quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

COSME DA SILVEIRA E ÁVILA


“Como reserva imprescindível ao sustento da praça havia-se fundado a Estância Real do Bojurú. Em 1738 contavam-se já nesse estabelecimento, que abrangia larga área de campos, mais de 1.500 éguas, de 2.000 vacas ‘que já se achavam corridas’, e mais de 8.000 para completar as 45.000 cabeças de gado que deveria ter a estância. Era considerável a quantidade de couros que anualmente exportava o Bojurú, enchendo todas as embarcações que demandavam a barra do Rio Grande. Não obstante Gomes Freire apostrofá-la de ‘barra diabólica’, dos últimos dias de Novembro de 1737 aos últimos de 38 ‘por ela haviam entrado 26 embarcações de vários portos, o que basta para provar a sua bondade’, dizia o Brigadeiro Silva Pais, em carta de 30 – VII – 1738.
Pelo Brigadeiro havia sido nomeado Administrador da Estância Real do Bojurú, Cosme da Silveira e Ávila. Interessante a figura desse aventureiro, tão pouco conhecido ainda, a quem os historiadores, como também a Cristóvão Pereira, dão a naturalidade de São Paulo, quando, como este, era português.
Nasceu Cosme da Silveira na Vila Nova de Tousso, ilha de São Jorge, Açores, sendo filho legítimo do Capitão-Mor da mesma Vila, Antônio da Silveira e Ávila e de sua mulher Catarina Machado de Azevedo. Vindo muito moço para o Brasil, depois de permanecer pouco tempo na Laguna, internou-se nas campanhas rio-grandenses, dedicando-se, como outros aventureiros, à passagem de gados para aquela vila. Quando o Brigadeiro Silva Pais penetrou a barra, fundando o Presídio, travou conhecimento com o tropeiro e apreciou-lhe as qualidades que o distinguiam, a sua energia e espírito de iniciativa. Organizada a Estância de Bojurú escolheu-o o Brigadeiro para dirigi-la. Aí fabricou Cosme da Silveira os primeiros queijos de que mandou amostras muito apreciadas a Silva Pais. André Ribeiro Coutinho, não estando de acordo com providências tomadas no estabelecimento pelo Administrador, mandou prender Cosme da Silveira. Este leva sua queixa ao Brigadeiro que, em expressiva carta, lhe responde dizendo-lhe do grau de consideração em que o tem (...). 
Deve-se também a Cosme da Silveira os primeiros ensaios da cultura do trigo, com resultados magníficos. Descontente com o procedimento de Ribeiro Coutinho, deixa o açoriano a Estância do Bojurú e interna-se pela campanha de Viamão, ocupando campos com gados que traz dos Pampas e é um dos fundadores daquela capela, em 1747. Quando da penetração para Rio Pardo, onde é também um dos primeiros que ali se estabelece com estância de criação de animais vacuns, é Cosme da Silveira encarregado da “Estância do Rincão Del-Rei”, onde se juntam as cavalhadas reúnas.
Em Rio Pardo, de que foi um dos fundadores, casou-se com D. Rita Josefa da Silveira, também açoriana, viúva do Capitão Francisco Machado Fagundes, dos casais povoadores dessa Vila. Teve Cosme da Silveira duas filhas nascidas no Rio Pardo, Joana e Inocência. Cosme faleceu ali, com testamento em 1767.”


Referência: PORTO, Aurélio. Jesuítas no sul do Brasil. História das Missões Orientais do Uruguai. Segunda Parte. Volume IV. Porto Alegre: Livraria Selbach, 1954. 2 ed. Revista e Melhorada pelo P. Luís Gonzaga Jaeger, S.J. p. 151-2.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

DIVERSIDADE DO VALE DO RIO PARDO

Lissi Iria Bender Azambuja
Mestranda do programa de Mestrado em desenvolvimento Regional da UNISC

O desenvolvimento só faz sentido dentro de um embasamento histórico porque a história permite falar, entender as especificidades de cada região. E para entender a diversidade existente no Vale do Rio Pardo precisamos fazer uma revisão das causas históricas que promoveram essa realidade dentro de um contexto mais amplo – o Brasil.
O Brasil foi descoberto por portugueses em 1500 e por mais de três séculos durou seu domínio. O primeiro produto a despertar-lhe a atenção foi o pau-brasil, seguido pela cana-de-açúcar, o tabaco e o algodão. Mais tarde, a partir do século XVII, o interesse econômico centrou-se na extração de metais preciosos.
Nesse contexto, o Vale do Rio Pardo, inserido no Sul do País, sem deter atrativos econômicos imediatos, fica por mais de dois séculos à margem dos interesses portugueses.
A integração do Rio Grande do Sul às demais regiões se deu de forma subsidiária e dependente, em função do gado que havia sido introduzido anteriormente pelos jesuítas nas Missões. Com a retirada desses, o gado se reproduzia livre e solto (gado chimarrão), o que suscitou interesses e promoveu a instalação das primeiras estâncias, iniciando-se assim o processo de ocupação do espaço rio-grandense.
Para ocupar o território entre Laguna e Sacramento, que era acirradamente disputado entre castelhanos e luso-brasileiros, a coroa portuguesa começou nos anos 30 do século XVIII, a distribuir sesmarias a tropeiros sedentarizados e militares reformados.
Foi nesse contexto que teve origem Rio Pardo, com a edificação do Forte Jesus Maria José, em 1752, firmando-se como base militar, transformada em centro estratégico para os interesses expansionistas portugueses.
Em 1760 chegam os primeiros açorianos, fruto de uma tentativa portuguesa de colonizar o território. Mas esses chegam numa época turbulenta, de ruptura do tratado firmado entre espanhóis e portugueses, e os casais açorianos acabam dispersos pelo território, inclusive em Rio Pardo, onde se dedicam ao cultivo de trigo para exportação. Esse empreendimento foi responsável pelo desenvolvimento de Rio Pardo e promoveu sua importância econômica, destacando o município no cenário gaúcho da época. Essa trajetória foi interrompida a partir de 1820, quando os europeus resolveram sua crise na produção de cereais e deixaram de adquirir grãos produzidos pelos açorianos. Os açorianos voltam-se então para a produção extensiva de gado.
Rio Pardo, por sua localização privilegiada junto ao Rio Jacuí, era caminho natural em direção às missões e por isso fora eleita ponto estratégico pelas forças portuguesas para desocupar os missioneiros. E sua influência e importância foram também drasticamente reduzidas com a consolidação das fronteiras meridionais do Brasil em fins do século XVIII e princípio do século XIX. Assim, sem a especialização econômica do trigo, e com pecuária apenas extensiva em regime de latifúndio, Rio Pardo perde rapidamente espaço e influência, principalmente após a independência em 1822, quando o governo imperial se empenha para trazer ao Rio Grande trabalhadores europeus, preferencialmente alemães, que começam a chegar a partir de 1824.
Em 1848 o governo imperial delega às províncias maior participação no processo de povoamento do País. Desse modo o governo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul funda a colônia de Santa Cruz e fomenta a vinda de alemães a partir de 1849. Esses vieram com suas famílias e aqui receberam pequenos lotes de terras com o compromisso de cultivá-los em regime familiar, sem utilizar mão de obra escrava.
É interessante observar que, entre as diversas etnias vindas ao Rio Grande do Sul, os alemães foram os únicos que não esperaram pelo governo para que seus filhos tivessem acesso à escola. Essa vinha antes mesmo da igreja e servia aos domingos para os ensinamentos do Senhor. O que reflete não somente o valor atribuído à educação, mas também um grande empenho na preservação de seu patrimônio cultural ameaçado pelas condições adversas a que foram submetidos.
Em seus pequenos lotes, os colonos dedicaram-se à policultura e não demorou para superarem a produção de subsistência. Principalmente o fumo e a banha, no início, alavancaram o desenvolvimento local. E assim, já em 1878, Santa Cruz tornou-se município, separando-se de Rio Pardo.
Foi portanto o êxito da produção colonial que suportou e fomentou o desenvolvimento da cidade, tanto comercial quanto industrial.
Em 1905 Santa Cruz já estava ligado a Porto Alegre por meio de uma estrada de ferro. Em 1906 já possuía rede elétrica. Também é dessa mesma época a instalação dos serviços de correio, de telefonia e de distribuição de água potável.
Diferentemente de Rio Pardo, Santa Cruz teve seu território dividido em pequenos lotes, ocupados por alemães, que trouxeram consigo uma cultura impregnada pela dedicação ao trabalho, pelo amor à terra, sem preconceitos em relação ao seu manuseio, justamente numa época em que fazia parte da tradição cultura escravista dominante no País a rejeição ao manuseio da terra, ao trabalho braças, por serem essas atividades consideradas menos dignas, legadas aos escravos até o final do século XIX.
Desse modo, com os imigrantes dedicando-se à cultura diversificada, inclusive de exportação, fomentando o comércio e a indústria, Santa Cruz Havia encontrado um caminho alternativo para o desenvolvimento, e pôde, desse modo, melhor inserir-se no contexto nacional, enquanto Rio Pardo manteve sua economia presa ao latifúndio.


