quinta-feira, 26 de abril de 2018

CURIOSIDADE


Você é capaz de descobrir o que representa esta foto do nosso passado Histórico?

 No tempo em que tudo era feito manualmente se quiséssemos comer teríamos de buscar, plantar, colher, para o nosso sustento, nada era fácil como hoje que tudo temos, mas que não sentimos dificuldades, que nossos antepassados tinham. Hoje é outra época com máquinas, luz elétrica, água  e sem "escravidão".


quarta-feira, 25 de abril de 2018

GINÁSIO DE ESPORTES GUERINO BEGNIS


A partir de 1914, com a chegada do novo pároco, padre Broggi, o futebol passou a ter grande estímulo em Rio Pardo.  Acontece que o novo padre, “como meio de ensinar os jovens e as crianças em atividade sadias, trouxe para Rio Pardo uma bola de futebol, popularizando aqui esse esporte.” Após a missa, distribuía senhas para os meninos  e organizava partidas de futebol na Praça da Matriz.
Na década de 50 o esporte amador era bastante forte em Rio Pardo, destacando-se o vôlei e o basquete, intensamente disputados pelas equipes locais do Municipal, do Ícaro e dos Bancários. Já no final dos anos 70, o esporte amador resumia-se ao futebol de salão do Real Madri e às “peladas”, no Estádio Municipal Amaro Cassep.
Pois foi nesta época que surgiu um fato novo, que viria incentivar o esporte amador a construção de um Ginásio de Esportes na Vila Guerino. Batizado com o nome de Ginásio de Esportes Guerino Begnis, o popular “Gerinão”, foi inaugurado em 07 de outubro de 1978, em grande estilo. Apresentaram-se ginastas do Instituto Auxiliadora e os Canarinhos de Santa Cruz do Sul.
Após, realizou-se a partida de futebol entre o Real Madri e a Associação Esportiva de Uruguaianense, valendo pelo campeonato estadual de futebol de salão.  O Real Madri precisava vencer para garantir sua classificação. Renato Soder inaugurou a placa aos 4 minutos, marcando o primeiro gol no novo ginásio. No segundo tempo a partida estava empatada em 1 a 1. Foi então que a torcida passou a incentivar o time, e o Real Madri, reagiu: Jair de Souza marcou 3 gols, fechando o placar em 4 a 2. Neste dia a equipe do Real Madri esteve composta por Berger, Fichinha, Jair Costa, Renato Soder e Jair Souza.

FONTE:   Pesquisa de Silvia Barros, Ceres Kuhn, Foto Neuza.
 Memória Viva Gazeta do Sul  28/29/07/2001




Entrada
Frente do Ginásio Guerino Begnis
Fundos do Ginásio

terça-feira, 24 de abril de 2018

CASARÃO DE JOSÉ ANTONIO PEREIRA RÊGO

Hoje é residencia particular, já foi Restaurante com Casa de Chá
No porão há uma senzala conservada conforme original

O Casarão está situado na Rua Júlio de Castilhos nº 257, rua mais conhecida como Rua da Ladeira, a primeira rua calçada no Rio Grande do Sul, por mãos escravas.
O prédio é um exemplo da arquitetura colonial portuguesa, construído anteriormente ao ano de 1829,segundo mapa do engenheiro alemão João Martinho Buff. Ampla, bem iluminada, guarda suas características originais e é digna visitação.
Nesta casa viveu a família Coronel José Antônio Pereira Rêgo, homem de reconhecido caráter e de grande expressão política tendo ocupado os cargos de Intendente, Vice – prefeito e prefeito, no início do século XX.  Muitas obras marcaram a sua administração, entre elas: a luz elétrica (1911), através de contrato realizado entre a Prefeitura Municipal e o Sr. Frederico Ernesto Wunderlich; a construção do primitivo cais; a ponte metálica sobre o Rio Pardo; a primitiva Hidráulica e outros.
O Coronel José Antônio Pereira Rêgo foi casado com a Maria  José Freitas Pereira Rêgo e tiveram 9 filhos. Em sua vida pública civil exerceu ainda as funções de Juiz Distrital, foi Delegado Regional de Polícia e, também Deputado Estadual, o primeiro representante de Rio Pardo na Assembleia Legislativa, após a constituinte.  Foi ainda Provedor da Irmandade de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos, tendo sido, sob sua Provedoria, inaugurado o Hospital dos Passos. A18 de março de 1955 faleceu em Rio Pardo.
Neste Casarão foi instalado uma Casa de Chá e um Restaurante. A Casa do Turista, como era chamada, servia os famosos Sonhos de Rio Pardo, receita portuguesa trazida e mantida em segredo, por muitos anos, pela família Lisbôa Fischer. Havia ali também uma Lojinha com produtos artesanais: cartões postais, lembranças de Rio Pardo e obras de arte.
Hoje este Casarão está desocupado, é de propriedade particular e conservando seus traços arquitetônicos originais.

