A rio-pardense Ana Aurora do Amaral
Lisboa estudou em Porto Alegre na Escola Normal, pois poucas escolas existiam
no Rio Grande do Sul. O ensino era bastante deficiente até os fins do século
XIX, quem quisesse aperfeiçoar-se deveria estudar fora.
Em 1879, Joaquim Pedro da Silva
Lisboa seguiu com sua filha para a capital da Província, pois que ela aspirava
ao magistério.
Hospedada em casa de parentes,
matriculou-se na Escola Normal, o pai disse “estude com empenho”.
O pai era inimigo de solicitar favores e pedir
pistolões para quem quer que fosse. Para ele só o mérito contava. Só devia ser
recompensado quem tivesse valor.
Ana Aurora diplomou-se em 1881 quando,
Porto Alegre ainda era uma pequena cidade, com pouco mais de 39.000 habitantes.
A estudante não tinha muitas opções para se divertir, mas, existia o Teatro São
Pedro, serões e saraus do Partenão Literário, pois já naquele tempo possuía
tendências literárias a moça estudante. Tendências, aliás, inatas, pois os seus
tios, haviam sido grandes poetas. Muito pouco ela se divertiu e passeou no
geral sua vida de estudante foi da escola para casa e da casa para a escola.
Simples e modesta, considerando-se
muito feia, evitava aparecer. Teve ideia, de ir para um convento. Depois ...
pensando na vida familiar que tanto amava, mudou de rumo. “E tornou-se
professora, professora carinhosa que transformava a escola na mais legítima
dependência do lar, cumprindo, dessa arte a finalidade, ou uma das finalidades
das escolas: continuar, com mais amplitude, a obra dos pais.”
Assim, pois, não lhe faltava tempo para
estudar, e estudar muito. Aliás, estudiosa por natureza fazia questão de
mostrar aos pais, Joaquim Lisboa, sempre tão rígido em seus princípios, que,
para vencer, jamais precisaria de empenhos ou pistolões.
Nada se sabe de extraordinário, de
sua vida de estudante. O que sabemos é que o conceito em que era tida a jovem
estudante de Rio Pardo pelos próprios professores, e professores, como o velho
Moré (lente de francês), a ponto de lhe confiarem às filhas para dela receberem
conselhos.
Essa vida, firme e inquebrantável,
foi o traço característico de Dona Ana Aurora até os últimos instantes de sua
existência.
FONTE: Spalding, Walter A Grande Mestra pag. 25/29
ARQUIVO HISTÓRICO
MUNICIPAL BIÁGIO SOARES TARANTINO RIO PARDO
Nenhum comentário:
Postar um comentário