Salve, pendão sagrada da terra brasileira! Beneméritos os
que impuseram teu culto à mocidade, para que desde o albor da vida conheça o
cidadão o valor desta bandeira, o seu simbolismo, a soma de sacrifícios, que a
Pátria impõe a seus filhos, e o amor que a ela devemos.
A bandeira nacional é de fato
o símbolo augusto da nação, que é a grande família, e é por isso o lábaro da
união fraternal, intima e indissolúvel, sobre que assentam a prosperidade e a
grandeza do nosso futuro.
Onde quer que flutue este auriverde pendão, está ali a
lembrança dos nossos maiores, ali está ali o carinho de nossas mães, o amor de
nossos filhos, o afeto dos nossos irmãos e amigos. Quando ele se desfralda nos
campos da guerra, freme e estua o coração generoso do soldado; quando ele se
desdobra nos campos felizes da paz, palpita de entusiasmo o coração do
patriota; é sempre um símbolo de amor, é sempre uma estrela condutora a
apontar-nos o caminho da honra, do dever, da virtude, do devotamento e da
glória.
Vede-o, contemple-o! Ele tem as cores da esperança, que nos
alenta a vida, e do ouro, que é a riqueza do solo abençoado, onde o nosso
trabalho frutifica. Na esfera cerúlea, da cor do Céu, para onde voam jubilosas
as almas dos justos, cintila o brilhante Cruzeiro do Sul, que também é símbolo
sagrado erguido pela mão de Deus para ditar-nos outra lição de amor e
sacrifício. Ao há no mundo conjunto mais belo, mais eloquente e mais
expressivo: o amor, que é a união, das almas, a esperança que é o santelmo da
vida, e o trabalho que é a união das forças para conquistarmos a felicidade e a
glória na auspiciosa e grande terra americana, em que nascemos.
Crede mocidade, que de
vos todo o futuro depende, para que está bandeira querida se mantenha com honra
e lustre no mapa das nações. Amai o trabalho, sede escravos da honra e da lei,
cultivai no mais alto grau, ao lado de todas as virtudes particulares, a grande
virtude do amor da Pátria, e a soberania da nossa amada bandeira só avultarão
no tempo, merecendo os louvores da humanidade e as bênçãos de Deus.
Quando por ventura paixões políticas quiserem perturbara
tranquilidade interna da sociedade brasileira e o jogo funesto dos interesses
locais puser em risco a paz e a concórdia, que são os alicerces da prosperidade
comum, olhai para a santa Bandeira, e hauri nela os sentimentos puros e
generosos que consolidam a unidade nacional.
Quando acaso perclitar de qualquer forma a segurança do
território ante agressões de inimigos, ou forem ofendidos os brios da
nacionalidade, erguei a santa Bandeira, e legiões patrióticas segui-la-ão
ovantes caminho do desagravo e do triunfo.
Barão Ramiz Galvão- rio-pardense |
Quando as agruras da estrada da vida e o desalento vos
entibiarem as forças, quando sentirdes os espinhos da dor a sangrar-vos o
coração, esquecei as contingências da sorte e, levantando os olhos para a santa
Bandeira, recobrais coragem para a luta, porque nesse emblema refulge um ideal
superior.
Em um palavra, na paz e na guerra, nas horas do prazer e nos
dias de luto, na aurora como no zênite como no ocaso da vida, seja este santo estandarte
uma estrela mágica, que nos conduza ao desejado porto: a grandeza da Pátria que
ele simboliza, a prosperidade da Pátria que o Cruzeiro ampara. Viva o Brasil!
FONTE: Ramiz
Galvão, Benjamin Franklin. Teatro Educativo. Rio de Janeiro – Academia
Brasileira de Letras, 1938 AHMRP
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