terça-feira, 30 de julho de 2019

FUNÇÃO BENEFICENTE NO TEATRO 1831


Ilmos. Snres. Vereadores da Camara Municipal

Os abaixo assignados authorizados pelos indeviduos que compõem a Sociedade da Boa Armonia, participão a VV.SS. que a Companhia Extrangeira de dançarinos na corda, e de quilibrios, pedio á Soceidade que lhe concedesse o Theatro para ali fazer suas funçoens, oferecendo á beneficio do mesmo Theatro a quarta parte do produto de cada récita.
A Sociedade  negou constantemente tal concessão por receio de que não fosse ludibriada a caza, oferecendo-se nella espectaculos por dinheiro, e que por isso sofresse algum insulto. Constando porem á Sociedade a mendiguez em que existem os desgraçados expostos, e desejando á muito exercitar para com estes infelizes, a sua filantropia, lançou mão desta ocasião, avizando a Charini, diretor da Companhia de equilíbrios que recorressem a VV. SS. Que lhe franqueassem o Theatro com a mesma proposta que nos fêz, e nós rogamos hajão de aceitar a oferta dele, porque pomos a disposição de VV.SS. o Theatro com a convicção que a quarta parte das recitas que fizerem, reverta a beneficio dos Expostos, dignando-se nomiarem VV.SS. hum Membro que vigie cautelosamente nas contas que deve prestar Charini, para que não disfrute ele da concessão do Theatro para tão piedoso fim, e fiquem iludidos os sentimentos beneficos  da Soceidade da Boa Harmonia.
Pede esta a VV.SS. mandem ao Juiz da Paz, e mesmo que essa Camara vigie que seja conservado respeito á Caza, e o decoro até agora seguido nas funçoens particulares, evitando os abusos que se praticão nos Theatros publicos, o que se poderá conseguir por hum annuncio posto na porta do Theatro. Pede mais que se faça publico que a Sociedade ofereceo o Theatro, e para que fim.
Deos G. a VV.SS. Rio Pardo 28 de junho de 1831

REFERÊNCIA
Livro nº 21 – 1831 – p. 150 (Documento do Arquivo Histórico Municipal de Rio Pardo)

A PONTE DO RIO JACUÍ EM RIO PARDO


A obra de construção da Ponte do Rio Jacuí foi uma das principais obras de nossa região, tendo sua construção iniciada no ano de 1951, tendo como engenheiro responsável o Dr. Carlos Souza. O prefeito de Rio Pardo na época era Manoel Alfeu de Borba. A construção da ponte estendeu-se por seis anos e teve sua conclusão no dia 24 de novembro de 1957. O Prefeito na época era Fernando Wunderlich, que fez presente na
inauguração da ponte, onde a batizaram de General Gomes Freire de Andrade.
Passado trinta e três anos da inauguração da ponte, esta sofreu um sério acidente no dia 23 de setembro de 1990(domingo), onde teve grande parte de sua estrutura destruída pela colisão de uma embarcação chamada Alazão,
que fazia transporte de cereais. O acidente causou uma grande repercussão e muitos transtornos, tendo em vista que aqueles que precisavam ir de Pantano Grande a Rio Pardo e vice- versa, tinham de usar uma balsa para realizar a travessia de pouco mais de quinhentos metros. Após dois anos, um mês e vinte e um dias sem ponte, no dia 13 de novembro de 1992, finalmente a mesma foi concluída e liberada para o tráfego de veículos, medindo 647 metros de comprimento. Nesta época o prefeito era o Dr.Paulo Cezar Begnis. Foram feitas várias homenagens a ponte do Rio Jacuí, inclusive pelo Grupo Fandangaço, o qual compôs a música, “Aponte do Rio Jacuí”, que fez grande sucesso. Esta é mais uma História de Nossa Terra.





FONTE: Relembrando a História de Nossa Terra, pg. 88, Olívio Soares, 2010.


sexta-feira, 26 de julho de 2019

HISTÓRIAS DE AMOR POR UM BEM CULTURAL


EU E A VELHA PONTE DO RIO PARDO

É curioso esta vida, e mais curiosa ainda, são os sentimentos que os homens formam e mentalizam. Por exemplo: dizem que o amor está morrendo. Por um lado está certo e por outro, não...
Explico, como não...
Como podem dizer que o homem está se transformando num ser frio e calculista, quando existem casos como esse, que eu vou contar e em que eu mesmo figura como participante de uma história real e verdadeira.
Vocês sabem aquela velha ponte sobre o Rio Pardo? Pois bem, eu posso por ela desde que nasci. Acompanho, de certo modo, a sua existência, assim como ela me viu crescer.  E o mais curioso em tudo isto é amor que nos une. Sim, eu falei: AMOR, por que não? É preciso que vocês saibam que, apesar de tudo o que dizem por aí, ainda existe um homem que ama um objeto, uma ponte. Incrível, não?
Muitas vezes, durante estes anos todos, a Velha Ponte me viu triste, outras vezes alegre. Algumas vezes, sentiu em mim a decepção, o medo (sim, medo...), a melancolia, a confiança, a coragem, e assim por diante. Ora, por incrível que pareça, cheguei à conclusão que aquela velha Ponte me conhece, me entende,vive comigo e com meus problemas e acertos.

Quando resolvi escrever este texto para o JRP, que espero venha a ser publicado, fiz com uma intenção: contar minha história e deixar um apelo sincero e determinado. A história, todos vocês já estão conhecendo. Mas o apelo é este: “CONSERVEM A VELHA PONTE”.
  