Referência: AZAMBUJA, Lissi Iria Bender. Diversidade do Vale do Rio Pardo. Jornal Gazeta do Sul, Santa Cruz do Sul. 22 e 23 de abril de 2000, p. 4.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

DISSOLUÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL- Intendência de Rio Pardo - 17 de novembro de 1930. 
Comunico- vos de ordem Sr. Presidente Estado, governo provisório dissolveu Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Conselhos Municipais, ficando extintos mandatos intendentes. Deveis continuar exercício cargo, até que governo resolva sobre administração esse município. Saudações- João Fernandes Moreira, secretário Interior.... 

FONTE:  C G 193 pg.197 1930  AHMRP 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

MOVIMENTO SUBVERSIVO INTEGRALISTA - PALÁCIO DO CADETE


                  Transcrição de uns telegramas, várias páginas...

O Governo do Estado recebeu do Palácio do Cadete as duas horas da madrugada de hoje  por intermédio do Diretor Regional dos telégrafos a comunicação que irrompera  na capital da Republica um movimento subversivo  de caráter Integralista. Do fato tiveram imediato conhecimento as autoridades civis e militares sendo tomadas todas as medidas reclamadas pela situação. No edifício dos correios e telégrafos estiveram reunidas até as seis horas da manhã o Sr. Interventor  Interino, o Sr. Ministro das Relações Exteriores, senhores secretários de Estado o Sr. Comandante da Brigada Militar o Sr. Chefe de Policia  e o Sr. Diretor Regional dos Correios e Telegrafos onde em ligação direta com o Sr. General comandante da Região mantiveram constante comunicação  com o Palacio do Cadete e chefia de Policia do Distrito Federal local em que se achava desde os primeiros momentos o Sr. Coronel Cordeiro de Farias Interventor Federal  neste Estado .
A ordem foi completamente restabelecida ao amanhecer, restando inalterado no resto do país.

 Cumpre realçar a atitude de S. Exa. o Sr.  Presidente da Republica, que mais uma vez deu aos brasileiros exemplo de bravura  e inconfundível  valor pessoal . Transmito vos os seguintes despachos telegráficos que relatam em seus detalhes o que foi a brutal e indigna aventura desses transviados do dever cívico e da honra pessoal bi pontos aspas Rio 11/ 5/ 38 Urgentíssimo Dr. Maurício Cardoso  Porto Alegre pt. Há uma hora  verificou-se ataque Palácio Guanabara, Arsenal de Marinha e algumas outros pontos por grupos Integralistas armados metralhadoras,  Força Guarda Palacio desapareceu ficando Presidente Getúlio apenas com a família, Cel. Benjamim Vargas, Walter Sarmanho? E Tenente Serafim Vargas. Pelo Telefone Presidente poude comunicar autoridades achar se Palacio cercado e recebendo forte fuzilaria. Armados de revolveres mantiveram se defensiva até que coronel cordeiro de Farias nosso digno  Interventor, avisado do ocorrido, organizou na policia especial, contingente vinte praças e marchou para Palacio  onde penetrou sem que necessário  fosse dar um tiro prendendo cerca quarenta rebeldes. General Dutra procurou comparecer, mas, recebeu ferimento leve produzido por granada de mão. Casa General Goes Monteiro foi cercada. Oficial Chefe Gabinete Ministro Guerra  foi preso de surpresa em sua residência e levado em automóvel conseguindo livrar se seus detentores. Forças do exército e Marinha estiveram ao lado governo sufocando o ataque. Presidente Getúlio está cercado grande numero amigos que lhe levaram parabéns pela resistência calma, pois S. Ex. esteve nas escadarias do Palácio com os demais companheiros marmado de resolver para resistir a investida contra as portas do Palácio.Procurei Cel. Cordeiro e estive com Presidente Getúlio  o qual narrou-me a atuação brilhante e eficiente Interventor  Rio Grandense cuja calma, coragem e decisão foram cuja calma, coragem e decisão foram elogiadas por S. Exa. Tudo está normalizado e em perfeito calma voltando a tranqüilidade pública e o trafego de bondes e ônibus já se faz normalmente. Os acontecimentos citados deram se com tal rapidez que a população somente ao despertar esta manhã deles teve conhecimento ( assinado) Otacilio Pereira , Diretor Geral  Viação  Ferrea  pt.


Outra circular Interventor  Rio Grande do Sul Porto Alegre Comunicado da Secretaria da Presidente Republica Cipontos  elementos Integralistas tentaram esta madrugada um golpe de força assaltando o Palacio  Guanabara e o arsenal da  Marinha.  Ao mesmo tempo grupos isolados percorriam  cidade lançando granadas com intuito provocar pânico população . Outros em numero mais ou menos cincoenta homens  ocupavam de surpresa armados metralhadoras e granadas corpo guarda aquele Palacio . Tentaram logo depois localizados pelo parque penetrar recinto Palacio  não conseguindo diante resistência oferecida. Interior residência presidencial estavam apenas Presidente Getúlio  Vargas e pessoas família além poucos homens segurança pessoal. Palacio foi desde logo isolado pelos assaltantes. Defesa improvisada com escassos elementos  tinha frente próprio  Presidente que empunhava resolver. Imediatamente forças tomaram posição prendendo assaltantes quaes resitiram  havendo mortes.  Arsenal Marinha  foi logo depois retomado corpo fuzileiros navais efetuando se muitas prisões. Nova Intentona Integralista assumindo caráter atentado pessoal  causou profunda indignação  e por isso grande foi a massa de pessoas  que ocorreu  Palácio Guanabara restão presos vários elementos destacados Integralissimo. Notícias todo pais completa calma. (Assinado) Luiz Vergara secretário Presidencia. Foram daqui transmitidos seguintes telegramas bi pontos  Dr. Getúlio Vargas  Presidente  República Rio.  Enviamos vossencia? Irrestrita, solidariedade ante violência atentado elementos Integralistas  cuja ação nefasta visa destruição ordem legal.  Rio Grande  inteiro apóia e aplaude vossencia neste momento decisivo .  Congratulamo-nos vossencia  ter saído ileso criminoso atentado pt. Sauds. Caros. (assinado) J. Maurício Cardoso,  Walter Jobim J. P. Coelho de Souza, Oscar  Fontoura, Eduardo Marques Borges da Fonseca.  Outros Cel.  Cordeiro Farias Rio.  Congratulamo-nos vossencia  vitoria Governo pt.  Rio Grande unisons?repele conspiração Integralista estando  vigilante manutenção  ordem legal pt.  Enviamos Presidente Congratulações irrestrito apoio extensivo vossencia  pt.  Sauds.  Mauricio Cardoso  Walter Jobim  J.P. Coelho de Souza  Oscar Fontoura Eduardo Marques Borges da Fonseca. Atts. Sauds. Verney a Sec. Interventoria .
Obs. Documentos conforme original... 

FONTE: Códice Geral  n º 230, pg. 391/403 - 1938- AHMRP



PONTE TENENTE PEREIRA REGO - Ponte do Rio Pardo


Ato nº 140 de 12 de Dezembro de 1910

O Tenente Coronel Dario Lopes de Almeida, vice- presidente, em exercício  do Município  de Rio Pardo
Faço saber que o Conselho municipal de Rio Pardo  decretou e eu promulgo a seguinte Lei nº 37
 Dá o nome de Tenente Coronel Pereira Rêgo, à ponte metálica sobre o Rio Pardo.

