Seu Luiz Garcia ingressou
no Exército em 1953, no 8º RI em Santa Cruz do Sul- RS, indo a seguir para
Minas Gerais, na localidade de Três Corações. Após, segue para o Rio de
Janeiro, onde serve no 1º RI por mais ou menos um ano. A seguir, é convocado
para integrar a tropa que se desloca para o Canal de Suez.
A VIAGEM
Estando no Rio de Janeiro, servindo no 1º Regimento de
Infantaria, incorporou no 1º Contingente do
Batalhão de Suez. Saíram do 3º Batalhão do 2º Regimento de Infantaria
no dia 10 de janeiro de 1957, a bordo do navio Soares Dutra, de propriedade da
Marinha do Brasil. O contingente contava com um total de 260 pracinhas, sendo
apenas dois gaúchos: Luiz Garcia de Santa Cruz do Sul e Adão
Jardim de Santa Maria. Estavam todos sob as ordens do comandante da época, Cel. Nilton dos
Santos, que também embarcou junto.
Abordo do navio, deixaram o Rio de Janeiro fazendo escala
para abastecimento em Las Palmas, uma
ilha da Espanha. Depois, atravessaram o estreito de Gibraltar, entrando no mar
Mediterrâneo, onde foi alvo de muitas tempestades. Nesse percurso, devido ao
mau tempo, tiveram os aparelhos de navegação avariados, o que lhes custou dois
dias sem rumo nem rota, perdidos. Nesse ínterim, um tripulante conseguiu
consertar a aparelhagem e seguiram novamente com segurança. Nesse meio tempo,
foram guiados e orientados por outro navio que seguia a mesma rota. Neste
trajeto, gastaram 21 dias até que, finalmente, chegaram ao destino final “o
porto de Said, no Egito”. Até ali, o fato mais marcante para toda a tripulação,
foi a morte de um soldado por causas não esclarecidas. Seu corpo foi jogado ao
mar, segundo as leis marítimas da época.
Conta ele que durante a viagem, a alimentação era além do
café da manhã, baseada em feijão, arroz, ovos, carne, massa, galinha, peru e
salsichas.
O desembarque ocorreu
normalmente, mas o cenário era desolador guerra e destruição; escombros de
casas e prédios; além de muitos corpos mutilados pela ação da Marinha Francesa e
seus canhões. Logo a seguir, foram para a faixa de Gaza, onde tirariam serviço
na fronteira do Egito com Israel. O percurso foi feito de caminhão (FNM)- o
famoso Alfa Romeo e caminhões menores do Exército Brasileiro. Montaram ali o
acampamento.
O conflito, propriamente dito, já havia cessado. Porém as
Nações Unidas resolveram manter a tropa na faixa de Gaza entre Egito e Israel,
para evitar possíveis confrontos futuros. Assim, permaneceram no local por um
ano e cinco meses.
FONTE: COMUNICAÇÃO PARA O EVENTO RAÍZES E PERFILHOS – 2002
PESQUISADOR TRADICIONALISTA – PEDRO OLIVEIRA, SOLANGE A.
SCHLEY EX-POLICIAL, DOLAR. CANELA- RS
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