segunda-feira, 26 de junho de 2017

QUILOMBO BELA CRUZ

No Rio Grande do Sul a influência afro inicia-se em 1809, quando da criação dos quatro primeiros municípios da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul. Rio Pardo abrangia grande parte deste território, e, por seu caráter comercial e localização geográfica teria facilidade em incorporar ou vender escravos via tráfico interno, pois possuía um importante rio navegável que favorecia o escoamento até o porto de Rio Grande ou para a capital e vice-versa.

            A contribuição cultural dos escravos negros é enorme, na religião, música, dança, alimentação, língua, temos a influência negra, mesmo com a repressão que sofreram.

E é neste contexto rio-pardense que se encontram as terras da fazenda de Dona Jacinta dos Santos, senhora viúva, dona de escravos, que segundo relatos dos habitantes locais, rezava junto com seus escravos colaborando para inserção destes na religião católica.

Dona Jacinta era uma mulher boa e deu a terra para os negros, quando ela faleceu deixou para seus escravos toda a terra, para que ali vivessem, no entanto, boa parte destas viria a ser deles tomada pelos fazendeiros lindeiros conforme relata a advogada Regina Tarantino Velasco através de depoimento.

Após a morte de Dona Jacinta, os escravos resolveram construir uma capela, para pudessem praticar a religião católica, foi então construída a Igreja da Imaculada Conceição da Bela Cruz, sendo mais antiga que a igrejinha dos brancos construída próxima a esta, anos depois. No local existem duas igrejas, uma ao lado da outra, a dos negros e a dos brancos....

FONTE:
Texto Renatta Meister

KRAMER, Érica (diretora geral). DVD Cultura Rural: Cultura nos Quilombos. Produzido por Arte Digital Vídeo. Porto Alegre: 2006.

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