terça-feira, 25 de junho de 2019

LUIZ GARCIA - UM GAÚCHO NO CANAL DE SUEZ

Iª Parte

 Seu Luiz Garcia ingressou no Exército em 1953, no 8º RI em Santa Cruz do Sul- RS, indo a seguir para Minas Gerais, na localidade de Três Corações. Após, segue para o Rio de Janeiro, onde serve no 1º RI por mais ou menos um ano. A seguir, é convocado para integrar a tropa que se desloca para o Canal de Suez.
A VIAGEM
Estando no Rio de Janeiro, servindo no 1º Regimento de Infantaria, incorporou no 1º Contingente do
Batalhão de Suez. Saíram  do 3º Batalhão do 2º Regimento de Infantaria no dia 10 de janeiro de 1957, a bordo do navio Soares Dutra, de propriedade da Marinha do Brasil. O contingente contava com um total de 260 pracinhas, sendo apenas dois gaúchos: Luiz Garcia de Santa Cruz do Sul  e Adão  Jardim de Santa Maria. Estavam todos sob as ordens  do comandante da época, Cel. Nilton dos Santos, que também embarcou junto. 
Abordo do navio, deixaram o Rio de Janeiro fazendo escala para abastecimento em Las  Palmas, uma ilha da Espanha. Depois, atravessaram o estreito de Gibraltar, entrando no mar Mediterrâneo, onde foi alvo de muitas tempestades. Nesse percurso, devido ao mau tempo, tiveram os aparelhos de navegação avariados, o que lhes custou dois dias sem rumo nem rota, perdidos. Nesse ínterim, um tripulante conseguiu consertar a aparelhagem e seguiram novamente com segurança. Nesse meio tempo, foram guiados e orientados por outro navio que seguia a mesma rota. Neste trajeto, gastaram 21 dias até que, finalmente, chegaram ao destino final “o porto de Said, no Egito”. Até ali, o fato mais marcante para toda a tripulação, foi a morte de um soldado por causas não esclarecidas. Seu corpo foi jogado ao mar, segundo as leis marítimas da época.
Conta ele que durante a viagem, a alimentação era além do café da manhã, baseada em feijão, arroz, ovos, carne, massa, galinha, peru e salsichas.
O desembarque  ocorreu normalmente, mas o cenário era desolador guerra e destruição; escombros de casas e prédios; além de muitos corpos mutilados pela ação da Marinha Francesa e seus canhões. Logo a seguir, foram para a faixa de Gaza, onde tirariam serviço na fronteira do Egito com Israel. O percurso foi feito de caminhão (FNM)- o famoso Alfa Romeo e caminhões menores do Exército Brasileiro. Montaram ali o acampamento.

O conflito, propriamente dito, já havia cessado. Porém as Nações Unidas resolveram manter a tropa na faixa de Gaza entre Egito e Israel, para evitar possíveis confrontos futuros. Assim, permaneceram no local por um ano e cinco meses.

FONTE: COMUNICAÇÃO PARA O EVENTO RAÍZES E PERFILHOS – 2002
PESQUISADOR TRADICIONALISTA – PEDRO OLIVEIRA, SOLANGE A. SCHLEY EX-POLICIAL, DOLAR. CANELA- RS

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