Prosseguindo a narrativa de um grande momento vivido pelo bairro de
Ramiz Galvão, vamos falar sobre a “Associação Recreativa Ferroviária”, nascida
do idealismo de uns abnegados, que sonhavam em construir um clube classista e
de característica operária. Houve sucessivas reuniões sob liderança do Sr.
Arlindo Teixeira, devidamente escudado pelo
que era seu braço direito nesta
empreitada, Sr. Mariano Guimarães e Tais, a colaboração importante dos Srs.
Rafael Teixeira, Nelson de Barros, Luiz C. Teixeira, Juca Teixeira e João Oscar
Fahrion e tantos outros.
Seu Marino Guimarães, retirou um empréstimo de hum mil reis na caixa dos
ferroviários e adquiriu o terreno e, a partir deste momento, iniciaram a
construção na forma de cotização, no local onde hoje é situado o Centro
Comunitário Arlindo Teixeira ( este senhor merece uma matéria a parte, porque
era um grande empreendedor, inclusive, foi o que idealizou e concretizou a rede
de energia do bairro, comprando em bruto da VFRGSUL e revendendo).
A Sociedade foi oficialmente
fundada em 25 de fevereiro de 1934, tendo como seu primeiro presidente o sr.
Arlindo Teixeira, oferecendo como divertimento
para os seus associados, bailes, reuniões dançantes, bolão, cancha de
bocha, mesa de biliar, ping-pong, além
de um excelente local para confraternizações, que era sua churrasqueira(
que muito bem lembro) quando era transferido um ferroviário ou cooperativista,
ali se faziam as homenagens de despedida.
“A Sociedade teve vários blocos carnavalescos, entre os quais:” VAI COMO
PODE”, “NÃO ESTOU LIGANDO”(1940), “OS ATRASADOS”(1934) “OLHA E DEIXA” (1943),
os dois últimos com sua marcha própria, cujos compositores eram os integrantes
do bloco.
O Bloco “Vai como Pode” era de casados e tinha como
um dos seus componentes o casal Silvio e Etelvina Machado, pais do goleiro
Machado, do Grêmio F. Porto-Alegrense.
Quando da inauguração dos pranchões de bolão da A.R. Ferroviária, o Sr.
Arlindo Teixeira, juntamente com sua esposa Sra. Etelvina e autoridades,
convidaram a sra. Nazira Cassep para que atirasse a bola inaugurando os
pranchões.
O Bloco “Olha e Deixa” teve como a sua rainha Srta. Reni Rodembusch e o “Sai da Frente “
uma moça com o nome de Iris (pelo que
nos consta é hoje moradora da Boa Vista).
Dedentro da ARF formaram-se dois
conjuntos musicais, o PAOLAN ( Paulo, Antoninho e Olavo), que era formado pelos
três senhores, mais, o Paulo Barroso como vocalista. Enio na Bateria e José
Líbano no pandeiro. O outro conjunto
era o da família Guimarães, formado pelos irmãos Nice, Velço Antoninho Moraes, Nei Torres,
Filhinho e João Faz Tudo, e no Sax o Sr.
Biagio( pai do Miruca). No bairro, existiu em famoso time amador, o Couto
F.Clube, que realizava suas festas de aniversário na A.R.F. com os convites
devidamente confeccionados e alertando que não seria permitido a entrada de
menores de 14 anos.
A.R.F. proporcionou bailes muito interessantes ao longo dos anos, mas os
que mais marcaram, foram com as presenças das orquestras “Cassino de Sevilha” e
Marimbas de Cusclatan, que faziam turismo pelo
Brasil, e apresentaram-se nesta sociedade, num dia de semana.
Também atuaram em seus bailes de Carnaval as orquestra- Jaz ideal e Batucada (antecessor do Cassino de Sta.
Cruz).
Entre os anos de 1977/ 80, foi
efetuada uma reunião, com o então Prefeito Fernando Wunderlich para tratar do
encerramento das atividades da A.R.F. O Sr. Velço Guimarães foi mediante,
procuração representar seu pai Marino Guimarães, levando o documento que constava a propriedade do terreno da entidade e em seu nome,
passava os direitos para a Prefeitura Municipal. Assim encerrou um importante ciclo cultural, de alegria e reuniões familiares da classe ferroviária no bairro de Ramiz Galvão.
FONTE: Jornal de Rio Pardo - 2003 Reportagem do sr. Valmir N Lopes AHMRP
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