Até 1970, na comunidade de Rincão dos Pretos,
os negros e brancos não se misturavam e até os templos eram separados.
No lugar
antigamente conhecido como Rincão do Guabiju, hoje oficialmente chamado Arroio
das Pedras, a uns 20 km, de Rio Pardo, situa-se a comunidade de Rincão dos
Pretos. Ali existem duas Igrejas, uma ao lado da outra: a dos negros e a dos
brancos.
O Padre
Orlando Pretto, pároco de Rio Pardo entre 1967 e 1988, relata que havia até uma cerca separando as duas igrejas . A
dos pretos, chamada Capela Nossa Senhora Imaculada Conceição da Bela Cruz,
tinha atrás dela uma grande Cruz de madeira. E a dos brancos era da Imaculada
Conceição. Chegando a Rio Pardo, Pretto se preocupou com a situação. A primeira
coisa que lhe veio à mente foi erguer uma capela Única junto Á estrada para Cachoeira, para acabar com a separação,
Mas antes resolveu consultar uma
autoridade no assunto: o historiador
Décio Freitas (1922-2004), grande estudioso da questão dos negros.
Freitas
ponderou que uma terceira igreja faria os brancos absorverem a comunidade e os
negros perderiam a referência, apagando em parte sua própria história. A idéia
foi abandonada, mas não o ânimo de que superar essa visível e incômoda
segregação étnica. O trabalho seria difícil, mas tinha que ser enfrentado.
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