terça-feira, 19 de novembro de 2024

HISTÓRICO DO CONCURSO DA "BELEZA NEGRA DE RIO PARDO"

 História do Concurso “BELEZA NEGRA DE RIO PARDO

E do Primeiro Grupo de Danças Afro da Cidade.

 

           Rio Pardo – 25- 05 – 2008

No ano de 1988 foi lançado em Santa Cruz do Sul o primeiro Concurso da Mais Bela Negra gaúcha. Recebemos convite para participar com uma candidata, levamos duas: Carmem Maria Bandeira e Rosilene Franco dos Santos. Evento muito bem organizado pelo grupo em convênio com a Prefeitura. Em maio de 1989, resolvi organizar um meio de acrescentar algo mais, além disso, para participar melhor as origens Negras. Foi fundado o Grupo “ARUANÃ. Com apenas 8 integrantes começamos a ensaiar os passos e coreografias variadas. Razão do nome Aruanã: Este nome significa negro forte e destemido, palavra do dicionário “nagô”. Então foi determinado que seria grupo afro brasileiro, pois, apenas uma das apresentações que eram feitas, tinha uma entrada feita com acompanhamento de atabaques em ritmo de afoxé. O Restante das apresentações eram com gravações de fitas baianas, Daniela Mercuri, Leci Brandão, Olodum e outros.  O Grupo cresceu muito, fizemos apresentações em muitas escolas da cidade, fomos em muitos eventos dos Vales, bailes, jantares, etc..O Primeiro Concurso Beleza Negra foi realizado na pequena sede, as candidatas eram as jovens do próprio grupo, a casa ficou pequena para aquela noitada, a comissão julgadora avaliou a dança, simpatia e desfile. A Vencedora foi: Joelma / Princesa: Ângela Maria / Simpatia: Carmem Maria Bandeira. No ano seguinte o concurso teve a participação da Secretarias Municipal de Turismo. José Carlos Salgueiro e Arildo Rosa pediram nossa orientação e participação. As inscrições eram abertas. Como o evento foi no ginásio Guerinão, tinha que ter coquetel, ficando por nossa conta. Recebemos os ingredientes e fizemos coquetel afro, com os pratos: Abere um, muqueca, acarajé; e como bebida, uma talha de aluá, também tinha amalá. A Vencedora foi uma moça de Cachoeira do Sul/ Primeira Princesa: Fabiana de Ramiz Galvão / Segunda Princesa: Uma Irmã da Daniela Ramos (Denise Ramos). Para diminuir esta narração, vou simplificar: tivemos mais três concursos, um foi na Igreja Evangélica da Matheus Simões feito pela Velha Guarda, outro novamente na sede e o outro em convenio com as entidades carnavalescas, e, só participou os Irmãos Coragens, Realeza da Vila e Velha Guarda. Poucas candidatas participaram, porque, em Rio Pardo não existe colaboração para com os outros eventos se não houver a certeza de bom lucro, além da falta de bom senso e compreensão em relação a isto; aqui não são colaborativos, cada um por si. Como não tínhamos apoio do governo local, não andou quase nada os movimentos em relação ao negro no município. Jardelina Bandeira e Estone Bandeira fizeram o possível, mas, os próprios negros não estavam nem ai para o que eles desejavam. O Grupo de Danças Afro Brasileiro se apresentou até 2004, dei um tempo por motivos familiares, tenho todas as indumentárias estocadas, pois, quem fazia toas elas era eu mesma. Em uma destas apresentações participamos da abertura do Jornal do Almoço em Estrela, abertura da Festa das Etnias, em Lajeado foi a mesma coisa. Posso estar faltando com algum relato, mas é muita coisa para contar. Fico grata por poder colaborar, se puder darei mais alguma coisa. Grata.

Maria da Glória dos Santos (Gogóia)

FONTE: Escrito por: Maria da Gloria dos Santos (Gogóia) em 25 de maio de 2008.

