quarta-feira, 24 de julho de 2019

RELATO SOBRE O TEATRO EM RIO PARDO

1ª Parte

O TEATRO EM RIO PARDO
Em 1794, comandava a guarnição da fronteira de Rio Pardo um velho lidador, o Tenente Coronel Patrício Corrêa da Câmara, que se notabilizara na luta pela defesa do Rio Grande. Mas os seus serviços à terra gaúcha não haviam ainda terminado; em 1801, com a incorporação dos Sete Povos, é que teriam um coroamento de grande significação.
Nesse quadro histórico se emolduram das festas de 1794, descritas em correspondência publicada pela Gazeta de Lisboa. Soldados e civis, irmanados no burgo rio-grandense, ouviram missa, sermão e música; puseram mascaras, praticaram equitação e acenderam fogos e luminárias; representaram comédias, e dançaram, assistiram a touradas e corridas de cães. Uma festa grossa, em suma, para amenizar a sua rude vida de fronteira.
Isto nos descreve o consagrado Professor, literato e historiador Guilhermino Cesar, atualmente ocupando Cátedra na Universidade de Coimbra em um dos seus últimos livros: Primeiros Cronistas do Rio Grande do Sul 1605-1801, à página 178.
Da mesma, com referência ao Teatro:... “No segundo dia a noite se encaminhou o sobredito Comandante com o povo ao Teatro, onde se representaram por quatro noites excelentes Comédias com maravilhosas danças...”
Com a data de 1º de Novembro de 1845, Joaquim José da Silveira, inicia o Termo de abertura e rubrica um livro de registro de sócios do “Teatro Rio- pardense”. Doado ao Arquivo Histórico Municipal pelo saudoso conterrâneo, Desembargador Décio Pellegrini, consta ainda na pg. 1, a “Matricula dos Sócios Fundadores, Honorários e Prestativos”, para Camarotes e para Plateia.
Pelas 133 assinaturas verificam-se destacadas personalidades que retratam o alto grau de cultura então existente na Sociedade Rio-pardense.
No mesmo livro estão registradas Récitas em 17 de maio, 1º de junho e 30 de agosto do ano de 1854.
Ainda no período Imperial, no final do século 19, até a década de 1920, existiu o conhecido TEATRO SETE DE SETEMBRO, vistoso prédio com alegorias à Arte Teatral em seu frontispício e em seu interior três Ordens de Camarotes guarnecidos de madeira torneada.
Frizas eram os Camarotes no mesmo nível da Plateia, apenas elevados por estrados de pequena altura.
Galeria ou Geral, também conhecido por ”galinheiro” estava acima dos Camarotes de 3ª Ordem. Suas disposições em forma de “ferradura” dava perfeita visualização ao amplo palco.
Este Teatro estava localizado à rua Brasil,depois General Osório, hoje Av. Almirante Alexandrino.  EM 1917, PASSOU A DENOMINAR-SE TEATRO APOLO, mais tarde Cinema e Cancha de Bolão, Depósito de Fumo, de Arroz e Secador do mesmo, quando foi destruído por um incêndio. Cont.

FONTE: BIAGIO TARANTINO, ALMANAQUE DO CORREIO DO POVO 1970      Pg. 218 /219
                              




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