sexta-feira, 31 de agosto de 2018
RIO JACUÍ RIO PARDO
No Rio Jacuí, em Rio Pardo fica a praia dos Ingazeiros lugar lindo para descansar, tomar um chimarrão na beira do rio, comer um peixe e descançar.
Na Praia dos Ingazeiros acontece todos os anos a Festa do Peixe, a Festa de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Navegantes. Nestes dias, a Cidade recebe milhares de pessoas que vem passear e conhecer a nossa Cidade Histórica de Rio Pardo, acolhedora
FONTE: Neuza Quadros, 2018.
ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE RIO PARDO
O Arquivo Histórico Municipal de Rio Pardo (AHMRP) foi oficialmente
criado pela Lei Municipal nº 162, de 29 de dezembro de 1992. Entretanto, foi na
década de 1930 que Biágio Soares Tarantino, passou a fomentar iniciativas destinadas
à preservação do patrimônio literário, arquivístico e museológico de Rio Pardo.
O AHMRP é responsável por um importante acervo documental do Estado do Rio Grande
do Sul. Seu acervo guarda uma variedade de tipologias documentais que vão dos registros oficiais da
Casa da Câmara Municipal, mapas, plantas, periódicos, iconografia, até as cartas
e registros pessoais.
Esse conjunto
documental está disponível, através de instrumentos de pesquisa ( Guias empresas)
a todos os cidadãos, órgãos governamentais e pesquisadores que busquem
registros da cidade e região.
O Arquivo tem como finalidade principal produzir
conhecimento, e torná-lo acessível a seus usuários.
Documento manuscrito do AHMRP |
FONTE: Guia Impressa
do AHMRP, 2018.
PELOURINHO
Aos sete dias de junho de mil oitocentos e trinta e quatro. Leu-se um ofício do Juiz
Municipal interino desta Câmara pedindo para que mande levantar o Pelourinho em lugar público desta Vila para dar cumprimento a
várias sentenças proferidas pelo Tribunal do Júri, que lhe foram enviadas pelo
Dr. juiz de Direito desta Câmara, esperando resposta do dito ofício, a fim de
que não seja acumulado por faltas de cumprimento da Lei, e reflexionando-se
sobre a matéria se resolveu responder-lhe, que em data desta se requisitava
pela terceira vez ao Exmo. Presidente em Conselho, para decidir as deliberações
por esta Câmara enviadas tendentes a criação do pelourinho em diverso lugar, o
que está Câmara lhe comunica para sua inteligência. Deliberou-se mais
dirigir-se por cópia ao mesmo Exmo. Presidente a deliberação e o ofício, que
acompanhou, com tão bem cópia do segundo ofício em que se exigia solução ao que
mesmo consta, e igualmente cópia do oficio do juiz Municipal desta vila, que a
vista dele haja S. Exa. De terminar a ereção do dito Pelourinho, não na praça
designada na deliberação, mas sim na Praça dos Quartéis a onde se tem destinado
a criação da nova Cadeia, isto para que esta Câmara possa responder e mandar
dar cumprimento ao ofício do mencionado Juiz Municipal.
Obs.:Transcrições conforme o documento original
FONTE: Livro de Atas 315, pg. 175 e 175 v. 1832/34 AHMRP
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
CASA ANTIGA DA BEIRA DA PRAIA - INGAZEIROS
Esta Casa foi salva de ser demolida por particulares, moradores de Rio Pardo. Há alguns anos atrás, o Sr. "que dizem ter comprado estas casas antigas que serviam de depósito de cargas que chegavam pelo rio Jacuí", seriam todas demolidas, para ali construir um Hotel/ Restaurante. Só que por problemas de Justiça, acabou não sendo construído e foi então mantida de pé uma das antigas Casas com a suas histórias, que por longos anos foram depósitos de mercadorias e por algum tempo a Casa que restou serviu de
mercado de venda de Peixe. Está Casa hoje, ainda se encontra próximo do Rio, atualmente está vazia mas de pé em "boas condições", fica na rua General Camara.
FONTE: Neuza Quadros.
