quinta-feira, 31 de agosto de 2017

ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DE RIO PARDO E SUAS RARIDADES

No Arquivo Histórico existem muitos documentos raros, sobre diversos assuntos, telegramas avisando da chegada de D. Pedro II, construções, doenças (cólera mórbus,varíola,tifo...), vacinas, crianças expostas em frente de casas para serem cuidadas e educadas (os expostos), escravos (trabalho,classificação, valor...), trabalho dos Juízes de Paz, dos Capitães do Mato, primeiros administradores da Vila, comerciantes... Todos os documentos são manuscritos e dos períodos Colonial, Imperial e Republicano. Também temos muitos jornais antigos  de várias  datas, a partir de 1886  até nossos dias. Temos ainda uma raridade: o jornal impresso em tecido.  

                    Uma transcrição de um documento:            


                                                                      Ilmo. Sres.



Por circular de 18 do corrente do Exmo. Sr. Bispo, fui autorizado a benzer o terreno que serve de jazigo dos coléricos, e a invocar os sentimentos de piedade e religião de Vossa Senhoria para que com a urgência possível se dignem mandar cercar de modo mais conveniente o terreno de que se trata, e avisar-me em tempo oportuno. Deos Guarde a VV.SS. Rio Pardo, 1º de abril de 1867. 

O Vigário João Baptista da Motta Velloso


 FONTE: Livro de Registro Geral nº 62, pg. 125, 1867.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE HISTÓRICA NO RS

RIO PARDO, situa-se na porção central do estado do Rio Grande do Sul, integrando a região conhecida por Vale do Rio Pardo.Tem como municípios limítrofes Pantano Grande e Encruzilhada do Sul ao Sul; Santa Cruz do Sul, Candelária, Vera Cruz e Passo do Sobrado ao norte; a oeste, Cachoeira do Sul e ao leste, Minas do Leão e Vale Verde e Butiá. 

Fonte: Mestrado de Emerson L. Silveira, pg. 12, 2009.



segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ANTIGAS EDIFICAÇÕES DE RIO PARDO

Sobrado onde funcionou a Escola Particular da Ana Aurora do Amaral Lisboa.
Sobrado que ainda hoje esta conservada e na parte térrea funcionam  vários estabelecimentos comerciais.
Inicialmente as casas eram feitas de pau a pique,  somente a partir de 1780 é que começa a mudar. Os sobrados começam a surgir  , são construídos no alinhamento com a via pública e até os limites  laterais, em um formato que remetia ás cidades portuguesas do período.

FONTE: Rio Pardo 200 anos,Cultura,Arte e Memória, Foto Neuza

ALDEIA DE SÃO NICOLAU DE RIO PARDO

O  primeiro livro de registros de batizados de Rio Pardo corresponde ao período 1755 – 1762, quando a futura vila era ainda chamada de “Acampamento de Rio Pardo”, e pertencia à Capela dedicada à Sagrada Família construída um ano depois da Fortaleza Jesus Maria José. Este livro mostra uma população mista: de 538 batismos, 283 eram de índios (55%), 203 de brancos (39%), 31 de escravos (6%).
A partir de 1757 foram realizados os primeiros batizados de índios guaranis em Rio Pardo. Estes batizados correspondem provavelmente aqueles que pertenciam aos filhos de índios missioneiros que se reuniram em aldeamentos ao redor da fortaleza, como descreve o padre Vicente Zeferino Dias Lopes: “Em pouco tempo formou-se uma povoação composta de famílias brancas. A estas famílias agregou-se depois uma porção de índios extraviados de alguns dos sete povos jesuíticos; os quis se arrancharam em quatro pequenos aldeamentos; um chamado São Lourenço –nas imediações do atual cemitério no lugar denominado Potreiro de Nossa Senhora, junto a um regato que hoje conserva aquele nome; outro de Santo Ângelo, no alto onde está criada a casa de caridade, o qual por muitos anos deu nome a rua hoje chamada General Andrade Neves; outro de São Miguel, onde se fez a casa de pólvora; finalmente o de São Nicolau, para onde o governador José Marcelino de Figueiredo fez recolher todos os índios, e os regularizar a 22 de outubro de 1769.”