O Conselho Municipal de Rio Pardo decreta:
Artº. 1º - Em atenção ao pedido da maioria dos assistentes, em 24 de fevereiro de 1909, à inauguração da ponte sobre o rio Pardo, damos o nome de Tenente Coronel Pereira Rêgo, a ponte metálica sobre o rio Pardo, por ter sido feito este melhoramento em sua administração.
Sala das Sessões do Conselho Municipal de Rio Pardo, 19 de novembro de 1910.
 Mando, portanto a todas as autoridades aquém o conhecimento desta Lei pertencer que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente como nela se contém.
Registre-se e publique-se
Intendência Municipal de Rio Pardo, às 3 horas da tarde do dia 12 de Dezembro de 1910.

                                Dario Lopes de Almeida- vice Intendente em exercício.

FONTE: Códice Geral n º 131, Pg. 471   Ano: 1910  AHMRP

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

FATO CURIOSO SOBRE O DESLIGAMENTO - GETÚLIO VARGAS

Fato curioso registrado pela escritora rio-pardense, a professora Marina de Quadros Resende, "menciona em seu livro que por ocasião  do desligamento de Getúlio Vargas e mais seus companheiros, a Escola formou e os desligados, a caminho da estação ferroviária que os levaria presos
para Porto Alegre, desfilou frente aos que ali permaneciam, e que Getúlio, ao passar defronte ao delator de seus colegas, jogou-lhe com um pé uma de suas botinas, razão de haver chegado a Porto Alegre com um dos pés descalços."

FONTE: Escolas Militares de Rio Pardo, Claudio M. Bento e Giorgis, 2005.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

TRAJETÓRIA DE GETÚLIO VARGAS


1883 - Nasce em São Borja, Rio Grande do Sul
1897 - Seu pai, Manoel do Nascimento Vargas, envia-o para Ouro Preto,MG, para estudar
1898 - Ingressa no 6º Batalhão de Infantaria, sediado em São Borja
1900/1902 - Frequenta a Escola Preparatória e de Tática do Rio Pardo
19903/1907 - Cursa a Faculdade de Direito, em Porto Alegre
1909 - Inicia na vida política como deputado estadual pelo PRR
1912 - Reeleito deputado estadual, renuncia a seguir ao mandato por se desentender com Borges de Medeiros
1917 - Elege-se deputado estadual
1922 - Elege-se deputado federal
1926 - Torna-se ministro da Fazenda de Washington Luís
1927 - Vence as eleições para o governo do Estado
1928/1930 - Preside o Rio Grande do Sul
1930 - Derrotado nas eleições para presidente da República, assume como chefe de uma revolução
1930/1934 - Chefia o Governo Provisório
1934 - É eleito presidente da República pela Assembléia Constituinte para um mandato de quatro anos
1937 - Instaura o Estado Novo, que vai até 1945, quando é deposto por um movimento militar
1946 - É eleito senador constituinte e deputado
1950 - Elege-se presidente da República
1954- Suicida-se com um tiro

FONTE: Uma luz para a história do Rio Grande- Rio Pardo 200 anos - Cultura, arte e memória, 103, 2010.



sábado, 11 de novembro de 2017

GETÚLIO VARGAS NA ESCOLA TÁTICA DE RIO PARDO

Em 27 de março de 1900 Getúlio Vargas ingressou na Escola Tática de Rio Pardo, destinada ao preparo dos candidatos ao ingresso na Escola Militar do Rio de Janeiro.
Sua vida escolar foi elogiável, visto que destacava-se entre os primeiros em matérias como português, francês, geografia, aritmética e álgebra. O mesmo não acontecia com inglês e desenho linear, nas quais apresentava algumas dificuldades. Frequentou a Escola durante 2 anos e meio, ao lado de colegas como Eurico Gaspar Dutra, Ildefonso Soares Pinto, Manoel de Cerqueira Daltro Filho e muitos outros nomes que posteriormente se destacaram na vida política brasileira. Mas a sua convicção em alargar a experiência do oficialato viria a sofrer uma ruptura marcada por um conflito de indisciplina militar, falta grave em instituições desta natureza. Esse acontecimento se deu no ano de 1902, denunciando um sério atrito entre um grupo de alunos e um oficial.
O modo como se desenvolveram os fatos indica que existia animosidade de alunos contra o capitão Marcos Telles Ferreira. Em 3 de maio daquele ano, à noite, por ocasião da revista de recolher ocorreram as primeiras manifestações de desacato. Realizada a chamada, alguns alunos responderam por colegas ausentes. O oficial manda fazer uma nova chamada. Observa-se um barulho excessivo provocado pelas botinas no soalho, o que foi interpretado pelo capitão como ato de desconsideração. Ocorreu ainda, depois do toque de silêncio, ter um grupo de alunos, munidos de copos e canecas, descido as escadas reclamando água para beber (...).”


Referência: MEDEIROS, Laudelino. Getúlio Vargas na Escola de Rio Pardo. Revista do IHGRGS, nº 132. Porto Alegre, 1997. 

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

SOCIEDADE DA BOA HARMONIA


Ilmos Vereadores da Câmara Municipal

Os abaixo assinados, autorizados pelos indivíduos que  compõem a Sociedade da Boa Harmonia participam a Vossa  Senhoria que a Companhia Estrangeira de dançarinos na Corda e de Equilíbrios, pediu à Sociedade que lhe concedesse  o Theatro para ali fazer suas funções, oferecendo á benefício do mesmo Theatro a quarta parte do produto de cada récita.
A Sociedade negou constantemente tal concessão por receio de que não fosse ludibriada a casa oferecendo-se nela espetáculos por dinheiro, e que por isso sofresse algum insulto. Constatando, porém a Sociedade a mendigues em que existem os desgraçados expostos, e desejando a muito exercitar para com estes infelizes, a sua filantropia, lançou mão desta ocasião, avisando-a Charini, diretor da Companhia de equilíbrios que recorressem a VV. SS que lhe franqueassem o Theatro com a mesma proposta que nos fez, e nos rogamos hajão de aceitar a oferta dele porque pomos a disposição de VV. SS. O THEATRO com a Condição que a quarta parte das receitas que fizerem, reverta a benefício dos Expostos, dignando-se nomearem VV. SS. Hum Membro que vigie cautelosamente nas contas que deve prestar Charini, para que não desfrute ele da concepção do Theatro para tão pudozo fim, e fiquem iludidas os sentimentos benéficos da Sociedade da Boa Harmonia.
Pede  esta  a VV SS mandem  ao juiz de paz, e mesmo que essa Camara vigie que seja conservado respeito á casa  e o decoro até agora seguido nas funções particulares, evitando os abusos que se praticam nos Theatros Públicos, o que se  poderá conseguir por hum anúncio  posto na porta do Theatro. Pede mais que se faça público que a Sociedade  ofereceu o Theatro e para que fim. 



Deos Guarde a VV. SS. Rio Pardo 28 de junho de 1831.  O Coronel Felipe Neri... O Major Belchior da Costa Rebelo Correa da Silva......

