segunda-feira, 6 de setembro de 2021

FOLCLORE



No último domingo, foi o dia alusivo ao Folclore. Mas o que é o folclore?

A palavra folclore tem origem no inglês e é oriunda do termo folklore. Esse termo, por sua vez, foi originário da expressão folk-lore, criada por um escritor chamado William John Thoms, em 1846. Em 22 de agosto de 1846, uma carta de Thoms enviada à revista The Atheneum foi publicada. O termo de Thoms baseava-se em duas palavras:

  • Folk, que significa povo;

  • Lore, que significa conhecimento, saber.

Assim, a junção das duas palavras, conforme o próprio Thoms, significa saber tradicional de um povo. A palavra proposta de Thoms não foi adotada logo de imediato e só se popularizou quando surgiu a Sociedade do Folclore em Londres, no final do século XIX.

O folclore começa a consolidar-se a partir do século XVIII e principalmente XIX, com o surgimento de instituições que se dedicaram aos estudos relacionados. Aqui no Brasil, alguns nomes, como Luís Câmara Cascudo, Mário de Andrade e Florestan Fernandes, destacaram-se no estudo do folclore. O primeiro congresso realizado no Brasil sobre folclore deu-se somente em 1951, sendo realizado no Rio de Janeiro. Todas as culturas se manifestam a partir de seu folclore: crendices, mitos, tradições e personagens que compõem seu saber popular.

O folclore do Brasil é de origem europeia, portuguesa sobretudo, e também indígena e africana. Sendo assim, houve uma fusão de elementos de diferentes culturas.

Em Rio Pardo, temos elementos que se ligam ao folclore de origem açoriana, podemos citar os alimentos/receitas, as danças, as crenças reliosas entre outras.

Podemos citar como exemplo os Adagiários Populares Açorianos, que pronunciamos em nosso dia a dia sem sabermos ao certo sua origem: O bom filho, à casa torna; O futuro a Deus pertence; O hábito não faz o monge; Olho por olho, dente por dente; O pior cego é o que não quer ver; O que é barato sai caro; O que não mata, engorda. Esses são alguns entre muitos outros provérbios que incorporamos à nossa cultura popular ao longo das gerações.

A fim de enriquecer a programação sobre o folclore, o Centro Regional de Cultura traz uma programação, confira abaixo:

  • Dia 25 – Quarta – feira – Auditório - às 9h 30 min e às 14h – Contação da história “O Negrinho do Pastoreio” com Liana Borges e Julio Silveira. (Lotação esgotada)

  • Dia 26 – Quinta-feira – às 14h – Auditório - Teatro de Fantoches, com Monica Teixeira da Sociedade Espirita Allan Kardec ( Contrapartida Lei Aldir Blanc)

  • Dia 28 – Sábado 20 horas  – Publicação do vídeo “Brincadeiras do meu tempo” com Adair David – Presidente as Associação Comunitária Quilombola Jacinta de Souza” – ( Contrapartida Lei Aldir Blanc)

  • Dias 03 e 04 de setembro  - 8h 30min às 17h – Saguão do Centro de Cultura - Feira de artesanato e doces  folclóricos com artesãs locais.


✎ Fontes consultadas: CORTES RODRIGUES, Armando. Adagiário Popular Açoriano.│Site: https://brasilescola.uol.com.br/folclore


Arquivo Histórico Municipal Biágio Soares Tarantino

Contato: arquivohistorico@riopardo.rs.gov.br


O ORGULHO DA PÁTRIA

 

Ana Aurora

O 7 de Setembro de 1870 à Proclamação da República

A partir dos relatos de época, podemos conhecer um pouco sobre como se vivia o sete de setembro ao final do século XIX.

O fato é que, naquele momento histórico, havia orgulho, por parte da população, pela Pátria. Nos demos conta que o contexto era outro.

