José Joaquim de
Andrade Neves nasceu em Rio Pardo, no dia 22 de janeiro de 1807. Era filho do
Major José Joaquim de Figueiredo Neves e de Francisca Ermelinda de Andrade
Neves. Em 1826 sentou praça no 5º Regimento de Cavalaria. Em dezembro de 1827
desligou-se do serviço no Exército para ajudar o pai no trabalho do campo e
assim colaborar para garantir o sustento da família.
Em 1835 a
Revolução Farroupilha o fez retomar a carreira no Exército. De 1836 a 1844
distinguiu-se nas fileiras imperiais, onde, por sua reputação de bravura e
capacidade, chegou a ser promovido ao posto de Major Honorário (1840). Durante
a Revolução participou de mais de 15 combates, entre eles o da Ilha do Fanfa, o
do Rio Pardo e a Batalha do Taquari, em que foi ferido com gravidade. Mesmo
assim, comandou um esquadrão de Guardas Nacionais e continuou lutando até o fim
da ação. Em 1841 foi promovido a Tenente-Coronel. Em 1844 distinguiu-se nos
combates do Rosário, Poncho Verde e Dom Marcos.
Com o fim da
Revolução Farroupilha, em 1845, o Coronel Andrade Neves voltou para casa e
constituiu família, casando com Ana Carolina, irmã do Coronel João Luiz Gomes.
O casal teve três filhos: Maria Adelaide de Andrade Neves, José Joaquim de
Andrade Neves Filho e Luís Carlos de Andrade Neves.
Voltou à vida
militar em 1851 para lutar contra o General Rosas, ditador de Buenos Aires. Em
1857 o Coronel Andrade Neves recebeu ordem para organizar uma brigada de
Guardas Nacionais para observar as atitudes do Governo de Solano Lopes no
Ibicuí. Em 1864 recebeu ordem para organizar uma nova brigada para operar em
campanha no Uruguai.
Em dezembro de
1864 começou a Guerra do Paraguai contra a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina
e Uruguai). O Coronel Andrade Neves foi um dos primeiros que marchou para o
campo de batalha, incorporado às tropas do General Osório, comandando uma brigada
ligeira formada por Guardas Nacionais e Voluntários da Pátria.
Sua intrepidez
no campo de batalha era extraordinária. Cometeu prodígios com seus esquadrões
de cavalaria. Foi um dos principais chefes desta arma, e de vitória em vitória
auxiliou as tropas aliadas a aniquilarem a resistência de Solano Lopes. Foram
inúmeras as vitórias obtidas por ele e seus comandados, como a Tomada Pilar, em
que fez seus soldados atravessaram a nado um arroio, apoderando-se da
artilharia inimiga e aprisionando a guarnição local. Logo após esta vitória, em
19 de outubro de 1867 foi lhe concedido o título de Barão do Triunfo. Em 1868
investiu sobre Villeta e nesta batalha sua temerária bravura custou-lhe um
ferimento no quadril. Finalmente, em dezembro deste ano foi ferido por uma bala
que quebrou a ponta do pé direito. Foi levado para Assunção, onde morreu em 6
de janeiro de 1869, nas dependências do palácio de Solano Lopes. Conta a lenda
que, nos delírios da febre, julgando ainda à frente de seus esquadrões,
bradava: “Camaradas! ... mais uma carga!”.
No dia 7 de
janeiro seu corpo foi enterrado no cemitério de Assunção. Somente em 5 de julho
de 1872 seus restos mortais foram exumados e, colocados em uma urna,
transportados para o Rio Grande do Sul. Em 24 abril foram recebidos em Porto
Alegre, e dois dias depois seguiram para Rio Pardo, sua terra natal, onde foram
sepultados na Igreja Matriz.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, De Paranhos.
Andrade Neves, o Vanguardeiro! Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora,
2008.
Conferência em 22 de janeiro de 1907,
no Clube da Guarda Nacional de São Paulo, por Leopoldo de Freitas. Arquivo Histórico da
Prefeitura Rio Pardo – RS
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