FONTE: CÓDICE GERAL (CG)  Nº  21  pg. 150   Ano, 1831

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

REGISTRO DE UM TERRENO- PRAÇA DOS QUARTÉIS


Registro de um título  de terreno passado a Manoel  Thomaz do Nascimento sito no canto da Praça dos Quartéis.
 Ilmo. Snr. Marechal Governador – Diz Manoel Thomas do Nascimento  Morador  na Fronteira do Rio Pardo, que ele quer construir uma morada de Casa  em um terreno que se acha devoluto na frente da Praça dos Quartéis fazendo canto na rua da Ponte cujo terreno tem oitenta palmos de frente norte , e oitenta ditas fazendo frente a Leste com os seus fundos competentes e como as quer possuir com seus legitimos, títulos, portanto para q. seja  servido conceder-lhos Ereceberá  Merce- Informe o Tenente  Coronel  Comandante  da Fronteira do Rio Pardo Porto Alegre , 17 de junho de 1794. Estava a Rubrica do Governador  Sebastião Xavier da Veiga de Saldanha declarando se o suplicante é de número dos assinantes . Rio Pardo 28 de junho de 1794- Camara – Senhor  Tenente Coronel  Comandante= O chão que o Suplicante requer neste  requerimento está situado na Esquina que forma o lado do sul da Praça dos Quartéis com o seguimento da rua da Ponte a este  chão compete –lhe a frente de setenta palmos ao  Norte para a Praça, e cento e vinte de fundos  ao Sul que frentião a Leste  a dita rua da Ponte. Este chão é dos assinantes de maior quantia e como tal o não quiz Agostinho Pinto Ribeiro  que tão bem o pretendia; acha-se devoluto e o suplicante  tem posses para ser dos ditos assinantes . He o quanto posso informar a vossa mercê. Rio Pardo 23 de julho de 1794. José de Saldanha Capitão, Engenheiro Ilmo. Senr. Marechal Governador = O Terreno que o Suplicante requer se acha devoluto e nos ternos de V. S. lhos conferir, sendo servido, Rio Pardo 2 de outubro de 1794. Patrício José Correa da Camara  Tenente Coronel  Comandante Concedo ao Suplicante sem prejuízo de terceiros,  o terreno mencionado neste requerimento. Porto Alegre 14 de outubro de 1794 Estava a Rubrica do Governador Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara = Rio Pardo 10 de julho de 1849.           Secretário Feliciano  José Coelho

FONTE: TRANSCRIÇÃO DE DOCUMENTOS  LIVRO DE REGISTRO GERAL ( RG ) Nº 16 - 308, pg. 113 v./ 114  Ano: 1829/78 - AHMRP

QUARTÉIS

PEDRO CASTELO SACARELO 1941.
...Quartéis de Rio Pardo, ampliado convenientemente sob as vistas do General Gomes Freire de Andrade, em 1752, diremos que devido ao estado de agitação dos índios contra os portugueses e espanhóis na fronteira, foi grande, desde início,  o movimento de tropas vindas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, para de Rio Pardo seguiram aos campos de batalha. Depois de instaladas as tropas nos Quartéis, construídos ao redor do Alto da Fortaleza e criados as enfermarias e outros prédios nas imediações dos primeiros, foram procuradas acomodações para as famílias dos oficiais e subalternos ao longo das vias de comunicação para o interior da Praça, denominada dos Quartéis, e de saída para a Fronteira; mas de maneira a serem observadas as formalidades exigidas pelo governo de Portugal, de dar sempre aos núcleos militares,  ou de povoadores civis criados a feição de Povoação nova, com suas ruas, praças e lugares para Igreja, cemitério e outros estabelecimentos públicos.
Relatos transcritos para IBGGE, pg. 05, 1941. AHMRP


FONTE: Pedro Castelo Sacarello( transcrição de um documento, pg. 05, 1941)

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

QUARTEL DE RIO PARDO

Em 1803 o Quartel de Rio Pardo tinha sob sua responsabilidade “os acontecimentos de uma vasta parte do Rio Grande”, era um órgão fiscalizador e mantenedor da ordem. Os problemas desta administração iam além das atribuições militares e enfrentavam inúmeros problemas, como a demora na entrega de cartas e ofícios, que retardavam ou impediam o cumprimento de determinações oficiais, afinal eram extensões enormes a serem vencidas. No Quartel, faltavam desde o alimento até fardas, munições e armas.
Além disto era preciso superar desde a falta de material para os trabalhos de olaria e serraria até   grandes enchentes que impediam a circulação de pessoas e cumprimento de ordens oficiais. Era difícil conseguir quem se encarregasse de transportar farinha para as Missões e para os postos avançados e faltava tudo, carne, farinha, ferramentas, panelas, mantimentos, arreios, espadas, couro, lençóis, colchões e cobertas até para o hospital militar. A fome entre os soldados das Missões era comum, escravos fugiam, ladrões de cavalos e gado assolavam os campos. Os soldos atrasavam, soldados se revoltavam ou desertavam.
Em 1804 tantas dificuldades já haviam feito surgir em Rio Pardo serrarias, olarias e caieiras, que vendiam seus produtos para as construções necessárias, como a reedificação do Hospital Militar.
Tropas espanholas e índios vagueavam pelos campos, causando conflitos e estado permanente de alerta para os militares encarregados de defender as terras conquistadas, encarregados de coibir o contrabando e vigiar o gado. O clima era de violência e insegurança e persistiam os problemas de desabastecimento: continuavam faltando munição, armas, alimentos, roupas.
Os chefes militares tinham atribuições além de suas funções regulares: “se lhes incumbiam providências variadíssimas, até em matéria de exportação e importação.” (LAYTANO, 1949, p. 20).
No ano de 1806 um ofício do Tenente-Coronel Patrício Correia da Câmara, comandante da fronteira, em Rio Pardo, mostra a interferência militar inclusive nos assuntos religiosos, ao tratar “sobre a criação da Ordem Terceira da Penitência e construção de uma capela do Senhor dos Passos; desavença dos irmãos da Ordem com os protetores da dita capela; os irmãos resolvem construir uma capela-mor”. Nesta época o Quartel do Rio Pardo intervinha na região missioneira, em territórios do atual Uruguai, em assuntos militares, econômicos e religiosos.
Os problemas do comando do Quartel se multiplicavam: captura de uma mulher casada, de um índio que assassinara um menino, atritos entre oficiais do Quartel, atraso e violação de correspondências oficiais: uma enorme anarquia entre as forças sediadas no Rio Grande do Sul! E o Quartel de Rio Pardo acabava sendo impotente para resolver os problemas devido, principalmente, às grandes distâncias. E tudo isto se somava aos problemas corriqueiros do Quartel: falta de condições para promover os necessários exercícios de cavalaria, falta de pagamento dos soldos, problemas com gêneros para alimentar as tropas, carência de operários e soldados técnicos, falta até de fardamento.
E ainda era preciso controlar os povoadores da fronteira, que abandonavam seus estabelecimentos e gado; rebelião de índios; comércio ilícito; mortes e prisões de índios por oficiais portugueses; captura de escravos fugitivos; penetração de forças espanholas e portuguesas em territórios contrários. A insegurança era alarmante.
No ano seguinte o Quartel ainda teve de administrar o extenso território e mais a fronteira castelhana, diante da eminência de uma guerra entre Portugal e França aliada à Espanha. Faltavam oficiais no Quartel, o contrabando e os furtos eram freqüentes, faltavam cavalas e espadas e o armamento disponível era precário. E esta situação ainda permaneceu por algum tempo, apesar de já ter sido criada administrativamente a Vila de Rio Pardo.

REFERÊNCIA
LAYTANO, Dante de. O quartel de Rio Pardo, Regimento de Dragões e conquista das Missões. Pequena memória de história militar capitaria[1]. 1807 – 1819. Porto Alegre: separata dos Anais da Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 1949. 31 páginas.






[1] Imposto, que se paga por cabeça. (http://www.dicionarioweb.com.br/capita%C3%A7%C3%A3o/); impor capitação (exigir imposto). (http://www.dicionarioinformal.com.br/capitar/

domingo, 29 de outubro de 2017

O MUSEU DE ARTE SACRA

           

As imagens doadas pelo vice- ministro da Ordem Terceira são as peças mais valiosas do acervo. Consistente de seu valor, o doador estabeleceu como cláusula a proibição de as “removerem para outra capela ou igreja, perdendo a Ordem o direito a elas, e passando ao poder de quem as pediu no momento em que foram emprestadas”(pg.14 do Livro Especial da Ordem).
O acervo inclui um Cristo Crucificado  e São Francisco de Assis no altar-mor;  o Santo do Pau Oco, Crucifixo de marfim na cruz de jacarandá; um missal impresso em Lisboa em 1784 e um porta missal articulado, feito de uma peça só.
Inaugurado em 1975 o Museu encontra-se em estado de abandono com risco de desabamento do telhado. Em abril de 1996 fundou-se a Associação dos Amigos do Museu de Arte Sacra(AMAS) com a finalidade de buscar recursos para sua restauração  e reabilitação. Com apoio dos Amigos em Rio pardo  e muitos outros espalhados em outras cidades, o Museu foi restaurado, recebeu iluminação nova e foi entregue a comunidade em abril de 2001. A Prefeitura Municipal cede dois funcionários e mantém o Museu aberto à visitação.
O Museu de Arte Sacra na Igreja São Francisco em Rio Pardo é um dos mais valiosos pela beleza e detalhes de suas peças em tamanho natural.


