O
COMBATE DO RIO PARDO E O HINO RIO-GRANDENSE
No próximo dia 30 completam-se
178 anos do Combate do Rio Pardo, quando forças republicanas derrotaram os
imperialistas em Rio Pardo. Em decorrência do ocorrido nesse dia, a música do Hino Rio-Grandense foi composta em Rio Pardo. Em homenagem a esse fato
histórico, segue-se uma série de 5 pequenos textos que juntos apresentam a
versão de Walter Spalding sobre os fatos.
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1 – JOAQUIM
JOSÉ DE MENDANHA
Joaquim
José de Mendanha era filho de escravos, mas nasceu liberto em Diamantina, no
ano de 1800. Sentou praça no 2º Batalhão de caçadores em 1822. Fez no mesmo
batalhão a campanha de Pernambuco e a do Rio Grande do Sul de 1827 a 1829,
tempo em que concluiu a guerra e obteve a escusa do serviço. Entretanto, tornou
a engajar-se como mestre de música do mesmo batalhão. Nesta qualidade,
marchando para a Bahia, ali persistiu até 1831 e em seu regresso à Corte,
dissolvido o Corpo em consequência dos movimentos políticos, não podendo
empregar-se na sua profissão como militar, seguiu para Pernambuco. Aí, após
vários contratempos, conseguiu engajar-se no Corpo de Permanentes, durante dois
anos. Regressando à Corte, foi admitido como músico da Capela Imperial e em
seguida marchou com o 2º Batalhão de Caçadores para o Rio Grande do Sul, onde
permaneceu o resto de sua vida.
Com
a revolução, acompanhou o exército legal ao campo da luta e no Combate de Rio
Pardo, ocorrido a 30 de abril de 1838, foram aprisionados ele e todos os
componentes da banda. Liberto novamente, em 1840, voltou ao exército legal e
quando Caxias, em 1842, assumiu a Presidência da Província e o Comando em Chefe
das Armas, designou-o para organizar a Banda de Música que deveria ir buscar a
esposa de D. Pedro II.
Mendanha
faleceu em Porto Alegre, a 2 de setembro de 1885. Modesto, muito simples,
espírito profundamente liberal embora imperialista, não casou. Sua vida resumiu-se
à sua atividade musical, mesmo não tendo sido um grande músico, ficando no meio
termo entre um grande compositor e um compositor medíocre. Deixou diversas
composições sacras e profanas, mas que se perderam. Dele somente se salvou, e
graças ao rio-pardense José Gabriel Teixeira, do Rio Pardo, que pertenceu às
hostes farroupilhas e conheceu e conviveu com Mendanha, a música do Hino da
República Rio-Grandense, depois oficializado como Hino do Estado. Não é uma
peça rica, mas delicada e vibrante como devem ser os hinos.
FONTE:
Revolução Farroupilha
– Walter Spalding – Petroquímica Triunfo, 1987. p. 144-6.
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