REFERÊNCIAS
NEUMANN, Eduardo Santos; RIBEIRO, Max Roberto Pereira. A evangelização falada e escrita: notas sobre escrita e oralidade eclesiástica no Brasil do século XVIII. Revista Memória em Rede, Pelotas, V. 7, n. 13, jul/dez 2015. Disponível em: HTTP://dx.doi.org/10.15210/rmr.v7i13.6309.
AHRS. DIAS LOPES, Vicente Zaferino. Comentário Eclesiástico do Rio Grande de São Pedro do Sul desde 1737. Cópia datilografa. In: MELO, Karina Moreira Ribeiro da Silva e. A Aldeia de São Nicolau do Rio Pardo: histórias vividas por índios guaranis (séculos XVIII – XIX). Dissertação de Mestrado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: www.lume.ufrgs.br/handle/10183/56071

sábado, 26 de agosto de 2017

ALDEIA E CAPELA DE SÃO NICOLAU

Certa tarde dei um pulo a São Nicolau, a antiguíssima aldeia de índios, na qual segundo consta, nasceu Tiaraju, o vencido e a vítima de Caiboaté.
A Capela de São Nicolau, da aldeia, uma pequenina igreja sem ornamento algum, foi erguida em 1772, sofrendo remodelações e reformas em princípios do século passado. É neste local que se estabeleceram os índios, vindos para este local, atraídos pelos brancos e a cidade que surgia. Cem anos depois o Dr. Roberto Avé-Lallemant visitou o local, de que refere: ‘Os gentios vivem aí uma vida fictícia, meio escondidos na mata e na capoeira. Seu número vai diminuindo sempre mais. Além de algumas palavras em português, muito mal pronunciadas, e um sorriso constrangido, que me fez doer o coração, nada mais sabia exprimir essa pobre gente. A um chamado meu, apareceu uma jovem índia...’.
Também eu tive ensejo de ver uma jovem índia. Vestia muito bem, penteado moderno, falando perfeitamente o português. Foi ela que me deu a chave, para que eu pudesse entrar na igrejinha.
No interior da capela deparei com três plásticas sumariamente curiosas: um crucifixo, um Cristo de pé e um Morto, todos os três mal alcançando um metro de altura. Talhados em madeira, era trabalho bem primitivo, com semelhança estranha com certas plásticas africanas. Mas eram de forte expressividade, devendo ser, indubitavelmente, arroladas na categoria da ‘arte dos primitivos’. Na parte fotográfica deste livro anexei um retrato do Senhor Morto; quem o contemplar, dirá se tenho, ou não, razão, quando digo e torno a dizer: o Primitivismo e a força de expressão impressionam, apesar, em virtude do seu primitivismo.
Como tudo isto é curioso: ali, na Igreja de São Francisco (Rio Pardo), as seis estátuas de Cristo, representação gráfica do mestre de Nuremburgo... ali no hospital, o crucifixo com sua auréola prateada... ali, na igreja do Senhor dos Passos (Rio Pardo), aquele mobiliário, ricamente talhado em estilo barroco e burguês... e aqui, agora, esses antiquíssimos, quiçá os primeiros ensaios desajeitados de mãos de gentios rudes! E, tendo deixado passar em frente de minha vida interior essas emanações de povos e épocas diferentes, tenho que confessar: apesar das falhas técnicas e do primitivismo o trabalho desses pobres indígenas supera a todos os demais em força de expressão, em veracidade interior e concentração. É bem verdade aquela frase: ‘Os últimos serão os primeiros!’


HARNISCH, Wolfgang Hoffmann. O Rio Grande do Sul, a Terra e o Homem. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1941.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

RUA DA CACIMBA

Conversando com o professor Ubirajara Lima, contou-me que quando criança brincava com seus irmãos no campinho em frente à sua casa, onde existia uma Cacimba (buraco) protegida por um murinho. Muitas vezes brincavam, pulavam ao redor da mesma.
Na década de 50 a cacimba já não existia mais só as marcas haviam sobrado. A Cacimba era usada pelas pessoas da redondeza para tirar água de balde para o consumo doméstico, quando ainda não tinha agua encanada na cidade. Enquanto as pessoas buscavam água aproveitavam para conversar e trocar ideias e saber notícias dos amigos. A Rua da Cacimba, localizava-se em frente da casa do senhor Homero Lima, pai do Bira, neste local havia a Associação Rural de Rio Pardo, hoje Rua Ernesto Alves.