FONTE: Jornal de Rio Pardo 22/08 1980- (De um leitor do Jornal de Rio Pardo)- AHMRP

  

RAÍZES FAMILIARES - FERREIRAS


Raízes Familiares
Da história da minha Família quero distinguir e ressaltar a trajetória de vida de duas pessoas distanciadas no tempo e no espaço, mas que tiveram em comum um traço psicológico que as caracterizou: A coragem frente aos desafios.
Uma, Manoel Gonçalves Dias, Gonçalves Mancebo, depois Gonçalves Borges, fidalgo açoriano nascido no inicio do século XVIII na Ilha Terceira, arquipélago dos Açores.
 A outra, Maurícia Carolina Fanfa Machado, nascida em Capivary, município de Rio Pardo, na época.

 MANOEL GONÇALVES MANCEBO

 Ilha Terceira, Açores, segunda metade do século XVIII.
A essa época os problemas se avolumam na ilha. O sistema vigente de distribuição de terra é o sistema feudal: só o filho mais velho herda a terra e fica proibido de vendê-la. Assim é mantido o estatuto da social das famílias latifundiárias. Surgem também periódicas crises alimentares, desde que os grandes comboios marítimos que passavam pela ilha, provocando o desenvolvimento de um rendoso comércio local, desviaram sua rota com a descoberta do caminho marítimo para as Índias. Além disso, a ilha só produz basicamente o trigo e necessita autos sustentar-se. Como a Ilha Terceira é de origem vulcânica há, por outro lado, o medo dos terremotos que é uma constante na vida do ilhéu. Nessa época, portanto há não só na ilha Terceira, como em todo o arquipélago, uma população oprimida pela falta de terra e acossada pela escassez de alimento e pelo medo.
Nesse momento da história Portugal resolve oferecer, por razões políticas bastante conhecidas, a posse gratuita da terra ao sul do Brasil àqueles que quiserem coloniza-la. Quais os imigrantes preferenciais? Os casais. Que casais?
 Os relativamente jovens, homens com não mais de 40 anos de idade e mulheres com não mais de 30 anos e, principalmente, os que já tiveram mais filhos. Procede-se então a uma seleção física e moral. E o que isso significa? Significa que a coroa portuguesa quer uma população sadia que se desenvolva rapidamente, que ocupe a terra e que mantenha sob controle.
 Fecha-se assim o circulo das pressões em torno do açoriano Manoel Gonçalves Mancebo, e ele toma, talvez, a mais dura decisão de sua vida, mas a mais corajosa, com certeza, por sabê-la definitiva.
Reúne a esposa e filhos, diz adeus à branca aldeia de sua infância, amigos e familiares embarca, numa viagem sem retorno, rumo ao desconhecido. A sorte é lançada. É a partida definitiva.
Por destino: o rumo de uma nova pátria. Por bagagem: tão somente a coragem e a esperança.
Dois éculos e meio depois procurei seguir suas pegadas, resgatar alguma coisa da sua história, mas, isso foi possível á luz de alguns fatos históricos e das razões políticas sócias e econômicas que motivaram sua vinda para o Brasil. Primeiramente estabeleceu-se com a família em Santa Catarina. Depois veio o continente de São Pedro do Rio Grande do Sul, chegando até Rio Pardo onde se fixou definitivamente. Seu rasto diluiu-se no tempo, mas o que permaneceu e permaneceu e permanecerá e o que realmente imprimiu as marcas de seu caminho e direcionou os rumos de seu destino foram os traços do essencial que o definiu como homem de seu tempo: sua coragem e determinação. Traços de pioneiro. Este é o meu mais remoto ancestral conhecido, por parte do meu avô materno.

MAURÍCIA CAROLINA FANFA MACHADO

Minha avó materna. Quando nasce, em 09 de novembro de 1871, seu destino já esta traçado. Nasce pobre, neto de índios por parte de mãe. É criada por sua tia, Amália Fanfa da Costa, a quem sempre amou como mãe. Quando esta falece, passa a morar com seu pai, Feliciano Guerreiro Fanfa, em 1889. Maurícia tem então 18 anos. É então que parte para Porte Alegre onde faz um curso de preparação para professora primária. É nomeada como professora  estadual em 25 de abril de 1891 para interinamente reger a 12º cadeira mista de ensino á margem direita do Capivary.
A 10 de julho de 1897, casa com Herculano José Machado. Sua aula é transferida em 26 de fevereiro de 1929 para a margem esquerda do Capivary, para o local denominado Sarandy, ambas no município de Rio Pardo. Aí permanece ensinando até que se aposenta em 5 de outubro de 1931 aos 60 anos, depois de 40 anos de efetivo exercício da profissão.
No Sarandy sua aula ficava na sua casa de moradia ao lado da de meus pais na fazenda. Foi instalada numa ampla sala que espartanamente continha de 5 a 6 bancos de madeira e suas classes, onde sentavam agrupados seus alunos. Havia uma mesa e uma cadeira de braços de espaldar alto. O piso era todo assoalhado com tabuas muito claras que eram escovadas periodicamente, juntamente com as classes e os bancos.  Em sua casa acolhia  moças que ai permaneciam por motivo de residirem muito longe. Mantinha uma média de 20 a 30 alunos anuais. Alguns deles chegavam a pé e outras a cavalo, muitos percorriam larguíssimas distancias ávidas de conhecimento. Alfabetizou, também, todos os seus netos. Ensinou matemática, português, história e geografia.
Hoje, quando penso sobre isso tudo, fico imaginando de onde aquela doce e suave velhinha que conheci cuja alma se derramava pelo olhar em mansidão e brandura, tirou a força necessária para, na condição de mulher, pobre e inexperiente, deixar o campo onde sempre vivera enfrentar sozinha, o preconceito, a distancia do lar e as dificuldades para seguir atrás de um sonho. São os traços de uma pioneira.

