terça-feira, 8 de novembro de 2016

DOUTORA RITA LOBATO


Rita Lobato Velho Lopes nasceu em 7 de junho de 1866 no Rio Grande(RS), tornando-se mundialmente famosa por ter sido a primeira mulher brasileira a concluir o curso de Medicina. Frequentou o curso secundário em Pelotas (RS) e demonstrou desde cedo a sua vocação para a Medicina. Mas apesar do Decreto Imperial de 1879, de D. Pedro II, autorizar as mulheres a frequentarem  cursos de faculdades e obterem um título acadêmico, os preconceitos e machismos da época dificultaram muito, pois a “moda” praticada era relegar a mulher às funções domésticas...
Rita matriculou-se inicialmente na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas, não suportando as gozações, boicotes e perseguições, transferiu sua matrícula para a Faculdade de Medicina de Salvador (BA). Determinada em obter o titulo de médica, venceu a hostilidade inicial dos colegas e até dos professores, conquistando, aos poucos, a simpatia de todos, até receber do corpo docente da tradicional faculdade baiana as maiores considerações.
Especializou-se em Obstetrícia e Ginecologia, defendendo tese sobre “A Operação Cesariana”. Em
1887 tornou-se a primeira mulher brasileira e a segunda da América Latina a obter diploma de Médica. Após a formatura, voltou ao Rio Grande do Sul, onde se casou com Antonio Maria Amaro Freitas, com quem teve uma única filha, Ísis. Clinicou em Porto Alegre durante alguns anos, mas depois decidiu se radicar em Rio Pardo (RS), onde exerceu a profissão de 1910 a 1925.
Por sua dedicação, profissionalismo e amor ao próximo, passou a ser adorada pela população de Rio Pardo, que a elegeu vereadora pelo partido Libertador em 1935, e exerceu o mandato com dedicação e perseverança, cobrando das autoridades um maior empenho quanto à saúde da população. Exerceu seu mandato até 1937, quando Getúlio Vargas decretou o Estado Novo, que fechou as Câmaras Municipais. Um exemplo de sua dedicação e amor à Medicina foi o fato de que em todos os domingos e feriados saía pelos bairros da cidade, a pé, consultando os habitantes de casa em casa gratuitamente, colocando, em prática, verdadeiramente, o “JURAMENTO DE HIPÓCRATES”.
Passou os últimos anos de sua vida na Estância do Capivari, em Rio Pardo (RS). Em 1953 veio a falecer, aos 87 anos de idade.

FONTES:  Texto de João Carlos Ruller/ São José do Rio Preto- SP- 2015.

               Arquivo Histórico Rio Pardo- RS/AHMRP.

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