OBS: Material Escrito á punho pela Autora e doado ao Movimento Negro de Rio Pardo.Texto Digitalizado por Betinho Moreira tal qual a autora escreveu. Objetivo: Perpetuar a História e Cultura do Concurso Beleza Negra de Rio Pardo, bem como da Dança Afro local.

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

NOVO FERIADO NACIONAL DO BRASIL

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA  20/11/2024


 A Lei 14.759/2023 instituiu o Dia da Consciência Negra como feriado nacional no Brasil. A lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União em 21 de dezembro de 2023.

 A data é comemorada no dia 20 de novembro e homenageia a morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, em 1695. O Quilombo dos Palmares foi o maior da história do Brasil e resistiu à escravidão por quase um século. 

O Dia da Consciência Negra surgiu no contexto dos movimentos negros das décadas de 1960 e 1970, quando ativistas e organizações lutavam por reconhecimento das contribuições afro-brasileiras e por maior representatividade. 

A Lei 14.759/2023 é o primeiro novo feriado nacional desde 1980, quando o 12 de outubro se tornou data comemorativa. A Lei 14.759/2023 instituiu o Dia da Consciência Negra como feriado nacional no Brasil. A lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União em 21 de dezembro de 2023.

Fonte:  Dados da Internet 


ATA DE EMANCIPAÇÃO DE ESCRAVOS - TRANSCRIÇÃO


ATA DE TRABALHOS DE EMANCIPAÇÃO  DE ESCRAVOS

Às dez horas da manha do dia nove de julho de mil oito centos e setenta e três reunida a junta de emancipação, na Casa da Camara Municipal desta Cidade de Rio Pardo foi a mesma informada de haverem neste município alguns indivíduos escravos de ambos os sexos com cotas para sua libertação, passa a junta por isso a fazer suas indagações para verificação se é exato do que se lhe e ainda não tendo sido informada pelo escrivão Eclesiástico quais os escravos casados com filhos e escravos de oito anos de idade e vinte e um sendo livres para regularidade dos trabalhos não inscreve no livro competente os nomes daqueles escravos que se dizem terem suas cotas porque prefere na ordem da libertação os casados com filhos e escravas e livres como já se disse. Assim houve a mesma junta terminada os seus trabalhos de hoje. E para constar mandou o presidente da junta lavrar esta ata por mim Manoel Joaquim Côrrea Vasques escrivão do juízo de Paz que a escrevi sendo assinados por todos os membros da junta.

 Ass.: Francisco Antonio de Borba, Hermes, João Eduardo. 

FONTE:TRANSCRIÇÃO DO Lv..LAJEE  N 23/330    1873/84  Pg.2 

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

RUA DR. JÃO PESSOA RIO PARDO

                              Rua Dr. João Pessoa, local onde ficava a Rodoviária de Rio Pardo.




RUA DA LADEIRA

A Rua da Ladeira foi calçada em 1813. Foi uma das primeiras Ruas calçadas do Rio Grande do Sul.

 

PRIMEIROS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO SUL

 

 PORTO ALEGRE 

 

Início do Povoamento: 1732   Carta de Sesmaria de 05/11/1740

Sede Governo do Rio Grande de São Pedro: Resolução 25/07/1773

Vila e sede municipal: Alvará: 23/08/1808 complementada pela Provisão 07/10/1809

Instalação Município: 11/21/1810

Cidade: Carta Lei 14/11/1822

 

RIO GRANDE 

 

Inicio do povoamento sede: 27/02/1736

Município sede: 1ª criação - Provisão : 17/07/1747

Instalação do Município: 16/12/1751

2ª Criação: Provisão: 07/10/1809

Município: 12/02/1811

Cidade: 27/06/1835

 

RIO PARDO

 

Invocação: Nossa Senhora do Rosário. O primeiro orago foi Santo Ângelo

Inicio do Povoamento: 1750

Vila e sede Municipal: Provisão 07/10/1846

Instalação do Município: 20/05/ 1811 ( a Câmara Municipal)

Cidade: Lei nº 03 de 31/03/1846

 

SANTO ANTONIO DA PATRULHA

 

