domingo, 29 de maio de 2016

A ESTUDANTE ANA AURORA DO AMARAL LISBOA


A rio-pardense Ana Aurora do Amaral Lisboa estudou em Porto Alegre na Escola Normal, pois poucas escolas existiam no Rio Grande do Sul. O ensino era bastante deficiente até os fins do século XIX, quem quisesse aperfeiçoar-se deveria estudar fora.
Em 1879, Joaquim Pedro da Silva Lisboa seguiu com sua filha para a capital da Província, pois que ela aspirava ao magistério.
Hospedada em casa de parentes, matriculou-se na Escola Normal, o pai disse “estude com empenho”.
 O pai era inimigo de solicitar favores e pedir pistolões para quem quer que fosse. Para ele só o mérito contava. Só devia ser recompensado quem tivesse valor.
Ana Aurora diplomou-se em 1881 quando, Porto Alegre ainda era uma pequena cidade, com pouco mais de 39.000 habitantes. A estudante não tinha muitas opções para se divertir, mas, existia o Teatro São Pedro, serões e saraus do Partenão Literário, pois já naquele tempo possuía tendências literárias a moça estudante. Tendências, aliás, inatas, pois os seus tios, haviam sido grandes poetas. Muito pouco ela se divertiu e passeou no geral sua vida de estudante foi da escola para casa e da casa para a escola.
Simples e modesta, considerando-se muito feia, evitava aparecer. Teve ideia, de ir para um convento. Depois ... pensando na vida familiar que tanto amava, mudou de rumo. “E tornou-se professora, professora carinhosa que transformava a escola na mais legítima dependência do lar, cumprindo, dessa arte a finalidade, ou uma das finalidades das escolas: continuar, com mais amplitude, a obra dos pais.”
 Assim, pois, não lhe faltava tempo para estudar, e estudar muito. Aliás, estudiosa por natureza fazia questão de mostrar aos pais, Joaquim Lisboa, sempre tão rígido em seus princípios, que, para vencer, jamais precisaria de empenhos ou pistolões.
Nada se sabe de extraordinário, de sua vida de estudante. O que sabemos é que o conceito em que era tida a jovem estudante de Rio Pardo pelos próprios professores, e professores, como o velho Moré (lente de francês), a ponto de lhe confiarem às filhas para dela receberem conselhos.
Essa vida, firme e inquebrantável, foi o traço característico de Dona Ana Aurora até os últimos instantes de sua existência.

FONTE: Spalding, Walter A Grande Mestra pag. 25/29
 ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL BIÁGIO SOARES TARANTINO RIO PARDO


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