domingo, 6 de janeiro de 2019

SESQUICENTENÁRIO DA MORTE DE JOSÉ JOAQUIM DE ANDRADE NEVES BARÃO DO TRIUNFO


José Joaquim de Andrade Neves nasceu em Rio Pardo, no dia 22 de janeiro de 1807. Era filho do Major José Joaquim de Figueiredo Neves e de Francisca Ermelinda de Andrade Neves. Em 1826 sentou praça no 5º Regimento de Cavalaria. Em dezembro de 1827 desligou-se do serviço no Exército para ajudar o pai no trabalho do campo e assim colaborar para garantir o sustento da família.
Em 1835 a Revolução Farroupilha o fez retomar a carreira no Exército. De 1836 a 1844 distinguiu-se nas fileiras imperiais, onde, por sua reputação de bravura e capacidade, chegou a ser promovido ao posto de Major Honorário (1840). Durante a Revolução participou de mais de 15 combates, entre eles o da Ilha do Fanfa, o do Rio Pardo e a Batalha do Taquari, em que foi ferido com gravidade. Mesmo assim, comandou um esquadrão de Guardas Nacionais e continuou lutando até o fim da ação. Em 1841 foi promovido a Tenente-Coronel. Em 1844 distinguiu-se nos combates do Rosário, Poncho Verde e Dom Marcos.
Com o fim da Revolução Farroupilha, em 1845, o Coronel Andrade Neves voltou para casa e constituiu família, casando com Ana Carolina, irmã do Coronel João Luiz Gomes. O casal teve três filhos: Maria Adelaide de Andrade Neves, José Joaquim de Andrade Neves Filho e Luís Carlos de Andrade Neves.
Voltou à vida militar em 1851 para lutar contra o General Rosas, ditador de Buenos Aires. Em 1857 o Coronel Andrade Neves recebeu ordem para organizar uma brigada de Guardas Nacionais para observar as atitudes do Governo de Solano Lopes no Ibicuí. Em 1864 recebeu ordem para organizar uma nova brigada para operar em campanha no Uruguai.
Em dezembro de 1864 começou a Guerra do Paraguai contra a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). O Coronel Andrade Neves foi um dos primeiros que marchou para o campo de batalha, incorporado às tropas do General Osório, comandando uma brigada ligeira formada por Guardas Nacionais e Voluntários da Pátria.
Sua intrepidez no campo de batalha era extraordinária. Cometeu prodígios com seus esquadrões de cavalaria. Foi um dos principais chefes desta arma, e de vitória em vitória auxiliou as tropas aliadas a aniquilarem a resistência de Solano Lopes. Foram inúmeras as vitórias obtidas por ele e seus comandados, como a Tomada Pilar, em que fez seus soldados atravessaram a nado um arroio, apoderando-se da artilharia inimiga e aprisionando a guarnição local. Logo após esta vitória, em 19 de outubro de 1867 foi lhe concedido o título de Barão do Triunfo. Em 1868 investiu sobre Villeta e nesta batalha sua temerária bravura custou-lhe um ferimento no quadril. Finalmente, em dezembro deste ano foi ferido por uma bala que quebrou a ponta do pé direito. Foi levado para Assunção, onde morreu em 6 de janeiro de 1869, nas dependências do palácio de Solano Lopes. Conta a lenda que, nos delírios da febre, julgando ainda à frente de seus esquadrões, bradava: “Camaradas! ... mais uma carga!”.
No dia 7 de janeiro seu corpo foi enterrado no cemitério de Assunção. Somente em 5 de julho de 1872 seus restos mortais foram exumados e, colocados em uma urna, transportados para o Rio Grande do Sul. Em 24 abril foram recebidos em Porto Alegre, e dois dias depois seguiram para Rio Pardo, sua terra natal, onde foram sepultados na Igreja Matriz.


REFERÊNCIAS
ANTUNES, De Paranhos. Andrade Neves, o Vanguardeiro! Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 2008.
Conferência em 22 de janeiro de 1907, no Clube da Guarda Nacional de São Paulo, por Leopoldo de Freitas. Arquivo Histórico da Prefeitura Rio Pardo – RS


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