FONTE: Renê Ferreira Salles, 2001. Raízes e Perfilhos - AHMRP
 


O BANCO DO BRASIL


2ª Parte

A Associação Atlética do Banco do Brasil não só é usada para lazer dos funcionários e familiares, mas para congraçamento com seus clientes e entidades. O trabalho executado no programa AABB comunidade é marcante exemplo da importância do Banco para a formação da JUVENTUDE CARENTES do Município onde 132 crianças recebem noções de cidadania, diversão e alimento envolvendo recursos da Fundação do Banco do Brasil, AABB local e a Prefeitura.
A História não Escrita- Grande número de funcionários passou por Rio Pardo, deixando suas histórias e particulares, como é o caso do Fantomas, apelido de jovem escriturário recém-nomeado vindo de Porto Alegre e que se dedicava as lutas de ringue, na época, muito difundidas e que pelo seu tamanho, recebeu o famigerado apelido do conhecido lutador.
2º Local Banco do Brasil
O primeiro elevador da cidade foi instalado no novo prédio do Banco do Brasil também o mais alto, com quatro andares. Conta-se que Fantomas todas as manhãs, era um dos primeiros funcionários a chegar à agência.  Chamava os dois elevadores apertavam os botões de aceso ao quarto andar e corria pelas escadas do prédio para chegar ao último andar.  Como na maioria das vezes chegavam primeiro: gritavam para os elevadores que chegavam a seguir:” VIU BOBOS, SOU MAIS RÁPIDO QUE VOCÊS”. Para continuar seus exercícios físicos, pois era a justificativa que dava aos colegas, saltava por cima do balcão de atendimento da antiga CREAI, várias vezes para depois começar sua jornada de trabalho.
 Alguns colegas resolveram pregar uma peça no FONTOMAS. Colocaram latas de cera vazias, empilhadas e cabos de vassouras, no outro lado do balcão, escondendo-se para apreciar o tombo do ATLETA. Imaginem o FANTOMAS, o tamanho e barulho do gigante esborrachar-se sobre as latas, a gozação dos colegas, a ira do “lutador” querendo bater nos “algozes” felizmente apartado pelo Gerente da Agência, que assustado,chegou esbaforido ao local, imaginando que uma parede havia caído na Agência.
E assim fincando raízes em Rio Pardo há quase 50 anos, onde deu brotos com novas filiais em Pantano Grande e Passo do Sobrado, o Banco do Brasil acredita de todos juntos podemos construir nosso DESENVOLVIMENTO E ESCREVER NOSSA HISTÓRIA.

 FONTE: Jalba de Souza Meirelles, Celso Fernando Lamotte Meirelles 
           RAÍZES E PERFILHOS DE RIO PARDO - 2001- AHMRP
                             

Banco Atual

quinta-feira, 25 de julho de 2019

HISTÓRIA DA FAMÍLIA FERREIRA

Aristides Barros Salles é casado com Renê Ferreira Salles e possuem duas filhas Anna Salles Schmitt e Magda Salles Nimerosky. Uma família especial. Aqui em Rio Pardo Aristides foi professor, proprietário da tradicional "Farmácia Central e agropecuarista”. Sua esposa, Renê foi professora até a aposentadoria e escreveu um excelente livro ("Elos do Tempo") sobre as origens açorianas da família Ferreira.
Homem de aguçada inteligência, desenhista nato e de cultura refinada, Aristides foi uma pessoa com quem eu Rogério Goulart, conversava muito, onde temas de interesse comum eram abordados com entusiasmo. O casal foi residir em Florianópolis, onde está até hoje.

Nossas conversas tornaram-se escassas, mas não foram esquecidas. O telefonema foi uma satisfação e a retomada de um diálogo do campo de ideias que me enriqueceu muito, pois sempre aprendi - e muito - com o amigo Aristides.
Agora, estou empenhado que ele ingresse no face. Precisamos de mais pessoas cultas e inteligentes, pessoas que têm, algo a dizer que seja interessante e construtivo. Já solicitei para a Anna (e peço o mesmo agora, para a Magda...) que forcem a barra e façam meu amigo fazer parte desta rede, onde o reencontro é possível e pode ser uma realidade maravilhosa. 
Casal Aristides e Renê F. Salles

FONTE: Face do falecido Rogério Goulart - junho, 2019

O BANCO DO BRASIL E SUAS RAÍZES EM RIO PARDO

1ª Parte

O dia 2 de junho de 1952 foi uma data marcante na vida de Rio Pardo.
Primeira sede Banco Brasil em Rio Pardo
Foi inaugurada a agencia do “BANCO DO BRASIL”, no prédio onde até pouco funcionou a Exatoria Estadual sita na Rua Andrade Neves, esquina com General Osório. O ano festivo contou com a presença de autoridades civis, militares e eclesiásticas e não poderia faltar uma grandiosa festa. Somente cidades de porte e progressistas eram contempladas com agências autônomas do BANCO DO BRASIL, grande financiador principalmente das atividades agropecuárias. Os “mutuários da CREAI” como eram chamados na época, precisavam deslocar-se até Santa Cruz para fazer suas propostas de financiamento e a agencia representava orgulho e mais facilidade para os negócios.
O primeiro quadro funcional da agência era composto de 10 pessoas sendo o primeiro gerente SYLAS BARROS SILVA, Subgerente, Erico Correa e mais os funcionários, Adão Martins da Silva, Alceu Xavier Lobo, Francisco Arno Schumacher, Jose Edjalma Carneiro, Luiz Augusto de Castro Lisboa, Nilo da Costa Correa Filho, Paulo Augusto Heckling e Paulo Ribeiro Freire.
Passados 49 anos, onde foi escrita uma história do Banco integrado a Rio Pardo, hoje conta com uma moderna agência dotada de uma sala de autoatendimento e conquistando a simpatia da Comunidade pelo zelo no atendimento e produtos bancários que atendem as necessidades, da sua vasta clientela.
A Missão do Banco do Brasil - Sempre foi ao longo de cinco décadas de levar o progresso e o desenvolvimento. Mesmo com tantas mudanças que ocorreram no cenário econômico-financeiro do País, há algo de permanece no Banco, o papel de fomentador do desenvolvimento, mesmo tendo a dualidade de ser um banco público/ privado, onde precisa atender aos interesses públicos, mas dar lucro.
A Função Sócio Econômica se fez em todas as fases, nas boas, injetando o capital necessário para o desenvolvimento das atividades agropecuárias financiando custeio e investimentos, na ruins apoiando, indenizando através dedo PROAGRO, compondo dívidas, e principalmente, acompanhando as tendências do mundo financeiros para atender as necessidades de clientela rio-pardense. 
Primeiros dirigentes e funcionários
A Integração Social - Vieram trabalhar na agência local, pessoas dos mais diversos Estados como do Rio de Janeiro, Ceará Pernambuco, Maranhão e de vários cantos do Rio Grande. Traziam na sua bagagem intelectual, culturas e costumes diferentes mas se integravam rapidamente aos costumes locais, facilitados pelo povo hospitaleiro da cidade. Muitos deles aqui fincaram raízes, casando-se ou aposentando-se para aqui ficar. Alguns Xavier Fritsch, por exemplo, foi um bancário- poeta que tornou famoso seu poema onde conta as belezas de Rio Pardo.

