Manuel Araújo Porto Alegre, o” Barão de Santo Ângelo”,
nasceu em 29 de novembro de 1806, em Rio Pardo. Órfão de pai, desde tenra
idade, oriundo de lar pobre, iniciou sua carreira como ourives, ajudando a
sustentar a família. Ainda menino, reuniu um pequeno gabinete histórico em sua
casa. Praticava alpinismo, estudava línguas e matemática; matriculou-se na
Academia de Belas Artes, no Rio, conquistando, logo na primeira exposição
realizada, todos os primeiros prêmios, de pintura, escultura e arquitetura,
tornando-se ainda diretor da Academia; seguiu para Europa, percorrendo a
Itália, Suíça, Inglaterra,Bélgica, Alemanha, França e Portugal. Regressando ao
Brasil, retomou o cinzel de escultor. Serviu à Pátria, na qualidade de
cônsul na Prússia e em Portugal. Escreveu prosa e verso, legando-nos
diversos trabalhos como “Colombo”(um poema épico em dois
tomos), “As Brasilianas” (poesia) e “A Estátua Amazônica” (peça teatral).
Foi um dos fundadores do romantismo brasileiro. Em suas poesias podem ser
encontradas um forte nacionalismo. Foi, além disso, historiador, e teatrólogo.
Em 1838, no Rio de Janeiro, casou-se com Ana Paulina Delamare,
tendo tido o casal dois filhos.
No movimento romântico, acrescentou a seu nome, Manoel de Araújo,
o de Porto Alegre, quando em 1874 foi agraciado com o título de Barão, escolheu
o de Santo Ângelo, então o santo de maior devoção dos rio-pardenses.
Em 1877, em viagem a Roma para Florença, sofreu o primeiro
insulto cerebral. Recolheu-se em Lisboa, onde pouco tempo depois teve a segunda
crise, que o deixou com a metade do corpo paralisado e mudo. Sua ultima vontade
era de ser sepultado em sua terra natal Rio Pardo. Viveu mais dois anos, vindo
a falecer em Lisboa, no Conselho Geral do Império do Brasil, em 29 de
dezembro de 1879. Seu corpo embalsamado encontra-se no Cemitério Municipal de
Rio Pardo, em mausoléu erguido em sua memória, depois de ter sido exposto no
salão de honra da Intendência Municipal de Porto Alegre, quando foi transladado
para o Brasil, em 1929. É o Patrono da cadeira nº 32 da Academia Brasileira de
Letras.
FONTE: Jornal de Rio Pardo, 08.9/07/ 2006 NOSSAS PRAÇAS, Rio Pardo Cidade Monumento, 1946.
Nenhum comentário:
Postar um comentário