                       ARQUITETURA COLONIAL- RIO PARDO

A arquitetura feita no Rio Grande do Sul durante os séculos XVIII  e XIX, não teve a grandiosidade da arquitetura encontrada em Minas Gerais, Bahia ou Rio de Janeiro. A colonização foi feita por gente pobre e com dificuldades. O próprio fixar-se na terra era duvidoso devido às guerras contínuas, quase um estado de beligerância permanente. Por isso, realizaram uma arquitetura à maneira deles, uma arquitetura como a que traziam na memória de além-mar, com os elementos e os processos de construção consagrados pela tradição. O valor dela reside precisamente no fato de ter sido assim, sem recursos oficiais e sem a assistência de mestres e artesãos, o que era freqüente em Minas, na Bahia e no Rio Janeiro.

FONTE: MUSEU DE ARTE SACRA DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO – RIO PARDO - RS FOLHETO DA IGREJA - AHMRP



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

IGREJA SÃO FRANCISCO

A Igreja São Francisco de Assis é um dos mais antigos templos existentes no Rio Grande do Sul, construída em 1785 e tendo como encarregado de sua construção os açorianos Manuel de Macedo Brum e Matheus Simões Pires. A obra foi inaugurada em 1812, possuindo em seu interior as mais belas imagens do Rio Grande do Sul da estatuária barroca. Representam elas os cinco principais passos da Via-Crúcis, de perfeitas linhas anatômicas e beleza artística, admiradas por todos que as visitam. Encontra-se lá também imagem do seu Padroeiro ajoelhado diante do Crucificado com os braços abertos mostrando os estigmas nas mãos e nos pés, além de abrigar um dos três únicos conjuntos de Nossa Senhora da Boa Morte e Nossa Senhora da Glória, existentes no Brasil, e também a sepultura de Felisberto Pinto Bandeira, Ministro da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.


A Igreja é mantida pela Associação Zeladora da Igreja São Francisco de Assis, fundada em 14 de maio de 1947, pelos amigos da Ordem Terceira de São Francisco.
Foi tombada em 24 de maio de 2007, através do Decreto Municipal nº 26 da Prefeitura Municipal de Rio Pardo.

Os anos passaram, e a partir de 1947, a Associação Zeladora desenvolve ações para salvar o seu patrimônio histórico. Dentre as inúmeras ações desenvolvidas, registro especial deve-se dar o processo de usucapião que desenvolveram para que a posse do terreno passasse para a Mitra Diocesana de Santa Cruz do Sul, como forma de possibilitar o encaminhamento de projetos para a obtenção de recursos junto as leis de incentivo.

FONTE: AHMRP

terça-feira, 17 de outubro de 2017

II - TRATAMENTO DO ESCRAVO NO ESTADO


Dados de historiadores revelam que ao longo dos tempos o escravo em território rio-grandense sofreu menos violência que os demais no resto do país, devido a liberdade que recebia nas lidas campeiras. O professor descobre que os escravos eram apegados as suas famílias. “Se passassem da fronteira seriam livres, já que o capitão do mato não poderia capturá-los. Então as pessoas se perguntam o porquê de não fugiram se tinham tanta liberdade nos campos? A explicação era o apego muito grande que tinham com a família”. Além deste estreitamento dos laços familiares, Petiz descobriu que os negros que por aqui eram escravizados, tinham muita liberdade tratando-se de mobilidade. Frequentavam outras senzalas, estâncias e até participam de festas religiosas. De modo geral a estratégia dos mesmos era amenizar a dor e sofrimento através da busca de garantias aos seus traços de ser humano. ”O escravo não era uma peça. Era um sujeito que pensava, agia e reagia”, explicou. Muitos deles faziam greve para a manutenção de pequenos ganhos cotidiana como comida, roupa etc.”Era uma vida dura, difícil, mas utilizava-se de estratégias para manterem sua existência”.
Pesquisa: Nestes anos de pesquisa, o historiador vem coletando dados nos arquivos históricos de Rio Pardo, Cachoeira do Sul e Porto Alegre, na Cúria Metropolitana e Arquivo Público na capital. Em muitas etapas o trabalho foi feito,  um trabalho meticuloso de pesquisa.

FONTE:  JORNAL RIO PARDO 27/28/07/2007 AHMRP


ESCRAVOS RIOPARDENSES I

Professor Silmei S Petiz, pesquisou 15 anos sobre a escravidão para escrever sua tese de Doutorado na área de história social com ênfase na família escrava... "As fugas de escravos da Província de São Pedro para além -fronteira(1815-1851)"... Petiz pesquisou verdadeiras relíquias como os inventários, quem habitava nas nas principais ruas de nossa cidade, quem foram os padres que por aqui passaram, dados sobre nossos templos religiosos, a Irmandade, as doenças que levavam a óbitos, hábitos religiosos, base econômicas e outros. "Rio Pardo é uma grande área de miscigenação. Devemos lembrar que não foram só os lusitanos que aqui chegaram, mas também existe grande influência indígena e negra neste município"..."Muito antes dos açorianos, já existiam por aqui negros escravizados que vieram junto com militares para a construção do Forte, acompanhado o exército demarcador de Gomes Freire de Andrade"... Para se ter uma ideia da importância do negro, sem menosprezar a presença do açoriano, em 1755 começaram os registros do Frei Faustino Santo Alberto que veio para cá para dar assistência aos filhos de açorianos, mas o primeiro registro que acabou fazendo na capela Jesus Maria José, inclusive sendo este o primeiro registro de nascimento de Rio Pardo, foi duas gêmeas escravas", disse. "Ao longo de toda a metade do século 18, Rio Pardo foi um dos maiores centros escravistas do Estado". cont.


FONTE: Entrevista com Historiador - Jornal Rio Pardo, 27/28 julho/2007- AHMRP

terça-feira, 10 de outubro de 2017

RIO PARDO 208 ANOS

Rio Pardo início do povoamento 1750.
Vila e sede de município: Provisão de 07 de Outubro de 1809.
Instalação do Município: 20 de maio de 1811.
Cidade: Lei nº 3 de 31 de março de 1846. 
O Forte foi construído por volta de 1752, se pensarmos a partir do Forte, Rio Pardo tem 265 ou 267 anos de existência, se pensarmos em certidão (Divisão Administrativa da Província de São Pedro- 1809) NOSSA CIDADE tem 208 anos.
FONTE: FEE, 1981- POA      AHMRP

