Os primeiros povoados criados no Rio Grande do Sul
surgiram em função da conquista e defesa do território. A região, originalmente
habitada somente por índios, foi disputada por portugueses e espanhóis e os
conflitos armados eram constantes. Até vencer a disputa pelo território, os
portugueses não podiam constituir um governo oficial e para consolidar as terras
conquistadas contavam com o auxílio dos padres católicos.
Os religiosos foram importantes, porque também faziam
o controle da população civil. Além do serviço religioso e da preservação dos
bons costumes, era o padre que fazia os registros de nascimento, casamentos e
mortes. Através destes registros, as pequenas capelas serviam às cerimônias
religiosas, mas também eram importantes para descobrir assassinatos, epidemias
e possibilidade de conflitos. Além disto, a reunião dos fiéis na capela era a
única oportunidade de convívio social entre as pessoas dos primeiros grupos
sociais que se formavam e nestas ocasiões as autoridades aproveitavam para
comunicar as decisões do governo.
Por isto, os primeiros povoados surgiam ao redor de
uma Capela Curada – aquela que era regularmente visitada por um padre, que
realizava as celebrações religiosas, fazia os registros necessários e
transmitia as determinações do governo português.
Quando o povoado crescia, aumentando sua população,
a Capela Curada podia ser transformada numa Freguesia. A capelinha era
aumentada, e logo o povoado atingia o status de paróquia, com Igreja Matriz. O
passo seguinte era a criação da Vila. A partir de então, já se formara um
núcleo urbano, com instalação da Câmara de Vereadores e autonomia
político-administrativa.
Rio Pardo passou por todas estas fases. Tudo
começou em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri entre Espanha e Portugal,
determinando novos limites nos domínios americanos. A partir daí, foi
determinada a construção de depósitos de munições e víveres para as tropas
portuguesas que iram demarcar os novos limites. O depósito de Rio Pardo evoluiu
para uma tranqueira e, com a Guerra Guaranítica, para a Fortaleza Jesus Maria
José.
Em 1801 os portugueses conseguiram conquistar os
Sete Povos das Missões e só então começou a organização administrativa do Rio
Grande do Sul. Em 1807 foi criada a Capitania-Geral de São Pedro do Rio Grande
do Sul. Dois anos depois foram criadas as quatro primeiras vilas da nova
capitania: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha. A
posterior instalação de suas respectivas Câmaras de Vereadores finalmente iniciou
a vida administrativa.
Antes da escolha do ponto estratégico na foz do rio
Pardo para depósito das tropas demarcadoras do Tratado de Madri existiam nas
cercanias algumas estâncias de criação de gado. A partir de 1752, com a
instalação da Fortaleza Jesus Maria José, o território foi sendo conquistado e
quando as fronteiras com os territórios dominados pela Espanha começaram a se
definir, a administração começou a se organizar.
Tudo começou pela administração religiosa, como era
o procedimento padrão. Em 1762
a região já era Capela Curada, instalada numa pequena
capela construída em 1759, dedicada a Santo Ângelo. Em 1769 foi a Capela Curada
passou foi promovida a Freguesia, agora tendo como padroeira Nossa Senhora do
Rosário. Em 1779 foi inaugurada uma nova igreja, localizada mais perto da
Fortaleza. O passo seguinte foi a criação da Vila, que aconteceu com a Provisão
de 7 de outubro de 1809, e a posterior instalação da primeira Câmara Municipal
em 20 de maio de 1811.
REFERÊNCIA:
História da Paróquia
Nossa Senhora do Rosário – Rio Pardo (acesso: 24/02/2019)
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