Continuando a conversar com o Bira colocou-me que quando o Batalhão Pinheiro Machado veio para Rio Pardo este local foi patrolado e nada sobrou, só a lembrança de quem ali morou e brincou ouvindo as histórias contadas pelos seus pais.
Local onde era a Cacimba,bem próximo do poste de cimento, hoje campo de futebol da Brigada

terça-feira, 8 de agosto de 2017

RIO PARDO!! UM LUGAR COM ATRAÇÕES E LAZER PARA VIVER BEM

   Rio Pardo, uma das quatro Vilas da Província do Rio Grande(1809), hoje uma cidade  de grande valor histórico para o Rio Grande do Sul e para o Brasil. Importante Centro Comercial que distribuía as mercadorias, que chegavam ao Porto, para o interior do Estado e Missões. Cidade com seus Casarões Antigos e de rica Arquitetura Portuguesa,  Rua com calçamento centenário com pedras irregulares , caçada por escravos, rios com praias gostosas no verão, ótimo Carnaval...
   Rio Pardo, cidade com muitos lugares lindos para se viver e ser feliz. Vivo em Rio Pardo sou feliz, sou professora, amo minha Cidade. Trabalho com a história do Município, nos fins de semana vou para o Interior (Pederneiras) e amo tirar fotos mostrando lugares e momentos simples mas que nos fazem Felizes.

FONTE:  Texto  e Fotos de Neuza.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

A PREOCUPAÇÃO DE UM PROFESSOR COM A EDUCAÇÃO DE SEUS ESCRAVOS LIVRES.


   Os últimos anos do século XIX (1871- 1888) formam um período marcado por profundas transformações econômicas, sociais e políticas, que contribuíram para a construção da história da família negra e escrava, assim como a infância brasileira.
      O projeto da Lei do Ventre Livre foi proposto em 27 de maio de 1871, estipulado que seriam libertos os filhos das escravas que nascessem a partir da data da devida lei. Denominado-os de ingênuos, a lei pretende dispor sobre o tratamento que deviam receber. Cria um fundo de emancipação e dá direito ao escravo de formar um pecúlio.
    Fato curioso aconteceu em Rio Pardo, através de um requerimento enviado por um proprietário de escravos no ano de 1882, que apresentou motivos para que a Câmara de Vereadores o isente do pagamento das despesas provenientes do sepultamento de um ingênuo na sua propriedade. O argumento usado pelo proprietário foi que ele atendia com bom trato e educação aos ingênuos que estavam em sua companhia:...”não tenho em mira o lucro que poderia ter se os alugasse e prefiro pol-os na aula (como estou fazendo) e mandal-os depois para o ofício afim de que algum dia lhes possa servir à pol-os n’uma casa a jornal deixando-os embrutecidos”.
     Ao finalizar, mais uma vez Nogueira surpreende: “Portanto, se nós proprietários, fazermos isto, a Câmara deve ser equitativa dispensando estes emolumentos, a fim de que nós trabalhemos pelo desenvolvimento intelectual dos ingênuos.”
    As atitudes deste proprietário nos interrogam, pois somente indo mais a fundo em seus interesses pessoais poderíamos perceber suas reais intenções. Se tinha pensamentos abolicionistas, tentava através da Câmara chamar a atenção de que era melhor incentivar os proprietários “desenvolvimento intelectual dos ingênuos” preocupando-se com o que iria acontecer com uma sociedade que não saberia das estrutura a estes jovens livres.
FONTES: BAKOS, M. M. RS: Escravismo & Abolição, Mercado Aberto, 1982.
Arquivo Histórico Municipal de Rio Pardo, Códice Geral (CG) 77, pg. 115/16, 1880. Jornal de Rio Pardo, 2007.


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

TEATRO APOLO

       Segundo meu sogro o Senhor Walter  Kraemer de Quadros, muitos espetáculos ele assistiu quando jovem no Teatro Apolo, que ficava próximo de sua casa na Rua Almirante Alexandrino.
        Quando conversava com ele sobre a história de Rio Pardo, comentava que a vida cultural, nesta época, era muito ativa e movimentada em nossa cidade. Ele era da década de 20 (1920), hoje falecido.