“INCÊNDIO –
Devorado pelas chamas o antigo edifício do Cinema Apolo
Pavoroso incêndio destruiu na madrugada de 26 do
corrente o prédio onde, por muitos anos funcionou o antigo Cine Teatro Apolo.
Há muitos anos deixara o velho casarão da Rua
Almirante Alexandrino de ser utilizado como casa de diversões. Não mais ecoavam
em seu teto as manifestações alegres dos (frequentadores?) do velho teatro de
Procópio Ferreira, nem se ouviam as calorosas palmas das entusiastas
assistências. Abandonado por muitos anos, à riste sorte das cousas
imprestáveis, dele se lembraram um dia, quando um novo surto de progresso vem
animar a nossa terra. Arrancaram-no de sua solidão, não para ser convertido em um
novo teatro, mas sim e lamentavelmente transformado em secador de arroz.
Hoje se vingaram os estranhos fados de inglório
destino dado ao Teatro.
Ei-lo reduzido a cinzas.
D E T A L H E S
Aproximadamente às 4h da madrugada de 26 de junho
um clarão iluminou os céus de Rio Pardo.
Algumas pessoas que se preparavam para os trabalhos
do dia, procuraram ver a origem da estranha aparição. E logo se espalhou célere
a notícia: “Incendiou o Apolo.” Grande massa afluiu ao local enquanto sinos
repicavam em sinal de alarme.
Inutilmente tentaram as inúmeras pessoas debelar o
fogo. O velho casarão fora construído de boa madeira, que resiste ao tempo, mas
não suporta as chamas.
Durante muitas horas as chamas continuaram sua
faina destruidora.
Os antigos risos das sessões teatrais
transformaram-se em crepitação de madeira.
APENAS O ARROZ NO SEGURO
Fomos informados de que, a não ser o arroz
depositado, nada mais estava segurado, sendo avultados os prejuízos sofridos
pelo Sr. Homero Schultze.”
REFERÊNCIA
Jornal de Rio Pardo, Domingo, 29/6/1952 – Ano II – nº
86, p. 01.
Encadernação Jornal Rio Pardo – 1952-1953, Arquivo
Histórico Municipal de Rio Pardo
Pesquisa da Profª Neuza Quadros, 29/11/1993
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