legitimo. D este modo  a justiça será melhor administrada : os D eligentes não passarão  a salvo entre os Cidadãos pacíficos; e os Povos não terão de caminhar muitas vezes cem legoas a buscar  seos recursos- tem  esta Vila casa de Camara  própria, e cadeia posto quer pequenas, e não tem aposentadoria, em consequência  de sua pobresa, pois que seos diminutos rendimentos que não excedem a 600 $000 reis anuais, não são bastantes para se pagar aos ofíciaes dela, e sustentação dos expostos, que sobre maneira pesão sobre ela, achando-se a mesma alcançada em mais de 4 contos de Pelo que pede esta Camara a S.M.I.Haja de extender sobre ela Secas Paternaes Desvelos, Facilitando-lhe meios  de sua subsistencia- os dois principaes ramos da administração da Justiça a saber, orfãos e crime são os que mais abusos admitem, em consequência dos motivos já ponderados, do que resulta haverem muitos dever por se tirar
A imensidade de contas por tomar aos Tutores, e alguns Inventores fazerem principiados, e não concluidos apesar das deligencias que se fazem o que se pode evitar como já se disse com a criação de novas Vilas nas mencionadas Povoações. 

Observação: A escrita esta conforme documento original.

FONTE: Códice Geral- CG - 16 - 1826   pag. 104 AHMRP





segunda-feira, 2 de outubro de 2017

IMAGEM DA ESTAÇÃO DE RAMIZ GALVÃO EM RIO PARDO-RS


 Comunidade de Ramiz Galvão.

A ERA ROMÂNTICA QUE FEZ A HISTÓRIA DE UMA COMUNIDADE III


Prosseguindo a narrativa de um grande momento vivido pelo bairro de Ramiz Galvão, vamos falar sobre a “Associação Recreativa Ferroviária”, nascida do idealismo de uns abnegados, que sonhavam em construir um clube classista e de característica operária. Houve sucessivas reuniões sob liderança do Sr. Arlindo Teixeira, devidamente escudado pelo  que era seu braço direito  nesta empreitada, Sr. Mariano Guimarães e Tais, a colaboração importante dos Srs. Rafael Teixeira, Nelson de Barros, Luiz C. Teixeira, Juca Teixeira e João Oscar Fahrion e tantos outros.
Seu Marino Guimarães, retirou um empréstimo de hum mil reis na caixa dos ferroviários e adquiriu o terreno e, a partir deste momento, iniciaram a construção na forma de cotização, no local onde hoje é situado o Centro Comunitário Arlindo Teixeira ( este senhor merece uma matéria a parte, porque era um grande empreendedor, inclusive, foi o que idealizou e concretizou a rede de energia do bairro, comprando em bruto da VFRGSUL e revendendo).
 A Sociedade foi oficialmente fundada em 25 de fevereiro de 1934, tendo como seu primeiro presidente o sr. Arlindo Teixeira, oferecendo como divertimento  para os seus associados, bailes, reuniões dançantes, bolão, cancha de bocha, mesa de biliar, ping-pong, além  de um excelente local para confraternizações, que era sua churrasqueira( que muito bem lembro) quando era transferido um ferroviário ou cooperativista, ali se faziam as homenagens de despedida.
“A Sociedade teve vários blocos carnavalescos, entre os quais:” VAI COMO PODE”, “NÃO ESTOU LIGANDO”(1940), “OS ATRASADOS”(1934) “OLHA E DEIXA” (1943), os dois últimos com sua marcha própria, cujos compositores eram os integrantes do bloco.
 O Bloco  “Vai como Pode” era de casados e tinha como um dos seus componentes o casal Silvio e Etelvina Machado, pais do goleiro Machado, do Grêmio F. Porto-Alegrense.
Quando da inauguração dos pranchões de bolão da A.R. Ferroviária, o Sr. Arlindo Teixeira, juntamente com sua esposa Sra. Etelvina e autoridades, convidaram a sra. Nazira Cassep para que atirasse a bola inaugurando os pranchões.
O Bloco “Olha e Deixa” teve como a sua rainha  Srta. Reni Rodembusch e o “Sai da Frente “ uma moça com o nome de  Iris (pelo que nos consta é hoje moradora da Boa Vista).
 Dedentro da ARF formaram-se dois conjuntos musicais, o PAOLAN ( Paulo, Antoninho e Olavo), que era formado pelos três senhores, mais, o Paulo Barroso como vocalista. Enio na Bateria e José Líbano  no pandeiro. O outro conjunto era o da família Guimarães, formado pelos irmãos  Nice, Velço Antoninho Moraes, Nei Torres, Filhinho e João Faz Tudo, e no  Sax o Sr. Biagio( pai do Miruca). No bairro, existiu em famoso time amador, o Couto F.Clube, que realizava suas festas de aniversário na A.R.F. com os convites devidamente confeccionados e alertando que não seria permitido a entrada de menores de 14 anos.
A.R.F. proporcionou bailes muito interessantes ao longo dos anos, mas os que mais marcaram, foram com as presenças das orquestras “Cassino de Sevilha” e Marimbas de Cusclatan, que faziam turismo pelo  Brasil, e apresentaram-se nesta sociedade, num dia de semana.
Também atuaram em seus bailes de Carnaval as orquestra- Jaz ideal  e Batucada (antecessor do Cassino de Sta. Cruz).

 Entre os anos de 1977/ 80, foi efetuada uma reunião, com o então Prefeito Fernando Wunderlich para tratar do encerramento das atividades da A.R.F. O Sr. Velço Guimarães foi mediante, procuração representar seu pai Marino Guimarães, levando o documento que constava a propriedade do terreno da entidade e em seu nome, passava os direitos para a Prefeitura Municipal. Assim encerrou um importante ciclo cultural, de alegria e  reuniões familiares da  classe ferroviária no bairro de Ramiz Galvão.

FONTE: Jornal de Rio Pardo - 2003      Reportagem do sr. Valmir N Lopes  AHMRP