QUESTÃO
MILITAR foi uma sucessão de conflitos ocorridos entre 1884 e 1887, causados
pelos embates entre oficiais do Exército Brasileiro, que estava se organizando,
e a monarquia, conduzindo a uma grave crise política que culminou com o
fortalecimento da campanha republicana.
A causa
imediata foram as declarações do Tenente-Coronel Antônio de Sena Madureira,
oficial de prestígio e amigo do Imperador, que em 1883 se opôs ao Projeto de
Lei que obrigava os militares a contribuírem para o seu montepio. Por sua
atitude, Sena Madureira foi punido.
No ano
seguinte Sena Madureira, então comandante da Escola de Tiro do Rio de Janeiro,
convidou o jangadeiro abolicionista Francisco José do Nascimento, que se
recusara a transportar escravos em Fortaleza, a visitar a sua Escola. Sofreu
nova punição: transferência para a Escola Preparatória de Rio Pardo, no Rio
Grande do Sul. Esta punição gerou polêmica e os militares foram proibidos de
discutir suas questões através da Imprensa. O Comandante das Armas do Rio
Grande do Sul, General Deodoro da Fonseca, recusou-se a cumprir ordens e foi
chamado de volta à Corte.
Em
agosto de 1885 o Coronel Cunha Matos descobriu um caso de corrupção no Piauí e pediu
o afastamento do oficial envolvido. Foi criticado no plenário da Câmara de
Deputados e na Imprensa por um deputado que ainda o acusou de conduta covarde
na Guerra do Paraguai. Cunha Matos defendeu-se pela Imprensa e foi punido. No Rio
Grande do Sul, Sena Madureira também se manifestou pela imprensa, publicando
artigo no jornal A Federação. Em setembro 1886 Júlio de Castilhos publicou o
artigo “Arbítrio e inépcia” no jornal A Federação, criticando o tratamento que
a Coroa dava aos militares.
Em outubro
de 1886 alunos da Escola Militar da Praia Vermelha apoiaram o General Deodoro
da Fonseca. Sena Madureira pediu exoneração do comando da Escola Militar de Rio
Pardo, Deodoro foi exonerado do cargo no Rio Grande do Sul e transferido para o
Rio de Janeiro. Viajaram juntos e foram recebidos como heróis pelos cadetes da
Escola Militar do Rio de Janeiro, em 26 de janeiro de 1887. Em maio D. Pedro II
demitiu o Ministro Alfredo Chaves e perdoou os três militares envolvidos.
Nos dois
anos seguintes a crise evoluiu. Em 1888 a abolição definitiva da escravidão no
Brasil complicou ainda mais a situação política do país. Até que, em 15 de
novembro de 1889, um grupo de militares liderado pelo Marechal Deodoro da
Fonseca derrubou o gabinete do Visconde de Ouro Preto e implantou a República.
REFERÊNCIAS: