domingo, 29 de setembro de 2019

ÊXODO RURAL


Passeando pelo interior e observando as diversas moradas abandonadas dá pra ver o quanto a Zona Rural está despovoada. Só se observa pés de frutas cheias de ervas de passarinhos se terminando aos pouco,s as casas velhas e abandonadas tudo caindo aos pedaços dá uma grande tristeza, e a cidade cada vez mais  cheia de gente uns que trabalham e outros  não. Criando mais uma dificuldade na vida de cada um, mas ao mesmo tempo sonhando com dias melhores e que muitas vezes não acontece...
Lugares lindos e abandonados



Velhas árvores, galpões
Casas abandonadas
FONTE: Neuza Quadros

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

PROFESSORA LEONIDA FRANTZ - ABRIGO DE MENORES


LEONIDA LIMA FRANTZ  
           
Nasceu em Capivarita, distrito de Rio Pardo em vinte e oito de setembro de mil novecentos e dez.(28/09/1910)
Filha de Antonio Augusto Frantz e de Olímpia de Lima Frantz. Aos oito anos, veio morar na cidade com a família e estudou na Escola Ernesto Alves.
Quando criança, sua brincadeira predileta era “aulinha” e seus alunos eram pauzinhos fincados no chão. Foi uma criança alegre e criativa.
Terminado o primário, estudou na antiga Escola Normal de Porto Alegre, então a única escola normal do estado. Chamava-se Colégio dos Anjos, em regime de internato dirigido por freiras, onde hoje é o Instituto de Educação Emilio Mayer.
Formou-se aos 18 anos e iniciou no Magistério em Caçapava do Sul, no Grupo Escolar da cidade, contratada pelo estado. Lá esteve por nove anos.
Retornando para Rio Pardo foi designada para o Grupo Escolar Ramiz Galvão, onde foi à primeira diretora.
Posteriormente, lecionou na Escola Ernesto Alves, como alfabetizadora. Fez parte do Grupo de professoras na criação do curso normal.
Também lecionava no INSTITUTO EDUCACIONAL DE MENORES (ABRIGO DE MENORES), de 1º ao 5º ano. Além dos conteúdos de aula, ela ensinava o catecismo e, nas tardes de sábado, trabalhava na “Pequena Oficina”, organizada por ela em uma sala do prédio. Os meninos trabalhavam com marcenaria e recebiam encomendas de “chiqueirinhos” para as crianças e placas de anúncios e com o dinheiro, compravam mais materiais.
Com o trabalho na horta, além de ensinar o cultivo de terra, ela iniciava o estudo do sistema métrico, calculando as medidas de áreas.
Este trabalho com os meninos teve um valor muito significativo em sua vida, pois através dele, eles se sentiam valorizados. Este trabalho também significava um resgate da cidadania destes meninos na formação humana. Muitos deles eram órfãos ou estavam em situação de abandono e então a professora era uma referencia de carinho, de disciplina e de incentivo.
Sua maior paixão foi à alfabetização e a natureza... Criou seu próprio método e seus alunos logo aprendiam a ler, escrever e calcular.
O método consistia em uma história que se passava numa chácara, com muito verde, laguinho, animais de estimação como a macaca sapeca, o cachorrinho Totó, a vaca Malhada, patinhos, galinhas, cavalos, entre outros.
Os personagens principais eram o menino Bibi e a menina Zazá, que moravam na chácara. Também tinha o aviador que passava largando cartinhas.
A história era toda desenhada no quadro com giz colorido. As crianças se envolviam com a história e, cada dia, chegavam em casa contando as novidades que aprendiam brincando. Eram alfabetizadas em pouco tempo.
Muitos de seus alunos ainda lembram com carinho daquela época.
Mais tarde, depois de aposentada, adquiriu sua morada no bairro Boa Vista, exatamente como sempre sonhara ... uma linda casinha, lagoa com patinhos e com canoa, um campinho, balanço, horta, pomar, jardim, pertinho do Aeroclube...
 Seu cantinho era uma mistura de encanto e magia...
Sua casa tinha vida! Estava sempre cheia de crianças... Nos domingos as pessoas costumavam visitá-la, para passar momentos agradáveis junto a natureza e para ouvir histórias, contadas por ela.
Leonida, ou tia Nida, está presente na memória de muita gente...
Era uma mulher forte, correta, determinada, criativa, alegre, solidária, religiosa, idealista, e, acima de tudo, ousada para sua época. Conquistou espaços, levantou bandeiras, viveu intensamente.
Costumava repetir uma frase: “Quem não vive para servir, não serve para viver”. E, em sua vida, serviu de exemplo e modelo para muitos.
Na comunidade da Boa Vista, atuou ativamente, participando voluntariamente de diversas obras assistenciais, culturais e religiosas. Foi vereadora nos anos de 1960 a 1963 em Rio Pardo
Fundou o CTG Flor da Querência; participou do MASA- Movimento Assistencial Santo Amaro; catequista por muitos anos; fundou o Apostolado da Oração; Era voluntária a no CEBEM; Organizou campanhas assistenciais aos flagelados de enchentes; Participou ativamente da Pastoral da Saúde; Integrou o Clube de Mães Joana D’Arc.
Para ela o estudo, a cultura e o trabalho eram valores essenciais.
No inicio dos anos 50, chegava a pagar taxi para que seus sobrinhos e vizinhança que moravam no Morro das Pedras, pudessem vir estudar na cidade.
Incentivava os estudos a acolhida em sua casa meninas e moças do interior que “paravam” com ela para estudar.
Nos aniversários de sobrinhos e vizinhos, costumava presentear com coleções de livros, que eram deixados na estante de sua sala para que todos pudessem ler e pesquisar.
Em sua casa, mais particularmente em sua sala, tinha um tapete  de couro peludo, umas almofadas, uma cadeira de balanço, uma estante com discos de vinil, uma eletrola, livros, gavetas com fotos antigas...
E ali tia Nida, reunia crianças e jovens para ouvir músicas, recitar poesias, contar histórias e anedotas, olhar fotos... Oferecendo um delicioso suco com bolo.
 Este tempo de coisas simples e puras fizeram a diferença na vida de muitas crianças. E a história vai se perpetuando... Pois estas vivências são contadas de pai para filho, através das gerações.
Entender, relembrar e respeitar o passado, valorizando o presente, são formas de construir um futuro com sabedoria.
 
  FONTES: História oral, relatados por Claudia D’Avila Melo - Sobrinha neta - 28 setembro de 2019. AHMRP

                              

FIGURA FOLCLÓRICA DE RIO PARDO


Dona Quininha comemora 100 anos com alegria e lucidez.
Dona Quininha é como se fosse uma figura imortal. Afinal de contas, ela viveu todo o século passado, desde o seu segundo ano!Interna no Asilo São Vicente de Paula, comemorou neste mês cem anos de idade.
Sinônimo de longevidade, mantem-se totalmente lúcida, transbordando muita vitalidade e bom humor. Neste perfil, auxiliada pela gentil Irmã Romilda, Quininha revela uma verdadeira lição de vida, demonstrando que pouco importa a idade, o que vale mesmo é a alegria de manter-se viva e encontrar Deus nos pequenos gestos do dia - a-dia.
Joaquina Pacheco Leiria, a popularizada Dona Quininha, nasceu em nossa cidade, no dia 16 de junho de 1902.
Nasceu antes do Rádio, automóvel, linhas de aviação ou computadores. Acompanhou a tragédia do Titanic, a primeira Copa do Mundo, as duas guerras mundiais, a era Vargas, a ida do homem a lua e tantos outros fatos que marcaram o século XIX. Pertence a uma família de nove irmãos, estudou no Colégio Ernesto Alves. Optou por nunca casar. Contou-nos a história de um amor impossível entre ela e um primo, mas as famílias se opuseram. Dona Quininha, frustrada, nunca mais pensou em casar. Ganhou a vida fazendo o “jogo do bicho”, sabia como ninguém dar palpites exatos aos clientes, desvendando-lhes seus sonhos: sonhar com uma pessoa agressiva, jogava-se no tigre; com médicos, advogados e estudiosos, o melhor era apostar no animal contrário as qualidades da pessoa: o burro e, como estas outras deduções marcaram e aumentaram a clientela que, com o dinheiro ganho conseguia manter-se e tirar boa parte para uma caderneta de poupança. ”Muitas vezes, clientes vinham  buscar-me em casa para fazer o jogo para pessoas inválidas ou que estavam impossibilitadas de irem até mim. Conquistei freguesia em toda a cidade”, diz. Morava em frente a Igreja Matriz e era conhecidíssima. Gostava de cantar, dançar e não perdia festa. Representava no antigo cinema, usando roupas de papel crepom, ao som do piano do seu Ari Fontoura (hoje falecido). Frequentava os bailes do Literário  e Recreativo. Também sabia fazer doces de despertar qualquer paladar: cocada, papo de anjo, bom-bocado, doce de abóbora... Tal culinária rendeu-lhe muita fama entre os que saboreavam estas deliciosas guloseimas.
Muito tempo passou e já vão longes aquelas distantes datas em que realizava suas façanhas. Em 19 de setembro de 1996, já com 94 anos, foi internada no Asilo. Passou por um período de saúde debilitada e por causa de uma trombose, teve a perna amputada. Também lhe apareceram problemas de audição.
Atualmente mantem-se mais jovial do que nunca. Com saúde restabelecida, faz leituras sem utilizar óculos de graus, não toma nenhum medicamento e continua com seu alto astral. Em 1999 foi eleita a rainha da3ª idade Adora cantar, improvisar mesmo em uma cadeira de rodas. Vaidosa, adora andar bem vestida e arrumada com acessórios, como faixa no cabelo que exibe modelo visto na TV. Vibra com a seleção Brasileira, na copa do Mundo. Passa muita energia, vive como se cada dia fosse o mais importante, sem se preocupar com o tempo...


