Texto de Fábia
Belling e Ianaê Linhares.
Da união de Joaquim Pedro da Silva Lisboa (comerciante,
comandante da Guarda Nacional do Rio Pardo e Agente dos Correios) e Maria Carlota
do Amaral Sarmento Mena (irmã de Farroupilhas), surge a família Amaral Lisboa.
Este Casal
teve quatorze filhos, dos quais sobreviveram onze. Dentre estes, Ana Aurora do
Amaral Lisboa, que nasceu em 24 de setembro de 1860.
Em 1881, esta recebeu o diploma de professora
pela Escola Normal de Porto Alegre, com distinção em todos as matérias,
recebendo certas vantagens, segundo o regulamento da Instrução Pública da época.
Até o momento, a informação é de que foi a
primeira mulher rio-pardense a se formar. Iniciou sua carreira como professora pública
em 1883, em João Rodrigues na cadeira do sexo masculino.
A família Amaral Lisboa, com exceção do filho
mais velho ( que era delegado nesta cidade), eram simpatizantes da ideologia liberal, e, mesmo não
adeptos à Monarquia, pertenciam ao grupo
daqueles que queriam a República, mas só
após a morte de D. Pedro II.
Em consequência do posicionamento político de
sua família, a atuação da professora era considerada uma afronta ao Partido
Republicano e as perseguições políticas fez Ana Aurora exonerar-se de seu cargo
público, entrando nas fileiras revolucionárias do Partido Federalista e sendo
militante ativa da Guerra Federalista no Rio Grande do Sul em 1893.
Deste momento
em diante dedicou-se ao magistério particular, e com o auxílio das irmãs Zamira
e Carlota fundou o Colégio Particular Amaral Lisboa dirigindo-o de 1893 a 1924.
Foi
colaboradora do Jornal ”A Reforma” órgão do Partido Federalista chefiado por
Gaspar Silveira Martins. Colaborou também em vários outros jornais políticos,
como “O Canabarro” de Santana do Livramento, “Gaspar Martins” de Santa Maria, e
outros.
A sua atuação
e colaboração na imprensa e suas publicações, além de trazer um cunho
educacional e apelos em auxílio ao desenvolvimento de sua terra natal, era o
instrumento que utilizava para expressar suas ideias políticas.
Foi também
poetiza, teatróloga, e escritora, entre suas obras publicadas destacou-se “Minha
Defesa” publicada no ano de 1895. Pertenceu a Sociedade Feminista Sempre-Viva e
ao Grêmio Rio-pardense de Letras, ambos em Rio Pardo.
Exerceu o
magistério aproximadamente 55 anos, sendo que em 1915, criou o curso de Ensino noturno
gratuito para adultos. (Muito antes de ser adotado o Curso de Ensino Supletivo
em 1931).
Com a idade
avançada, Ana Aurora e sua Irmã Zamira, em uma situação bastante humilde, viviam
em uma pensão concedida pelo Governo Estadual. Ana Aurora faleceu em 22 de abril
de 1951.
FONTE: Texto conforme pesquisa em documentos, no AHMRP, Neuza Quadros.
Busto em sua homenagem na praça Barão de Santo Ângelo, Rio Pardo |
A
Parabéns por resgatas poetas brasileiros esquecidos.
ResponderExcluirNecessito de sonetos de poetas falecidos até 1952 em razão das dificuldades de se fazer contato com detentores de direitos autorias.
Agradeço desde já
Paulo Lucio