Início do Povoamento: 1725

Vila e sede de município: 1809 - Provisão: 07/10/1809

Instalação Município: 03/04/1811

Cidade: Decreto nº 7199 31/03/1938

 

FONTE: DE PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO A ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

CENSO DO RS: 1803-1950,pg.21,22, 24 e 25

FEE: Fundação de Economia e Estatística

PORTO ALEGRE 1981

terça-feira, 12 de novembro de 2024

CÂMARAS MUNICIPAIS: BRASIL COLONIA, IMPÉRIO E REPÚBLICA

 BRASIL COLONIAL

 A Câmara Municipal durante o período colonial e imperial exerceram simultaneamente as funções administrativa, tributária, judiciária, de policiamento, além de legislativa, através da feitura de posturas, gozando de relativa autonomia em relação ao governo central, tanto de Lisboa ou mais tarde do Rio de Janeiro. 

BRASIL IMPERIO

*Duração da legislatura 4 anos. O vereador mais votado assumia a presidência da Câmara Municipal. ( Antes de surgir os prefeitos).

BRASIL REPÚBLICA

*Com a República as Câmaras Municipais são dissolvidas e os governos estaduais nomeavam membros do “Conselho de Intendência”.

Em 1905 cria-se a figura do Intendente que permanece até 1930, início da era Vargas. Com a Revolução de 30 criam-se as PREFEITURAS com funções executivas. As CÂMARAS papel do legislativo.

Em 1937 e 1945- As Câmaras são fechadas o poder legislativos municipais são extintos. Com a restauração da Democracia 1945 as câmaras são reabertas.

*As Câmaras Municipais passaram a existir oficialmente em 1532, quando São Vicente (SP) foi elevada à categoria de Vila.

As câmaras constituíram o primeiro núcleo de exercício político do Brasil. 

As câmaras municipais do Brasil têm origem nas tradicionais câmaras municipais portuguesas, existentes desde a Idade Média.

Todos os municípios deveriam ter um Presidente, três vereadores, um procurador, dois almotacéis, um escrivão, um juiz de fora vitalício e dois juízes comuns, eleitos juntamente com os vereadores.

 

Fontes: Câmara Municipal de Querinópolis. História das Câmaras Municipais do Brasil 

 

SINTESE DA SITUAÇÃO ADMINISTRATIVA DO RIO GRANDE DO SUL

1- De 20 de janeiro de 1535 até 1561, o Rio Grande fez parte das terras doada em capitania e Martim Afonso de Sousa e que, por consenso geral, estendiam-se desde São Vicente até os limites meridionais das possessões lusitanas na América. Partes dessas terras haviam pertencido à capitania de Santana, doada a Pero Lopes de Souza, o qual nunca delas tomou posse. 
2- De 1561 a 1572, passaram as terras rio-grandenses a fazer parte da capitania de São Vicente, cuja sede havia sido transferida para Piratininga. (São Paulo). 
3- De 1572 a 1709, ainda integrando a capitania de São Paulo, ficaram as terras sob a jurisdição da capitania do Rio de Janeiro. 
4- De 1709 a 11 de agosto de 1738, continuando a integrar a capitania de São Paulo, constituíram as terras rio-grandenses a Comandância do Presídio do Rio Grande de São Pedro, fundada pelo Brigadeiro José da Silva Pais, a partir de 19 de fevereiro de 1737. 
5- De 11 de agosto de 1760, constituindo, ainda, a Comandância do Presídio, passou o Rio Grande a integrar o Governo de Santa Catarina, subordinada à Capitania do Rio de Janeiro. 
6- De agosto de 1760 a 19 de setembro de 1807, constituiu o Governo do Rio Grande de São Pedro, independente do de Santa Catarina, mas subordinado ao do Rio de Janeiro. 
7- De 19 de setembro de 1807 a 25 de março de 1824, o Rio Grande foi a Capitania Geral de São Pedro, autônoma, pois fora naquela primeira data desanexada da do Rio de Janeiro. Ficava a nova capitania com jurisdição, inclusive, sobre o Governo de Santa Catarina. 
8- De 25 de março de 1824 a 15 de novembro de 1889, passou a constituir a Província do Rio Grande de São Pedro do Sul. 
9- Finalmente Proclamada à República, a partir de 15 de novembro de 1889, a antiga Província passou a constituir o Estado do Rio Grande do Sul.

