domingo, 2 de fevereiro de 2020

PROCISSÕES, DEVOÇÕES E FESTAS DE IGREJA


                      Citação do Snr. Pedro Castelo Sacarello, em Relatório encaminhado ao I.B.G.E. após o Recenseamento de 1940 (outubro de 1941), que diz = “...Devido ainda às grandes distâncias e ao fato de haver em cada Freguesia, ou Capela, sacerdotes em número suficiente para os Ofícios Divinos, que sempre as realizavam nas Igrejas desses longínquos Distritos; e devido especialmente ao comércio que atraia poderosamente para esses centros povoados os moradores da Campanha, iam eles se abstendo de comparecer na vila, mesmo em ocasiões das grandes festividades de Corpus Christi e da Padroeira, em que se manifestava o alto sentimento religioso dos moradores no interior da antiga Fortaleza e nos seus arredores em um raio de várias léguas; em ocasiões em que saiam à rua as procissões formadas pelas ricas confrarias, pelas diversas Irmandades, pelos magnatas civis e pelos oficiais superiores da guarnição, à cujo encargo eram entregues as varas do rico pálio, sendo entregue às Damas a guarda de honra do andor de Nossa Senhora do Rosário, a qual aparecia coberta de suas ricas vestes de gala e de suas joias preciosas, que eram, como donativos, a expressão pura e carinhosas de um verdadeiro amor filial, de tantas devotas já então desaparecidas da vida terrena.
                Estas procissões, feitas anualmente, eram formadas por duas extensas alas de Irmãos, cobertos de suas vistosas paramentas, levando tochas na mão e ao centro seus Estandartes, sendo acompanhados, pelos lados exteriores das filas, pelo povo devoto, que respondia às rezas dos Irmãos, caminhando lentamente pelas ruas determinadas, e pisando sempre sobre um chão juncado de flores e folhas verdes.
                À retaguarda do pálio, ia, acompanhando a procissão, uma numerosa Guarda de Honra, comandada por um oficial e trajando todos os fardamentos de gala. Após esta Guarda seguia a música observando-se o mesmo rigor no traje; a qual, de trato em trato, nos pontos principais do trajeto, tocava uma peça sacra, enquanto paravam as rezas.
                Eram características destas festas religiosas, quer no interior das Igrejas, quer nas ruas da vila, uma respeitosa devoção Cristã, praticada com grande esplendor, mas com toda humildade, sem vislumbre de vaidade.

REFERÊNCIA: Estudos de Biagio Soares Tarantino

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