quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

MEMÓRIAS HOTEL BIAGIO TARANTINO


A memória humana às vezes é traiçoeira. Era muito fácil esquecer uma data ou nome. Mas s fatos importantes, ou pitorescos, ficam. E foram estes fatos que a Dona Zilda e a Dona Mery nos contaram, quando  relembraram as histórias do hotel.
Na época, havia aqui o 13º Regimento de Cavalaria. Vários Oficiais deste Regimento eram inquilinos do hotel. Uma das outras era reservada para uso destes oficiais e suas famílias. A família Tarantino conviveu com o major Furtado, e sua esposa, dona Mariana. Ele fizera um estágio na Alemanha e viera assumir o comando do Regimento.
No inicio dos anos 40 e movimento no hotel foi muito intenso. Uma grande enchente transformou Rio Pardo numa verdadeira ilha. O Jacuí transbordou, as águas do Rio Pardo chegaram até a estação ferroviária e, em  Ramiz Galvão, Arroio do Couto emendou com o Rio Pardo. Os  barcos que atacavam no porto do Jacuí ficavam presos por vários dias. E as tripulações se hospedavam no hotel. Era tanta gente, que às vezes era preciso colocar colchões até nos corredores. Biagio percorria as fazendas, no interior, para abastecer a cozinha do hotel com carne de galinha, ovos, leite e manteiga.
E o sorvete do hotel?! Era feito à base de leite e algumas gotas de essência eram suficientes para dar sabor de fruta ao gelado. Conservado em grandes recipientes contendo gelo e sal, era saboreado na beira da calçada. O hotel foi praticamente a primeira sorveteria da cidade.
A Rua do lado do hotel era o ponto de parada do ônibus que chegavam à cidade. Os carros de praça-nossos primeiros táxis- esperavam pelos passageiros na frente do hotel, do outro lado da rua.
Agradecemos a Dona Zilda Comasseto e a Dona Mery Tarantino Panattieri por terem compartilhado suas lembranças conosco.

FONTE: Memória Viva, Jornal Gazeta do Sul,2000.

                 AHMRP

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