 

FONTE: DE PROVÍNCIA DE SÃO PEDRO A ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL nb CENSO DO RS: 1803-1950 FEE: Fundação de Economia e Estatística PORTO ALEGRE 1981

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

PREFEITOS MUNICIPAIS E VICES DE RIO PARDO

PREFEITOS E VICES- PREFEITOS DE RIO PARDO RS 


 Ordem       Período                    Nome do Prefeito                        Vice - Prefeito                              Posse 

 01          1930/1934         Juarez Pereira Rego                      Não encontrado                            24/12/1930 
 02         1934/1936 ?     Cel. Jose Antonio Pereira Rego       Não encontrado                           11/01/1934 (Nomeado pelo Interventor Federal). 
 03          1936/1947        Ernesto Protásio Wunderlic             Não encontrado                           08/05/1936 (Nomeado pelo Interventor Federal).
  04         1947/1951        Manuel Alfeu de Borba             Rodolfo Moreira de Souza                06/12/1947 
 05          1952/1954        Faustino Teixeira de Oliveira    Germano Wunderlich                        31/12/1951
 06          1954/1955        Antonio Olinto Meurer (pres. Câmara) Não encontrado                     27/12/1954 
 07          1956/1959        Fernando Wunderlich                  Cid da Costa Corrêa                        31/12/1955
 08          1960/1963        Antonio Olinto Meurer              Mansueto Marcolla                          31/12/1959 
 09          1964/1966        Dr.RobertoGeraldo Coelho da Silva (renuncia) Azuil Cintra             31/12/1965 
 10          1967/1969 (prorrogado mais 1 ano gov. federal) Azuil Cintra Não encontrado           08/06/1966 
 11          1969/1972      Cpt Lauro de Quadros Custódio        Guinther Mayer                           31/01/1969 
 12          1973/1977      Nelson Natálio Rodenbusch              Leo Schultze                                31/01/1973 
 13          1977/1981       Fernando Wunderlich (renunciou) Dr.Paulo Cezar Benis                     31/01/1977 
 14          1981/1983       Paulo Cesar Begnis                      Não encontrado                                31/01/1981
 15          1983/1988       Bertoldo Affonso Pritsch           Getúlio Abrelino Frantz                      31/01/1983  16           1989/1992       Paulo Cesar Begnis                   Nelson Natálio Rodenbusch                31/01/1988 
17           1993/1996       Denis Colossi                             Vilson Carlos Brum                            1º/01/1993  
18           1997/2000       Bertoldo Affonso Pritsch           Edivilson Meurer Brum                      1º/01/1997 
19           2001/2004 (cassado)Edivilson Meurer Brum   Joni Lisboa da Rocha                           1º/01/2001 
20 ( assume vice)2005/2008    Joni Lisboa da Rocha       Bertoldo Affonso Pritsch                     28/03/2005 
21           2009/2012        Joni Lisboa da Rocha                Bertoldo Affonso Pritsch                     1º/01/2009 
22           2013/2016       Fernando Henrique Schwanke    Jorge Panta Habekost                         1º/01/2013 
23           2017/2020 (cassado) Rafael Reis Barros            Rosane Luiza Vaz Rocha                    1º/01/2017 
24 (Assume vice)2020      Rosane Luiza Vaz Rocha                  Sem vice                              Jun/dez/ 2020 
25            2021/2024         Edivilson Meurer Brum (saiu 31/03/2022)Rogério L.Monteiro         1º/01/2021  
26            2022/2024( assume vice) Rogério Luiz Monteiro     Sem vice                 02/04/2022 31/12/2024  
27            2025/2028         Rogério Luiz Monteiro( eleito)          Alceu Luiz Seehaber 

