quarta-feira, 28 de junho de 2023

JOÃO CÂNDIDO E A REVOLTA DA CHIBATA

 Dia 24 de junho, se comemorou o aniversário de João Cândido Felisberto, negro gaúcho que se transformou no “Almirante Negro”. Nasceu na atual Encruzilhada do Sul, em 24 de junho de 1880 e faleceu no Rio de Janeiro em 1969.

Filho de ex-escravo, aos treze anos, com a ajuda do Almirante Alexandrino de Alencar, foi para a escola de marinheiros e como tal conheceu outros países, tomando conhecimento dos castigos físicos, a começar pela chibata, a que eram submetidos os marinheiros da época.
Inconformado com a situação, João Cândido liderou seus colegas brasileiros contra os castigos físicos impostos pela Marinha do Brasil. Na “Revolta da Chibata”, ocorrida no Rio de Janeiro, marinheiros realizaram um motim pelo fim do uso da chibata (25/11/1910).
A fim de terminar com o conflito, teria sido concedida anistia aos envolvidos e a promessa do fim de castigo corporal na Marinha. Mas o que ocorreu na prática é que muitos marinheiros foram rapidamente dispensados da Marinha e, ocorrendo uma segunda rebelião, os amotinados foram presos ou enviados para campos de trabalho, nas plantações de borracha, na região Norte do Brasil, lugar descrito por Rui Barbosa como um lugar onde alguém só morre.
João Cândido estava entre os 18 presos. Daquela noite na prisão, apenas ele e um companheiro sobreviveram à chacina.
Em 1912 foi absolvido das acusações, solto e afastado da Marinha. Discriminado e perseguido pela Marinha até o final da vida, recolheu-se no município de São João de Meriti, onde se aproximou da Igreja Metodista.
Morreu no Rio de Janeiro, em 6 de dezembro de 1969, aos 89 anos, vítima de câncer.
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