É
conhecida a seguinte narrativa passada de geração em geração, relatada por
antigos moradores deste Município.
Na
campanha da fixação de fronteiras do Brasil, RIO PARDO, que foi o extremo
meridional na época entre 1750 á 1800, sustentou muitas guerra e guerrilhas
vitoriosas com inimigo audaz, merecendo por isto, seu baluarte, a alcunha de
TRANQUEIRA DO RIO PARDO.
O
oficial comandante de um dos postos avançados da Fortaleza, tinha o hábito de,
alta madrugada, levantar-se para rezar o Rosário ao ar livre. Em certa ocasião
percebeu de leve ruído, muito ao longe, que lhe pareceu tropel de cavalos e
tilintar de esporas ou contato de lanças ou espadas. Escutando melhor, teve a
confirmação de suas suspeitas, certificando tratar-se de inimigos. Dando com
tempo o alarme, pode preparar a resistência, combatendo com denodo e bravura;
vencendo, pôz em retirada o inimigo traiçoeiro, graças a piedosa devoção com
Maria Santíssima.
Agradecido
à Senhora do Rosário, prometera colaborar na construção de um Templo em sua
honra, motivo pelo qual relatavam os antigos a mudança da invocação de
Freguesia de Santo Ângelo do Rio Pardo para a de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO,
padroeira desde então com a construção da nova Matriz em 1769. Esta mudança é
confirmada por um documento de lembranças sobre as Igrejas do Rio Pardo, existente
no Arquivo Histórico Municipal, em data de 1769, em 8 de Maio, que diz: “JOSÉ
ANTONIO DA MOTTA, VIGÁRIO DA VARA E DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE
VIAMÃO por faculdade que tenho do Exmo. Revmo. Sr. Frei Antonio do Desterro,
Bispo do Rio de Janeiro para rubricar todos os livros da minha Comarca e os
mais que se compreendem nas Igrejas de todo o Continente do Rio Grande, Viamão
e Rio Pardo; numerei e rubriquei este com a minha rubrica breve “MOTTA”, o que há
de servir de Tombo para se lançarem nele com toda a clareza e individuação
todos os bens de Fábrica, e outro livro para tão bem se copiarem todas as
ordens de S. Exma. Revma. que se remeterem à freguesia
de Nossa Senhora do Rosário do Rio Pardo que algum tempo se intitulava Santo Ângelo,
cuja mudança se fez por despacho que vi do dito Exmo. e Revmo. Sr., a instancia
dos moradores do dito Rio Pardo.
Por
estes motivos e pela grande veneração sempre dedicada pelos rio-pardenses à
excelsa Padroeira, suas festas eram feitas na criação do Município, pela Câmara
Municipal e posteriormente pelas Irmandades conjuntas do Santíssimo Sacramento
e N. S. do Rosário, como provam vários documentos existentes no mesmo Arquivo.
Rio
Pardo, 3 de Outubro de 1946.
BIAGIO TARANTINO, Diretor do Arquivo Histórico
Municipal.
177ª Festa de Nossa Senhora do Rosário,
comemorativa do Centenário da elevação de Rio Pardo, á categoria de Cidade,
mandado distribuir pelos festeiros:
Antonio F. de Toledo
e Odila Pellegrini Wunderlich, em 7 – 10 – 1946.
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