A EVOLUÇÃO DO ENTREPOSTO COMERCIAL
No
início do século XIX Rio Pardo era um importante centro comercial para onde
convergiam militares, comerciantes e caixeiros[1].
O transporte era precário, feito a cavalo, e para as mercadorias utilizavam-se
grandes carroças puxadas por juntas de bois. Como fator importante para o
desenvolvimento da economia havia os rios Jacuí e Pardo, que asseguravam o
melhor meio de transporte para pessoas e mercadorias, feito em canoas e barcos
maiores e interligando a cidade e região a Porto Alegre, e daí a Rio Grande e ao
mar. Na primeira década do século XIX Rio Pardo era centro comercial da
Capitania e seu porto no rio Jacuí tinha grande movimento. Aí atracavam
continuamente as embarcações que traziam mercadorias de Porto Alegre, para
serem conduzidas, por carroças e carretas, a outros locais, principalmente à
serra e à fronteira.
Havia em Rio Pardo inúmeras
casas comerciais especializadas em serviços, tais como açougues, casas de pasto[2],
ourives, padarias, tavernas[3].
Em 1826 eram as seguintes as atividades econômicas desenvolvidas em Rio Pardo,
além do comércio realizado em pelo menos 20 estabelecimentos urbanos e da
produção pecuária: plantio de milho, feijão, mandioca e trigo em pequena
quantidade; prática da pesca e venda de peixes em bancas de feiras e mercados
públicos; curtumes de couros, tecidos ordinários de lã e algodão, engenhos de
água, produção de vinho em inúmeras quintas nos arredores da vila.
Nesta
época havia falta de dinheiro vivo para realização dos negócios e de bancos
para agilizar os negócios, o gado era muito utilizado como pronta solução para
realização dos negócios e os comerciantes que possuíam moeda corrente faziam
empréstimos a quem precisasse.
Criava-se
toda uma rede de relações comerciais a partir do núcleo de Rio Pardo,
consolidando-se a sua referência como ponto de abastecimento e de trocas. O
transporte fluvial e as estradas para o interior eram fundamentais para o
desenvolvimento comercial da vila, um entreposto por onde chegavam e saíam as
mercadorias em direção a outras povoações e regiões do estado.
FONTE: SCHNEIDER,
Luiz Carlos. Rio Pardo: evolução urbana e patrimônio arquitetônico-urbanístico.
Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2005. p. 125-7.
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