Quem trabalha diariamente com documentos originais sabe que não é nada fácil, mas há a necessidade de analise constante de cada documento e observação de cada detalhe escrito.
Os documentos originais são raridades, papeis amarelados pelo tempo,ressecados, cheios de caracteres rabiscados com pena, muitas vezes abreviados, que criam um clima mágico do momento histórico em que foram produzidos. Em primeiro lugar, é preciso decifrar "os rebuscados e floreados caracteres,congelados no papel, que tornam mais difícil a compreensão do texto".E depois de entender cada letra,cada palavra,é preciso aprender o sentido do que está sendo dito. E aí surge uma nova dificuldade,uma vez que as palavras mudam de sentido conforme a época e o contexto em que são usadas. E não é só o sentido que muda: a grafia também. Por exemplo:há alguns anos atrás- nem tanto assim!- escrevíamos "graphia" e" pharmacia".
Bem: para sistematizar o trabalho existem normas a serem seguidas.Não vale cada um fazer o que quiser, pois se for assim, corremos o risco de deformar a verdade histórica, por interpretar mal os documentos que a registram. Além disso, para permitir que um número maior de pessoas tenha acesso aos documentos é recomendável transcrevê-los e publicá-los.
Algumas regras básicas para a transcrição dos documentos históricos;
-separar as palavras grafadas unidas indevidamente e unir as sílabas ou letras grafadas separadamente,também de forma indevida;
-o "s", que era escrito com sinais"js" e 'j",será transcrito como "ss" ou "s" respectivamente;
- as falhas que comprometem a compreensão do texto original devem ser indicadas pelo uso da palavra latina (sic);
- a acentuação, a pontuação e as letras maiúsculas originais devem ser mantidas;
-as palavras que estão quase ou totalmente ilegíveis,mas que pode ser entendida pelo sentido do texto,serão escritas entre colchetes;
- a divisão de parágrafos deve ser mantida como se apresenta no original;
Existem ainda outras normas a serem seguidas...
FONTES: Boletim Informativo do Arquivo Público nº 05/96 e Boletim da Associação dos Arquivistas Brasileiros, nº 03/94 - Jornal de Rio Pardo de 09/02/2002 - AHMRP
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