Ao terminar a
Guerra dos Farrapos com seus mortos e feridos, brota no coração dos cidadãos um
forte desejo de ajudar o próximo, principalmente os mais necessitados.
A paz que
chegava evidenciava a carência de leitos e hospital para atender a população em
geral. Cria-se então na Província de São Pedro, junto com as bases de sua infraestrutura,
uma certa prioridade para a construção de Casas de Caridade também conhecidas
como Santas Casas.
A iniciativa,
em Rio Pardo, vem da Irmandade dos Passos que resolve, já em 1846, construir
uma Casa de Caridade ao lado da Igreja dos Passos.
O projeto
original em estilo neoclássico foi elaborado por Johann Martin Buff, o mesmo
engenheiro que desenhou em 1829 a primeira planta da Vila de Rio Pardo.
Em 1848 é
lançada a pedra fundamental, pelo protetor da Irmandade e Provedor por devoção
Marechal de Exército Visconde de São Gabriel, João de Deus Menna Barreto.
As obras da
Casa de Caridade se arrastaram por 34 anos, movidas por doações que vão desde o
terreno até os mais variados e inestimáveis tipos de ajuda.
Concluída a
obra em 1882 e sem condições de equipar e manter o prédio como um hospital
destinado á caridade e beneficência, a Irmandade dos Passos decide ceder o
edifício para aquartelar as tropas do Império com o compromisso de sua
manutenção e conservação. Passaram por ali o 13º Regimento de Cavalaria, o
Batalhão de Infantaria e o 3º Corpo de Trem.
No ano de 1890
se instala oficialmente a Escola Prática do Rio Grande do Sul.
Com o
fechamento da Escola Militar de Porto Alegre em 1898 a Escola Prática é
transformada em Escola Preparatória e de Tática. Assim, às cinco horas da tarde
do dia 11 de setembro de 1898 chega a Rio Pardo um trem conduzindo o Coronel João
Cândido Jaques, Comandante da Escola Preparatória e de Tática, acompanhado de
uma turma de alunos e de professores com suas famílias.
Em 1905 a
instrução militar novamente é modificada, criando-se a Escola de Aplicação de
Infantaria e Cavalaria, que dura até 1911 com a transferência dos alunos para a
Escola de Guerra do Rio de Janeiro. O período militar se encerra com a
utilização do prédio pelo Sétimo Batalhão de Caçadores onde fica até 1928.
Foram 45 anos de muita movimentação.
Por estes
corredores passaram, como alunos, homens que marcaram a nossa história como
Getúlio Dornelles Vargas, Marechal Eurico Gaspar Dutra e o Marechal João
Batista Mascarenhas de Morais.
Um período que
Rio Pardo viveu, de novo em ebulição, experimentando grande sucesso e
desenvolvimento.
FONTE: Folheto de Restauração da
Casa de Caridade, Escolas Militares, Auxiliadora para ser, hoje o Centro
Regional de Cultura Rio Pardo.
Arquivo Histórico Municipal
(AHMRP)
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