sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

RIO PARDO: TRANSPORTES E COMÉRCIO
                A divisão administrativa da Capitania de São Pedro feita em 1809 mostrava que o povoamento era mais intenso na zona costeira, nas margens da Lagoa dos Patos e beiras do Jacuí até Cachoeira, registrando-se a existência de quatro municípios: Porto Alegre, com as paróquias de Madre de Deus, Viamão, Triunfo e Anjos da Aldeia; Rio Grande, com as paróquias de Rio Grande, Conceição do Estreito e Mostarda; Rio Pardo, com as paróquias de Rio Pardo, Santo Amaro, São José do Taquari e Cachoeira; e Santo Antônio da Patrulha, com as paróquias de Patrulha, Conceição do Arroio e Vacaria.
                Para a Campanha cresciam as estâncias e na costa sul as charqueadas se multiplicavam. A vila de Rio Pardo, bem a oeste de Porto Alegre, e na margem do rio Jacuí, ganhara foros de importante entreposto, pois ali cessava a navegação fluvial, e o transporte de mercadorias – como notara Dreys em 1837 – prosseguia por terra até o Ibicuí e Arapeí, de um lado, e até o Uruguai, de outro, por meio de carros puxados por três, quatro ou mais juntas de bois. Atingia-se, assim, o vasto território das Missões, para onde levavam todas as fazendas, gêneros alimentícios e líquidos necessários. Por volta de 1858 Avé-Lallemant observava a decadência do antigo entreposto de Rio Pardo, em consequência da navegação a vapor no Jacuí, facilitando a comunicação direta de várias zonas do interior (São Jerônimo, Taquari e Cachoeira) com Porto Alegre. A partir de 1874 foi inaugurada uma linha de estrada de ferro regular, ligando a colônia alemã de São Leopoldo à capital e em 1880 outra, que estendia o caminho de ferro a Cachoeira, prolongado em 1885 até Santa Maria, diminuindo ainda mais o movimento do porto de Rio Pardo.


FONTE: RIEDEL, Diaulas (org.). O pampa e os cavaleiros (Rio Grande do Sul). São Paulo: Ed. Cultrix, 1959.

Nenhum comentário:

Postar um comentário