segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A QUESTÃO MILITAR EM RIO PARDO


QUESTÃO MILITAR foi uma sucessão de conflitos ocorridos entre 1884 e 1887, causados pelos embates entre oficiais do Exército Brasileiro, que estava se organizando, e a monarquia, conduzindo a uma grave crise política que culminou com o fortalecimento da campanha republicana.
A causa imediata foram as declarações do Tenente-Coronel Antônio de Sena Madureira, oficial de prestígio e amigo do Imperador, que em 1883 se opôs ao Projeto de Lei que obrigava os militares a contribuírem para o seu montepio. Por sua atitude, Sena Madureira foi punido.
No ano seguinte Sena Madureira, então comandante da Escola de Tiro do Rio de Janeiro, convidou o jangadeiro abolicionista Francisco José do Nascimento, que se recusara a transportar escravos em Fortaleza, a visitar a sua Escola. Sofreu nova punição: transferência para a Escola Preparatória de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Esta punição gerou polêmica e os militares foram proibidos de discutir suas questões através da Imprensa. O Comandante das Armas do Rio Grande do Sul, General Deodoro da Fonseca, recusou-se a cumprir ordens e foi chamado de volta à Corte.
Em agosto de 1885 o Coronel Cunha Matos descobriu um caso de corrupção no Piauí e pediu o afastamento do oficial envolvido. Foi criticado no plenário da Câmara de Deputados e na Imprensa por um deputado que ainda o acusou de conduta covarde na Guerra do Paraguai. Cunha Matos defendeu-se pela Imprensa e foi punido. No Rio Grande do Sul, Sena Madureira também se manifestou pela imprensa, publicando artigo no jornal A Federação. Em setembro 1886 Júlio de Castilhos publicou o artigo “Arbítrio e inépcia” no jornal A Federação, criticando o tratamento que a Coroa dava aos militares.
Em outubro de 1886 alunos da Escola Militar da Praia Vermelha apoiaram o General Deodoro da Fonseca. Sena Madureira pediu exoneração do comando da Escola Militar de Rio Pardo, Deodoro foi exonerado do cargo no Rio Grande do Sul e transferido para o Rio de Janeiro. Viajaram juntos e foram recebidos como heróis pelos cadetes da Escola Militar do Rio de Janeiro, em 26 de janeiro de 1887. Em maio D. Pedro II demitiu o Ministro Alfredo Chaves e perdoou os três militares envolvidos.
Nos dois anos seguintes a crise evoluiu. Em 1888 a abolição definitiva da escravidão no Brasil complicou ainda mais a situação política do país. Até que, em 15 de novembro de 1889, um grupo de militares liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca derrubou o gabinete do Visconde de Ouro Preto e implantou a República.

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