quarta-feira, 25 de setembro de 2019

FIGURA FOLCLÓRICA DE RIO PARDO


Dona Quininha comemora 100 anos com alegria e lucidez.
Dona Quininha é como se fosse uma figura imortal. Afinal de contas, ela viveu todo o século passado, desde o seu segundo ano!Interna no Asilo São Vicente de Paula, comemorou neste mês cem anos de idade.
Sinônimo de longevidade, mantem-se totalmente lúcida, transbordando muita vitalidade e bom humor. Neste perfil, auxiliada pela gentil Irmã Romilda, Quininha revela uma verdadeira lição de vida, demonstrando que pouco importa a idade, o que vale mesmo é a alegria de manter-se viva e encontrar Deus nos pequenos gestos do dia - a-dia.
Joaquina Pacheco Leiria, a popularizada Dona Quininha, nasceu em nossa cidade, no dia 16 de junho de 1902.
Nasceu antes do Rádio, automóvel, linhas de aviação ou computadores. Acompanhou a tragédia do Titanic, a primeira Copa do Mundo, as duas guerras mundiais, a era Vargas, a ida do homem a lua e tantos outros fatos que marcaram o século XIX. Pertence a uma família de nove irmãos, estudou no Colégio Ernesto Alves. Optou por nunca casar. Contou-nos a história de um amor impossível entre ela e um primo, mas as famílias se opuseram. Dona Quininha, frustrada, nunca mais pensou em casar. Ganhou a vida fazendo o “jogo do bicho”, sabia como ninguém dar palpites exatos aos clientes, desvendando-lhes seus sonhos: sonhar com uma pessoa agressiva, jogava-se no tigre; com médicos, advogados e estudiosos, o melhor era apostar no animal contrário as qualidades da pessoa: o burro e, como estas outras deduções marcaram e aumentaram a clientela que, com o dinheiro ganho conseguia manter-se e tirar boa parte para uma caderneta de poupança. ”Muitas vezes, clientes vinham  buscar-me em casa para fazer o jogo para pessoas inválidas ou que estavam impossibilitadas de irem até mim. Conquistei freguesia em toda a cidade”, diz. Morava em frente a Igreja Matriz e era conhecidíssima. Gostava de cantar, dançar e não perdia festa. Representava no antigo cinema, usando roupas de papel crepom, ao som do piano do seu Ari Fontoura (hoje falecido). Frequentava os bailes do Literário  e Recreativo. Também sabia fazer doces de despertar qualquer paladar: cocada, papo de anjo, bom-bocado, doce de abóbora... Tal culinária rendeu-lhe muita fama entre os que saboreavam estas deliciosas guloseimas.
Muito tempo passou e já vão longes aquelas distantes datas em que realizava suas façanhas. Em 19 de setembro de 1996, já com 94 anos, foi internada no Asilo. Passou por um período de saúde debilitada e por causa de uma trombose, teve a perna amputada. Também lhe apareceram problemas de audição.
Atualmente mantem-se mais jovial do que nunca. Com saúde restabelecida, faz leituras sem utilizar óculos de graus, não toma nenhum medicamento e continua com seu alto astral. Em 1999 foi eleita a rainha da3ª idade Adora cantar, improvisar mesmo em uma cadeira de rodas. Vaidosa, adora andar bem vestida e arrumada com acessórios, como faixa no cabelo que exibe modelo visto na TV. Vibra com a seleção Brasileira, na copa do Mundo. Passa muita energia, vive como se cada dia fosse o mais importante, sem se preocupar com o tempo...


FONTES: Jornal de Rio Pardo, junho, 2002. AHMRP
D Quininha  sempre sorrindo e brincando com os rio- pardenses

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