A Participação na Comunidade - o quadro funcional jamais deixou de participar  das campanhas beneficentes que foram levantadas pela comunidade e nos trabalhos das entidades, prestando serviços cargos e funções, como asilo, creches, círculos de pais e mestres, APAE, UNEAMA e outras.

FONTE: Jalba de Souza Meirelles,Celso Fernando Lamotte Meirelles. 
           RAÍZES E PERFILHOS DE RIO PARDO - 2001 - AHMRP

quarta-feira, 24 de julho de 2019

RELATO SOBRE TEATRO EM RIO PARDO

2ª Parte

No Teatro “Sete de Setembro”, atuaram, entre outras, Companhias dirigidas por Germano Alves, Apolonia Pinto, Alves da Silva, Aurea Abranches, Furtado de Medeiros, Ribeiro Cancela e Zaparoli.
Sua maior atuação, porém, foi a do notável Grupo Teatral Particular, fundado pelo major José  Feliciano de Paula Ribas, continuando por seus filhos, Taciano, Macedonaldo e Otacilio. Faziam parte do Grupo, os sres. Franco Ferreira Filho, Manoel Saldanha, Artur e Julio Falkemnbach, Carlos e Delíbio Macedo, Cid Correa, Djalma Ribeiro, Salvato Rangel, Augusto Freitas,Hermogenes Lobato e diversos outros amadores, todos da sociedade Rio- pardense.
O grupo de Amadores não contava com elemento feminino, por isso, nas grandes interpretações era contratada a artista profissional, Zelia Rodrigues, de Porto Alegre. Nas demais interpretações, um dos Amadores representava em perfeita imitação e caracterização.
O que foi este Grupo comprovam as notícias da imprensa da época: Jornal de Rio Pardo, “O último espetáculo levado à cena em a noite de sete de novembro de 1914 em nosso Teatro, pelo seleto Grupo Dramático desta cidade, dirigido pelo inteligente amador Otacilio Ribas, teve um êxito alem da expectativa”.
“Servir”, peça dramática de sensacional efeito, da lavra do laureado escritor Henrri Lavedan, da Academia Francesa, foi interpretada pelos nossos jovens amadores com verdadeiro brilhantismo.
Nas cenas em que mais são necessárias aptidões artísticas, na sublime peça de um cunho cívico que encanta, os nossos amadores revelaram decidida vocação pela arte teatral arrancando calorosos aplausos.
Nunca a atriz Zelia, que tanto contribui para o bom êxito do Grupo, se mostrou tão digna de merecidos elogios.
O festival artístico, dedicado às exmas. Famílias, ao mundo intelectual e oficialidade da Guarnição, terminou com a aplaudida Comédia e uma anedota que foi muito apreciada.
Também no período das Escolas Militares de Tiro e de Tática, nesta cidade (1885-1904), o Sr. Emilio Pelenz, artista circense que aqui radicou-se e posteriormente foi o fundador do primeiro Cinematógrafo, organizou na Praça 15 de Novembro, hoje Santo Ângelo, junto ao Quiósque que dirigia, um pequeno palco ao ar livre, onde representava peças teatrais leves, cômicas e infantis.
Nesta mesma ocasião existiu o Grupo “14 de julho” dos alunos da Escola Militar de Tática, dirigido pelos irmãos, Pelissier, Napoleão e Ney de Lima Costa, Heráclito Brasil e diversos outros alunos. “Claudio de Souza” foi outro Grupo de Amadores formado com elementos veterano do “Particular” e novos entusiastas como Joaquim Macedo o (Quincas), José Saldanha Ferreira o (Dedé), Carlos e Floriano Franco, Nicolau Schwarz, Ary Xavier, Amilcar Pereira Rego por volta de 1917, quando apresentaram a peça “O Filho Extraordinário” original de Pierre Weber e Marcel Gerbidon.
Nesta oportunidade já fez parte do novo Grupo, uma plêiade de Senhoritas da Sociedade Rio-pardense, encabeçadas por Julieta Medeiros, Rejane Schwarz, Celina Menezes, Luciana Ferreira, Adilia Barreto Ribas, Aracy Abreu e Nitinha Carvalho.
Do arquivo do nosso principal informante, o notável Amador do primeiro Grupo, desde criança, Sr. Franco Ferreira Fº, hoje com 78 anos, residente em Porto Alegre, recorda-se com saudades e entusiasmo de algumas peças interpretadas: A Ceia dos Cardeais, Flores de Sombra, Servir, Água Mole em Pedra Dura, Casamento da menina Beulemans, O Tio Padre entre outras e termina as suas recordações lamentando: Foi uma injustiça o que fizeram com o Teatro Sete de Setembro.

