segunda-feira, 11 de julho de 2016

CASA DE CARIDADE

Ao terminar a Guerra dos Farrapos com seus mortos e feridos, brota no coração dos cidadãos um forte desejo de ajudar o próximo, principalmente os mais necessitados.
A paz que chegava evidenciava a carência de leitos e hospital para atender a população em geral. Cria-se então na Província de São Pedro, junto com as bases de sua infraestrutura, uma certa prioridade para a construção de Casas de Caridade também conhecidas como Santas Casas.
A iniciativa, em Rio Pardo, vem da Irmandade dos Passos que resolve, já em 1846, construir uma Casa de Caridade ao lado da Igreja dos Passos.
O projeto original em estilo neoclássico foi elaborado por Johann Martin Buff, o mesmo engenheiro que desenhou em 1829 a primeira planta da Vila de Rio Pardo.
Em 1848 é lançada a pedra fundamental, pelo protetor da Irmandade e Provedor por devoção Marechal de Exército Visconde de São Gabriel, João de Deus Menna Barreto.
As obras da Casa de Caridade se arrastaram por 34 anos, movidas por doações que vão desde o terreno até os mais variados e inestimáveis tipos de ajuda.
Concluída a obra em 1882 e sem condições de equipar e manter o prédio como um hospital destinado á caridade e beneficência, a Irmandade dos Passos decide ceder o edifício para aquartelar as tropas do Império com o compromisso de sua manutenção e conservação. Passaram por ali o 13º Regimento de Cavalaria, o Batalhão de Infantaria e o 3º Corpo de Trem.
No ano de 1890 se instala oficialmente a Escola Prática do Rio Grande do Sul.
Com o fechamento da Escola Militar de Porto Alegre em 1898 a Escola Prática é transformada em Escola Preparatória e de Tática. Assim, às cinco horas da tarde do dia 11 de setembro de 1898 chega a Rio Pardo um trem conduzindo o Coronel João Cândido Jaques, Comandante da Escola Preparatória e de Tática, acompanhado de uma turma de alunos e de professores com suas famílias.
Em 1905 a instrução militar novamente é modificada, criando-se a Escola de Aplicação de Infantaria e Cavalaria, que dura até 1911 com a transferência dos alunos para a Escola de Guerra do Rio de Janeiro. O período militar se encerra com a utilização do prédio pelo Sétimo Batalhão de Caçadores onde fica até 1928. Foram 45 anos de muita movimentação.
Por estes corredores passaram, como alunos, homens que marcaram a nossa história como Getúlio Dornelles Vargas, Marechal Eurico Gaspar Dutra e o Marechal João Batista Mascarenhas de Morais.
Um período que Rio Pardo viveu, de novo em ebulição, experimentando grande sucesso e desenvolvimento.

FONTE: Folheto de Restauração da Casa de Caridade, Escolas Militares, Auxiliadora para ser, hoje o Centro Regional de Cultura Rio Pardo.

             Arquivo Histórico Municipal (AHMRP)

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