A
população urbana era de 11.000 e a rural, 24.412 habitantes, existindo 1.230
prédios na área urbana.
Ao
descrever as ruas, diz que “não têm calçamento, a não ser uma rua que é calçada
com pedra irregular, que foi calçada com as pedras do forte de Jesus Maria
José, para recepcionar o Imperador D. Pedro II quando de sua passagem por esta
cidade em visita à fronteira.” Na verdade, aqui há um erro: a rua citada é a
atual Rua Júlio de Castilhos, mais conhecida por Rua da Ladeira, que foi
calçada em 1813 e teve seu calçamento recuperado para receber o Imperador D.
Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina, que chegaram a Rio Pardo em 1º de
Janeiro de 1846[1].
A
cidade não tinha água encanada nem esgotos, mas já existia luz elétrica desde
1910.
O
atendimento à saúde era ainda precário, havendo muitos casos de tuberculose.
Mas a cidade contava com um Posto de Higiene do Estado, inaugurado em 1939, e o
Hospital dos Passos.
Para
a instrução pública, tínhamos dois grupos escolares estaduais, uma aula isolada
nos subúrbios, um colégio de irmãs com internato e um colégio da Cooperativa
dos Funcionários da Viação Férrea. Todas estas escolas juntas tinham 1.650
crianças matriculadas.
Para
sua diversão, a população contava com sete clubes de futebol, quatro sociedades
recreativas, uma sociedade de tênis e diversas sociedades de bolão.
Nos
transportes contávamos com a estrada de ferro, estradas de rodagem ligando Rio
Pardo a Santa Cruz do Sul e Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Candelária,
Venâncio Aires e General Câmara. O porto do rio Jacuí ainda era ativo, com
regular movimento de carga. A zona rural era atendida por ônibus, automóveis e
caminhões, e as mercadorias eram, na sua maioria, ainda transportadas em carretas.
As
indústrias existentes no município eram todas pequenas: engenhos de
beneficiamento de arroz, serrarias, ferrarias, tanoarias, oficinas mecânicas,
funilaria, olarias, fábrica de bebida sem álcool, fábrica de sabão, fábricas de
café, fábrica de salame, padarias e confeitarias, fábrica de bolacha,
alfaiatarias, sapatarias, selaria, moinho de farinha de milho, britadeira de
granito, fábricas de móveis, caieiras, tipografias, curtume e tamancaria.
Os
administrados informavam ainda: “Rio Pardo está num a situação privilegiada
quanto aos meios de comunicação, podendo por isto desenvolver outras
indústrias, e achamos que para incrementar e trazer elementos produtores a esta
cidade temos necessidade de fazermos o serviço de águas, serviço este que já está
sendo projetado pela Secretaria de Obras Públicas.”
Por
fim, uma análise da situação política de Rio Pardo de 1930 até a implantação do
Estado Novo em 10 de novembro de 1937:
“A
política dominante em 1930, nesta cidade, era a do Partido Republicano
Rio-grandense, cujo chefe local era o Coronel José Antonio Pereira Rego,
discordando desta chefia, alguns elementos, haviam formado uma dissidência que
se orientara sob as ordens do Coronel Arthur Taurino de Rezende. Outro partido
Rio-grandense – Libertador – era chefiado pelo Sr. Hygino Leitão.
Em
1932 ficaram com o Governo Federal somente os da facção Pereirista, sendo que
os dissidentes e Libertadores formaram ao lado dos Constitucionalistas.
A
mudança de regime nesta cidade foi recebida com geral agrado, tanto pelo
partido dominante como pelo elemento da Frente Única.
O
povo, que sempre foi o grande sacrificado nas lutas estéreis dos políticos,
aceitou e acata com geral entusiasmo o Estado Novo.
Auscultando-se
as diferentes camadas sociais de nosso povo observa-se que todos compreendem os
grandes benefícios advindos com o Estado Novo, e maldizem os regimes passados,
que só prometiam e não realizavam.”
REFERÊNCIA:
Códice Geral 239 –
1940, do acervo do Arquivo Histórico Municipal de Rio Pardo
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