FONTE: Texto adaptado conforme Guia Histórico Dante de Laytano

UMA HISTÓRIA DE INFÂNCIA NO INTERIOR DE RIO PARDO

Pedreiras já desativadas ou paralisadas por um tempo
Pedra cal
Pedras enormes ornamentais

                            
Nos anos de 1950 a 60 morei no interior de Rio Pardo, no então 5º distrito Capivarita. Nestes tempos éramos crianças eu e meu irmão, brincávamos muito com bolitas (ou bolas de gude), buscávamos água em latas nas cacimbas. (buraco onde tinha um olho de água). Estudávamos em uma Escola Isolada de Capivarí, longe de casa, mais ou menos de 3 a 4 km, não tinha ônibus, íamos a cavalo ou a pé, muitos banhos de chuva, no caminho, mas muitas brincadeiras de crianças e brigas também, a alegria era muito grande, tudo era normal, pois não conhecíamos outra realidade. Não tinha luz, TV, e naquele tempo nem rádio, as casa eram longes umas das outras, muito poucos tinham um rádio quem tinha era muito feliz e recebia visitas para escutar uma musica ou ouvir as radionovelas era chic. No turno inverso ajudávamos a mãe nos trabalhos caseiros, buscávamos lenha no mato, ajudávamos na horta, buscávamos as vacas, a água e também tinha um tempo para brincar não me lembro dos temas se havia ou não.
Meu pai trabalhava em pedreiras arrancando pedras. Saia pela manhã e só voltava à noitinha, pois também era bastante longe o seu trabalho. Nós, os filhos tinham uma missão para nosso pai fazer a Pólvora para que quando ele chegasse em casa estivesse pronta. Ele usava a pólvora nas pedras para quebrar e dar o tiro (arrebentar), pois a pólvora  era feita em casa, tudo era manual.  O pai arrancava a pedra do solo da pedreira e tinha que quebrar para levar aos fornos e queimar transformando-se em CAL. Nesta época não havia nenhuma máquina tudo era feito apenas pela mão do Homem. Usávamos o salitre, enxofre e carvão tudo muito moído num pequeno pilão, depois experimentávamos para ver os estalinhos, trabalho e arte de criança, mas a mãe ficava do olho....  
A vida no Interior sempre foi com dificuldades mas isso tudo era natural entre a população era uma época, mas que hoje viver no interior é muito diferente do que foi naqueles anos 60, mas que lembramos com saudade de nossa infância.
Em Capivarí sempre teve muitas pedreiras e forno de Cal era uma das maiores bases econômicas do 5º Distrito, juntamente com a agropecuária.

Texto Infância Feliz de NDQ
Pedreira interditada, mas que ainda tem pedras para ser arrancada


segunda-feira, 23 de abril de 2018

RELATÓRIO DA COMISSÃO ENCARREGADA DA VISITA DAS PRISÕES CIVIL E MILITAR DA VILA DO RIO PARDO QUE TEVE LUGAR EM 25 DE SETEMBRO DE 1829


Ilmos. Snrs. da Câmara Municipal
A Comissão a que tocou a honra de visitar as prisões civil e militar desta Vila, tendo de acordo destinado o dia 25 de setembro passou em primeiro lugar a Cadeia da Justiça, e com bastante mágoa observou o pouco cômodo, que oferece aquela Casa aos desgraçados a quem toca expiar os seus crimes, e muitas vezes as inocentes vítimas do despotismo. A enxovia[1] é bastante estreita, mal asseada, muito pouco ventilada porque apenas tem duas janelas para a frente da rua, e estas muito pequenas, tendo a Casa suficiência para se acrescentar a esta enxovia, e fazer uma boa sala livre com janelas para o Beco do Portão, que é assaz espaçoso e acomodado para ventilar a enxovia, e sala livre pela parte que a sopram os ventos do quadrante do Nordeste, e desta forma gozarão sempre as purezas uma coluna de ar novo, e expelido o infecto pela frente do Sul, quando ventar da parte do nordeste, e por este quando da parte do sudoeste. Observou mais a Comissão: a parede que divide a Cadeia da Sala de Audiências, que se fez indispensável também ser reformada, por ser singela, e pouco segura, assim como é também o Xadrez e a parede que o circunda e por este respeito tem sido arrombada por várias vezes, e fugido os presos, como informou o Carcereiro. Também se faz indispensável que haja uma terceira sala, para a parte do centro, varanda de casa, para servir de prisão às mulheres, a qual pode ter janelas para o norte, e para o nordeste, em razão do local permitir, e em tais obras e reparos ficará uma decente Cadeia, em razão do terreno ser sólido e sadio, e por consequência ficarão inutilizados um montão de ferros ali existentes, em que gemem os desgraçados presos, que não tendo culpa da falta de segurança da Casa sofrem, além da privação da Liberdade.
Passando à Prisão Militar, a Comissão se vê na vigorosa necessidade de manifestar que aquele lugar é abismo tenebroso da Humanidade, em que gemem os desgraçados soldados em dois estreitíssimos calabouços; um deles que é ( ?) folgado com (?) pequena janela, para o lado do sul, e outro sem uma só: o primeiro muito escuro, muito infecto, mal asseado, e todo escavado, que mais parece cova de feras, do que prisão para correção dos defensores da Pátria. O segundo é um caos aonde com dificuldade chega a luz do dia, por ter a única porta da entrada, e esta no centro de um salão, que serve de Corpo da Guarda, e toda esta Casa tão mal segura, e arruinada, que mais indica uma hedionda masmorra, do que estabelecimento público para correção dos crimes. Portanto convém que se melhore a sorte dos desgraçados, que em tais Prisões gemem oprimidos como vítimas de voluntário vexame; e fará esta Câmara grande serviço à Nação, em promover quanto em si couber para vencer (?  (?). Tem estado o Governo econômico desta Província, (?) de tais estabelecimentos recomendáveis em uma Nação, que se (?) observar a Religião Católica e Apostólica Romana; a que sem dúvida suprirá de tão benemérita inspiração. Rio Pardo, 12 de novembro de 1829.
(Assinaturas: Antonio José Coelho Leal, Manoel Antonio Pereira Guimarães, Francisco Gomes da Silva Guimarães, Antonio José A. de Souza, Venancio José Chaves)