FONTE: BIAGIO TARANTINO
ALMANAQUE DO CORREIO DO POVO 1970    Pg. 218 /219  AHMRP 

                               

RELATO SOBRE O TEATRO EM RIO PARDO

1ª Parte

O TEATRO EM RIO PARDO
Em 1794, comandava a guarnição da fronteira de Rio Pardo um velho lidador, o Tenente Coronel Patrício Corrêa da Câmara, que se notabilizara na luta pela defesa do Rio Grande. Mas os seus serviços à terra gaúcha não haviam ainda terminado; em 1801, com a incorporação dos Sete Povos, é que teriam um coroamento de grande significação.
Nesse quadro histórico se emolduram das festas de 1794, descritas em correspondência publicada pela Gazeta de Lisboa. Soldados e civis, irmanados no burgo rio-grandense, ouviram missa, sermão e música; puseram mascaras, praticaram equitação e acenderam fogos e luminárias; representaram comédias, e dançaram, assistiram a touradas e corridas de cães. Uma festa grossa, em suma, para amenizar a sua rude vida de fronteira.
Isto nos descreve o consagrado Professor, literato e historiador Guilhermino Cesar, atualmente ocupando Cátedra na Universidade de Coimbra em um dos seus últimos livros: Primeiros Cronistas do Rio Grande do Sul 1605-1801, à página 178.
Da mesma, com referência ao Teatro:... “No segundo dia a noite se encaminhou o sobredito Comandante com o povo ao Teatro, onde se representaram por quatro noites excelentes Comédias com maravilhosas danças...”
Com a data de 1º de Novembro de 1845, Joaquim José da Silveira, inicia o Termo de abertura e rubrica um livro de registro de sócios do “Teatro Rio- pardense”. Doado ao Arquivo Histórico Municipal pelo saudoso conterrâneo, Desembargador Décio Pellegrini, consta ainda na pg. 1, a “Matricula dos Sócios Fundadores, Honorários e Prestativos”, para Camarotes e para Plateia.
Pelas 133 assinaturas verificam-se destacadas personalidades que retratam o alto grau de cultura então existente na Sociedade Rio-pardense.
No mesmo livro estão registradas Récitas em 17 de maio, 1º de junho e 30 de agosto do ano de 1854.
Ainda no período Imperial, no final do século 19, até a década de 1920, existiu o conhecido TEATRO SETE DE SETEMBRO, vistoso prédio com alegorias à Arte Teatral em seu frontispício e em seu interior três Ordens de Camarotes guarnecidos de madeira torneada.
Frizas eram os Camarotes no mesmo nível da Plateia, apenas elevados por estrados de pequena altura.
Galeria ou Geral, também conhecido por ”galinheiro” estava acima dos Camarotes de 3ª Ordem. Suas disposições em forma de “ferradura” dava perfeita visualização ao amplo palco.
Este Teatro estava localizado à rua Brasil,depois General Osório, hoje Av. Almirante Alexandrino.  EM 1917, PASSOU A DENOMINAR-SE TEATRO APOLO, mais tarde Cinema e Cancha de Bolão, Depósito de Fumo, de Arroz e Secador do mesmo, quando foi destruído por um incêndio. Cont.

FONTE: BIAGIO TARANTINO, ALMANAQUE DO CORREIO DO POVO 1970      Pg. 218 /219
                              




terça-feira, 23 de julho de 2019

TEATRO CULTURA ANOS 60


NOTÍCIAS DE RIO PARDO

TEATRO, que nos dias de hoje é quase inconcebível trazer ao interior, tem em Rio Pardo, infelizmente um público pequeno, porém, certo. Contam que no legendário “Teatro Apolo”,grupos locais levavam à cena, desde sátiras focalizando tipos característicos da época até o melhor de Sheakspeare. E com entusiástica receptividade do público rio-pardense.
Num passado menos longínquo, já aplaudimos Procópio Ferreira, Maria Della Costa, Rodolfo Mayer, etc. Por que, então, não aplaudirmos grupos como o de Sérgio Jockmann? Suas peças, a exemplo de “Boa Tarde Excelência”, são de texto acessível e humor inteligentíssimo.
Não é lastima, vermos uma plateia de meia casa?
Nem é uma lastima, é um atestado. O nosso povo está perdendo o interesse pelo que é “básico” como diria um dos personagens da referida peça. Ainda mais se tratando de um espetáculo beneficente. Registramos aqui os nossos cumprimentos à D. Maria Quadros, Erocy Prudente e Nelly Kerchner pela iniciativa magnífica que é a de “trazer” um pouco de cultura à Rio Pardo.


FONTE:   MARIA HELENA COMASSETTO, JORNAL a FOLHA  26/11/1967 - AHMRP


segunda-feira, 22 de julho de 2019

PROFESSORA LEONIDA FRANTZ FALA SOBRE O TEATRO APOLO


Na parte interna, à volta havia camarotes de madeira, em dois andares, palco com cortina. No centro, a plateia, com poltronas ou cadeiras. A parte externa era de tijolo.
O vigário da época, Padre Broggi, fazia festivais com crianças do catecismo, auxiliado pelas Zeladoras do Apostolado.
Aos 10 anos Dona Leonida Frantz e Mari Castro atuaram na peça “A Gruta de Lourdes”. Num cenário de pedra, uma menina cega sai com amigas para buscar lenha; na gruta de Lurdes, ela banha os olhos num riacho e volta a enxergar, vendo Nossa Senhora. As três meninas rezam para agradecer e, logo depois, já em casa, tomam conhecimento de outros milagres da Santa.
Ali eram realizados Festivais eram em benefício da Creche, organizados pelo Padre Broggi e pela primeira presidente do grupo que criou a creche.
Dona Leonida ajudava nos festivais e no cinema mudo – para o qual ensaiava, passando o filme antes de apresenta-lo ao público – com os componentes da “Orquestra” de Rio Pardo: pianistas Tia Loloca e Ercilia Moreira Lima; violinistas Tia Dorvelina Moreira Lima e Raul Silveira; flautistas os irmãos Mario e Flori Pellegrini.