POVOAÇÕES E NECESSIDADES DE CARGOS PARA GOVERNANÇA

Cont.  do mapa estatistico II

OBSERVAÇÃO GERAL

Nenhuma destas Povoações esta nas condições de ser Vila pela falta que ainda há de gente enormemente para cargos de Governança, nascida para educação que é geral, e por isto parece de absoluta necessidade a criação de escolas públicas. Nelas o roubo, o assassínio, e mais crimes são frequentes o que é devido primariamente a falta de civilização e religião secundariamente a certeza que tem os delinquentes de ficarem impunes, em consequência da longitude, grande obstáculo que se encontra para a boa administração da justiça e pela proteção que encontrão nas quatro comunidades o que se poderá remediar, primeiro com a missão de verdadeiros pastores da Igreja, quanto ao segundo com a criação de algumas Vilas, reduzindo a quatro os dois grandes termos de Rio Pardo, e Cachoeira anexando-se esta a quantia por não distarem Huma da outra mais que nove leguas, e criando-se uma em Cassapava, cuja População vai crescendo em consequência da Mineração, outra em Alegrete, e outra em São Francisco  de São Borja em lugar da de São Luiz da Leal Bragança mandada crear por Alvará de 13 de outubro de 1817 regulando-se o seo nº da enquirição que se acha regulado para esta, concedendo-se  para subsistencia de suas Camaras algumas sesmarias de campo, das que por alguém são possuidas  sem titulo legitimo. D este modo  a justiça será melhor administrada : os D eligentes não passarão  a salvo entre os Cidadãos pacíficos; e os Povos não terão de caminhar muitas vezes cem legoas a buscar  seos recursos- tem  esta Vila casa de Camara  própria, e cadeia posto quer pequenas, e não tem aposentadoria, em consequência  de sua pobresa, pois que seos diminutos rendimentos que não excedem a 600 $000 reis anuais, não são bastantes para se pagar aos ofíciaes dela, e sustentação dos expostos, que sobre maneira pesão sobre ela, achando-se a mesma alcançada em mais de 4 contos de Pelo que pede esta Camara a S.M.I.Haja de extender sobre ela Secas Paternaes Desvelos, Facilitando-lhe meios  de sua subsistencia- os dois principaes ramos da administração da Justiça a saber, orfãos e crime são os que mais abusos admitem, em consequência dos motivos já ponderados, do que resulta haverem muitos dever por se tirar
A imensidade de contas por tomar aos Tutores, e alguns Inventores fazerem principiados, e não concluidos apesar das deligencias que se fazem o que se pode evitar como já se disse com a criação de novas Vilas nas mencionadas Povoações. 

Observação: A escrita esta conforme documento original.

FONTE: Códice Geral- CG - 16 - 1826   pag. 104 AHMRP





segunda-feira, 2 de outubro de 2017

IMAGEM DA ESTAÇÃO DE RAMIZ GALVÃO EM RIO PARDO-RS


 Comunidade de Ramiz Galvão.

A ERA ROMÂNTICA QUE FEZ A HISTÓRIA DE UMA COMUNIDADE III


Prosseguindo a narrativa de um grande momento vivido pelo bairro de Ramiz Galvão, vamos falar sobre a “Associação Recreativa Ferroviária”, nascida do idealismo de uns abnegados, que sonhavam em construir um clube classista e de característica operária. Houve sucessivas reuniões sob liderança do Sr. Arlindo Teixeira, devidamente escudado pelo  que era seu braço direito  nesta empreitada, Sr. Mariano Guimarães e Tais, a colaboração importante dos Srs. Rafael Teixeira, Nelson de Barros, Luiz C. Teixeira, Juca Teixeira e João Oscar Fahrion e tantos outros.
Seu Marino Guimarães, retirou um empréstimo de hum mil reis na caixa dos ferroviários e adquiriu o terreno e, a partir deste momento, iniciaram a construção na forma de cotização, no local onde hoje é situado o Centro Comunitário Arlindo Teixeira ( este senhor merece uma matéria a parte, porque era um grande empreendedor, inclusive, foi o que idealizou e concretizou a rede de energia do bairro, comprando em bruto da VFRGSUL e revendendo).
 A Sociedade foi oficialmente fundada em 25 de fevereiro de 1934, tendo como seu primeiro presidente o sr. Arlindo Teixeira, oferecendo como divertimento  para os seus associados, bailes, reuniões dançantes, bolão, cancha de bocha, mesa de biliar, ping-pong, além  de um excelente local para confraternizações, que era sua churrasqueira( que muito bem lembro) quando era transferido um ferroviário ou cooperativista, ali se faziam as homenagens de despedida.
“A Sociedade teve vários blocos carnavalescos, entre os quais:” VAI COMO PODE”, “NÃO ESTOU LIGANDO”(1940), “OS ATRASADOS”(1934) “OLHA E DEIXA” (1943), os dois últimos com sua marcha própria, cujos compositores eram os integrantes do bloco.
 O Bloco  “Vai como Pode” era de casados e tinha como um dos seus componentes o casal Silvio e Etelvina Machado, pais do goleiro Machado, do Grêmio F. Porto-Alegrense.
Quando da inauguração dos pranchões de bolão da A.R. Ferroviária, o Sr. Arlindo Teixeira, juntamente com sua esposa Sra. Etelvina e autoridades, convidaram a sra. Nazira Cassep para que atirasse a bola inaugurando os pranchões.
O Bloco “Olha e Deixa” teve como a sua rainha  Srta. Reni Rodembusch e o “Sai da Frente “ uma moça com o nome de  Iris (pelo que nos consta é hoje moradora da Boa Vista).
 Dedentro da ARF formaram-se dois conjuntos musicais, o PAOLAN ( Paulo, Antoninho e Olavo), que era formado pelos três senhores, mais, o Paulo Barroso como vocalista. Enio na Bateria e José Líbano  no pandeiro. O outro conjunto era o da família Guimarães, formado pelos irmãos  Nice, Velço Antoninho Moraes, Nei Torres, Filhinho e João Faz Tudo, e no  Sax o Sr. Biagio( pai do Miruca). No bairro, existiu em famoso time amador, o Couto F.Clube, que realizava suas festas de aniversário na A.R.F. com os convites devidamente confeccionados e alertando que não seria permitido a entrada de menores de 14 anos.
A.R.F. proporcionou bailes muito interessantes ao longo dos anos, mas os que mais marcaram, foram com as presenças das orquestras “Cassino de Sevilha” e Marimbas de Cusclatan, que faziam turismo pelo  Brasil, e apresentaram-se nesta sociedade, num dia de semana.
Também atuaram em seus bailes de Carnaval as orquestra- Jaz ideal  e Batucada (antecessor do Cassino de Sta. Cruz).

 Entre os anos de 1977/ 80, foi efetuada uma reunião, com o então Prefeito Fernando Wunderlich para tratar do encerramento das atividades da A.R.F. O Sr. Velço Guimarães foi mediante, procuração representar seu pai Marino Guimarães, levando o documento que constava a propriedade do terreno da entidade e em seu nome, passava os direitos para a Prefeitura Municipal. Assim encerrou um importante ciclo cultural, de alegria e  reuniões familiares da  classe ferroviária no bairro de Ramiz Galvão.

FONTE: Jornal de Rio Pardo - 2003      Reportagem do sr. Valmir N Lopes  AHMRP

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

RELAÇÃO DE EXPOSTOS, PERTENCENTES À VILA RIO PARDO E SEU TERMO



Rita, exposta em casa de Mauricio José de Souza, da freguesia de Taquari, em 12 de Setembro de 1810.
Manuel, exposto em casa de Felippa Romeiro, em Rio Pardo, a vencer seu ordenado, desde 10 de março de 1816.
Esmeria, exposta em casa de José Jacintho de Oliveira, morador em Rio Pardo, em 27 de fevereiro de 1809, vai pagar, digo em 1809.
Manuel, exposto em casa da viúva Anna Duarte, da freguesia da caixoeira e existe, criando-se em casa de Joaquim Pereira de Barros, em 1º de maio de 1807, e principiou seu ordenado desde 14 de junho de 1809, em diante, recebeu o mesmo Joaquim Pereira de Barros salário de vestiário, vendido, até o 1º dia.
Joaquim, exposto em casa de Joaquim Antonio de Miranda,da freguesia de Taquari, em 24 de outubro de 1808, e pago de salário de sua criação, evistiaria, até 24 de setembro de 1809.
Maria, exposta em casa de Alexandre José Machado, morador em Rio Pardo, em 19 de junho de 1806, pago da criação, evestiario, até19 de janeiro de 1810.
Constancio, exposto em casa de Parchoal Rodrigues da Silva, morador em Rio Pardo, em 17 de janeiro de 1805; pago da criação, evestiario, até 17 de fevereiro em 1810.
David, exposto em casa de João Francisco de Campos em 5 de novembro de 1805, pago do salário de sua criação, até 16 de março de 1810, e da vestiaria, até 16 de fevereiro da mesma.
Jesuína, exposta em casa de João Rodrigues Ba, em 5 de novembro de 1805, pago até 30 de setembro de 1809
 Levam a competente barra no livro das matriculas, Porto alegre, 13 de agosto de 1811.

FONTE: CG - 0, página 24/25 - 1811, Lourenço Junior de Castro AHMRP









MAPA ESTATÍSTICO DA VILA DE RIO PARDO


MAPA ESTATÍSTICO da Vila de Rio Pardo contendo todas as povoações do seu termo e mais quesitos da Portaria da Intendência de Estado dos Negócios da Justiça de 18 de novembro  de 1825, exigido por oficio  do Desembargador  Ouvidor Geral da Comarca de 07 de abril deste corrente ano  de 1826.