REFERÊNCIA:
Transcrição com grafia atualizada de documento do Livro nº 19 – 1829 – p. 124-5 do acerco do Arquivo Histórico Municipal de Rio Pardo


[1] ENXOVIA: cárcere térreo ou subterrâneo, escuro, úmido e sujo.

domingo, 22 de abril de 2018

UM LAZARETO PARA RIO PARDO



 No século XIX as epidemias eram muito comuns. As precárias condições de higiene, a falta de remédios eficientes e de médicos era muito comum, e o resultado não podia ser outro. As doenças contagiosas proliferavam com toda facilidade. Combatê-las era difícil e por isso as autoridades costumavam isolar os doentes em prédios chamados lazaretos. Rio Pardo teve esse problema várias vezes, como todas as outras cidades do interior do Brasil. Em 1879 enfrentávamos uma epidemia de varíola e a Câmara de Vereadores, preocupada com a seriedade do problema, tentava resolvê-lo: “A Câmara Municipal da cidade do Rio Pardo, Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, vem respeitosamente trazer a vossa presença o pedido de ser-lhe concedido, isento de qualquer ônus, o velho e inútil prédio que, com a denominação de Casa da Pólvora, existe no arrabaldes desta cidade. Este prédio, Digníssimos Senhores,  serviu há muitos anos para depósito de pólvora, no tempo da Revolução desta Província, e desde 1846 conserva-se fechado, pelo que está muitíssimo deteriorado. Mede onze metros mais ou menos de frente , sobre nove de fundos, com parede de pedras, coberto com telhas e com uma só porta ao sul. Para o Governo Geral e mesmo para o Provincial, este edifício é completamente inútil, e isso comprovado fica pelo fato de estar há muitos anos abandonado, sem se lhe dar a menor aplicação; no entanto que a esta municipalidade muito pode servir, pois que com pequeno dispêndio presta-se para um Lazareto em épocas de epidemias, como acaba de acontecer com os atacados pela varíola. A circunstância de ser inútil este prédio para o Governo e aproveitável para a Câmara Municipal, conforme vem de expender, sugeriu a ideia e alimenta a esperança de que não negareis aquiescer ao pedido que ora vos faz, e do qual só aproveitara uma parte da classe desvalida da nossa sociedade. Convicta esta Câmara de que não recorrerá em vão aos vossos sentimentos de humanidade e interesse público, pede e espera r Receber Mercê. Paço da Câmara Municipal do Rio Pardo, 16 de junho de 1879."

FONTE: RGC   nº 375,     pg.218   Ano: 1879     Documento do Arquivo Histórico

quarta-feira, 18 de abril de 2018

FORNO DE CAL RIQUEZA DO PASSADO


 Rio Pardo  por muito tempo foi a Cidade Histórica da Cal. No 5º distrito de Rio Pardo a exploração da cal era uma das  principais riquezas minerais.Com o desmembramento de Pantano Grande (5º distrito), Rio Pardo perde uma das suas riquezas naturais mais rentáveis. Hoje Pantano Grande é uma cidade e o quinto distrito Capivarita deixou de ser da Cidade mãe, mas continua a sua produção de cal.



Parte superior do forno, onde faz-se a quebra da pedra manual e põe dentro da boca do forno para ser queimada, lugar bastante profundo.



Lugar onde se retira a pedra depois de queimada a cal. Alta temperatura, muito quente. 
Boca do forno, onde é queimada a pedra cal.
Depósito de pedra para queimar....
Forno de Cal em Capivarita. No forno de cal se faz todo o trabalho, quebra e requebra da pedra, se põe a queimar,  deixa por mais ou menos 6 horas queimando, depois dizem "é hora da puxada". Daí se tira o fogo e esfria um pouco a cal para fazer a puxada, é o momento em que a cal está pronta para ser colocada em barricas ou tonéis.  Isto acontecia  a um tempo atrás, antigamente. Hoje em alguns fornos já é mais moderno o trabalho, com o uso de máquinas para ser transportado, arrumado a cal moída e ensacada ao lugar destinado. Este forno ainda funcionava  até o ano passado, 2017.

FONTE: Pesquisa Oral  e fotos no local, vizinhança. Prof. Neuza, 2018.

