segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ALDEIA DE SÃO NICOLAU DE RIO PARDO

O  primeiro livro de registros de batizados de Rio Pardo corresponde ao período 1755 – 1762, quando a futura vila era ainda chamada de “Acampamento de Rio Pardo”, e pertencia à Capela dedicada à Sagrada Família construída um ano depois da Fortaleza Jesus Maria José. Este livro mostra uma população mista: de 538 batismos, 283 eram de índios (55%), 203 de brancos (39%), 31 de escravos (6%).
A partir de 1757 foram realizados os primeiros batizados de índios guaranis em Rio Pardo. Estes batizados correspondem provavelmente aqueles que pertenciam aos filhos de índios missioneiros que se reuniram em aldeamentos ao redor da fortaleza, como descreve o padre Vicente Zeferino Dias Lopes: “Em pouco tempo formou-se uma povoação composta de famílias brancas. A estas famílias agregou-se depois uma porção de índios extraviados de alguns dos sete povos jesuíticos; os quis se arrancharam em quatro pequenos aldeamentos; um chamado São Lourenço –nas imediações do atual cemitério no lugar denominado Potreiro de Nossa Senhora, junto a um regato que hoje conserva aquele nome; outro de Santo Ângelo, no alto onde está criada a casa de caridade, o qual por muitos anos deu nome a rua hoje chamada General Andrade Neves; outro de São Miguel, onde se fez a casa de pólvora; finalmente o de São Nicolau, para onde o governador José Marcelino de Figueiredo fez recolher todos os índios, e os regularizar a 22 de outubro de 1769.”

REFERÊNCIAS
NEUMANN, Eduardo Santos; RIBEIRO, Max Roberto Pereira. A evangelização falada e escrita: notas sobre escrita e oralidade eclesiástica no Brasil do século XVIII. Revista Memória em Rede, Pelotas, V. 7, n. 13, jul/dez 2015. Disponível em: HTTP://dx.doi.org/10.15210/rmr.v7i13.6309.
AHRS. DIAS LOPES, Vicente Zaferino. Comentário Eclesiástico do Rio Grande de São Pedro do Sul desde 1737. Cópia datilografa. In: MELO, Karina Moreira Ribeiro da Silva e. A Aldeia de São Nicolau do Rio Pardo: histórias vividas por índios guaranis (séculos XVIII – XIX). Dissertação de Mestrado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: www.lume.ufrgs.br/handle/10183/56071

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