RIO PARDO SETEMBRO DE 2024

Em Rio Pardo, as águas, que são tão importantes pra nós vivermos estão nos tirando o sossego e a paz, pois tem vindo em grande quantidades levando o que encontra pela frente.. As enchentes e os temporais estão constantes tanto em nossa cidade, quanto em todo o Rio Grande do Sul. Rio Pardo novamente está com seus Rios cheios, bares e alguns moradores preocupados com o que pde acontecer novamente.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

A GRANDE ENCHENTE EM RIO PARDO

No ano de 2024, houve uma grande enchente no Rio Grande do Sul. Foram alagados cidades e regiões e cidades inteiras. levando tudo que se encontrava m pela frente casas, carros, pessoas, árvores paraecia um furacão, foi horrivel um mês inteiro de chuvas sem parar. O mundo parou...

MARCAS DO PASSADO

Marcas do Passado, lembrando que muito progresso trouxeram para nossa cidade. Por esta ponte eram conduzidas as mercadorias para todo o interior do Rio Grande do Sul, vindas da Capital. Nossa cidade foi um dos maiores centros comerciais do Estado. Hoje com a grande enchente de Maio de 2024, nada mais restou a Ponte Antiga sobre o Rio Pardo(1823/4) foi levada e a ponte de Ferro do Trem ficou apenas parte dela.

segunda-feira, 1 de abril de 2024

PONTE DE FERRO SOBRE O RIO PARDO

A Ponte de Ferro acreditamos ter sido construída junto da construção da ferrovia entre Porto Alegre a Santa Maria passando pelo Rio Pardo, por volta de 1883.

DOCUMENTOS HISTÓRICOS NO AHMRP

Ilmo. Sres. Por circular de 18 do corrente do Exmo. Sr. Bispo, fui autorizado a benzer o terreno que serve de jazigo dos coléricos, e a invocar os sentimentos de piedade e religião de Vossa Senhoria para que com a urgência possível se dignem mandar cercar de modo mais conveniente o terreno de que se trata, e avisar-me em tempo oportuno. Deos Guarde a VV.SS. Rio Pardo, 1º de abril de 1867. O Vigário João Baptista da Motta Velloso FONTE: Livro de Registro Geral nº 62, pg. 125, 1867

CEMITÉRIO DOS COLÉRICOS

Em Rio Pardo, o cemitério dos choléricos localizava-se no moinho de ventos, local alto próximo da Igreja Matriz e do Forte Jesus Maria José. Neste local, hoje não existe mais nada que identifique, que ali havia um cemitério "O Cemitério dos Choléricos". Existe um povoado com muitos moradores e o prédio novo do Fórum da Cidade de Rio Pardo. FONTE: Códice Geral 62, 1867 e Dante de Laytano.