REFERÊNCIAS
Informações de Leonida Frantz, pesquisa de Valéria Severo (18/9/1991)

sábado, 20 de julho de 2019

TEATRO APOLO NA LEMBRANÇA DAS RIO-PARDENSES



Prédio era antigo, trabalhado em madeira.


ZILDA COMASSETTO, entrevistada em 5/12/1990

Conheceu o Apolo como cine-teatro. Seus pais não perdiam apresentações das companhias líricas que se presentavam ali. O prédio era usado também como salão de bailes. Dona Zilda tinha lembrança da cortina de veludo do palco e do lustre de cristal com velas.

FLORA E AZUIL CINTRA, entrevistados em 10/12/1990

Existiam três ordens de camarotes, com um camarote reservado para uso exclusivo do Prefeito.
O prédio era todo em estilo antigo, recortado, trabalhado em madeira.
Mais tarde o Teatro, que era de propriedade do Município, foi vendido para a Família Fischer e foi transformado no Cinema Apolo, com modificações no interior do prédio. Passou a ser usado também para realização de bailes, mas o palco foi mantido. A entrevistada relatou que se apresentava ali, com um grupo de teatro local.

JOANA WUNDERLICH PELLEGRINI, entrevistada em 19/12/1990

Nome original: Teatro 7 de Setembro
Miniatura do Teatro Municipal do Rio de Janeiro: escadaria e portas muito bonitas. Entrevistada definia o Apolo assim: “Este teatrinho era um amor!”
Na fachada, em cima, uma estatueta representando uma lira, e escrito o nome “Theatro 7 de Setembro”.
Por dentro tinha 3 frisas (camarotes). A 3ª frisa, a mais alta, conhecida como “coreia” e era reservada para pessoas mais humildes e simples. Era vulgarmente chamada de “galinheiro”. Proporcionava uma visão distante, mais geral de todo Teatro. O ingresso para esta frisa era o mais barato.


REFERÊNCIAS
No ano de 1990 o Núcleo de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura promoveu um trabalho de pesquisa sobre o Carnaval em Rio Pardo. As professoras Eneiva Muller e Silvia Barros, com a preciosa colaboração de toda a equipe do Núcleo de Cultura, entrevistaram várias Senhoras da comunidade rio-pardense, que tiveram participação nas folias de Momo, algumas delas eleitas Rainhas do Carnaval em sua época, e nestes depoimentos surgiram também informações sobre o Teatro em Rio Pardo, que compartilhamos aqui. Lembramos que as informações são apresentadas de acordo com as lembranças da juventude de cada uma das entrevistadas.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

DINHEIRO NO BRASIL


No princípio eram apenas moedas e todas cunhadas em Lisboa: vinténs, tostões, reais ou réis, quase raridades de tão escassas, porque a vida girava em torno do escambo (troca). Dinheiro era quase supérfluo. Os holandeses cunharam as primeiras moedas no Brasil (florins), que tiveram vida efêmera.
Oficialmente, moedas em ouro e prata passaram a circular em 1649. Eram fundidas na Casa da Moeda do Brasil e tinham o nome de real, antiga moeda portuguesa. Dezenas de moedas circularam ao longo do século XVIII. As mais valiosas eram os dobrões, de ouro, com peso de até 53,7 gramas.
Dinheiro de papel o país só conheceu em 1810, quando a produção das minas decaiu, o ciclo de ouro e prata entrou em declínio e as moedas escassearam. Mas só começou a haver organização de um sistema monetário com a moeda Cruzado, cunhada em prata, com valor de 400 réis.
O Real e seu múltiplo, os réis, circularam até 1942, quando foi substituído pelo Cruzeiro e os centavos, transformado pela reforma monetária de 1965 em Cruzeiro Novo, em 1986 em Cruzado e em 15 jan 1989 em Cruzado Novo. Em 16/3/1990 o Cruzeiro voltou, vigorando até 31/7/1993. Em 01/8/1993 entrou em vigor o Cruzeiro Real, valendo até 30/6/1994. A partir de 1º de julho seguinte a moeda brasileira passou a ser o Real.

REFERÊNCIAS
Edição Especial A República - Revista VEJA – nº 37, 20 nov 1989
Internet

segunda-feira, 15 de julho de 2019

TEATRO INFANTIL EM RIO PARDO


O teatro infantil de Rio Pardo é um dos poucos no gênero, de que se tem notícias, no interior do Estado.
As apresentações se faziam sobre um tablado, ao ar livre, na Praça Quinze de Novembro (chamada “bicuda”, em terreno próximo à antiga Estação Rodoviária, na altura do entroncamento das ruas Senhor dos Passos e João Pessoa).
Pelissier de Lima Costa dirigia a gurizada de 1899 a 1900 e entre os pequenos atores se perfilavam os filhos do intendente Francisco Ferreira. A professora Dona Aurora do Amaral Lisboa, apesar de adversária política do intendente, assistia às representações, tendo mesmo elogiado a atuação do filho dele, Francisco. Mas também dirigiu peças, contando certa vez entre as crianças, Biágio Tarantino e Eva Silveira da Luz que mais tarde viriam a consorciar-se.
Um segundo elenco infantil foi constituído, por volta de 1903, por Nilo Correia, sobrinho da atriz Assunção Viggiani, Francisco R. Ferreira Filho e Armando Nestor Cavalcanti, mais tarde general. Apresentaram três comédias e em cada uma delas, um dos rapazes, de doze a treze anos, devia travestir-se. O maquilador era o velho escrivão José Correia Vasques, uma das esportivas vítimas da revista Rio Pardo em Foco.
Rio Pardo, outrora rival de Porto Alegre, ligada a ela por fácil via fluvial, também no terreno teatral evidenciou levantados ideais artísticos, cuja concretização estão a requerer, apesar de tudo o que já foi feito, um inventário mais completo, mais diversificado.