ALVARÁ-CAPITANIA DE SÃO PEDRO DO RIO GRANDE


CÓPIA
Eu o Príncipe Regente Faço Saber aos que este Alvará virem, que em Consulta da Meza do Desembargo do Paço Me foi presente, que tendo sido elevado  o governo do Rio Grande a Capitania com a denominação de Capitania de São Pedro do Rio Grande, declarando por Capital a Villa de Porto Alegre para ser a residência do Governador e Capitão General; era conforme a esta Minha Real Determinação que a referida Villa de Porto Alegre fosse também a Cabeça da Comarca, e a residência dos Ouvidores da Comarca de Santa Catarina: E sendo consideração ao referido, a maior comodidade dos Povos habitantes  da mesma Capitania e a prosperidade que a ela deve resultar  em muita utilidade dos Meus Juiz Vassalos, e do Meu Serviço: Hei por bem Conformando- lhe com o parecer da mesma Consulta; Ordenar: Que a Villa de Porto Alegre fique tendo e gozando a Graduação de Cabeça de Comarca; que na mesma Villa fiquei  sendo a residência ordinária dos Ouvidores Gerais da Comarca; e que esta se fique denominado “Comarca de São Pedro do Rio Grande e Santa Catarina”: O que assim se ficará observando. Pelo que Mando á Meza do Desembargo do Paço e da Consciência e Ordens; Presidente do Meu Real Erário; Conselho da Minha Real Fazenda; Regedor da Casa da Suplicação; Governador e Capitão  General da Capitania de São Pedro do Rio Grande; e a todos os mais Governadores, Magistrados, Justiças, e pessoas, a quem o conhecimento deste Alvará pertencer, ocumprão e guardem, e facão muito inteiramente cumprir e guardar como nelle se contem.
E valerá como Carta passada pela Chancelaria, posto que por ela não há de passar, e que o seu efeito haja de durar mais de um ano, sem embargo da Ordenação em contrário. Dado no Rio de Janeiro aos dezesseis  de Dezembro  de mil oitocentos e doze –Principe – com Guarda – Alvará, porque Vossa Alteza Real há por bem Determinar, que a Vila de Porto Alegre fique sendo a Cabeça da Comarca de São Pedro do Rio Grande  e Santa Catarina; ficando a mesma Comarca, que anteriormente se chamava de Santa Catarina. Com esta nova denominação ; tudo na forma acima declarada  - Para Vossa Alteza Real ver – Por imediata Resolução de Sua Alteza Real de trinta de junho de mil oitocentos e doze, tomada em Consulta da Meza do Desembargo do Paço de vinte e dois do mesmo mez e ano – Monsenhor Miranda – Francisco Antonio de Souza da Silveira – Bernardo Jozé de Souza Lobato o fez escrever -  Registrado a folha cento e cincoenta e uma do Livro primeiro que Serve de Registro dos Decretos e Alvarás, nesta Secretaria da Meza do  Desembargo do Paço Rio de Janeiro quatro de Fevereiro de mil oitocentos e treze – Antonio Luiz Alvez – Joaquim Jozé da Silveira o fez – Na Impressão  Régia.

 Está Conforme        João Lopes Falcão
                         Escrivão da Ouvidoria
Cumpra-se e Registre  Rio Pardo   em Vereança de 28 de Abril de 1813
                                               Souza
 Obs.: A caligrafia está conforme época.

 FONTE: Lv. CG  nº 02   pg. 62     Ano: 1813    AHMRP


terça-feira, 17 de abril de 2018

MENINO DIABO EM RIO PARDO


“(...) das façanhas do Menino Diabo apenas sobreviviam a fama da astúcia e a inverossimilhança do pitoresco, além da hediondez do exemplo.”
ANO DE 1836
Assumiu, então, o comando das ditas quilhas[1] um lusitano, que tinha adotado a divisa liberal e a nossa nacionalidade. Seu nome era Antônio Joaquim da Silva. Era de baixíssima estatura e na revolução exibiu artimanhas e ferocidades de um demônio. Daí o apelido que lhe deram de Menino Diabo.
Meteu a proa para Triunfo, o porto já indicado por Bento Gonçalves, com a finalidade de operar com uma força de cavalaria aí existente, sob as ordens de José Manuel de Leão. Não a encontrando, por ter sido dispersa, ante a aproximação do inimigo, subiu o rio Taquari, recolhendo-se à paróquia do mesmo nome, onde lhe foram dar caça. Nessa emergência, desembarcou tropa e artilharia, decidido a atuar em terra firme, como terrorista, seguindo o modelo dos mais autênticos subversivos. Agregando à sua força alguns elementos de cavalaria, organizou uma unidade, a que deu o nome de “Legião Diabólica”, da qual se constituiu o Comandante Superior ou o Quartel-Mestre, segundo os Apontamentos, de João Luiz Gomes.
Realizando a sua guerra particular, avançou direto a Rio Pardo, onde se apossa da localidade, a ferro e fogo. Saqueia tudo, como fizera, antes e depois, nas vizinhanças, Bento Manuel, a dar-se crédito aos ofícios de João Manuel e Neto.
Sua ação preocupou tanto ao governo legal que Bento Manuel mandou para ali a 3ª Brigada de Cavalaria, de Bagé, ao mando de Antônio de Medeiros Costa, em que servia, como subalterno, o futuro Marquês do Erval. A 11 de setembro, um dia depois da retumbante vitória farroupilha no Seival, o Menino Diabo é completamente batido no Passo do Couto (arroio tributário do Jacuí, porto e povoado), deixando no campo de batalha dois oficiais e 35 soldados mortos, 4 oficiais (3 dos quais feridos), 32 soldados e 10 escravos prisioneiros, além de 3 bandeiras, 3 bocas de fogo, 150 tiros de metralha, muitas clavinas[2], armas, espadas, pistolas e lanças, pólvora e munições.
Nesse combate sobressaiu-se, entre os legais, Osório, que, comandando o primeiro dos esquadrões de carga, a doze e meio passos da boca de um canhão farroupilha, lhe ‘rodou’ o cavalo e o cuspiu por terra, quando, ao seu redor, 9 praças eram atingidas pela metralha. Lépido salta sobre o primeiro animal que se lhe depara, sem sela nem freio. Manejando-o apenas pelo cabresto, de espada em punho, repõe-se à testa do esquadrão, arremetendo o inimigo, que é levado de roldão até a vila próxima.
Do Menino-Diabo ficaram muitas lendas, de imensas fortunas que ele teria escondido aqui e ali, nas suas retiradas. Em Rio Pardo até hoje há quem acredite que há dinheiro enterrado pelo Menino-Diabo no Barro Vermelho, no testemunho de De Paranhos Antunes. A mesma coisa no rio Taquari, acima da volta do Barreto, na ilha de Flores, outrora dos Macacos, onde ele refugiava o seu lanchão, quando se via acossado pelos inimigos.”

