No
final do século XIX era muito comum a existência de Jornais literários e de
associações de pessoas que ansiavam por reunir-se, para incentivar o convívio
social e trocar ideias nos planos intelectual e político. Em Rio Pardo esse
anseio se concretizou na intensa vida cultura, proporcionada pela existência do
Teatro 7 de Setembro e em sociedades como a Sempre Viva, preocupadas em
proporcionar um ambiente saudável para diversão da população.
No
ano de 1886 destacavam-se, na vida da comunidade rio-pardense, pessoas como o
Tenente-Coronel Antônio de Sena Madureira, comandante da Escola Militar, e
Heráclito Americano de Oliveira, que escrevia para o jornal O Lutador. Os dois
lideravam um grupo de pessoas que idealizaram a formação de uma sociedade que
congregasse aqueles anseios: diversão saudável e desenvolvimento intelectual.
Essas
pessoas se reuniram no fim da tarde do dia 10 de outubro de 1886, na casa de
Apolinário Domingues Ferreira, para criar um “grêmio social” e lavraram a ata
de criação do Clube, com 67 sócios fundadores. No dia 1º de novembro do mesmo
ano os sócios se reuniram novamente, agora no Teatro 7 de Setembro, para
aprovação dos estatutos e do nome da sociedade: Clube Literário e Recreativo.
Alguns dias depois foi eleita a primeira diretoria, com Sena Madureira como
presidente.
O
passo seguinte foi a realização do baile de gala para inauguração da nova
associação, realizado em 1º de janeiro de 1887, nos salões do prédio da
Caridade. Quinze dias depois um transtorno: Sena Madureira foi transferido para
o Rio de Janeiro. Assumiu a presidência do Clube Literário o Senhor Manoel
Ribeiro.
A
partir do mês de junho, o Clube instalou-se em um edifício localizado na Rua
Andrade Neves, na esquina do Beco Mateus Simões. A partir de então a atividade
do grupo foi intensa.
Era
preciso organizar a nova agremiação e as primeiras providências foram a
aquisição de móveis, instalação de uma biblioteca, publicação de resenha no
jornal O Patriota, organização do trabalho das comissões encarregadas de
estudar a História e a Literatura, organização de um curso noturno gratuito, ampliação
do número de sócios.
Aos
poucos o Clube se tornou um verdadeiro centro social, onde também eram
discutidos os problemas locais e a cultura brasileira.
O
ano de 1896 foi especialmente rico, principalmente na área cultural. Sob a
presidência de Francisco Antônio de Borba Filho, a entidade passou a receber
jornais de todo o Estado e do Rio de Janeiro, ampliou a biblioteca popular e
adquiriu um piano.
Por
volta de 1903 os associados passaram a sentir necessidade de uma sede própria.
Durante a administração de Delíbio Macedo surgiu a ideia de construir um prédio
com esse objetivo. Para tanto, foi aprovada a ideia de cobrir parte das
despesas com a construção com ações públicas, tomadas pelos sócios. E foi
assim que, no dia 28 de maio de 1909, em sessão extraordinária, a Diretoria
recebeu as chaves do moderno prédio, localizado na rua Andrade Neves, que é a
sede do Clube Literário Recreativo até hoje.
(Profª Silvia Barros)
REFERÊNCIA: PANATIERI, Dr. Luciano. 55º Aniversário
do Clube Literário Recreativo de Rio Pardo – 10 de outubro de 1886 a 10 de
outubro de 1941. Santa Cruz do Sul: Lamberts e Riedl, 1941.
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