REFERÊNCIA
HESSEL, Lothar. O teatro no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1999. p. 153-154.


COMUNIDADE PASSO DA AREIA E SUAS HISTÓRIAS

3ª Parte

ÁRVORES MAIS FAMOSAS DO PASSO DA AREIA:

Figueira Braba: inédito!
Figueira do Mato
Segundo o Sr. Idalino Marques da Silveira esta Árvore possui mais de 200 anos (talvez bem mais) e fazia parte da antiga mata que existia nas terras que atualmente são de sua propriedade. Os primeiros donos destas terras eram os Cação. O segundo dono pertencia à família dos Lopes.
O terceiro proprietário foi Leonardo Marques da Silveira, pai de Idalino Marquês da Silveira. Quando o pai de Idalino comprou a terra a Árvore já era conhecida no Passo da Areia, como Figueira Braba, existia a mais de 100 anos.
Esta figueira tem tronco grosso e alto e uma sombra que pode abrigar até 100 cavalos. Os animais costumam pousar debaixo dela quando está chovendo. Sua copa é muito larga e fechada, seus galhos grossos e entrelaçados abrigam muitas  plantas parasitas com ninhos de pássaros. Seus  frutos pequenos nunca amadureceram.
A figueira permanece escondida “ da mão do homem” em um pequeno vale úmido e sombrio rodeada de Árvores menores e nunca sofreu agressão do homem.
O Sr. Idalino e sua esposa têm profundo respeito pela árvore e não admitem a ideia de destruí-la.

O PASSEIO AO SANTUÁRIO DA FIFA- SÍTIO DOS ABACATES

O lugar é bonito demais! Tem cheiro de natureza pura. Uma parte mais alta é coberta de gramínea com alguns tufos de gravatá e carqueja e outras plantinhas.
 Existem muitas ladeiras e valetões onde existem fonte de água.
As árvores mais comuns são laranjeiras  do mato, cipós, mamica de cadela , esporão de galo e o ipê que está em extinção.  Há um lugar de mata virgem onde existem, ainda, bugios, lebres e tatus...
Pelos caminhos encontramos troncos de árvores  que foram cortadas e muito limo, cupins..
Muitas  árvores foram derrubadas pelos raios, dizem que o lugar é assombrado e azarado pois muitos raios atingem os animais...
 Sentamos na grama para curtir a natureza e pensamos... O que acontecerá  se lugares como este não forem preservados pela Humanidade? E então batizamos  o lugar como “Santuário da FIFA” pois D Fifa mora ao lado  e acredita que seja um lugar sagrado.
 Obs.: Em 1995 voltei com outra turma ao local e nem reconheci o lugar; havia sinais da presença humana em todos os lugares. As árvores tinham diminuído e não se ouvia o canto dos pássaros!

A VIDA DOS PÁSSAROS EM NOSSA LOCALIDADE

 Estamos na primavera, as árvores estão floridas e as abelhas fazendo mel em seus troncos, os animais dando cria, o lavrador gritando enquanto ara a terra e os pássaros cantando sem parar! Vamos nos informar através de entrevistas sobre nossos pássaros.
Depois de estudar a vida dos pássaros descobrimos que:
- nos últimos 50 anos a quantidade de pássaros diminuiu.
- alguns pássaros estão ameaçados de extinção como é o caso da caturrita que tem seus ninhos queimados pelos agricultores.
- algumas espécies que viviam aqui em grande quantidade como Tucano, hoje em dia, conta sei Idalino, raramente são vistos,  pois foram muito caçados no passado.
- os venenos colocados nas lavouras de arroz matam o João de Barro.
- o desmatamento desequilibra a vida dos animais que são obrigados a se acostumar com outro tipo de vida e alimento.
- alguns pássaros são vistos como mau agouro e outros como pragas.
 Os pássaros mais comuns são: caturrita, João de barro, quero - quero, pardal, coruja, pombinha rola, bem-te-vi, beija-flor, rabo-de -palha, saracura, sangue- de boi, sabiá...

 Obs.: Em nossa localidade os pássaros não são respeitados, seu espaço nas matas é cada vez menor.
São mortos em qualquer época do ano ou presos em gaiolas para vender. Muitos correm o risco de extinção.
 Explorando as terras, os rios, as árvores e os animais até quando as pessoas conseguirão sobreviver.
Nossos avós estão preocupados com as mudanças e condenam o monte de agrotóxicos que o homem do campo é “obrigado a usar”.

 O DESIQUILÍBRIO ECOLÓGICO ESTA ACABANDO COM NOSSA NATUREZA.
HISTÓRIAS CONTADAS POR DONA FIFA

 Sou uma mistura de índio com branco.
 Quando vim de Trombudo para cá isso era uma floresta enorme, só se via o céu.
O povo acreditava em lobisomem, mula-sem-cabeça e boi-tatá. Aqui tem assombração porque no passado houve guerra com índios. Os Índios já mandaram aqui...
 A CARREIRA
 Meu avô tinha uma égua com o nome de Jiboia. Ela nunca perdeu uma carreira e morreu picada em uma luta de espada!
 O DESERTOR
Um dia estava meus avós, meus pais, meus primos reunidos na beira do fogo com uma panela de batatas no caibro da casa. Veio um bandido e enfiou a mão no buraco do caibro para roubar as batatas. Minha avó atou a mão dele e deu para o meu avô segurar a ponta da corda. Ela fez a volta, pegou a faca e pegou o bandido e calçou na faca. Era um desertor...
 AS MULHERES
No meu tempo as mulheres faziam serviços pesados. Carregavam uma  espingarda para se defender. Era comum aparecer animais ferozes e até cobras e nomes. As mulheres do tempo antigo comiam muita carne e tinham muitos filhos. As famílias eram grandes, se reuniam e se ajudavam. A vida era mais saudável.

