Antiga Escola Militar- Hoje Centro Regional de Cultura |
Alunos escritores e poetas (e havia um punhado d’eles)
traziam a sociedade em alegre atividade, sendo que as garotas, em constante “sobressalto”
como grata recordação daquela época, seus remanescentes fazem publicar os
versos do então aluno Polidoro Barbosa, hoje coronel, soldado patriota que, por
muitos anos, fez parte da Comissão Rondon e Serviços de Fronteira. A homenagem
aqui prestada prende-se às afetuosas expressões do poeta quando nos dedicou.
Adeus, Rio
Pardo!
As rio-pardenses, moçoilas casadouras,
Recambiam os olhares
cadetais;
As rio-pardenses, moçoilas casadouras,
Sonhos de Rio Pardo |
Conseguem entender o namorico.
Os cadetes se enfeitam com o garance
E na pracinha vão fazer figuras
E as garotas nem
siquer suspeitam
Que um deles e o rei dos Caraduras.
Nas suas acolhidas
querençosas,
Elas pealam o cadete arisco
E consagrados e com
muitos sonhos
Conseguem entender o namorico.
Com o Amor elas formam equações:
Mais ou menos, feliz ou infeliz.
Alguns cadetes,
cabras escovados,
Simulam não saber
achar o X.
Sob a Luz de lampiões a querozene,
Lampião Antigo |
Há lindas juras de amor sempre leal
E algumas, descuidados, ficam presos
Nos elos da atração
universal.
Desnorteada fica uma donzela,
Assim como as bolas
sem manica,
Quando o cadete sai do Rio Pardo
E sobre o casamento não se explica.
A partida, para gosar as férias,
Té parece o estouro da boiada:
Por todos os rincões do Rio Grande
Espalha-se a alegre cadetada.
Alguns aqui não mais regressarão
E deixam Rio Pardo com pesar.
No fim do sueto, no
Rio eles irão
Dourada lagartixa conquistar.
Os cadetes, assim como andorinhas,
Aratacas - mala de madeira |
Em outro pouso vão fazer verões.
Levam nas aratacas suas tralhas
E o Rio Pardo nos seus corações.
Remetente: Sr. Cap. Ten. Victor Caminha Caxambu, Minas Gerais.
O autor com mais ou menos de 75 anos de idade.
FONTE: Victor
Caminha, documento solto, 02/12/1901. Caixa 27 Azul. AHMRP
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