REFERÊNCIA: FAGUNDES, Morivalde Calvet. História da Revolução Farroupilha. 2. Ed; Caxias do Sul: Ed. da Universidade de Caxias do Sul; Porto Alegre: Martins Livreiro, 1985. p. 140-1, 240)


[1] 3 lanchões que, na ilha da Pintada, Porto Alegre, deveriam impedir os legais.
[2] Carabina usada por cavaleiro montado no século XVIII; espingarda curta.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

MARECHAL FLORIANO PEIXOTO


JORNAL A PÁTRIA

Convite: Convida-se a população desta cidade para acompanhar a procissão Cívica em homenagem ao imortal Marechal Floriano Peixoto, e assistir a sessão solene que se efetuará no Teatro, às 7 horas da noite de 29 do corrente.
O Préstito Cívico partirá da Intendência Municipal, às 4 horas da tarde, percorrendo as principais ruas. Pede-se o comparecimento das Exmas. famílias em ambos os atos. 
A comissão roga aos Senhores comerciantes para fecharem as portas das suas casas comerciais, das 2 horas da tarde em diante.
A Comissão ; Coronel Francisco de Azambuja, Tenente João  Frederico Ribeiro, Major Antero Fontoura, Alferes Pará da Silveira, Major Pedro Nolasco Santa Cruz.

FONTE: Um convite do Jornal Pátria de 1899- AHMRP.


IMAGENS DO CEMITÉRIO MUNICIPAL DE RIO PARDO


O Cemitério Público Municipal de Rio Pardo foi criado em 1863 após não haver mais lugar para sepultamentos atrás das Igrejas da Cidade. Após várias discussões, reuniões de estudo, para decidir qual seria o melhor lugar, para a construção do Cemitério, foi comprado então, um pedaço de terra no lugar denominado Potreiro de Nossa Senhora, iniciando assim a construção do Cemitério Público Municipal.
 Cemitério Público de Rio Pardo

Portão de Entrada



FESTIVIDADE DO ESPIRITO SANTO


Jornal Pátria de 1899


Jornal Pátria

 Aviso: Depois de uma interrupção de dois dias em consequência do mau tempo, terminaram ontem as festividades do Espírito Santo. Ao coro  cantaram durante as novenas algumas distintas senhoritas e na missa solene fez-se ouvir a Exma. esposa do  Tenente Souza e Mello, que possue uma belíssima voz.
O Reverendo Hypólito Costabile, produziu uma oração eloquente, na altura dos creditos do reputado  pregador.
A procissão realizada a tarde de 25  foi muito concorrida, sendo grande o número de andores, perfeitamente adornados, e de crianças vestidas de Anjos.
Duas bandas musicais acompanhavam o enorme préstito. ( procissão, muitas pessoas)
 Ontem houve fogos e leilão de ofertas.  Damos parabéns ao Sr. Rafael Bandeira pelo Brilhantismo da festa, de que foi incansável Juiz.

 FONTE: Jornal Antigo de Rio Pardo, existente no Arquivo Histórico, 29/07/1899- da República


IGREJAS DE RIO PARDO


(3)final
Relatório de Sebastião Pinto do Rego, Vigário de Rio Pardo, para Dr. Joze Marcellino da Rocha Cabral, encarregado da Estatística da Província –  Rio Pardo, 22 de janeiro de 1835  

Há mais uma capela antiguíssima, e muito arruinada, sita na Aldeia de São Nicolau, e distante desta Vila meia légua. Em outro tempo os aborígenes, seus habitantes, tiveram Cura, pago pelos mesmos; porém a falta de meios dissolveu o trato, e os fez paroquianos da Matriz da Vila; terá 100 pessoas.”
A Paróquia da Vila foi ereta no mesmo lugar, onde existia a outra assaz pequena, no ano de 1801, época exarada na verga da porta principal, e não no livro do Tombo (...)”
Além da Matriz existem nesta Vila duas Capelas; a saber a do Senhor Bom Jesus dos Passos; e a de São Francisco de Assis. Da primeira levantando-se mais 4 palmos o corpo; e dourando-se o altar-mor, único que existe, ficará um edifício completo, e decente. Espero conseguir este complemento da devota Irmandade, que ali venera a Imagem do Senhor dos Passos, e assiduamente cuida do ornato do seu Templo, como há pouco, praticou aformozeando-o exteriormente com frontispício e branqueação. Da segunda, este edifício tem boa Capela-mor, mas o corpo é pequeno, mal construído, e sem forma exterior: se a intitulada Ordem 3ª completá-lo, ficará excelente até pelo lugar em que está situado, pois é o mais elevado da Vila; tem altar-mor não dourado, e no corpo 6 nichos, onde estão colocadas 5 imagens do Senhor em diferente passos; e uma da Senhora da Porciúncula. A Matriz desta Vila, como disse, teve princípio em 1801; sua construção progredia com passos agigantados, e grande fervor; todavia o gênio do mal apareceu entra a seara do Senhor, e influindo nos corações dos operários do Dono do Altíssimo fez paralisá-lo, ficando somente o corpo levantado, lugares para tribunas, sem torres, frontispício, em cujo cima esteja colocado o sinal da Redenção, e indique ser ali o Santuário do Autor do dia; existe até hoje a mesma capela-mor que havia no primeiro templo; ela acha-se quase toda arruinada, e é muito pequena em proporção do corpo, que parece acéfalo. Foi este o estado em que achei o Templo, quando dele tomei posse; e ainda que hoje já tenha portas novas, púlpitos, coro, Sacrário magnífico, assoalho reparado, todas as Imagens encarnadas de novo, e envidraçadas, e outros arranjos; contudo não se poderá conseguir o seu ultimatum, do que está muito longe; e por haverem muitas dificuldades a superar: por exemplo, alçando eu do ex-presidente Galvão cento e vinte mil réis para as obras da Igreja, empreguei com quase igual quantia do meu bolso em tablado para as tribunas; porém não havendo mais dinheiro, nem quem ofereça, como conseguir-se-á sua ultimação, não havendo meio de pagar a mão de obra das mesmas? Todavia, se eu alcançar algum ajutório pecuniário do Presidente da Província, e os devotos concorrerem com suas esmolas, e concluir-se o douramento dos altares do Espírito Santo, Parto e Dores, este Templo, cujas primeiras foram traçadas pelo erudito Rossis, ocupará o primeiro lugar entre os melhores da Província. Ia olvidando-me do melhor, e é que só a poderosa mão do Governo facultará o desejado fim, que o Templo exige: além dos 3 altares referidos tem mais a Matriz o Mor; o de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos; o de São Miguel; e o de São Francisco de Paula, que são dourados, e mui decentes. Da Matriz, e nos dois Templos existem algumas alfaias preciosas, e os competentes ornamentos. Nos limites da Paróquia existem os Oratórios seguintes: do Padre Feliciano José Roiz em Capivari; é muito decente, e separado da casa de moradia; de Manoel José Machado; de Bibiano José Carneiro; de Francisco Pinto Porto; de Paulo Nunes da Silva Jardim; de Gaspar Pinto Bandeira; de Manoel Veloso Rebelo; também são decentes.”                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 Ao relacionar cemitérios indica igrejas da época (1835): o da Matriz; o do Senhor dos Passos; as catacumbas da Ordem 3ª de São Francisco; o da Aldeia de São Nicolau.


