quinta-feira, 29 de agosto de 2019

MARCAS DAS ESCOLAS MILITARES- RIO PARDO

Antiga Escola Militar- Hoje Centro Regional de Cultura

 A Escola Militar deixou, em Rio Pardo, saudades sentidas ainda, após 56 anos!
Alunos escritores e poetas (e havia um punhado d’eles) traziam a sociedade em alegre atividade, sendo que as garotas, em constante “sobressalto” como grata recordação daquela época, seus remanescentes fazem publicar os versos do então aluno Polidoro Barbosa, hoje coronel, soldado patriota que, por muitos anos, fez parte da Comissão Rondon e Serviços de Fronteira. A homenagem aqui prestada prende-se às afetuosas expressões do poeta quando nos dedicou.
                           Adeus, Rio Pardo! 

As rio-pardenses, moçoilas casadouras,
Recambiam os olhares cadetais;        
As rio-pardenses, moçoilas casadouras,
Sonhos de Rio Pardo
Conseguem entender o namorico.

Os cadetes se enfeitam com o garance
E na pracinha vão fazer figuras
E as garotas nem siquer suspeitam
Que um deles e o rei dos Caraduras.

Nas suas acolhidas querençosas,
Elas pealam o cadete arisco
E consagrados e com muitos sonhos
Conseguem entender o namorico.

Com o Amor elas formam equações:
Mais ou menos, feliz ou infeliz.
Alguns cadetes, cabras escovados,
Simulam não saber achar o X.

                                                   Sob a Luz de lampiões a querozene,
Lampião Antigo
Há lindas juras de amor sempre leal
E algumas, descuidados, ficam presos
 Nos elos da atração universal.

Desnorteada fica uma donzela,
Assim como as bolas sem manica,
Quando o cadete sai do Rio Pardo
E sobre o casamento não se explica.

A partida, para gosar as férias,
Té parece o estouro da boiada:
Por todos os rincões do Rio Grande
Espalha-se a alegre cadetada.

                           Alguns aqui não mais regressarão
                           E deixam Rio Pardo com pesar.
                           No fim do sueto, no Rio eles irão
                           Dourada lagartixa conquistar.

Os cadetes, assim como andorinhas,
Aratacas - mala de madeira

Em outro pouso vão fazer verões.
Levam nas aratacas suas tralhas
E o Rio Pardo nos seus corações.

 Remetente: Sr. Cap. Ten. Victor Caminha Caxambu, Minas Gerais.
O autor com mais ou menos de 75 anos de idade.

FONTE:  Victor Caminha, documento solto, 02/12/1901. Caixa 27 Azul. AHMRP




            

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