“(...) tudo se movimentava em Rio Pardo para festejá-lo. Sem distinção de ricos e pobres, de grandes e pequenos, todos porfiavam em manifestar os sentimentos cívicos que os animavam. Não havia casa que não iluminasse a sua fachada, caprichando cada qual em fazê-lo de modo a chamar a atenção pública pela fantasia e gosto das luminárias. Não tínhamos a luz elétrica: a iluminação era feita com lanternas de papel de seda; mas imaginai o efeito desta rua com todas as suas casas iluminadas, pois nenhuma ficava às escuras, estando as despesas a fazer ao alcance de todos. As famílias saíam a percorrer as ruas, para apreciar as luminárias e decidir qual a iluminação [era a] mais bonita. Em algumas as legendas luminosas - Viva o dia 7 de Setembro! Independência ou Morte! e outras - produziam um bonito efeito e excitavam o entusiasmo. Muitos balões subiam de diversos pontos da cidade, levando aos ares as saudações do povo à grande data nacional!” *

Certa professora, conhecida pelo apelido de Tia Anoca, compara aquela época com o início da década de 1920. Ana Aurora vê com tristeza a falta de entusiasmo das pessoas, que já não iluminam suas casas com luminárias de lanterna de papel, colocando-as em frente das casas. O único local a seguir a tradição era o Colégio Amaral Lisboa. Nas palavras dessa defensora das tradições patrióticas… “mas sabe Deus quão ridícula não parecerá esta casa, ostentando-se tão fora da moda aos olhos do progresso”. *

Conta a educadora que, iluminadas, à luz elétrica, havia unicamente o edifício da intendência e o quartel da força federal. “(...) ninguém se anima a iluminar suas casas em sinal de alegria, com lanternas (...)”. *

Justamente, o encanto residia no fato, de cada um fabricar a sua iluminação, “(...) era um gosto, pode-se dizer um trabalho feito por amor à Pátria;” *

Quanto as autoridades, naquele “(...) tempo o povo corria a apinhar-se em frente ao edifício da Câmara Municipal para ouvir o discurso que lhe dirigia de uma das janelas o presidente da mesma Câmara e corresponder com entusiasmo aos vivas do estilo com que o terminava: - Viva o 7 de Setembro! Viva a nação brasileira! Viva S. M. o Imperador!” *

Nas palavras de Ana Aurora: “Não sei se hoje o povo faz o mesmo.” *

* Fonte: SPALDING, Walter. A Grande Mestra. Porto Alegre: Sulina, 1953. P. 158

AHMRP.


domingo, 18 de julho de 2021

UMA COMUNIDADE APOIADA POR SÃO JOÃO BATISTA

Capela São João

 

Hoje iremos nos reportar a uma pequena capela de nossa cidade, muito singela mas que trás muito acolhimento à comunidade a qual está inserida. Fundada no ano de 1888, a sociedade denominada “Sociedade de Beneficência 24 de Junho” consagrou como patrono “São João Batista”. Tal Sociedade teve seus estatutos aprovados em Assembleia Geral no dia 30 de julho de 1911, com a finalidade de socorrer seus associados enfermos além de pagar as despesas de funeral, em caso de morte. 

UM AMIGO

A sociedade contava com o apoio do Dr. Pedro Alexandrino de Borba, que prestava o atendimento médico de forma gratuita, cumprindo assim com as finalidades assistenciais da Sociedade.

 A IMAGEM

A imagem do padroeiro ficava na sede da comunidade, até essa deixar de existir, quando a mesma foi para uma sala, aos fundos do Açougue Encarnado, à rua Almirante Alexandrino. Logo, um grupo de antigos sócios da Sociedade de Beneficência transferiu a imagem para a Rua Júlio de Castilho (Avenida Bom Fim).

