sábado, 10 de novembro de 2018

D. PEDRO II EM RIO PARDO – 1865 (1)


A Guerra do Paraguai aconteceu de dezembro de 1864 a março de 1870. A Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai enfrentou o Paraguai, enfrentando a pretensão de Solano Lopes de conquistar terras na região da Bacia do Prata, para obter uma saída para o Oceano Atlântico. No desenrolar das operações, em 11 de junho de 1865 aconteceu a vitória dos aliados sobre os paraguaios na Batalha do Riachuelo. Mas a comemoração brasileira foi interrompida pela notícia da tomada de São Borja pelos paraguaios, em 12 de junho. A vitória paraguaia ampliou-se com a tomada de Uruguaiana, que foi reconquistada pelos aliados em 18 de setembro[1].
No desenrolar destas operações militares, a “Província do Rio Grande precisava então, mais do que nunca, de união e concórdia: infelizmente achava-se por esse tempo retalhada em partidos que mutuamente se hostilizavam; nossos mais aguerridos e valente generais não se entendiam; e, por outro lado, a presidência da província, segundo a notoriedade pública, testificada pela declaração que na câmara temporária fizeram os Deputados Rio-Grandenses, não oferecia bastantes e seguras garantias para desvanecer essas desinteligências, ou cortar essas dificuldades, o que todavia era urgente se fizesse sem demora, incontinente...
No meio desses acontecimentos, o Brasileiro por excelência, o Magnânimo Senhor D. Pedro Segundo, no seu estremecido amor pelo Brasil, repassava em seu espírito uma ideia grandiosa, ideia que ele tinha assentado realizar, fossem quais fossem os obstáculos, os empecilhos que se lhe pudessem contrapor.
A Província de São Pedro do Sul, dizia a sós consigo o Ínclito Monarca, a bela Província de São Pedro do Sul, está presa do inimigo: ´preciso repeli-lo, e para isto, de antemão preparar todas as coisas. Eu sou Brasileiro, e maldito fosse eu, se, tendo jurado a Constituição do Império, arca santa dos direitos dos meus caros súditos e patrícios, me deixasse conservar entre as delícias e os gozos da Corte, esquecendo os deveres de Defensor Perpétuo do Brasil!!... Não, é preciso que eu parta e partirei.” Ou seja: o Imperador D. Pedro II resolveu “partir para o teatro da guerra”, tentando, com sua presença, desfazer “as tristes dissidências entre irmãos”, naquele momento em que era preciso reagir à invasão do inimigo.
Foi advertido por seus Ministros do perigo a que ia se expor, mas mesmo assim foi irredutível e viajou para o sul no dia 10 de julho. Seguiu com ele o Duque de Saxe, e depois que chegou da Europa, o Conde D’Eu, ambos genros do Imperador.
Depois de passar por Santa Catarina, desembarcou em Rio Grande no dia 16 de julho. No dia 18 embarcou para Porto Alegre, de onde partiu no dia 23 para São Leopoldo e Novo Hamburgo, voltando ainda no mesmo dia a Porto Alegre, onde permaneceu até o dia 28 de julho, quando partiu para Rio Pardo.

REFERÊNCIA:
CRUZ, Gervasio José da. Uma página memorável da história do reinado do sr. D. Pedro II – Defensor Perpétuo do Brasil. Rio de Janeiro: Typographia Perseverança, 1865. Disponível em: www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handlelid/182902/000017387.pdf?sequence=1.
Acesso em 10/11/2018











[1] MAESTRI, Mario. Há 150 anos: a invasão paraguaia do RS – 10/6/2015. Disponível em port.pravda.ru/sociedade/cultura/10-06-2015/38843-invasao-paraguaia-o/
Acesso em 10/11/2018


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