REFERÊNCIA: documento do  Arquivo Histórico de Rio Pardo,  transcrito por Raimundo Panatieri (linguagem adaptada)

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

domingo, 15 de abril de 2018

sábado, 14 de abril de 2018

PRIMEIRA USINA EM RIO PARDO


Antigo prédio onde foi instalado a Primeira Usina, em 1910.
Frederico Ernesto Wunderlich ganhou a licitação proposta pelo então intendente, coronel José Pereira Rego fornecendo energia elétrica para a cidade. A usina usava lenha como combustível das máquinas a vapor. Para abastecer as caldeiras a água era puxada do Rio Jacuí por meio de uma torre, e levada até a Usina.


  

Observando  esta  foto vemos um grande alicerce com pedra irregulares,  local Histórico. onde havia a construção do Quartel Velho ( doc. do AHMRP - Foto Neuza).

FONTE: RIO PARDO 200 ANOS  SANTA CRUZ DO SUL- RS - BRASIL, 2010.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

CEMITÉRIO NO MOINHOS DE VENTO




No século XVIII, quando deu-se a ocupação militar do Rio Grande do Sul, a administração era muito complicada. Só haviam autoridades militares e a igreja auxiliava o governo português, fazendo o controle de nascimentos e mortes da população. Em Rio Pardo os únicos cemitérios existentes eram os das igrejas, onde eram enterradas as pessoas que pertenciam às várias Irmandades da Vila.
Mas, com o tempo, a população aumentou e nem todos pertenciam às Irmandades, motivo pelo qual era necessária a construção de um Cemitério Municipal. Assim, em 06 de outubro de 1847 o vigário Zeferino Dias Lopes oficiava à Câmara de Vereadores, relatando o seguinte: "Sendo uma das obrigações dos Párocos zelar por um lugar onde devem descansar os corpos dos fiéis, que por mandado Criador são chamados à sua soberana presença; por isso deliberei me dirigir a Vossas Senhorias como principal órgão deste município, a fim de que dignem-se levar ao conhecimento do Corpo Legislativo Provincial a necessidade que há nesta cidade de um com quanto Cemitério, para que se sirva decretar quantia para sua fatura. Ora, com quanto no lugar denominado Moinhos de Vento existe um, todavia não posso conformar-me com o ponto em que se acha colocado; porque sendo o terreno bastante pedregoso, e alheio, e de órfão segundo me consta: além deste defeito, se acha aberto por todos os lados; coberto de mato, e expostos os corpos a serem exumados pelos cães, servindo esse terreno de pasto e refúgio a quantos animais por ali vagam. Espetáculo este de horror, que extingue n’alma o sagrado respeito aos mortos, e que tanto como a vista, ofende a moral e aos costumes! Avista do que é da palpável necessidade de fundar-se um edifício capaz e próprio para tão justo quanto santo fim, apuro que Vossas Senhorias diligenciarão a respeito; confiando eu pois que serão realizados meus desejos, a fim de não continuar com bastante mágoa de meu coração e não pequeno escrúpulo a dar-se sepultura aos corpos de nossos irmãos neste lugar e a despeito das leis eclesiásticas.”
Mais tarde esse local -Moinhos de Vento- foi usado como Cemitério dos COLÉRICOS, durante a epidemia que assolou a Cidade. E o Cemitério Municipal, tão desejado pelo vigário Vicente, foi construído em 1860.

