O primeiro livro de registros de batizados de
Rio Pardo corresponde ao período 1755 – 1762, quando a futura vila era ainda
chamada de “Acampamento de Rio Pardo”, e pertencia à Capela dedicada à Sagrada
Família construída um ano depois da Fortaleza Jesus Maria José. Este livro
mostra uma população mista: de 538 batismos, 283 eram de índios (55%), 203 de
brancos (39%), 31 de escravos (6%).
A partir
de 1757 foram realizados os primeiros batizados de índios guaranis em Rio
Pardo. Estes batizados correspondem provavelmente aqueles que pertenciam aos
filhos de índios missioneiros que se reuniram em aldeamentos ao redor da
fortaleza, como descreve o padre Vicente Zeferino Dias Lopes: “Em pouco tempo
formou-se uma povoação composta de famílias brancas. A estas famílias
agregou-se depois uma porção de índios extraviados de alguns dos sete povos
jesuíticos; os quis se arrancharam em quatro pequenos aldeamentos; um chamado
São Lourenço –nas imediações do atual cemitério no lugar denominado Potreiro de
Nossa Senhora, junto a um regato que hoje conserva aquele nome; outro de Santo
Ângelo, no alto onde está criada a casa de caridade, o qual por muitos anos deu
nome a rua hoje chamada General Andrade Neves; outro de São Miguel, onde se fez
a casa de pólvora; finalmente o de São Nicolau, para onde o governador José
Marcelino de Figueiredo fez recolher todos os índios, e os regularizar a 22 de
outubro de 1769.”
REFERÊNCIAS
NEUMANN, Eduardo Santos; RIBEIRO, Max
Roberto Pereira. A evangelização falada e escrita: notas sobre escrita e
oralidade eclesiástica no Brasil do século XVIII. Revista Memória em Rede,
Pelotas, V. 7, n. 13, jul/dez 2015. Disponível em: HTTP://dx.doi.org/10.15210/rmr.v7i13.6309.
AHRS. DIAS LOPES, Vicente Zaferino.
Comentário Eclesiástico do Rio Grande de São Pedro do Sul desde 1737. Cópia
datilografa. In: MELO, Karina Moreira Ribeiro da Silva e. A Aldeia de São
Nicolau do Rio Pardo: histórias vividas por índios guaranis (séculos XVIII –
XIX). Dissertação de Mestrado em História pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2011. Disponível em: www.lume.ufrgs.br/handle/10183/56071
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