quarta-feira, 24 de julho de 2019

RELATO SOBRE TEATRO EM RIO PARDO

2ª Parte

No Teatro “Sete de Setembro”, atuaram, entre outras, Companhias dirigidas por Germano Alves, Apolonia Pinto, Alves da Silva, Aurea Abranches, Furtado de Medeiros, Ribeiro Cancela e Zaparoli.
Sua maior atuação, porém, foi a do notável Grupo Teatral Particular, fundado pelo major José  Feliciano de Paula Ribas, continuando por seus filhos, Taciano, Macedonaldo e Otacilio. Faziam parte do Grupo, os sres. Franco Ferreira Filho, Manoel Saldanha, Artur e Julio Falkemnbach, Carlos e Delíbio Macedo, Cid Correa, Djalma Ribeiro, Salvato Rangel, Augusto Freitas,Hermogenes Lobato e diversos outros amadores, todos da sociedade Rio- pardense.
O grupo de Amadores não contava com elemento feminino, por isso, nas grandes interpretações era contratada a artista profissional, Zelia Rodrigues, de Porto Alegre. Nas demais interpretações, um dos Amadores representava em perfeita imitação e caracterização.
O que foi este Grupo comprovam as notícias da imprensa da época: Jornal de Rio Pardo, “O último espetáculo levado à cena em a noite de sete de novembro de 1914 em nosso Teatro, pelo seleto Grupo Dramático desta cidade, dirigido pelo inteligente amador Otacilio Ribas, teve um êxito alem da expectativa”.
“Servir”, peça dramática de sensacional efeito, da lavra do laureado escritor Henrri Lavedan, da Academia Francesa, foi interpretada pelos nossos jovens amadores com verdadeiro brilhantismo.
Nas cenas em que mais são necessárias aptidões artísticas, na sublime peça de um cunho cívico que encanta, os nossos amadores revelaram decidida vocação pela arte teatral arrancando calorosos aplausos.
Nunca a atriz Zelia, que tanto contribui para o bom êxito do Grupo, se mostrou tão digna de merecidos elogios.
O festival artístico, dedicado às exmas. Famílias, ao mundo intelectual e oficialidade da Guarnição, terminou com a aplaudida Comédia e uma anedota que foi muito apreciada.
Também no período das Escolas Militares de Tiro e de Tática, nesta cidade (1885-1904), o Sr. Emilio Pelenz, artista circense que aqui radicou-se e posteriormente foi o fundador do primeiro Cinematógrafo, organizou na Praça 15 de Novembro, hoje Santo Ângelo, junto ao Quiósque que dirigia, um pequeno palco ao ar livre, onde representava peças teatrais leves, cômicas e infantis.
Nesta mesma ocasião existiu o Grupo “14 de julho” dos alunos da Escola Militar de Tática, dirigido pelos irmãos, Pelissier, Napoleão e Ney de Lima Costa, Heráclito Brasil e diversos outros alunos. “Claudio de Souza” foi outro Grupo de Amadores formado com elementos veterano do “Particular” e novos entusiastas como Joaquim Macedo o (Quincas), José Saldanha Ferreira o (Dedé), Carlos e Floriano Franco, Nicolau Schwarz, Ary Xavier, Amilcar Pereira Rego por volta de 1917, quando apresentaram a peça “O Filho Extraordinário” original de Pierre Weber e Marcel Gerbidon.
Nesta oportunidade já fez parte do novo Grupo, uma plêiade de Senhoritas da Sociedade Rio-pardense, encabeçadas por Julieta Medeiros, Rejane Schwarz, Celina Menezes, Luciana Ferreira, Adilia Barreto Ribas, Aracy Abreu e Nitinha Carvalho.
Do arquivo do nosso principal informante, o notável Amador do primeiro Grupo, desde criança, Sr. Franco Ferreira Fº, hoje com 78 anos, residente em Porto Alegre, recorda-se com saudades e entusiasmo de algumas peças interpretadas: A Ceia dos Cardeais, Flores de Sombra, Servir, Água Mole em Pedra Dura, Casamento da menina Beulemans, O Tio Padre entre outras e termina as suas recordações lamentando: Foi uma injustiça o que fizeram com o Teatro Sete de Setembro.

FONTE: BIAGIO TARANTINO
ALMANAQUE DO CORREIO DO POVO 1970    Pg. 218 /219  AHMRP 

                               

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