sábado, 1 de setembro de 2018

CEMITÉRIO NO MOINHOS DE VENTO



No século XVIII, deu-se a ocupação militar do Rio Grande do Sul a administração era muito complicada. Só haviam autoridades militares e a igreja auxiliava o governo português, fazendo o controle de nascimentos e mortes da população. Em Rio Pardo os únicos cemitérios existentes eram os das igrejas, onde eram enterradas as pessoas que pertenciam às várias Irmandades da Vila.
Mas, com o tempo, a população aumentou e nem todos pertenciam as Irmandades, motivo pelo qual era necessária a construção de um Cemitério Municipal. Assim, em 06 de outubro de 1847 o vigário Zeferino Dias Lopes oficiava à Câmara de Vereadores, relatando o seguinte:” Tendo uma das obrigações dos Párocos zelar  lugar onde devem descansar os corpos dos fiéis, que por mandado Criador são chamados à sua soberana presença; por isso deliberei me dirigira Vossas Senhorias como principal órgão deste município, a fim de que dignem-se levar ao conhecimento do Corpo Legislativo Provincial a necessidade que há nesta cidade de um com quanto Cemitério, para que se sirva decretar quantia para sua fatura. Ora, com quanto no lugar denominado Moinhos de Vento existe um, todavia não posso conformar-me com o ponto em que se acha colocado; porque sendo o terreno bastante pedregoso, e alheio, e de órfão segundo me consta: além deste defeito, se acha aberto por todos os lados; coberto de mato, e expostos os corpos a serem exumados pelos cães, servindo esse terreno de pasto e refúgio a quantos animais por ali vagam. Espetáculo este de horror, que extingue n’alma o sagrado respeito aos mortos, e que tanto como a vista, ofende a moral e aos costumes! Avista do que é da palpável necessidade de fundar-se um edifício capaz e próprio para tão justo quanto santo fim, apuro que Vossas Senhorias diligenciarão a respeito; confiando eu pois que serão realizados meus desejos, a fim de não continuar com bastante mágoa de meu coração e não pequeno escrúpulo a dar-se sepultura aos corpos de nossos irmãos neste lugar e a despeito das leis eclesiásticas. ”
Mais tarde esse local-Moinhos de Vento- foi usado como Cemitério dos coléricos, durante a epidemia que assolou a Cidade. E o Cemitério Municipal, tão desejado pelo vigário Vicente, foi construído em 1860.

FONTE: Registros Gerais da Câmara nº 38 pg. 354. AHMRP


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