No século XIX as epidemias eram muito comuns.
As precárias condições de higiene, a falta de remédios eficientes e de médicos
era muito comum, e o resultado não podia ser outro. As doenças contagiosas
proliferavam com toda facilidade. Combatê-las era difícil e por isso as
autoridades costumavam isolar os doentes em prédios chamados lazaretos. Rio Pardo
teve esse problema várias vezes, como todas as outras cidades do interior do Brasil.
Em 1879 enfrentávamos uma epidemia de varíola e a Câmara de Vereadores,
preocupada com a seriedade do problema, tentava resolvê-lo: “A Câmara Municipal
da cidade do Rio Pardo, Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, vem
respeitosamente trazer a vossa presença o pedido de ser-lhe concedido, isento
de qualquer ônus, o velho e inútil prédio que, com a denominação de Casa da
Pólvora, existe no arrabaldes desta cidade. Este prédio, Digníssimos
Senhores, serviu há muitos anos para
depósito de pólvora, no tempo da Revolução desta Província, e desde 1846
conserva-se fechado, pelo que está muitíssimo deteriorado. Mede onze metros
mais ou menos de frente , sobre nove de fundos, com parede de pedras, coberto
com telhas e com uma só porta ao sul. Para o Governo Geral e mesmo para o Provincial,
este edifício é completamente inútil, e isso comprovado fica pelo fato de estar
há muitos anos abandonado, sem se lhe dar a menor aplicação; no entanto que a
esta municipalidade muito pode servir, pois que com pequeno dispêndio presta-se
para um Lazareto em épocas de epidemias, como acaba de acontecer com os
atacados pela varíola. A circunstância de ser inútil este prédio para o Governo
e aproveitável para a Câmara Municipal, conforme vem de expender, sugeriu a
ideia e alimenta a esperança de que não negareis aquiescer ao pedido que ora
vos faz, e do qual só aproveitara uma parte da classe desvalida da nossa
sociedade. Convicta esta Câmara de que não recorrerá em vão aos vossos
sentimentos de humanidade e interesse público, pede e espera r Receber Mercê.
Paço da Câmara Municipal do Rio Pardo, 16 de junho de 1879."
FONTE: RGC nº 375,
pg.218 Ano: 1879 Documento do Arquivo Histórico
Nenhum comentário:
Postar um comentário