NOME DAS POVOAÇÕES - VILA DO RIO PARDO
1-Povoações – Fogos (Casa ) Rio Pardo- 730, São Jose de Taquari – 320, De Santo Amaro -262, Capela da Sta. Barbara da Encruzilhada – 244, Capela de S. José de Camaquam -101, De Sta. Ana 53, Capela de S. Sebastião de Bagé-347, Os Sete Povos das Missões 485.

MODO DE VIDA – comércio,  criação de gado vacum....cavalar , muito pouco lanígero e lavoura.
QUALIDADE DE LAVOURA- milho, feijão, alguma mandioca e hoje pouco trigo em conseqüência das estações.
INDÚSTRIA- algum curtume de couros e tecidos ordinários de ........e algodão e engenhos d’água  de serrar.
USOS, COSTUMES E MODO  POLITICO DE PENSAR- adaptam o sistema atual  porque no geral são pouco obedientes as justiças, em conseqüência da Educação e preponderância  Militar.
DISTANCIAS – Esta Vila cujo clima é saudável, esta 21 léguas ao Poente da Cidade de Porto alegre, sobre a embocadura do Rio que lhe dá o nome e tem juiz de fora.
Neste documento  tem mais informações que se encontram no AHMRP.


FONTE:TRANSCRIÇÃO  DO CÓDICE GERAL (CG) N º 16 - 1826  pg. 103/104, AHMRP

terça-feira, 26 de setembro de 2017

PROVISÃO DE AJUDANTE DE CORREIO EM RIO PARDO

Pesquisando no Arquivo Histórico Municipal encontrei muitos documentos importantes,  entre os quais um Edital de nomeação de um ajudante para o correio na Vila de Rio Pardo, na metade do século XIX.
 Rio Pardo teve sua origem no Tratado de Madri (1750). Foi uma das quatro primeiras  Vilas da Província de São Pedro.(1809). Em 1811 foi instalada a Câmara Municipal e em 1846 a Vila foi elevada a categoria de Cidade.
"Dom Pedro por graça de Deus e Unanime Aclamação dos Povos  Imperador
 Constitucional e Defensor  Perpétuo do Império do Brasil:  Faço saber aos que a presente virem, que sendo necessário nomear-se uma pessoa que sirva o lugar de ajudante do correio da Vila de Rio Pardo que se acha vago pela demissão que pediu João Pereira Monteiro que o exerçia, e atendendo a ? pedir  Venancio Jose Chaves lhe manda-se passar Provisão para servir gratuitamente em quanto eu o houver por bem, e não mandar o contrário: Pelo que mando ao Administrador do dito Correio e deixe servir dando-lhe posse e juramento de que se lavrará termo nas atas desta, registrando-se a Secretaria da Junta da Fazenda Pública e mais partes que tocar. O Imperador Constitucional o mandou por Joze Egidio Gordilho de Barbuda Presidente da Província, e da Junta da Fazenda Pública. Antonio Joze Pedroso a fez em 7 de abril de 1826. Porto Alegre, 6 de abril de 1826". 

FONTE: Coluna do Arquivo Histórico- Recordando o Passado- JRP- 2002
              LRGC- nº 308, pg. 09, ano:1826

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

SOCIEDADE DA BOA HARMONIA


Ilmos Vereadores da Câmara Municipal
Os abaixo assinados, autorizados pelos indivíduos que  compõem a Sociedade da Boa Harmonia participam a Vossa  Senhoria que a Companhia Estrangeira de dançarinos na Corda e de Equilíbrios, pediu à Sociedade que lhe concedesse  o Theatro para ali fazer suas funções, oferecendo á benefício do mesmo Theatro a quarta parte do produto de cada récita.
A Sociedade negou constantemente tal concessão por receio de que não fosse ludibriada a casa oferecendo-se nela espetáculos por dinheiro, e que por isso sofresse algum insulto. Constatando, porém a Sociedade a mendigues em que existem os desgraçados expostos, e desejando a muito exercitar para com estes infelizes, a sua filantropia, lançou mão desta ocasião, avisando-a Charini, diretor da Companhia de equilíbrios que recorressem a VV. SS que lhe franqueassem o Theatro com a mesma proposta que nos fez, e nos rogamos hajam de aceitar a oferta dele porque pomos a disposição de VV. SS. o Theatro com a Condição que a quarta parte das receitas que fizerem, reverta a benefício dos Expostos, dignando-se nomearem VV. SS. Hum Membro que vigie cautelosamente nas contas que deve prestar Charini, para que não desfrute ele da concepção do Theatro para tão pudozo fim, e fiquem iludidas os sentimentos benéficos da Sociedade da Boa Harmonia.
Pede  esta  a VV SS mandem  ao juiz de paz, e mesmo que essa Camara vigie que seja conservado respeito á casa  e o decoro até agora seguido nas funções particulares, evitando os abusos que se praticam nos Theatros Públicos, o que se  poderá conseguir por hum anúncio  posto na porta do Theatro. Pede mais que se faça público que a Sociedade  ofereceu o Theatro e para que fim. 
Deos Guarde a VV. SS. Rio Pardo 28 de junho de 1831.  O Coronel Felipe Neri...

FONTE:CÓDICE GERAL (CG)  Nº  21  pg. 150   Ano, 1831. AHMRP

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

TERRENO PRAÇA DOS QUARTÉIS


Registro de um título  de terreno passado a Manoel  Thomaz do Nascimento sito no canto da Praça dos Quartéis.

 Ilmo. Snr. Marechal Governador – Diz Manoel Thomas do Nascimento  Morador  na Fronteira do Rio Pardo, que ele quer construir uma morada de Casa  em um terreno que se acha devoluto na frente da Praça dos Quartéis fazendo canto na rua da Ponte cujo terreno tem oitenta palmos de frente norte , e oitenta ditas fazendo frente a Leste com os seus fundos competentes e como as quer possuir com seus legitimos, títulos, portanto para q. seja  servido conceder-lhos Ereceberá  Merce- Informe o Tenente  Coronel  Comandante  da Fronteira do Rio Pardo Porto Alegre , 17 de junho de 1794. Estava a Rubrica do Governador  Sebastião Xavier da Veiga de Saldanha declarando se o suplicante é do nº dos assinantes .Rio Pardo 28 de junho de 1794- Camara – Senhor  Tenente Coronel  Comandante= O chão que o Suplicante requer neste  requerimento está situado na Esquina que forma o lado do sul da Praça dos Quartéis com o seguimento da rua da Ponte a este  chão compete –lhe a frente de setenta palmos ao  Norte para a Praça, e cento e vinte de fundos  ao Sul que frentião a Leste  a dita rua da Ponte. Este chão é dos assinantes de maior quantia e como tal o não quiz Agostinho Pinto Ribeiro  que tão bem o pretendia; acha-se devoluto e o suplicante  tem posses para ser dos ditos assinantes . He o quanto posso informar a vossa mercê. Rio Pardo 23 de julho de 1794. José de Saldanha Capitão, Engenheiro Ilmo. Senr. Marechal Governador = O Terreno que o Suplicante requer se acha devoluto e nos ternos de V. S.  lhos conferir, sendo servido, Rio Pardo 2 de outubro de 1794. Patrício José Correa da Camara  Tenente Coronel  Comandante Concedo ao Suplicante sem prejuízo de 3ºs , o terreno mencionado neste requerimento. Porto Alegre 14 de outubro de 1794 Estava a Rubrica do Governador Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Camara = Rio Pardo 10 de julho de 1849.           Secretário Feliciano  José Coelho

TRANSCRIÇÃO DE DOCUMENTOS  DO AHMRP

FONTE:  LIVRO DE REGISTRO GERAL- RG  Nº 16, Nº antigo 308, pg. 113 v. e 114
 Ano 1829/78

A ERA ROMÂNTICA QUE FEZ A HISTÓRIA DE UMA COMUNIDADE II

Grêmio Ramiz Galvão- tinha sede na rua Manoel Correa da Câmara ( ao lado da casa do Sr. Noé Torres) . Era uma sociedade frequentada pelas pessoas de cor morena, sendo conhecido como" clube das Morenas", todo feito em madeira , parte do prédio está junto a sede do Couto F.C. O Clube foi fundado aproximadamente em 1938/40 e teve como presidentes os senhores: João Pedro da Rosa (que animava as reuniões dançantes e bailes, tocando clarinete, junto com outros músicos da época). Eram músicos Martino Teixeira- Clarinete- Olavo Santos e João Manoel - gaiteiros, seu Zequinha e Jardelino Camargo (irmãos) tocavam bandoneon e violino,respectivamente. O Clube possuía uma bateria, onde estava escrito"Jazz Ramiz Galvão".
Promoviam bailes pré e de carnaval. Teve como econômicos os Srs. Sílvio da Rosa e Ildo Brasil, os quais organizavam torneios de bocha e galinhadas. Encerrou suas atividades em 1970.