A CAPELA

Em 1930 aconteceu a doação, por parte da Sra. Alzira Lima, de um terreno onde foi erguida a Capela de São João, para onde a imagem foi levada e permanece até hoje. A partir de então, um grupo de senhores desta comunidade constituíram-se em comissão, zelando pela capela além de realizar as primeiras festas juninas, festejos que se tornaram tradicionais na cidade. A última grande Festa de São João ocorreu em 1967, após essa data foram feitas apenas campanhas e promoções a fim de arrecadar fundos para manter a capela e a celebração de missa festiva no dia do seu padroeiro. Os cuidados com a Capela foram sendo assumidos por algumas pessoas, de forma intercalada, como o Sr. Manoel Etelcides da Silva e Lígia Wunderlich, após passar às pessoas da comunidade. 

A CONTINUAÇÃO

 A fim de relembrar os velhos tempos, alguns moradores da comunidade organizaram uma modesta festa de São João nos anos de 1991 a 1994, reeditada em 2004 e 2005. Atualmente esta capela continua atuante junto à sua comunidade, no entanto, devido a pandemia, encontra-se com seu atendimento prejudicado. 

Fonte: Texto produzido com base nas informações fornecidas pela Sra. Vera Maria de Abreu e Nílvio Luiz Castanheiro (Carrasco).

segunda-feira, 5 de julho de 2021

JOÃO CÂNDIDO

 

UM MARCO PARA OS DIREITOS HUMANOS

 João Cândido Felisberto nasceu em 24 de Junho de 1880 em Encruzilhada do Sul, em uma localidade que atualmente é Dom Feliciano. Aos seus 14 anos ingressa na Escola de Aprendizes de Marinheiros (Porto Alegre). Após dois anos de formação passa a se dedicar à Marinha de Guerra.

Filho de ex-escravos torna-se um excelente timoneiro, sendo elogiado pelos oficiais por seu bom comportamento e pelas suas habilidades, além de muito admirado pelos companheiros marinheiros.

Em 1910, aos seus 30 anos de idade, torna-se uma das lideranças da Revolta da Chibata, um importante movimento pelos direitos humanos dentro da Marinha Brasileira, uma rebelião de marujos a fim de exigir o fim das punições corporais aplicadas pela Marinha de Guerra, melhores soldos e alimentação digna.

Foi preso em 13 de Dezembro no quartel do exército, e transferido no dia de natal (24 de Dezembro de 1910) para uma masmorra na Ilha das Cobras, onde 16 de seus 17 companheiros de cela morreram asfixiados.

Cumprida sua pena, desligado da Marinha, à qual serviu 19 anos, João Cândido saiu da prisão com os pulmões avariados pela tuberculose, sem roupa, com um par de botinas, enfim: um trapo humano. Passa a ter uma vida discreta e com muitas dificuldades, passando a ser um símbolo da luta pelos Direitos Humanos.

“É preciso que trabalhemos muito, que haja muita união, parte com parte. Desapareçam as paixões, os espíritos de vinganças que hão de vir ou virão, é preciso que estejamos unidos para o futuro”.

João Cândido

FONTE: Texto Neuza e Márcio


Almirante Negro

segunda-feira, 21 de junho de 2021

PADARIA SPERB NA RUA JÚLIO DE CASTILHO


 A Padaria Sperb se localizava na Rua Júlio de Castilho esquina General  Camara, existiu nos anos de 1950/60. Uma das primeiras padarias de Rio Pardo.


Padaria Sperb


 

sábado, 19 de junho de 2021

DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA DE RIO PARDO

Exposição - Biágio Soares Tarantino
 
Documentos do Arquivo



DIA INTERNACIONAL DOS ARQUIVOS

No dia 9 de junho, comemora-se o Dia Internacional dos Arquivos. Para isso, está programada uma cerimônia no Centro Regional de Cultura de Rio Pardo, com uma exposição fotográfica da cidade, do ano de 1898, além de uma série de documentos históricos. A mesma ficará exposta dos dias 09 a 18 de junho, na sala de exposição da Casa. Neste dia, pretendemos chamar a atenção da sociedade para a importância dos Arquivos Históricos enquanto fontes de pesquisa. Os Arquivos possibilitam o contato com a história oficial, para que haja a produção do conhecimento científico e preservação de nossa memória histórica. FONTE: Neuza Quadros.