segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

LENDA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

É conhecida a seguinte narrativa passada de geração em geração, relatada por antigos moradores deste Município.
Na campanha da fixação de fronteiras do Brasil, RIO PARDO, que foi o extremo meridional na época entre 1750 á 1800, sustentou muitas guerra e guerrilhas vitoriosas com inimigo audaz, merecendo por isto, seu baluarte, a alcunha de TRANQUEIRA DO RIO PARDO.
O oficial comandante de um dos postos avançados da Fortaleza, tinha o hábito de, alta madrugada, levantar-se para rezar o Rosário ao ar livre. Em certa ocasião percebeu de leve ruído, muito ao longe, que lhe pareceu tropel de cavalos e tilintar de esporas ou contato de lanças ou espadas. Escutando melhor, teve a confirmação de suas suspeitas, certificando tratar-se de inimigos. Dando com tempo o alarme, pode preparar a resistência, combatendo com denodo e bravura; vencendo, pôz em retirada o inimigo traiçoeiro, graças a piedosa devoção com Maria Santíssima.
Agradecido à Senhora do Rosário, prometera colaborar na construção de um Templo em sua honra, motivo pelo qual relatavam os antigos a mudança da invocação de Freguesia de Santo Ângelo do Rio Pardo para a de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, padroeira desde então com a construção da nova Matriz em 1769. Esta mudança é confirmada por um documento de lembranças sobre as Igrejas do Rio Pardo, existente no Arquivo Histórico Municipal, em data de 1769, em 8 de Maio, que diz: “JOSÉ ANTONIO DA MOTTA, VIGÁRIO DA VARA E DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE VIAMÃO por faculdade que tenho do Exmo. Revmo. Sr. Frei Antonio do Desterro, Bispo do Rio de Janeiro para rubricar todos os livros da minha Comarca e os mais que se compreendem nas Igrejas de todo o Continente do Rio Grande, Viamão e Rio Pardo; numerei e rubriquei este com a minha rubrica breve “MOTTA”, o que há de servir de Tombo para se lançarem nele com toda a clareza e individuação todos os bens de Fábrica, e outro livro para tão bem se copiarem todas as ordens de S. Exma. Revma. que se remeterem à freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Rio Pardo que algum tempo se intitulava Santo Ângelo, cuja mudança se fez por despacho que vi do dito Exmo. e Revmo. Sr., a instancia dos moradores do dito Rio Pardo.
Por estes motivos e pela grande veneração sempre dedicada pelos rio-pardenses à excelsa Padroeira, suas festas eram feitas na criação do Município, pela Câmara Municipal e posteriormente pelas Irmandades conjuntas do Santíssimo Sacramento e N. S. do Rosário, como provam vários documentos existentes no mesmo Arquivo.
                                                                              Rio Pardo, 3 de Outubro de 1946.
BIAGIO TARANTINO, Diretor do Arquivo Histórico Municipal.
177ª Festa de Nossa Senhora do Rosário, comemorativa do Centenário da elevação de Rio Pardo, á categoria de Cidade, mandado distribuir pelos festeiros:

Antonio F. de Toledo e Odila Pellegrini Wunderlich, em 7 – 10 – 1946.

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