FONTE: Registros Gerais da Câmara nº 38 p. 354. AHMRP


terça-feira, 10 de abril de 2018

IGREJAS DE RIO PARDO



(2)

Documento encaminhado à Câmara de Vereadores de 24 setembro de 1833
“REPAROS DA IGREJA MATRIZ – Evidente he o estado de imperfeitabilidade da Matriz deste Município, cuja forma extrinseca indica ser alli a sede, não do altíssimo, mas sim de huma qualquer pessoa, que compellida pela má fortuna lança mão do dono, que o accazo lhe offerece. He triste na verdade o aspecto da nossa Parochia. Sem torres, e frontispício em cujo cimo esteja collocado o signal da nossa Redempção mui pouco vislumbre apresenta de hum templo que deve ser dos mais magestozos onde se celebrão tão altíssimos mistérios. Longe de nós comparar o nosso templo com os templos dos Protestantes: que decência que ornato e asseio! E ainda que não seja permittido por nossas Leis o terem emblema exterior indicativo da mera ceremonia que dentro se pratica, com tudo há ornato, que ao primeiro intuito annuncia serem hum domo diverso. He inquestionável, que os monomentos, sendo huns das aquisições dos nossos conhecimentos, e de que os Corografos se servem para corroborar os factos exarados em suas historias, dão ao leitor curiozo Idea do augmento, ou atrazo dos paizes, V.g, o Pará possue huma magnífica Cathedral; entre outras a Villa de São Joze em Minas tem a mais excellente Matriz da Provincia: satisfazemo-nos pois com estes exemplos a fim de não sermos mais extenços com outros idênticos neste mesmo Imperio, e no melhor Mundo de centares que attestão a civilização, religião, e grandeza dos Povos; pois em toda a parte forão os templos da oração os em que mais se esmerarão os Cidadãos com profissão e grandeza quazi sem limites. Deo-se principio neste Municipio a hum bem regular, e até mesmo magestoza Matriz; mas que por falta de socorros em pouco de menos fixou, e algumas de suas partes ameação propinqua[1] ruína, tal He por exemplo a Capella Mor. Esta mesmo He mui pequena, e por isso não chega todo o recinto da Igreja pra acomodar os fieis que alli concorrem nos dias festivos, sahindo muitos, e pelo aperto e confuzão, praticando-se até mesmo desacatos. Verdade He que segundo a Lei do orçamento Cap. 19 §8 stateciou Sua Excellencia 120$000 reis para reparos, que já estão destinados para satisfação do taboado com que se deve preparar as tribunas, não ficando ate com que se pagar a mão d’obra e mais despezas inherentes. Eis o deplorável estado da nossa Matriz por cuja razão requer este Municipio, não qualquer contingente que possa indefferentemente pertencer-lhe para aquelle objecto, mas sem a graça de ser aquinhoado com a maior quota em razão a outras para concluir a dita Matriz, cuja despeza total tem por Orçamento 40.000$000.”
(Continua)


[1] Imediata, próxima

sexta-feira, 6 de abril de 2018

RIO PARDO É ELEVADO A CATEGORIA DE CIDADE - 1846

 Após a visita de Suas Majestades Imperiais na Vila de Rio Pardo,  a vila tornou-se CIDADE com toda sua organização social, política e econômica. 
  
Leu-se um oficio do Excelentíssimo Vice Presidente da Província datado de 18 do passado, enviando a Lei Provincial de 31 de Março último sob nº 3, elevando a cathegoria de Cidade  esta Villa, devendo ser publicada por Bando Solene a referida Lei; a fim de que a nova Cidade entre nos seus respectivos foros: e que sendo tomado na devida consideração resolveu-se que  a publicação deveria ser verificada no dia 17 do corrente pela Corporação da Camara, finda a qual hum solene Te Deum na Igreja Matriz, convidando-se para a partir a este ato  ao Tenente Coronel  Comandante da Guarnição  desta Villa, e pedindo a sua coadjuvação com huma goarda de honra, que deverá se achar as dez horas do dito dia na Casa da Camara; assim como se convide oficialmente ao Reverendo Pároco, e mais autoridades , e se passe Editais convidando aos Cidadãos  em Geral, e a que iluminem a frente de suas moradias em dito dia.

 Obs.: Escrita conforme época imperial.

 FONTE: Livro de Atas  Nº 07  Pag. 147 e 148  Ano:1842/47   AHMRP




VISITA DE SUAS MAJESTADES IMPERIAIS NA IGREJA DOS PASSOS - 1846


TRANSCRIÇÃO DA ATA DECLARATÓRIA

Ao primeiro dia do mês de janeiro de mil oito centos e quarenta e seis anos nesta Villa do Rio Pardo em as cazas da Camara e sala das sessões acharão se reunidos os Senres. Vereadores Manoel Alves de Oliveira, Francisco Gomes da Silva Guimarães , Bernardo Gomes Souto, José Antonio Soares, Joaquim Jozé da Silveira, Rafael Pinto de Azambuja e Agostinho Antonio de Barros, paramentados de Capa , para efeito de receberem Suas Magestades Imperiais, e se dirigem ao lugar em frente a Igreja do Senhor dos Passos onde se acha um elegante Arco para o dito fim. O secretário Jose Coelho o escrevy.
 Obs.: Escrita conforme documento original.

FONTE: Livro de Atas n º 07/ 321 Ano: 1842/47 Página 136 v. AHMRP

quinta-feira, 5 de abril de 2018

BARRAGEM DE DOM MARCOS



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terça-feira, 3 de abril de 2018