FONTES: Jornal de Rio Pardo, junho, 2002. AHMRP
D Quininha  sempre sorrindo e brincando com os rio- pardenses

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

SOBRADO HISTÓRICO "FELIZ RETIRO" - ABRIGO DE MENORES


 A História do  Sobrado Histórico "Feliz Retiro", Instituto Educacional Centenário, Abrigo de  Menores, Igreja e Centro de Multiuso(Casa de Passagem) de Rio Pardo.

O Historiador Dante de Laytano escreve em um de seus livros, dados sobre Casarões aos arredores da Cidade, fazendo um pequeno roteiro para descrever sobre o local do Abrigo de Menores. Inicia do Museu Municipal "Barão de Santo Ângelo", indo pela Almirante Alexandrino à Andrade Neves, "em seu final, tem início Avenida dos Amarais , no Bairro Boa Vista, onde está localizado o Sobrado do Feliz Retiro, tradicional residência dos Amarais, consagrado pelo romance Fogo Morto de Fernando L. Osório.Local das reuniões sociais dos graduados do Regimento dos Dragões de Rio Pardo".
Sabe-se que foi construído no séc. XIX mas não se sabe exatamente o ano de sua construção. No prédio encontram-se gravado as datas de 1918 e 1926, pois são dois prédios diferentes mas ligados, formando um só. Não encontramos papéis que comprovem legalmente estas datas. Sabemos que no inicio do séc. XX foi residência  e depois casa de veraneio da família de Frederico Ernesto Wunderlich.
Na década de 40 o prédio pertenceu a uma sociedade civil que recuperou o prédio e instalou o Abrigo de Menores durante o governo de Ernesto Protásio Wunderlich. Ali eram ministrados diversos cursos, inclusive de tipografia. Nos últimos anos estava desativada.
No ano de 2001, foi  restaurado o prédio histórico do Abrigo, com objetivo de oferecer a sociedade civil um espaço  para reuniões e desenvolvimento de atividades, cursos e para servir de casa de passagem, para abrigar pessoas temporariamente.Este Projeto foi viabilizado com o convênio da Prefeitura  e o Ministério da Previdência e Assistência Social, tendo como empresa vencedora a Engetec. O investimento foi de aproximadamente 100 mil reais, entre União e Município, sendo que a maior parte foi da União. Deste valor foi comprado móveis, eletrodomésticos para viabilizar as atividades neste local.

FONTE: Laytano, de Dante, 1976. Jornal Gazeta do Sul, Julho/2002.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

DOCUMENTOS DE GRANDE VALIA PARA RIO PARDO


LIVROS DE INQUÉRITOS  POLICIAIS  1943 
O Arquivo Histórico recebeu da Policia Civil de Rio Pardo, através do Delegado Anderson Faturi um material rico Historicamente, em informações para pesquisa. Esta doação teve como objetivo deixar na cidade informações da sociedade rio-pardense para eventuais pesquisas universitárias e de sua população em geral.
As documentações são declarações de investigações, depoimentos, queixas, inquéritos policiais, fotos para comprovações do fato ocorrido.
Os documentos datam de 1943 a 1983, período rico em informações.

