domingo, 21 de abril de 2019

GUIA DE FONTES ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE RIO PARDO (3)


Fundo: Câmara Municipal
Série: Justiça
Subsérie: Juizado de Órfãos
Juizado de Órfãos[1]
No século XVIII, houve um crescimento da população livre e pobre e junto com ele o abandono de crianças ao desamparo pelas ruas e lugares imundos, segundo os Anais do Rio de Janeiro de 1840 (DEL PRIORE, 1989, p. 48).
Nas cidades, coube às Câmaras e às Santas Casas o trabalho de acolhimento e criação de enjeitados. Nas Santas Casas instalava-se a Roda dos Expostos, onde os bebês eram deixados.
O Juizado dos Expostos e Órfãos existe desde o período colonial. Seu papel é registrar, encaminhar e zelar pelos expostos (recém-nascidos).
O Juizado de Órfãos foi durante o Império uma das instituições públicas mais importantes do cotidiano dos municípios brasileiros, desempenhou funções que foram mais tarde repartidas e destinadas a órgãos especializados. Sua função primeira era guardar o interesse dos órfãos, zelar pelas suas heranças, cuidar da relação entre eles e seus tutores e pela segurança do rendimento de seus bens.
Os registros disponíveis prestam-se à leituras que vislumbrem além da simples inscrição de expostos e órfãos. A partir deles pode-se ver as transformações das relações sociais da cidade, as relações de valores monetários e financeiros, as negociações de heranças. Além disso, o registro do Cofre dos Órfãos nos mostra que o Juizado muitas vezes funcionava como verdadeira instituição financeira, fornecendo empréstimos com o dinheiro dos órfãos para assim obter rendimentos, inclusive emprestando à própria administração pública.[2]
Livro de Registro de Expostos (LRE) 1811-73
Livro de Registro de Tutorias de Órfãos (LRTO) 1858
Livro de Matrícula de Criados e Amas de Leite (LMCA)  1873-84
Livro de Registro do Cofre dos Órfãos (LRCO)    1879-96

[1] DEL PRIORE, Mary (Org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997; DEL PRIORE, Mary. A mulher na história do Brasil: raízes históricas do machismo brasileiro, a mulher no imaginário social, “lugar de mulher é na história”. São Paulo: Contexto, 1989; DEL PRIORE, Mary. Ao sul do corpo: condição feminina, maternidades e mentalidades no Brasil colônia. Rio de Janeiro: José Olympo, 1993; SAMARA, Eni de Mesquita. A família brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983; SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Sistema de casamento no Brasil colonial. São Paulo: T.A. Queiroz, 1984; SOUZA, Laura de Mello e (Org.). História da vida privada no Brasil: Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Cia. Das Letras, 1998. Vol. 1. SAMARA, Eni de Mesquita. As mulheres, o poder e a família: São Paulo – século XIX. São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura. 1989.; SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Sistema de casamento no Brasil Colonial. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1984; MATTOSO, Kátia de Queirós. Família e sociedade na Bahia do século XIX. São Paulo, Corrupio, 1988. RAGO, Margareth. Os prazeres da noite: prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo (1890-1930). Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1991. VENÂNCIO, Renato Pinto. “Nos limites da sagrada família, ilegitimidade e casamento no Brasil Colonial”. In: VAINFAS, Ronald (org.). História e sexualidade no Brasil. Rio de Janeiro, Graal, 1986. Pp. 107-123. VAINFAS, Ronald. Trópicos dos pecados: moral, sexualidade e inquisição no Brasil. Rio de Janeiro, Campus, 1989.
[2] PORTO ALEGRE (RS). Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Anais do Arquivo Histórico do Município de Porto Alegre. Porto Alegre: SEC, 1983, Vol. 1, p. 83.

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