“No Sul, a
Coroa portuguesa contou com a participação de engenheiros militares, como José
Custódio de Sá e Faria, José Fernandes Pinto Alpoim, Michelangelo Blasco e
Manoel Vieira Leão. Segundo Weimer, os quatro eram arquitetos que acompanharam
Gomes Freire de Andrada na demarcação do Tratado de 1750. Os
engenheiros-arquitetos representaram uma nova mentalidade na concepção e
ordenação do espaço urbano, e colaboraram em importantes projetos. Todos
chegaram ao posto de Brigadeiro, com excessão de Leão, que era sargento-mor.
Em sua maioria, os engenheiros dedicaram-se
à arquitetura militar e religiosa. As igrejas possuíam uma posição de destaque
dentro das povoações. Isso era uma decorrência das Ordenações Portuguesas. As
Cartas Régias, que prescreviam a criação de vilas, além de outros critérios,
sempre especificavam que deveria haver um lugar para a igreja, capaz de receber
competente número de fiéis quando a população aumentasse.
Quando José Fernandes Alpoim esteve no Sul,
em 1763, foi à Colônia, acompanhando o Governador Pedro José Soares de
Figueiredo Sarmento, para encontrar-se com Ceballos e tratar do restabelecimento
da paz em Colônia. A única obra de sua autoria no Sul é o Forte de Rio Pardo.”
“(...) Francisco José Roscio,
engenheiro militar português que atuou no Sul, Roscio fez uma brilhante
carreira militar. Foi ajudante de ordens do Marechal Jacques Funck em 1767.
Após desentendimentos familiares, veio ao Brasil. Construiu fortes e obras civis,
a mais conhecida é a Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. Foi comissário de
demarcação de limites em 1778 e governador interino do RS entre 1801 e 1803.
Durante esse período, fez os projetos das matrizes de Nossa Senhora de Rio
Pardo e Nossa Senhora da Conceição de Cachoeira.”
“As capelas de Torres e de São Francisco, em
Rio Pardo e a capela-mor da Igreja de Taquari também são de sua autoria. São
obras de qualidade realizadas nas mais adversas condições (...).”
REFERÊNCIA: BITTENCORT, Doris Maria Machado de. Arquitetura de pedra e cal no
Litoral Sul e Vale do Jacuí, nos séculos XVII e XVIII: Colônia do Sacramento,
Rio Grande, Viamão e Santo Amaro. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2007. p. 152; 188; 190.
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