FONTE: Professora: Leonalda A. Corrêa  Bordin
 Maio de 2001 Raízes e Perfilhos AHMRP




EMEF OLAVO BILAC - RIO PARDO

2ª  Parte

HISTÓRICO ESCOLAR

 A E M Olavo Bilac foi fundada no dia 1º de agosto de 1956.
Sua primeira diretora foi a professora Doraci da Silva Reis que trabalhou até 1978, quando se aposentou deixou como Diretora  Miraci da Silva Silveira.
Inicialmente era Escola de 1ª a 4ª série.
Em 1978 foi fundada a 5ª série.
 Em 1987 a Escola foi ampliada e passou a ser Escola Municipal de 1º grau.
Recebeu o nome de Escola Municipal Olavo Bilac porque eram muitas crianças na comunidade e conta-se que Olavo Bilac gostava de crianças e também era um escritor muito querido.
Olavo Bilac
“Foi inspetor Escolar, Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Conhecido por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista, também defensor do serviço militar obrigatório[1] em um período em que o exército usufruía de amplas faculdades políticas em virtude do golpe militar de 1889. Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. pt.wikipedia.org/wiki/Olavo Bilac

FESTA DE SÃO PEDRO

Na localidade do Passo da Areia as festas Juninas são comemoradas com muita alegria.
São Pedro é o padroeiro do lugar. No mês de junho acontece a festa de São Pedro. É uma festa grande que dura o dia inteiro. Inicia com missa, batizado e casamento.
As pessoas se divertem ao redor de uma grande fogueira. Todos brincam, cantam, dançam, comem e bebem.
Os festeiros arrecadam dinheiro conseguem com a comunidade leitões e galinhas para a festa.

NATUREZA FANTÁSTICA
 Nossas Árvores
Em nossa localidade há árvores de vários tipos que são reservas naturais. Muitas delas têm mais de 200 anos.
 É uma pena que estão sendo destruídas mesmo com a interferência do IBAMA.
 Temos grandes quantidades de Pinheiro, Angico, Pitangueira, Cambuim, Embira, Castanheira, Taquareira, Mamica-de-Cadela...
Prédio mais antigo
 A Guajuvira é muito usada para fazer cabo de machado.
 Em geral os adultos não têm consciência de proteger as matas. Derrubam as árvores para fazer lenha e vender para as fábricas de fumo.

O IBAMA tem interferido muito com os donos das terras.

FONTES:Professora: Leonalda A. Corrêa  Bordin
 Maio de 2001 Raízes e Perfilhos  AHMRP

MATO, TERRA PRONTA PARA O PLANTIO PASSO DA AREIA


sábado, 13 de julho de 2019

A FÚRIA BANDEIRANTE (DESTRUIÇÃO DA REDUÇÃO JESUS MARIA NO RIO PARDO)


A violência praticada pelos bandeirantes na destruição das reduções, contra índios cristãos, “acabou com a mentira, tantas vezes repetida, de que os portugueses vieram ao Brasil para converter os índios à fé cristã.”

Nas Missões do Tape o bandeirante aprisionou cerca de 1.500 homens e mulheres e os levou a pé até São Paulo, junto com dois padres jesuítas aprisionados com os índios.

“A entrada de Jesus Maria, no rio Pardo, já em águas da Lagoa dos Patos, qual a descreve Montoya, dará ideia resumida dos processos empregados nestas expedições: ‘No dia de São Francisco Xavier (3 de dezembro de 1637), estando celebrando a festa com missa e sermão, 140 paulistas com 150 tupis, todos muito bem armados de escopetas, vestidos de escupis que são ao modo de dalmáticas estofadas de algodão, com que vestido o soldado dos pés à cabeça peleja seguro das flechas, a som de caixa, bandeira tendida e ordem militar, entraram pelo povoado, e sem aguardar razões, acometendo a igreja, disparando seus mosquetes. Pelejaram seis horas, desde as 8 da manhã até as 2 da tarde.

Visto pelo inimigo o valor dos cercados e que os mortos seus eram muitos, determinou queimar a igreja, onde se acolhera a gente. Por três vezes tocaram-lhe fogo que foi apagado, mas à quarta começou a palha a arder, e os refugiados viram-se obrigados a sair. Abriram um buraco e saindo por ele a modo de rebanho de ovelhas que sai do curral para pasto, com espadas, machetes[1] e alfanjes lhes derribavam cabeças, truncavam braços, cortavam pernas, atravessavam corpos. Provavam os aços de seus alfanjes[2] em rachar os meninos em duas partes, abrir-lhe as cabeças e despedaçar-lhes os membros.’

Compensará tais horrores a consideração de que por favor dos bandeirantes pertencem agora ao Brasil as terras devastadas?” (ABREU, Capistrano de. Capítulos de História Colonial. UNb, 1963, p. 125-6)

REFERÊNCIA
PREZIA, Benedito; HOORNAERT, Eduardo. Esta terra tinha dono. 4. Ed. São Paulo: FTD, 1995. P. 88-92. 



1 Sabre de dois gumes, reto e curto; faca grande, facão.
2 sabre de lâmina curta e larga, com o fio no lado convexo da curva.

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