FONTE: Arquivo Histórico Rio Pardo, setembro de 2019. Neuza Quadros.


LIVROS DE 1943 a 1983 - APROXIMADAMENTE 176 LIVROS 

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

ORAÇÃO A BANDEIRA BRASILEIRA



Salve, pendão sagrada da terra brasileira! Beneméritos os que impuseram teu culto à mocidade, para que desde o albor da vida conheça o cidadão o valor desta bandeira, o seu simbolismo, a soma de sacrifícios, que a Pátria impõe a seus filhos, e o amor que a ela devemos.
A bandeira nacional é de fato o símbolo augusto da nação, que é a grande família, e é por isso o lábaro da união fraternal, intima e indissolúvel, sobre que assentam a prosperidade e a grandeza do nosso futuro.
Onde quer que flutue este auriverde pendão, está ali a lembrança dos nossos maiores, ali está ali o carinho de nossas mães, o amor de nossos filhos, o afeto dos nossos irmãos e amigos. Quando ele se desfralda nos campos da guerra, freme e estua o coração generoso do soldado; quando ele se desdobra nos campos felizes da paz, palpita de entusiasmo o coração do patriota; é sempre um símbolo de amor, é sempre uma estrela condutora a apontar-nos o caminho da honra, do dever, da virtude, do devotamento e da glória.
Vede-o, contemple-o! Ele tem as cores da esperança, que nos alenta a vida, e do ouro, que é a riqueza do solo abençoado, onde o nosso trabalho frutifica. Na esfera cerúlea, da cor do Céu, para onde voam jubilosas as almas dos justos, cintila o brilhante Cruzeiro do Sul, que também é símbolo sagrado erguido pela mão de Deus para ditar-nos outra lição de amor e sacrifício. Ao há no mundo conjunto mais belo, mais eloquente e mais expressivo: o amor, que é a união, das almas, a esperança que é o santelmo da vida, e o trabalho que é a união das forças para conquistarmos a felicidade e a glória na auspiciosa e grande terra americana, em que nascemos.
 Crede mocidade, que de vos todo o futuro depende, para que está bandeira querida se mantenha com honra e lustre no mapa das nações. Amai o trabalho, sede escravos da honra e da lei, cultivai no mais alto grau, ao lado de todas as virtudes particulares, a grande virtude do amor da Pátria, e a soberania da nossa amada bandeira só avultarão no tempo, merecendo os louvores da humanidade e as bênçãos de Deus.
Quando por ventura paixões políticas quiserem perturbara tranquilidade interna da sociedade brasileira e o jogo funesto dos interesses locais puser em risco a paz e a concórdia, que são os alicerces da prosperidade comum, olhai para a santa Bandeira, e hauri nela os sentimentos puros e generosos que consolidam a unidade nacional.
Quando acaso perclitar de qualquer forma a segurança do território ante agressões de inimigos, ou forem ofendidos os brios da nacionalidade, erguei a santa Bandeira, e legiões patrióticas segui-la-ão ovantes caminho do desagravo e do triunfo.
Barão Ramiz Galvão- rio-pardense
Quando as agruras da estrada da vida e o desalento vos entibiarem as forças, quando sentirdes os espinhos da dor a sangrar-vos o coração, esquecei as contingências da sorte e, levantando os olhos para a santa Bandeira, recobrais coragem para a luta, porque nesse emblema refulge um ideal superior.
Em um palavra, na paz e na guerra, nas horas do prazer e nos dias de luto, na aurora como no zênite como no ocaso da vida, seja este santo estandarte uma estrela mágica, que nos conduza ao desejado porto: a grandeza da Pátria que ele simboliza, a prosperidade da Pátria que o Cruzeiro ampara. Viva o Brasil!

 FONTE: Ramiz Galvão, Benjamin Franklin. Teatro Educativo. Rio de Janeiro – Academia Brasileira de Letras, 1938 AHMRP



terça-feira, 3 de setembro de 2019

VIVENCIAS DE INFANCIA


Na infância convivi com esta mala de madeira e segundo minha mãe era o guarda roupa da sua época. Era chic ter uma mala pois na maioria, nem uma mala as pessoas tinham no interior. Revisando como chamava-se esta mala, era a ARATACA, mala de madeira. 
Hoje ainda convivo com esta relíquia já bastante corroída pelo tempo.