AÇORIANOS
Pelo
Tratado de 1750 deveriam os povos de Missões passar à coroa portuguesa, em
troca da Colônia do Sacramento. Para povoá-los vieram das ilhas muitos casais
que ficaram no Rio Grande, na mais cruel das misérias. Somente com a chegada de
Gomes Freire foram esses infelizes destinados ao Porto do Dorneles,
posteriormente Porto dos Casais (Porto Alegre). À proporção da penetração que a
demarcação de limites possibilitou eram estes e outros casais que chegavam,
continuamente, designados para povoarem novos postos ocupados pelos
portugueses. Passados todos pelo Rio Grande, em 1752, estabeleciam-se em Porto
Alegre; em 1755 os destinados às Missões estacionaram em Rio Pardo; em 1757,
são arranchados em Santo Amaro. Com a invasão espanhola em Rio Grande, são os
daquela vila internados pelo Continente. O Porto dos Casais recebe grande
incremento de novos povoadores. Os primeiros retirantes vão-se estabelecer no
Estreito, em 1763; Triunfo em 1764, Taquari, em 1766, recebem fundadores
açorianos. Só mais tarde, em 1772, funda-se Santana das Lombas, perto de Porto
Alegre, que tem vida efêmera; e no ano seguinte os livros de Batismo de Santo
Antônio da Patrulha e de Mostardas acusam a existência de casais açorianos.
De
Rio Pardo eles se espalham pela Encruzilhada e Cachoeira, mas já não são
lavradores. Estendem-se em largas sesmarias de campos e criam gados. Pequeno
número se destina à lavoura e esse pequeno número consegue realizar o milagre
de uma intensiva produção de trigo que opulenta a campanha nos fins do século
XVIII.
FONTE: PORTO,
Aurélio. História das Missões Orientais do Uruguai, p. 390, in: LAYTANO, Dante
de. A cidade e o comércio – Memória documental das origens da economia citadina
do antigo município do Rio Grande do Sul ao tempo da colônia e monarquia.
Separata dos Anais da Faculdade Católica de Filosofia. Porto Alegre: Livraria
Continente, 1948. p. 219.
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