Dia Nacional de Tereza Benguela e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha foi em 1992, na República Dominicana em Santo Domingo. Dia 25 de julho a Organização das Nações Unidas lutou para o reconhecimento do dia Internacional da Mulher Negra. Tereza Benguela mulher que defendeu os Quilombos de Quariterê, em Mato Grosso, viveu no século XVIII. Sua liderança ao Quilombo resistiu à escravidão por duas décadas até 1770 quando foi destruído pelo governador do MG.
A HISTÓRIA DE UMA VIDA INTEIRA DEDICADA À CULINÁRIA
JARDELINA BANDEIRA
Ela acredita ter
nascida com este dom. Ao longo de sua vida em varias ocasiões surgiram
oportunidades para adquirir outras profissões, mas no seu interior, ela sabia
que seu grande dote era voltado para a gastronomia. E realmente, os rio-pardenses sabem que das
mãos de Jardelina surgem pratos salgado, doces, tortas e demais delícias de dar
água na boca. Conheça a trajetória de Jardelina dos Santos Bandeira está
rio-pardense que além da culinária, desenvolve outras atividades como ser a
coordenadora local da Pastoral do Negro.
Jardelina dos Santos Bandeira nasceu no interior de Rio
Pardo, na localidade do Ipê. Quando ela possuía treze anos, sua mãe veio a
falecer. Ela então passou a trabalhar na residência do casal Leopoldo Wunderlich e Maria do Carmo
Ferreira Wunderlich, que era professora e lecionava na própria fazenda em
pederneiras. Jardelina destaca neste período o fato de ter recebido uma
importante ajuda em sua educação por parte de dona Maria do Carmo, que para ela
foi uma segunda mãe.
Com o passar do tempo os filhos do casal ficaram crescidos e
precisavam continuar os estudos na cidade. A família, juntamente com Jardelina,
veio a residir no sobrado do “Cazuca”, pai de D. Maria, que localizava-se na
esquina da rua Andrade Neves com a travessa Matheus Simões ( esquina do
Banrisul). Ali, a futura cozinheira, terminou seus estudos e fez seu primeiro
curso de docinhos, salgadinho e bolos artístico com a senhora Odila
Wunderlich. O segundo curso freqüentado
foi na Creche das Irmãs, onde aprendeu
arte culinária e arrumação de pratos. A
partir daí, surgiram as encomendas que não pararam mais. Mais tarde, já casada,
recebeu o convite do saudoso Dr. Romeu Panatieri para tomar conta, juntamente
com o marido dela, da lanchonete inaugurada por ele na Rua Dr. João
Pessoa. Neste local havia também um
restaurante onde uma amiga, a senhora Hortência, responsabilizava-se pelo
funcionamento do mesmo. Jardelina recorda que nesta ocasião foi até Porto
Alegre para freqüentar um cursinho de
preparação de lanches. Este estabelecimento chamava-se “A Casa do Parente”
sendo que o prédio localizava-se exatamente onde hoje está instalada a Loja
Modelle II. Ali, durante muitos anos, será servida comida típica gaúcha e
portuguesa, que inclusive atraia pessoas de outras cidades. Tempos depois, o
Dr. Romeu comunicou a desistência de manter a administração do estabelecimento
comercial e apoiou o casal a dedicar-se totalmente ao ramo de lancheria e
lanchonete.
Após nove anos, desistiram do restaurante, colocando um
pequeno estabelecimento em sua residência. Mas pouco durou. Conhecedores dos
seus dotes fizeram-lhe um convite para trabalhar na Cantina do Banco do Brasil,
onde os funcionários faziam seus lanches. Jardelina permaneceu nesta função por
oito anos.
Hoje, Jardelina
continua recebendo muitas encomendas para jantares, buffets, bolos, doces,
salgados, comidas típicas, frutas cristalizadas, compotas de abóbora, figo e
outros vários tipos de delícias da cozinha.
Jardelina nos revela o que foi para ela, durante todos estes
anos, o segredo do sucesso: “ a cozinheira deve manter constantemente
aprimoramento na culinária”. E isso Jardelina fez ao longo de toda sua vida,
participando de um grande número de cursos neste setor de gastronomia.
Popular, simpática, à
partir de sua presença na “A Casa do Parente”, Jardelina tornou-seuma
figura muito estimada na sociedade rio-pardense. Seu coração vibrante e
bondoso, conquistou muitos amigos e isso
sempre lhe rendeu reconhecimento e
destaque. É o caso do Carnaval de 1997, quando a Escola de Samba Candangos
homenageou-a como destaque de Culinária no município, juntamente com demais
pessoas de outros setores, que fizeram parte do samba-enredo da Escola. Outro
momento marcante foi quando foi indicada e aceitou o convite para apresentar os
pratos típicos da cidade para o programa “jornal do almoço”, na ocasião em que
o mesmo foi transmitido direto daqui de Rio Pardo desde a Praça da Matriz.
Também recebeu um convite da UNISC para ministrar cursos na Casa Jesus Maria
José.
É importante destacar, também, o trabalho que Jardelina do
Santo Bandeira vem desenvolvendo em favor dos negros rio-pardenses. Ela
atualmente é a coordenadora da Pastoral do Negro, movimento que tem inúmeras
atividades entre seus objetivos está o de auxiliar na auto-estima da criança e
do jovem negro. Esta entidade promove oficinas de dança, capoeira, cantos de
origem africana.
Viúva e mãe de três filhos (Estone, Carmem e Claudio) esta
batalhadora é um exemplo de dedicação pela profissão, que com humildade ela tão
bem vem desempenhando. Jardelina sabe e deixa como ensinamento aos mais jovens
uma convicção que ela possui com muita firmeza: para realizarmos nossas
tarefas, devemos sempre nos aperfeiçoar, dando o máximo de nós mesmos e,
principalmente, fazer tudo com muito amor.
Fonte: JRP -
19/10/2001, http://www.palmares.gov.br/?p=54714.