RIO PARDO:
TRANSPORTES E COMÉRCIO
A
divisão administrativa da Capitania de São Pedro feita em 1809 mostrava que o
povoamento era mais intenso na zona costeira, nas margens da Lagoa dos Patos e
beiras do Jacuí até Cachoeira, registrando-se a existência de quatro
municípios: Porto Alegre, com as paróquias de Madre de Deus, Viamão, Triunfo e
Anjos da Aldeia; Rio Grande, com as paróquias de Rio Grande, Conceição do
Estreito e Mostarda; Rio Pardo, com as paróquias de Rio Pardo, Santo Amaro, São
José do Taquari e Cachoeira; e Santo Antônio da Patrulha, com as paróquias de Patrulha,
Conceição do Arroio e Vacaria.
Para
a Campanha cresciam as estâncias e na costa sul as charqueadas se
multiplicavam. A vila de Rio Pardo, bem a oeste de Porto Alegre, e na margem do
rio Jacuí, ganhara foros de importante entreposto, pois ali cessava a navegação
fluvial, e o transporte de mercadorias – como notara Dreys em 1837 – prosseguia
por terra até o Ibicuí e Arapeí, de um lado, e até o Uruguai, de outro, por
meio de carros puxados por três, quatro ou mais juntas de bois. Atingia-se,
assim, o vasto território das Missões, para onde levavam todas as fazendas,
gêneros alimentícios e líquidos necessários. Por volta de 1858 Avé-Lallemant
observava a decadência do antigo entreposto de Rio Pardo, em consequência da
navegação a vapor no Jacuí, facilitando a comunicação direta de várias zonas do
interior (São Jerônimo, Taquari e Cachoeira) com Porto Alegre. A partir de 1874
foi inaugurada uma linha de estrada de ferro regular, ligando a colônia alemã
de São Leopoldo à capital e em 1880 outra, que estendia o caminho de ferro a
Cachoeira, prolongado em 1885 até Santa Maria, diminuindo ainda mais o
movimento do porto de Rio Pardo.
FONTE: RIEDEL, Diaulas (org.). O pampa e os cavaleiros
(Rio Grande do Sul). São Paulo: Ed. Cultrix, 1959.
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