segunda-feira, 11 de março de 2024

COMUNIDADE LEMBRA CONQUISTA HISTÓRICA



 A Aldeia de São Nicolau, a sete quilômetros do centro de Rio Pardo, festeja neste domingo um marco histórico para a comunidade negra do município. Há cem anos um grupo 24 famílias se uniu para comprar uma área de terra de 27 hectares atrás da igreja e do cemitério. Cada um contribuiu com o que pode e mais tarde os lotes da colônia foram distribuídos de forma proporcional à participação das pessoas. A propriedade ainda pertence a descendentes.
O s festejos começam às 16 horas com uma concentração comunitária no local conhecido como figueiras, próximo a igreja de São Nicolau, seguindo com uma caminhada pelas ruas do aldeamento, no Bairro Ramiz Galvão. O Bispo dom Gílio  Felício, primeiro negro no Estado a receber a ordenação  e hoje atuando em Salvador (BA), preside a celebração Afro defronte ao templo às 17 horas . As comemorações se encerram à noite com um jantar no pavilhão comunitário.
  A ideia da celebração começou após a descoberta de documentos de compra e venda da terra, que estavam em posse de Debaldina  e Marta Romana, descendentes do grupo que participou da negociação . Os papéis têm a data de 5 de janeiro de 1901, mas a professora Leonete Romano Domingues explica que a decisão de fazer a comemoração neste fim de semana se deve a proximidade com a data consagrada ao Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro).
Leonete é uma das descendentes de famílias que participaram da compra das terras.  Ela segue as pesquisas para obter mais dados e busca a ajuda de outras pessoas.  As primeiras informações ela coletou por meio de depoimentos de familiares do grupo que participou da compra. “É muito difícil encontrar algo, pois até há pouco tempo os próprios negros evitavam falar sobre o seu passado”, diz.
 UNIÃO: A professora observa que chama a atenção o fato de que a comunidade negra na época possuía uma organização e se preocupava com o coletivo. “Pelo documento, ninguém poderia vender as terras, apenas mantê-las para seu usufruto”, conta.  Nos primeiros documentos não consta o total pago pela área, mas numa escritura posterior aparece o valor de dois contos e 600 mil réis. O documento não previa a área de terra para cada família e a divisão ocorreu de forma verbal.
Na comunidade se tornaram conhecidas as balaieiras, as mulheres dos negros que iam até a cidade carregando verduras e frutas na cabeça para a comercialização. Leonete conta que quando faltava algo na produção em suas terras, as famílias compravam na localidade vizinha de Rincão Del Rey para vender à população urbana. Muitos na cidade ainda lembram-se das mulheres pelas ruas, com sua forma de andar para equilibrar o balaio na cabeça, as mãos para baixo, trazendo produtos frescos para a cidade. A tradição se estendeu em Rio Pardo até meados da década de 70.
A ex- diretora do Instituto Ernesto Alves, de Rio Pardo, e uma das fundadoras da Escola de Samba Embaixadores do Ritmo, Luíza Costa Ferreira, já falecida, compôs uma música homenageando as balaieiras da Aldeia. As mulheres negras que carregavam produtos na cabeça também foram várias vezes lembradas nos desfiles de carnaval da cidade.
Por causa das dificuldades de água, em época de estiagem, as mulheres também seguiam a pé com cestas de roupa na cabeça para lavar no Arroio do Couto, a 45 minutos da Aldeia. A água para abastecer as famílias em época de estiagem o grupo buscava numa fonte próxima, também carregando na cabeça. Da mesma forma levavam a lenha que obtinham no mato, amarrando a carga com cipós.

FONTE: Gazeta do Sul, 10/11/2001. Otto Tesche




ASILO SÃO VICENTE DE PAULO

Em 1931, iniciou o sonho do Sr. Pascal Reina. Inspirado pelo amor ao próximo sentiu a necessidade de auxiliar os idosos carentes que viviam nesta cidade, desamparados sem ter um lugar para terminar os seus dias. Como membros da Conferência da Sociedade de São Vicente de Paulo juntamente com outros Vicentinos resolveram construir uma casa para abrigar os idosos necessitados. Surgiu então o Asilo São Vicente de Paulo, uma entidade filantrópica, com sede a Rua Coronel Francisco Alves, 277, Bairro Fortaleza. Difícil foi o trabalho dos Vicentinos principalmente do seu presidente Sr. Pascal, que não mediu esforços para a realização do seu Sonho. Fonte: Texto conforme informações do Blog do Asilo São Vicente de Paulo