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
AVISO DO INSPETOR DA SAÚDE
PROVIDÊNCIAS PARA O TRATAMENTO - VARÍOLA
A Câmara Municipal de Rio Pardo
recebe através de ofício do Dr. Antonio Ferreira d’Andrade Neves, médico de
partido e delegado do Inspetor da saúde pública, de 12 de abril de 1884, declarando
que, tendo sabido pela “Gazeta de Porto
Alegre “, que no Município de São Jerônimo esta grassando com intensidade a VARIOLA, dá disso conhecimento à Câmara
para tomar providencias necessárias . O
vereador Presidente declara que já oficiou ao cidadão Manoel Alves
da Silveira a fim de obter a casa
que o mesmo possue além da “boa vista” para estabelecer um lazareto de variolosos,
caso a varíola se faça sentir neste Município.
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
ESTAÇÃO FÉRREA EM RIO PARDO
Inaugurada em 7 de
março de 1883, operava a linha Porto Alegre – Uruguaiana . A Estação Ferroviária,
de propriedade da RFFSA, hoje concessionária ALL, é considerada por seu valor
histórico, cultural e expressiva tradição para a cidade de Rio Pardo.
Na estação eram
comercializados os Sonhos de Rio Pardo e o Filé de peixe entre os viajantes, que por ali passavam. E
até hoje são produtos típicos saboreados pelos turistas. Parcialmente
restaurado o prédio abrigou a Secretaria Municipal de Turismo e cultura (mais ou menos 2014/5). Hoje,foi desocupado e entregue ao órgão responsável, pelo Município. Na verdade não tenho conhecimento concreto de quem é a responsabilidade de cuidar e administrar este Prédio que tão importante foi para a História de Rio Pardo. Sei dizer que este prédio está cada dia em pior condições de deterioração.
RIOS DE RIO PARDO: JACUÍ E PARDO
A cidade de Rio Pardo é banhada por dois rios, o Pardo que deu o nome a Cidade por ter suas águas pardas, barrenta e o rio Jacuí. Em nossa cidade temos várias praias lugares de lazer no Verão. Foi um centro comercial de Rio Pardo,
dos mais importantes do Rio Grane do Sul.
Rio Jacuí |
Rio Jacuí - praia Santa Vitória |
Encontro dos dois rios Jacuí e Pardo Praia Ingazeiro |
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
DUAS IGREJAS SEPARADAS EM RIO PARDO - RS
Até 1970, na comunidade de Rincão dos Pretos,
os negros e brancos não se misturavam e até os templos eram separados.
No lugar
antigamente conhecido como Rincão do Guabiju, hoje oficialmente chamado Arroio
das Pedras, a uns 20 km, de Rio Pardo, situa-se a comunidade de Rincão dos
Pretos. Ali existem duas Igrejas, uma ao lado da outra: a dos negros e a dos
brancos.
O Padre
Orlando Pretto, pároco de Rio Pardo entre 1967 e 1988, relata que havia até uma cerca separando as duas igrejas . A
dos pretos, chamada Capela Nossa Senhora Imaculada Conceição da Bela Cruz,
tinha atrás dela uma grande Cruz de madeira. E a dos brancos era da Imaculada
Conceição. Chegando a Rio Pardo, Pretto se preocupou com a situação. A primeira
coisa que lhe veio à mente foi erguer uma capela Única junto Á estrada para Cachoeira, para acabar com a separação,
Mas antes resolveu consultar uma
autoridade no assunto: o historiador
Décio Freitas (1922-2004), grande estudioso da questão dos negros.
Freitas
ponderou que uma terceira igreja faria os brancos absorverem a comunidade e os
negros perderiam a referência, apagando em parte sua própria história. A idéia
foi abandonada, mas não o ânimo de que superar essa visível e incômoda
segregação étnica. O trabalho seria difícil, mas tinha que ser enfrentado.
COMUNIDADE QUILOMBOLA RINCÃO DOS NEGROS RIO PARDO
“
Comunidade Quilombola Rincão dos Negros, ou
Rincão dos Pretos, ou Quilombo de Arroio das Pedras interior de Rio Pardo!