FONTE:Jornal de Rio Pardo, 2002, Valmir Cunha Lopes - AHMRP.

A ERA ROMÂNTICA QUE FEZ A HISTÓRIA DE UMA COMUNIDADE I

 Há 30 anos reúnem-se, no Grêmio Recreativo União de Ramiz Galvão, vários amigos para saborear um gostoso churrasco e conversar sobre assuntos gerais e relembrar sua infância, idade adulta e os momentos atuais, hoje a melhor idade. Acontece a Semana de Ramiz Galvão,desde década de 60 (SERAG), procura manter vivos os costumes e tradições da comunidade. Relata a grandeza deste centro Ferroviário e seus reflexos sócios - políticos - religiosos e econômicos, no município.
Resolvi escrever todas as experiências que vivenciei desde a infância, o que meu pai, conterrâneo do “Leão do Caverá”, Senhor Honório Lemos, no Distrito de São Leandro relatava e também os depoimentos e testemunhos dos parentes dos meus amigos, que pertenciam aos quadros da ferrovia.
A atual geração deverá, portanto, historiar e fazer memória dos fatos importantes desta época, pois se deixar de fazê-lo morrerão através do tempo.
Eram quatro sociedades, três desapareceram com o tempo. Foram tempos maravilhosos e riquíssimos, as sociedades tinham características próprias, interessantes. Muitas entrevistas raras e perdidas no tempo, que consegui copilar. Não há registro documental das sociedades que já fecharam as portas. Começarei a descrever a Sociedade José do Patrocínio (negros), Grêmio Ramiz Galvão (dos morenos), Associação Recreativa Ferroviária (classista) e Grêmio Recreativo União ( o único hoje existente).

José do Patrocínio- na pequena rua Vicente de Leria, junto, hoje, à Praça Otavio da Silva Souza, existia uma sociedade de negros, com o nome de José do Patrocínio, fundada em maio de 1942, alicerçada no importante centro ferroviário que aqui existia.

Idealizadores e fundadores ferroviários: Floretino Ávila (maquinista) presidente, Estácio Soares Carvalho vice, Arquimedes, secretário.
 A Sociedade tinha como objetivo principal realizar festas a 13 de maio, junina, réveillon e carnaval. Os blocos carnavalescos tinham  flores na cabeça, predominando a cor azul. A roupa dos homens era calça azul, camisa branca com estrelas douradas com pó brilhante Buchavam o bloco Otacilo S. Carvalho e C Arlinda Maria Severo. Ajudava na copa o Sr. José Alves, morador em Ramiz Galvão.
Aos domingos á noite havia reunião dançante, sendo músicos, os próprios associados destacando-se o Sr. Batista ferroviário, musico e professores de violão.  
A diretoria era muito rígida e, para preservar a cultura da raça negra, não era permitida a entrada de pessoas que não se enquadrassem nas regras estabelecidas.
As atividades foram encerradas em 1965, quando deixou de existir o centro ferroviário.

FONTE: Jornal de Rio Pardo, 09/11/2002- Valmir da Cunha Lopes. Reportagem no AHMRP.

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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

HISTÓRIA DO COLÉGIO NOSSA SENHORA AUXILIADORA

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora há 80 anos vem participando da comunidade de Rio Pardo, contribuindo na formação e preparação de crianças e jovens. Nesses 80 anos de participação ativa, vem oferecendo aos rio-pardenses uma educação pautada nos valores religiosos deixados por sua fundadora Bárbara Maix. Preocupa-se com o processo de ensino-aprendizagem para que possa oferecer uma educação de qualidade, voltada para as exigências do mundo contemporâneo, ajudando a formar indivíduos culturalmente inseridos na sociedade e com uma forte vivência de valores religiosos, éticos e morais.
No ano de 1929 quatro religiosas da Congregação do Imaculado Coração de Maria chegaram a Rio Pardo a convite do Padre Thomaz Broggi, para que aqui fundassem um colégio que tivesse como prioridade uma educação de qualidade e, em especial, uma preocupação com a formação religiosa e cristã da juventude e da infância. O colégio iniciou suas atividades no dia 3 de março, com 52 alunas, entre elas 5 internas. Manteve o regime de internato até 1980, acolhendo meninas de todo o Estado.
Iniciaram-se as atividades no prédio onde hoje funciona o “Solar dos Panatieri”, localizado na esquina da rua da Ladeira com a rua Andrade Neves. No ano seguinte o espaço tornou-se pequeno para abrigar as atividades do colégio. Em 1930 a Congregação adquiriu o prédio da Irmandade dos Passos, onde funcionara a Escola Militar. Então, o prédio da antiga Escola e Guarnição Militar passa a proporcionar melhores acomodações para as necessidades do Colégio.
Em 1935 o Colégio se torna misto, fato pouco comum para as escolas religiosas da época. Em 1946 foi aberto o “Ginásio”, terminologia utilizada até a reforma de ensino de 1971.
No ano de 1962 inicia-se a construção do prédio onde o Colégio desenvolve suas atividades atualmente. O antigo prédio foi doado à municipalidade e, graças à UNEAMA, organização criada a partir de um movimento liderado por ex-alunos, que não suportavam ver a história do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora ruir no tempo. Hoje está totalmente restaurado e o Centro Regional de Cultura ali instalado está em pleno funcionamento.
Em 1963 iniciaram as atividades do Curso Normal Colegial, sob a denominação de Escola Normal Madre Amélia, que funcionou por 11 anos.
Em 1968 obteve autorização para o funcionamento do Curso Normal Experimental de Férias, buscando aprimorar a formação dos professores rurais que não tinham a oportunidade de freqüentar o curso regular.
De 1969 a 1971, o Colégio manteve o Curso Madureza de 1º Ciclo, constituindo-se em meio de promoção para jovens e adultos que, por diversas razões não puderam cursar o Ginásio Seriado.
Em 1976 o Curso Normal foi substituído pelo 2º Grau com habilitação de Tradutor Intérprete e, em 1977, também para Desenhista de Arquitetura. A partir de 1986 passou a ser intitulado Curso de Preparação para o Trabalho (PPT) e, em 1997, com a nova LDB, o 2º Grau passa a ser denominado Ensino Médio.


Referência:
Revista Especial Colégio Auxiliadora – Rio Pardo – RS 1929 – 2009 – 80 Anos. Santa Maria:Gráfica Editora Pallotti, 2009.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PRAÇA Nª Sª DO ROSÁRIO - PRAÇA DA MATRIZ

No jornal A EVOLUÇÃO  de 1917, lendo algumas reportagem da época, encontrei uma reportagem referente  a nossa Praça da Matriz.
Dizia o seguinte domingo último, com extraordinário movimento, inaugurou a "Praça da Matriz", fazendo-se ouvir a Banda de Música Municipal.
As árvores já regularmente copadas, os lindos canteiros e os cômodos bancos, fazendo dessa Praça um esplendido ponto de Recreio.
Ao iniciador do ajardinamento de nossas praças, coronel José Antonio Pereira Rego e seu modelar continuador, nossos aplausos.

FONTE: Jornal A Evolução de 1917. AHMRP

PRAÇA EM FRENTE DA IGREJA MATRIZ- BUSTO DR. PEDRO ALEXANDRINO DE BORBA