SEMANA SANTA EM RIO PARDO


UMA CELEBRAÇÃO QUE  RESISTE  AO TEMPO
Os portugueses que fundaram Rio Pardo trouxeram com eles a fé católica. Junto a Fortaleza, erguida para manter e expandir a conquista do território,construíram uma pequena capela. Conforme a Vila se formava, e a população crescia, novos templos surgiram: Igreja Matriz Nª Sª do Rosário, Capela de São Francisco, dos Passos e Capela São João. Muitas eram as devoções dos portugueses, expressas nas suas festas religiosas. Em nossa cidade a Semana Santa sempre se destacou. Os comerciantes tinham por costume, respeito fechar as portas de seus estabelecimentos enquanto a procissão passava, relembrando o sofrimento de Cristo.
Com o passar do tempo, manteve-se a tradição religiosa, mas a festa ganhou  uma nova dimensão popular, que aos poucos foi se voltando para a exploração Turística do evento. Essa característica se fortaleceu na década de 60, quando a fé se misturou com a história, e a visão corajosa de Biágio Tarantino projetou  Rio Pardo  no cenário Nacional. As celebrações começaram a atrair visitantes, que aproveitavam a viagem para conhecer a cidade.  Os prédios seculares e a história local maravilhavam a todos. 
A Capela de São Francisco de Assis foi o ponto que mais atraiu os visitantes, devido às belas imagens do Cristo adquiridas no início do século XIX: Jesus no horto de Getsêmani recebendo o anjo Cálix da Amargura; Jesus preso e amarrado, já com o rosto machucado por ter caído no riacho; Jesus na coluna da flagelação, depois de açoitado e amarrado, tendo o rosto retorcido de dor; Jesus coroado de espinhos e com um manto púrpura; Jesus de Cana Verde, cana que  servia de cetro. São imagens esculpidas  em cedro, com expressões fisionômicas e anatômicas de impressionante realismo, que comovem  quem as contempla.
Tradicionalmente, a programação religiosa da Semana Santa inclui cerimônias que lembram a paixão, morte e ressurreição de Cristo - Santa Ceia, lava-pés, descida da Cruz,procissões do Senhor Morto. A elas estão sempre associadas atrações que visam atender aos aspectos culturais e turísticos gerados pelo grande número de turistas que
visitavam a cidade na Semana Santa . Assim, realizavam-se feiras artesanais e de artes plásticas e apresentações culturais (concertos, recitais, palestras, peças teatrais, exposições). 
Na década de 70, a atração que concentrava um grande número de turistas em Rio Pardo  era a Feira de Artes  Plásticas, realizada a partir de 1973. Pintores famosos armavam seus cavaletes ao ar livre, em frente aos prédios  históricos  e às igrejas, misturavam suas tintas e produziam  suas obras diante da população local e dos turistas.Compartilhavam experiência com artistas novos, que tinham chance de aperfeiçoar e mostrar seu trabalho.
 Depois de alguns anos, a Semana Santa  de Rio Pardo perdeu um pouco de sua importância como evento turístico.  A celebração religiosa continuou concentrando grande número de fiéis da própria cidade.
Nos anos 90, a encenação da Paixão de Cristo revitalizou as festividades. Os turistas deliciaram-se com os atores locais, que, com muita dedicação, conseguiram recriar ao ar livre toda a história do sacrifício e ressurreição de Cristo. 
E assim chegamos a  Semana Santa  de 2001. Uma programação intensa, que iniciou-se  no Domingo de Ramos, com missa na Igreja Matriz, e a abertura de exposições no Solar  das Águias , no  Espaço Cultural Panatieri e na Sala Açoriana do Museu Histórico Municipal Barão de Santo Ângelo.Na segunda feira, a comunidade riopardense maravilhou-se com o concerto popular da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), no Ginásio da Escola Auxiliadora.
 Na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, acha-se a imagem de Cristo Morto, que foi adquirida em 1848. Esta imagem é articulada. Colocada na Cruz, presta-se perfeitamente para a "descida da Cruz", realizada todos os anos, na sexta-feira Santa, sendo depois posta num esquife que é carregado pelo povo na procissão do Senhor Morto, pelas ruas da Cidade Histórica. 

 FONTE:  Prof. Silvia Barros, Gazeta do Sul, 2001  AHMRP

segunda-feira, 2 de abril de 2018

ORGANIZAÇÃO PARA RECEBER SUA MAJESTADE O IMPERADOR EM RIO PARDO


 Ofício do Tenente Coronel Comandante da Guarnição desta Vila  José Joaquim  de Andrade Neves de 4 do corrente declarando que S. Exa. o Sr. Conde de Caxias Presidente e General do Exército ordena que por parte deste comando se previna a V. S. que tendo S.M. Imperador decorrer a Fronteira depois de sua chegada a esta Província, e sendo seu trajeto por esta VILA, cumpria que Vs Ss sem perda de tempo providenciarem em mandar COMPOR as ruas e caminhos públicos desta Villa, com especialidade o que vai ter ao PORTO DE JACUÍ, bem como que fizessem publicar por edital para que sejam caiadas com a mesma brevidade as frentes de todas as propriedades o que tem a honra de assim fazer constar a V.S. a determinação da S. Exa. para que se sirvão dar-lhe a mais restrita e pontual execução; o que sendo posto a consideração da Câmara, resolveu se levantasse a sessão, devendo esta Corporação diriguir-se ao paço de Jacuí examinar o estado do Caminho indicado, e mais lugares que necessitem compostura para o livre transito. Voltando a corporação a casa e tomando assento resolverão declarar em resultado do exame a que procederão, que se acha a rua que vai ter ao porto do embarque um total ruína devendo de pronto ser composta assim como varias ruas; se que em primeiro lugar  se mandasse continuar  com a obra da requerida rua, pela quantia existente para a mesma,nomeando-se pessoa que dela se encarregasse e Administre; e passando-se a nomeação de pessoa foi eleito João Martinho Buff, que assistindo se lhe daria a gratificação de quatro mil reis  por dia de trabalho, ficando a seu cargo agenciar pedreiros, serventes , e mais materiais, que forem necessários ; apresentando semanalmente a feria legalizada por documento ao Procurador da Câmara para satisfazer.

FONTE: Transcrição do Livro de Atas n º 07/321 Ano: 1842/47  Pg. 129 e 129 v. Ata do dia 06/10/1845 AHMRP