JACINTHA SOUZA

Trecho de um documento escrito entre 1866 A 1878, por Evaristo Alves de Oliveira. “A casa de D. Jacintha está situada no Distrito do Arroio das Pedras, distante oito milhas da cidade de Rio Pardo, sendo fundada por Jorge de Souza, que era natural da Ilha dos Açores. Foi hum dos primeiros povoadores deste districto como o forão Matheus Simões, e João Pereira Fortes, que, guiados pela religião bem entendida lhe servião de bussola no labor da vida domestica, como invariaveis costumes a todas as reformas sociais, e por isso deixarão sanzonados frutos dessas famílias, que formam o pedestal desta Provincia; e que não invejarão aos actuaes Colonos, porque occuparão se simultaneamente na lavoura, na vida pastoril, e em expelir os bugres, e hespanhoes, onde hoje está plantado o pavilhão brasileiro. Antonio de Souza Nunes, filho de Jorge de Souza era lavrador laborioso, e fazendeiro, e guiava seus escravos desde a idade infantil no ensino religioso, na lavoura, e na vida pastoril, e ao mesmo tempo como se devião portar para com os seus superiores, fazendo sempre essa pratica, por isso sua filha D. Jacintha tirou o fruto benéfico desse resultado, que, vivendo n’uma casa de campo exolada, foi sempre obedecida por elles, e respeitada pelas forças beligerantes dos LEGAIS, e REPUBLICANOS por espaço de dez anos da revolução nesta Provincia. Hua força republicana de tres mil homens ali estivera acampada mais de um mês, defronte de sua casa, e não só a respeitavam, como a seus fâmulos. Os officiais, e generaes diambos os partidos lhes offerecião proteção por escrito, para que as forças sob suas influencias a respeitassem, e não fizessem o menor insulto em sua casa, mas ella recusava a todos esses offerecimentos, por que o seu partido era a caridade, curando, e cuidando aos doentes, e dar de comer a quem chegasse a sua casa com fome, sem attender a partido algum, e assim foi venerada, e respeitada por todo as as pessoas que alli chegavão.” NOTA DA REDAÇÃO – É evidente que se trata da Revolução Farroupilha (1835-1845). Possivelmente é a mesma força que a 30-4-1838, depois de atravessar o Rio Pardo e ali abrir picadas, de Rincão Del Rei a Aldeia de São Nicolau, surpreendeu as forças legalistas em Rio Pardo, enfrentando-as e derrotando-as, no célebre combate de Barro Vermelho. FONTE: Jornal de Rio Pardo – 20 de maio de 1954. Edição Especial Comemorativa do 66º aniversário da abolição da escravatura (4 folhas).

quarta-feira, 6 de março de 2024

Homenagem | Dia Internacional da Mulher

Rio Pardo foi local de grandes personalidades, pessoas que se destacaram pelo bem comum. Envolvidas nos meios políticos, na área médica, se dedicando a cuidar da saúde do povo, assim como pessoas da comunidade, sem títulos ou honrarias. Podemos levantar aqui diversos nomes, entre eles o Dr. Pedro Alexandrino de Borba (conhecido como o pai dos pobres), Dra. Rita Lobato (1ª mulher vereadora em Rio Pardo e no Rio Grande do Sul), Jardelina dos Santos Bandeira (influente ativista da comunidade negra em Rio Pardo). Entre tantos outros que poderíamos citar, vamos trazer o de uma mulher muito especial, corajosa, destemida e ao mesmo tempo perseguida pelos seus contemporâneos, pois, conforme já relataram à mesma, não deveria “deixar o lar doméstico, para vir intrometer-se em política. Com tanto cultivo de inteligência não pensais que a mulher, principalmente a solteira, e sem pai não deve arrojar-se a vir provocar homens? Não pensais que a mulher deve em todo o tempo dar-se ao respeito? Para ser respeitada? (...). Ao não se calar, em uma época de costumes rígidos de uma sociedade extremamente machista, Ana Aurora do Amaral Lisboa representou a força da mulher, merecedora de ser lembrada no Dia Internacional da Mulher. Mulher de fibra, inteligente e culta, formou-se na capital, como aluna destaque por suas excelentes qualidades. Logo veio trabalhar como a 1ª mulher formada em Rio Pardo, sendo destacada para atuar como regente para a classe masculina no distrito do Couto, no Passo de João Rodrigues, interior de Rio Pardo. Sua nomeação ocorreu na data de 28 de junho de 1883, conforme consta em documento do Arquivo Histórico de Rio Pardo (em anexo), em Ata do Passo da Câmara Municipal da cidade de Rio Pardo. Fonte: Livro de Atas do Passo da Câmara Municipal da cidade de Rio Pardo (1880 a 1885 - Nº 14 - Pg. 128). Texto de Márcio Beyer