Aqui, a nossa maior riqueza é a terra, a terra que faz brotar o alimento do
corpo e da alma. Aqui no Rincão se faz história, aqui a gente canta, a gente
dança, a gente ora, rezamos a Nossa Senhora, que de uma Bela Cruz Imaculada
salvou um povo, aqueles ancestrais dos Prudêncio, dos Souza, de Percília e
Mantoca, há, guerreiros deste lugar. Aqui a gente respira lembranças, heranças
de 87 Irmãos, de uma querida Amiga Jacinta, de uma Cruz, de uma árvore
centenária, de uma oração de uma Abolição, de onde tudo começou! ” O Rincão dos
Negros fica localizado em Arroio das Pedras, interior de Rio Pardo RS. Trata-se
de um Quilombo reconhecido pela Fundação Palmares e conhecido nacionalmente
pela grandeza de sua História.
Rio Pardo tem um Quilombo único no Brasil, onde
temos duas Igrejas Católicas da mesma Padroeira Nossa Senhora da Conceição,
ambas separadas, a dos Brancos e a dos Negros. Conta a história, que uma
fazendeira solteira e sem filhos, chamada Jacinta Souza era dona de todo
rincão, isso na época da escravatura no Brasil. Ela tinha como característica o
bom trato com seus 87 escravos. A Fazendeira antes de morrer alforriou-os e fez
a doação de suas terras para eles. Ela ensinou seus ex. escravos a rezar e
estudar a Bíblia Católica todos os dias no rincão, debaixo de uma imponente
Árvore que até hoje permanece no local. No local foi construída uma Cruz de
madeira, onde os escravos continuaram rezando após a morte de sua Sinhá,
iniciaram a construção da Capela de Nossa Senhora da Bela Cruz, a “Igreja dos
Negros! O Quilombo Rincão dos Negros vivenciou várias guerras e batalhas entre
os descendentes dos escravos e alguns familiares da Fazendeira Jacinta Souza,
além de outros poderosos do local.
O Objetivo sempre foi defender suas terras e
para os Brancos o principal objetivo era tomar posse das terras que
possivelmente seriam dos Negros. Foram anos de disputa, de sangue derramado, de
muita dor e mortes que marcaram esta faze da história do Rincão dos Negros. A
Luta, a resistência e a coragem dos afros descendentes prevaleceram e até hoje
prevalece no corpo e na alma dos Filhos do Rincão dos Negros.
Hoje somos
pequenos agricultores, homens e mulheres que lutam diariamente pela
sobrevivência, com um diferencial que nos distancia dos nossos ancestrais,
hoje, somos instruídos, temos inteligência e capacidade física e intelectual
para nos defender de toda e qualquer forma de agressão, preconceito ou desrespeito.
Somos nós os Pretos filhos do Rincão, somos nós os Negros Quilombolas de Rio
Pardo.
Hoje a Comunidade é composta por 40 famílias Quilombolas. São na maioria
pequenos agricultores, os mais jovens continuam migrando para a cidade de Rio
Pardo e cidades vizinhas em busca de trabalho e renda. A Festa de Nossa Senhora
da Imaculada Conceição permanece aguçando a fé e a religiosidade católica dos
Negros e dos Brancos do Rincão de Arroio das Pedras.
OBS: Teoricamente, hoje as
Igrejas são abertas ao público de todas as raças e etnias. Não existe
proibição, nem existe mais separação por cor da pele no Rincão dos Negros. As
Igrejas ambas têm suas diretorias e suas agendas de eventos. NA PRÁTICA: Devido
ao histórico de lutas, batalhas, discriminação, cerca e divisão de áreas, ficou
entranhado enraizado na cultura de ambas as partes a separação ! Hoje os Negros
continuam cuidando da sua Capela, realizando os seus eventos separadamente dos
brancos. “Não é proibido, mas nós, negros não ficamos à vontade em estar na Igreja
dos Brancos, a história é muito presente e até hoje os negros do Rincão ouvem
ofensas, passam por constrangimentos, são arrebatados por olhares que
amedrontam por alguns. Mas existe o respeito, a tentativa de cada um viver no
seu espaço respeitando o espaço do outro. Mas a Divisão continua, agora por
vontade própria !
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